O MUNDO NOVELAS estréia o “CURIOSO” que a partir de hoje, uma vez por mês, trará curiosidades sobre a história da teledramaturgia brasileira. E pra começar, veja a matéria sobre novelas que tiveram três irmãs fazendo parte da trama.
No decorrer dos anos, algumas novelas exploraram o convívio de algumas personagens que representaram três irmãs com suas diferentes personalidades, sejam elas nascidas numa família unida ou não. Determinadas, ingênuas ou ariscas, a relação das personagens é envolvida por companheirismo ou rivalidade em alguns casos, quando, por exemplo, uma se apaixona pelo namorado da outra ou se sente rejeitada pela família. O certo é que este universo fascina o telespectador e com certeza traz um algo a mais para trama.
A primeira versão da novela “Ciranda de Pedra” baseada no romance de Lygia Fagundes Telles e adaptada por Teixeira Filho para a Globo em 1981, trazia como protagonista a determinada e gentil Virgínia(Lucélia Santos), fruto de uma relação extraconjugal de sua mãe Laura(Eva Wilma) e o médico Daniel(Armando Bugus). Virginia era a filha mais nova de Laura e pensava ser filha de Natercio(Adriano Reys), marido de sua mãe, que por sua vez, desconfiado de que Virginia não fosse sua filha, fazia questão de tratá-la com hostilidade do mesmo modo que tratava sua esposa Laura.
Bruna(Priscila Camargo) era a filha mais velha e Otávia(Sílvia Salgado) a filha do meio. Duas jovens e belas, com personalidades problemáticas, movida por futilidade. Virginia era o oposto das irmãs.
Recentemente, em 2008, tivemos uma nova versão da novela “Ciranda de Pedra”, dessa vez adaptada por Alcides Nogueira. Virginia foi interpretada pela atriz Tammy di Calafiori e suas irmãs Bruna e Otávia, foram interpretadas por Anna Sophia Folch e Ariela Massotti, respectivamente.
Em “Eu Prometo”, ultima novela da autora Janete Clair para a Rede Globo com colaboração de Glória Perez em 1983, também teve três irmãs que fizeram parte do núcleo central da novela. Lucas Cantomaia(Francisco Cuoco) era um político preocupado com sua imagem e determinado em eleger-se senador da republica até se apaixonar pela fotógrafa Kelly Romani(Renée de Vielmond) e ver desestruturar seu casamento com Darlene(Dina Sfat).
Lucas e Darlene também tinham três jovens filhas que eram Adriana(Julia Lemmertz), Dayse(Fernanda Torres) e Dóris(Malu Mader). O curioso é que foi a primeira novela de Malu Mader na TV e primeira novela de Julia Lemmertz na Globo. A personagem Dayse, uma das três irmãs, sofria de alcoolismo na novela.
A Gata Comeu da saudosa Ivani Ribeiro, foi outra novela que explorou a relação de três irmãs, mostrando com uma dose de humor, uma intriga entre duas delas. Se trata de Jô Penteado(Christine Torloni) e sua antipatia pela invejosa e meio irmã Glaucia(Bia Seidl). Jô se dava bem com a irmã mais nova, chamada Lenita(Débora Evelyn) que era um doce de pessoa. A novela fez muito sucesso às 18h na Globo no ano de 1985, chegando a ser reprisada duas vezes na sessão “Vale a pena ver de novo”, além de ser uma das novelas mais querida pelo telespectador.
A Barba Azul, foi a primeira versão da novela “A Gata Comeu” e produzida pela TV Tupi entre 1974/1975. Como no remake, a novela também contou as desavenças entre Jô e Glaucia, dessa vez, vividas pelas atrizes Eva Wilma e Jussara Freire. Lenita foi interpretada pela atriz Analu Graci.
Sílvio de Abreu não deixava barato e resolvia explorar o convívio entre três irmãs, através de “Sassaricando”, um sucesso das 19h na Globo, entre 1987/1988. Com muito humor, a novela teve como uma de suas tramas centrais, a história de Aldonza de Pádua(Lolita Rodrigues) uma espanhola que morava no Brasil a muitos anos e que foi abandonada pelo marido, depois que ele resolveu comprar cigarros numa barraca e nunca mais voltou. Aldonza também teve que criar seus quatros filhos sozinha, entre eles, o mais velho e único filho homem chamado Guel(Edson Celulari), além das filhas Tancinha(Claudia Raia) que era a mais velha, muito simpática, popular e espevitada, Bel(Angelina Muniz) que tinha muita inveja de Tancinha e Juana(Denise Milfont) que era a irmã mais nova.
