domingo, 26 de julho de 2015

CAMINHO DAS ÍNDIAS (BASTIDORES)


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Retratar peculiaridades da cultura indiana em contraponto aos hábitos e costumes do Brasil foi uma das premissas da autora Glória Perez ao escrever Caminho das Índias, primeira telenovela brasileira a ganhar o Emmy International Awards. A história se passava na Índia e no Brasil, com duas tramas centrais em cada país, e investiu em campanhas sociais como a inclusão social dos doentes mentais e a educação familiar.

A novela fala, principalmente, sobre a cultura indiana, e seus marcos mais fortes e importantes. Um deles é o sistema de castas, a casamento arranjado, a longa preparação para um casamento, a questão dos intocáveis, entre outros. O sistema de castas foi banido pela Constituição indiana, mas ainda persiste em algumas regiões do país.

India – A Love Story: este foi o título com o qual a novela venceu a 37ª edição do Emmy Internacional.

Rodrigo Lombardi conquistou o público feminino, sendo apontado como um novo galã de telenovelas. O casal Maya e Raj agradou ao público, que passou a torcer pelo romance, e os dois personagens acabaram se transformando no principal par romântico da trama.

A trama enfrentou alguns problemas para definir o nome. Glória Perez, a autora, sempre quis que o nome fosse Caminho das Índias. Já a emissora, estava em dúvida entre o título da autora (Caminho das Índias) e Viagem para as Índias. Outros autores da emissora também reclamaram muito pois a trama teria um grande elenco com grandes nomes de peso da emissora.

Os atores e parte da equipe de criação da novela participaram de um workshop, durante pouco mais de um mês antes do início das gravações, para se familiarizar com a cultura indiana. Alguns atores do elenco viajaram para Índia para gravar as primeira cenas, entre eles estão os protagonistas Juliana Paes, Rodrigo Lombardi e Márcio Garcia, além de Tony Ramos, Lima Duarte, Isis Valverde, André Gonçalves, Betty Gofman, entre outros.

As atrizes do núcleo da Índia, especialmente Juliana Paes (Maya) e a menina Karina Ferrari (Anusha), tiveram aulas intensivas de bhangra, uma dança típica indiana, para compor seus papéis. Os atores também treinaram.

As músicas e danças da novela conferiram um sabor de Bollywood à novela.

A novela popularizou expressões como Are Baba (“Puxa vida!”), Atchá (expressão de satisfação), Baguan Keliê (“Meu Deus!”), Firanghi (palavra pejorativa para estrangeiro, que não segue os costumes do país), Mamadi (mãe), Baldi (pai), Namastê (“o Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você”).

Em abril de 2009, Gloria Perez se afastou da novela durante um período para a retirada de um linfoma na tireoide. A novelista contou com a colaboração temporária de Carlos Lombardi, mas não interrompeu o trabalho.

Mara Manzan, intérprete de Ashima, afastou-se das gravações devido a um tratamento de quimioterapia, voltando a gravar com menos frequência. Na trama, Ashima fez uma viagem à Índia, e Ana (Thais Garayp), prima da personagem, ficou em seu lugar na pastelaria. Mara Manzan faleceu em novembro de 2009, dois meses após a novela.

Eva Todor, a dona Cidinha, também se afastou da trama por problemas de saúde. A atriz submeteu-se a uma cirurgia após constatado uma hérnia de hiato.

Letícia Sabatella, intérprete da vilã Yvone Magalhães, teve uma arritmia cardíaca durante as gravações da novela. A atriz deixou a Clínica São Vicente numa sexta-feira, dia 19 de dezembro de 2008 e voltou às gravações da novela apenas em 2009.

A atriz Cléo Pires, intérprete da vilã Surya, foi internada também na mesma clínica que Letícia Sabatella, na Clínica São Vicente. A atriz foi internada às pressas com uma infecção pulmonar. A atriz faltou na festa de lançamento da novela.