Os anos dourados voltavam a fazer moda e sucesso através da novela “Bambolé” de Daniel Más, que escreveu o sucesso para as 18h na Globo entre 1987/1988.
A novela se passava na década de 50 e trazia a história do viúvo atraente e bom vivant Álvaro Galhardo(Claudio Marzo), que tinha três filhas: Ana(Mirian Rios) que era a mais velha e com comportamento dócil e companheiro, Yolanda(Thais de Campos) que era a filha do meio, além de muito determinada e a frente de seu tempo e Cristina(Carla Marins) que era a mais nova ao mesmo tempo que muito mimada e que desenvolvia uma paixão pelo marinheiro Luiz Fernando(Paulo Castelli), que por sua vez, era namorado de Ana. Por conta dessa paixão, Cristina não deixava barato e armava contra a relação da irmã mais velha, na intenção de conquistar Luiz Fernando. Depois de muitas intrigas, no final da novela, Cristina descobre que não era filha legitima de Álvaro.
Em 1999 a novela Suave Veneno, de Aguinaldo Silva, mostrava em pleno horário nobre da Globo, a relação das três irmãs Maria Regina(Letícia Spiller) que era a mais velha das irmãs, dona de uma personalidade forte e que se tornou uma das vilãs mais querida da teledramaturgia, além de Maria Antônia(Vanessa Lóes) que era a irmã do meio, casada com o ambicioso Augusto Ivan(Tarcísio Filho) e Márcia Eduarda(Luana Piovani) que era a irmã caçula, apaixonada pelo pintor Eliseu Vieira(Rodrigo Santoro), rapaz que também conquistou a paixão de Eleonor(Irene Ravache), que por sua vez era a mãe das três irmãs e casada com o empresário Valdomiro Cerqueira(José Wilker).
As Filhas da Mãe em 2001, foi outra novela de Sílvio de Abreu que mostrou com muito humor, uma conturbada relação entre três irmãs, para realçar com o nome da novela. A mãe era Lulu de Luxemburgo(Fernanda Montenegro) e as filhas eram as ambiciosas e encrenqueiras Tatiana(Andréa Beltrão) e Alessandra(Bete Coelho) que se viam surpresas com a transformação do único irmão chamado Ramon na exuberante transex Ramona(Claudia Raia). As três irmãs brigavam pelo resort Jardim do Éden, que o pai, Fausto Cavalcante(Francisco Cuoco) havia deixado para trás ao dar um golpe na praça e em seus sócios.
Na novela de época Eterna Magia, escrita por Elizabeth Jhin em 2007, Osmar Prado viveu o personagem Joaquim, um viúvo e patriarca de uma humilde família, composta pelas filhas Carol(Ana Carolina Godoy), Teca(Lara Rodrigues), Gina(Isabelle Drummond) e Quinzinho(Guilhermo Hundadze) o filho mais novo e único filho homem de Joaquim. Nesta história não havia rivalidade entre as irmãs, que por sinal eram amigas e companheiras.
Cumplicidade e amizade também existiu entre as três irmãs da novela “Desejo Proibido”, de Walter Negrão, que foi exibida as 18h entre 2007 e 2008. Com humor a novela mostrou a relação das irmãs Guilhermina(Camila Rodrigues), Tereza(Fernanda Paes Leme) e Maria Augusta(Bruna Marquezine), três jovens e belas moças do interior em plena década de 30 e que eram vigiadas pelo pai Trajano Mendonça(Cássio Gabus Mendes), um homem ciumento, dominador e além de tudo, delegado da pacata cidade.
E para fechar com chave de ouro, nada melhor que mostrar uma novela que falou da relação entre três irmãs e que também teve o título de “Três Irmãs”. Antônio Calmon trouxe para as 19h na Globo, entre os anos de 2008 e 2009, a história central e ensolarada das heroínas Dora(Claudia Abreu) a irmã mais velha e de comportamento determinado e maduro, Alma(Giovanna Antonelli) que era a irmã do meio, inteligente e formada em medicina, porém com comportamento atrapalhado e divertido e Suzana(Carolina Dieckmann) a irmã caçula e adotada, que trabalha como professora além de surfar nas horas vagas. Suzana também era a mais apegada a mãe Virginia(Ana Rosa).
Agora vamos esperar para ver quias serão as próximas três irmãs das novelas e que autor e trama abordará mais uma vez esta história de tripla irmandade feminina que tanto nos fascina.