A atriz Cláudia Jimenez, que interpretaria a secretária Wal, que seria apaixonada pelo patrão, Ramiro, interpretado por Humberto Martins saiu da novela, alegando que não "bateu" com a personagem, assim, a personagem foi interpretada por Rosane Gofman. A atriz Regina Dourado também havia sido cogitada para viver o papel.

Uma vaca despertou a atenção dos telespectadores da novela. Emília, como era chamada na vida real, aparecia em cena sendo alimentada e reverenciada pelo personagem de Tony Ramos (Opash). A vaca é considerada um animal sagrado na Índia.

Glória Perez misturou realidade e ficção ao fazer com que o personagem Indra (André Arteche) tivesse um blog, no qual dava dicas de culinária e lazer e contava suas experiências como adolescente indiano no Brasil, promovendo uma discussão sobre choque cultural.

O mundo virtual também foi retratado através da personagem Val (Rosane Gofman), que vivia suas fantasias através de um avatar criado em um programa similar ao Second Life.

"Caminho das Índias" ganhou uma paródia no humorístico Casseta & Planeta, Urgente! chamada "Com a Minha nas Índias".

O humorista Chico Anysio fez uma participação especial em "Caminho das Índias", vivendo o personagem Namit, um indiano cheio de artimanhas. Diretor de Bollywood, ele se inspirarou em um marajá, personagem de seus filmes, para fingir ser o pai de Radesh (Marcius Melhem) e ajudá-lo a dar um golpe na família de Deva (Cacau Melo), para ficar com o dote da jovem no futuro. A cena foi ar no dia 24 de julho de 2009.

O elenco de “Caminho das Índias” contou com uma presença muito especial durante a gravação de cenas da gafieira. A cantora Alcione subiu ao palco para fazer os personagens caírem na dança! Norminha, Abel, Suellen, Castanho, Sheila, Cadore, Cidinha e Ademir foram alguns dos fãs da cantora na novela que curtiram o show na maior animação. A cena foi ao ar num São João, 23 de junho de 2009.

Outros cantores brasileiros que fizeram participações especiais na novela foram Zeca Pagodinho, Erasmo Carlos, Nana Caymi e Maria Bethânia.

Thalita Lippi, na época, uma das integrantes da oitava edição do Big Brother Brasil, fez sua estreia em novelas através de "Caminho das Índias". Thalita Lippi, que é filha da atriz Nádia Lippi, nome de sucesso em novelas dos anos de 1970 e começo de 1980, viveu uma das amigas de Beca, um garoto barra pesada que se envolve com Julinha.

Thiago Martins viveu Shankar (Lima Duarte) jovem em Caminho das Índias. É que Laksmi (Laura Cardoso) e o brâmane viveram uma paixão na juventude, se reencontram e a história é contada em flashback.

A banda Harmonia Enlouquece, cujos integrantes são do Círculo Psicanalítico Brasileiro, onde Bruno Gagliasso fez laboratório para viver Tarso, fez uma participação na história. Na trama, Ademir (Sidney Santiago) tocava em um show da banda, que conseguiu emplacar a canção Sufoco da Vida na trilha nacional da novela.

Gloria Perez prestou uma homenagem ao autor Gilberto Braga no capítulo em que Yvone (Letícia Sabatella) leva uma surra de Melissa (Christiane Torloni) na sala de massagem, uma cena que ficou muito parecida com a da novela Celebridade em que Maria Clara (Malu Mader) ela dá uma surra em Laura (Cláudia Abreu) no banheiro. As cenas começaram a exibidas no capítulo do dia 6 de agosto de 2009.

Imagens sem elenco feitas em Varanasi – onde se localiza o Rio Ganges –, Mumbai e Jodhpur também ajudaram a ambientar a trama.

Cerca de 40 pessoas da equipe da novela participaram das gravações, que contaram com a parceria de uma produtora local.

Caminho das Índias foi a primeira novela a realizar em estúdio todas as cenas em que personagens passeavam de carro, através do recurso conhecido como back projection, que trabalha com a projeção de imagens em uma tela, proporcionando sensação de movimento.

Bonecos foram produzidos pela equipe de efeitos especiais para serem queimados na cidade cenográfica do Rio Ganges, imitando os rituais de cremação comuns em Varanasi. Um gás especial foi desenvolvido para as cenas.

A profusão de cores presentes na Índia orientou o trabalho das equipes de figurino e maquiagem da novela, que também lançaram mão da licença poética para caracterizar os personagens. O vestuário tradicional, geralmente usado em rituais, foi levado para o dia a dia, para enfatizar a cultura indiana descrita no texto.

As mulheres do núcleo indiano ganharam vestimentas com tonalidades fortes e os homens, com cores mais sóbrias. Sáris e punjabis – conjunto de calça e bata comprida – compunham os figurinos femininos. Filmes de Bollywood e publicações internacionais sobre moda serviram de referência para o vestuário masculino.

Caminho das Índias contou com três cidades cenográficas, construídas na Central Globo de Produção, em Jacarepaguá. Uma representando a Lapa e as outras duas reproduzindo ambientes e elementos da Índia. A autora Gloria Perez optou por concentrar no estado do Rajastão peculiaridades de outras regiões do país.

A maior cidade cenográfica da novela, montada em uma área de 6 mil², trazia referências das cidades indianas de Jaipur, Jodhpur e Mumbai. Contava com 42 lojas – com letreiros e rótulos dos produtos escritos em Hindi, a língua mais falada na Índia –, um templo em homenagem ao deus hindu Shiva, além das fachadas de um cinema e das casas das quatro principais famílias do núcleo indiano. Doze riquixás (espécie de charrete conduzida por um homem em um triciclo) e oito tuc-tuc (veículo motorizado de três rodas), reproduzidos especialmente para a novela, circulavam pela cidade.

Na outra cidade cenográfica indiana, de 2.500 m², foram reproduzidos o Rio Ganges e parte de sua escadaria. Para isso foi aproveitado um lago artificial, que recebeu trilhos para permitir que as câmeras filmassem sobre a água. Como fundo da cidade cenográfica, foram inseridas num back lot (gigantesco painel de chromakey) imagens reais gravadas na Índia, aplicadas às cenas através de efeitos visuais.

A Lapa foi representada em uma área de três mil m², composta por um armazém, lojas, dois botequins e a pastelaria de Ashima (Mara Manzan). O mesmo recurso do back lot foi utilizado para reproduzir os arcos e o bondinho tão característicos do bairro carioca.

As casas de Raul (Alexandre Borges) e Ramiro (Humberto Martins), e a clínica do Dr. Castanho (Stênio Garcia), foram montadas em locações externas.

Caminho das Índias desenvolveu uma campanha social que tinha como tema os doentes mentais, representados por dois jovens esquizofrênicos, de classes sociais distintas: Tarso (Bruno Gagliasso), filho dos ricos Ramiro (Humberto Martins) e Melissa (Christiane Torloni), e Ademir (Sidney Santiago), filho da humilde empregada Cema (Neuza Borges). Ambos frequentavam a clínica do Dr. Castanho (Stênio Garcia), abrindo espaço na trama para depoimentos verídicos de pacientes.

As reações comuns às famílias que vivenciam essa experiência, o período de negação, as acusações mútuas e a reintegração do jovem à sociedade foram vividos pela família Cadore, levantando um debate sobre o tema e fazendo um contraponto à forma natural com que a loucura é tratada na Índia.

A novela abriu espaço para divulgar artistas como Bispo do Rosário e o profeta Gentileza (interpretado na trama, em participação especial, por Paulo José), além da TV Pinel e de grupos musicais formados por doentes mentais, que têm apoio de músicos da MPB.

A história de Gloria Perez também levantou uma discussão sobre a formação e a educação de crianças e jovens, criticando os pais que não dão limites aos filhos. O assunto foi abordado através de Zeca (Duda Nagle) e seus pais, César (Antonio Calloni) e Ilana (Ana Beatriz Nogueira). Os dois, quando chamados à escola por conta do mau comportamento do rapaz, sempre defendiam o filho e davam um jeito de culpar as professoras e a direção da instituição, julgando as reclamações exageradas. Entre as más ações de Zeca e seus amigos estavam a intimidação de jovens da escola, o desrespeito aos mais velhos e até o espancamento de um aluno.

Em sua exibição original o primeiro capítulo de Caminho das Índias marcou média de 37 pontos com 39 pontos no consolidado com picos de 41 pontos e share de 61%. O capítulo mostrou a adoção de Bahuan por Shankar, o encontro de Bahuan e Maya, a primeira briga de Raul e Ramiro Cadore, a volta de Raj Ananda para a Índia e o anúncio de Opash Ananda de que ele irá se casar em breve com Maya A audiência do primeiro capítulo foi maior do que a antecessora, A Favorita, que marcou apenas 35 pontos. Porém, foi a segunda pior média de primeiro capítulo da emissora no horário nobre, pois Duas Caras marcou 40 pontos.

A menor audiência deu-se no sábado, dia 31 de janeiro. Neste dia todas as novelas da emissora sofreram uma queda significativa na audiência. Enquanto Caminho das Índias fechava com 28 pontos, a novela das seis,Negócio da China, marcava apenas 14 pontos e Três Irmãs, a novela das sete, marcava 16 pontos. No sábado, as audiências costumam cair.

Bateu recorde de audiência no dia 24 de agosto, quando alcançou 50 pontos de média. Nesse dia foram exibidas as sequências das cenas de um casamento infantil.

No penúltimo capítulo, a novela teve média de 55 pontos com picos de 59 e 78% de participação .

O último capítulo também alcançou média de 55 pontos.

Enquanto em São Paulo, a estréia marcou 39 pontos, sendo razoável para o horário, em Florianópolis, marcou média de 53,96 pontos, conquistando uma excelente audiência e, ainda com 79,75% de share, ou seja, de participação. Segundo dados do Ibope, 91,98% dos telespectores pertenciam às classes A, B e C e 72,63% era de pessoas acima dos 25 anos.

A novela registrou uma média de 38,8 pontos na Grande São Paulo e 63% de share.

Em apenas três meses de lançamento, "Caminho das Índias" já havia sido vendida para 90 países. Depois de conquistar 100% da América Latina, a novela chegou a outros continentes como Europa, África e Ásia. Países estratégicos para a TV Globo Internacional como Estados Unidos e Rússia também adquiriram os direitos de transmissão da história de Glória Perez que foi vencedora do Emmy Internacional 2009 na categoria melhor telenovela.

Prêmios

37º Emmy Awards (2009) – Prêmio conferido pela Academia Internacional de Artes e Ciências Televisivas:

Melhor Telenovela
Prêmio Extra – Jornal Extra (2009):
Melhor novela
Melhor figurino
Melhor maquiagem
Melhor ator: Rodrigo Lombardi
Melhor atriz: Letícia Sabatella
Melhor ator coadjuvante: Bruno Gagliasso
Melhor atriz coadjuvante: Dira Paes
Melhor tema de novela: Você Não Vale Nada, do grupo Calcinha Preta
Prêmio Extraordinário: Gloria Perez

Tudo de Bom - Jornal O Dia (2009):
Melhor ator: Bruno Gagliasso
Musa: Letícia Sabatella

Arte Qualidade Brasil (2009):
Melhor novela
Melhor atriz: Juliana Paes
Melhor ator: Rodrigo Lombardi
Melhor atriz coadjuvante: Dira Paes
Melhor ator coadjuvante: Bruno Gagliasso
Melhor autor: Gloria Perez
Melhor diretor: Marcos Schechtman

Melhores do Ano – Domingão do Faustão (2009):
Melhor ator coadjuvante: Bruno Gagliasso
Melhor atriz coadjuvante: Dira Paes
Música do ano: Você Não Vale Nada (Calcinha Preta)

Prêmio Contigo! (12 edição):
Melhor novela
Melhor autor: Gloria Perez
Melhor atriz coadjuvante: Dira Paes
Melhor ator coadjuvante: Bruno Gagliasso
Melhor ator infantil: Cadu Paschoal


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