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quarta-feira, 22 de abril de 2015

"O Rei do Gado" também faz sucesso em Portugal

"O Rei do Gado", atualmente reprisada no Vale a pena ver de novo, não é só garante boa audiência para as tardes da Globo, como também é o programa mais visto na TV a cabo de Portugal.

Foram mais de 120 mil telespectadores na quinta-feira (16).

De acordo com a coluna Outro Canal, no mesmo período, outras duas novelas brasileiras figuraram entre as dez atrações com maior audiência do país europeu. "Boogie Oogie" (2014) ficou em segundo lugar e "Cobras e Lagartos" (2006), em sexto.

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O REI DO GADO (VAMOS RECORDAR)

O REI DO GADO (VAMOS RECORDAR)
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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O Rei do Gado volta nesta segunda ao Vale a pena ver de novo

O Rei do Gado volta ao Vale a Pena Ver de Novo, a partir desta segunda, 12 de janeiro, no ano em que a Globo celebra seus 50 anos.

Protagonizada por Antonio Fagundes e Patricia Pillar, a obra escrita por Benedito Ruy Barbosa com a colaboração de Edmara e Edilene Barbosa, direção geral e núcleo de Luiz Fernando Carvalho e direção de Carlos Araújo, Emílio di Biase e José Luiz Villamarim, estreou no horário nobre, em 1996.

A obra foi reprisada pela primeira vez no Vale a Pena Ver de Novo em 1999. Agora, entre os dias 12 e 23 de janeiro, a trama de Benedito Ruy Barbosa entra no ar logo após Cobras & Lagartos. No dia 26, O Rei do Gado ocupará integralmente a faixa horária.

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O REI DO GADO (VAMOS RECORDAR)

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domingo, 28 de dezembro de 2014

O REI DO GADO (VAMOS RECORDAR)

"O Rei do Gado" é uma novela de Benedito Ruy Barbosa com colaboração de Edmara Barbosa e Edilene Barbosa dirigida por Luiz Fernando Carvalho, Carlos Araújo, Emílio Di Biase e José Luiz Villamarim, sob direção geral e núcleo de Luiz Fernando Carvalho. Produzida e exibida pela Rede Globo, às 20h, entre 17 de junho de1996 e 14 de fevereiro de 1997, em 209 capítulos.

Contou com Antônio Fagundes, Glória Pires, Patrícia Pillar, Letícia Spiller, Marcello Antony, Leonardo Brício, Manuel Boucinhas,Tarcísio Meira, Eva Wilma, Raul Cortez, Fábio Assunção, Carlos Vereza e Vera Fischer nos papéis principais.

"O Rei do Gado" mostra o romance do latifundiário pecuarista Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) com a boia-fria Luana (Patrícia Pillar), ambos descendentes de duas famílias de imigrantes italianos rivais, os Mezenga e os Berdinazi, que fizeram fortuna no Brasil com criação de gado e plantações de café, respectivamente.

Ouça músicas de "O Rei do Gado", enquanto recorda a novela:
A novela, dividida em duas fases, levantou um debate sobre a luta por posse de terra que ultrapassou o universo ficcional e ganhou repercussão na mídia e na sociedade em geral.

Em 1943, durante o período de decadência do café, a bela Giovanna (Letícia Spiller) vive sob ostensiva vigilância dos pais, Marieta (Eva Wilma) e Giuseppe Berdinazi (Tarcísio Meira).

Giovanna descobre a paixão nos braços de Henrico (Leonardo Brício), filho de Nena (Vera Fischer) e Antônio Mezenga (Antonio Fagundes), inimigos ferrenhos de sua família.

Antônio Mezenga é um homem forte, determinado e sofrido. Teve o pai morto na travessia de navio da Itália para o Brasil, no final do século XIX. Conquistou sua lavoura de café com muito sacrifício e costuma vangloriar-se de suas origens e obstinação dizendo: “Meu pai emprenhô minha mãe debaixo de um pé de oliva, na Itália; e ela me pariu aqui, debaixo de um pé de café.”

Giuseppe Berdinazi, pai de Giovanna, é igualmente passional ao defender seus interesses.

Também imigrante italiano e proprietário de uma fazenda de café, Giuseppe vive em guerra declarada com o vizinho Antônio Mezenga por causa de uma faixa de terra na divisa das duas fazendas.

Giuseppe um pai severo, porém carinhoso, mas espera que os quatro filhos nutram pelos Mezenga o mesmo ódio que o corrói. Sofre grande desgosto quando Giovanna declara seu amor por Henrico, e aceita o casamento apenas pela promessa de receber o pedaço de terra que disputa há anos. O acordo não é cumprido, e Berdinazi tranca a filha em casa, a sete chaves. O esforço é em vão: Giovanna foge com o marido.

Berdinazi termina seus dias louco, inconformado com a traição da filha e com a morte do filho mais velho, Bruno (Marcello Antony), na Segunda Guerra Mundial, durante a tomada do Monte Castelo, na Itália. Giovanna e Henrico começam uma nova vida longe das famílias e dos cafezais. O primeiro emprego de Henrico é como peão boiadeiro numa pequena fazenda. Aos poucos, o rapaz começa a criar o próprio rebanho, e Giovanna dá à luz um menino.

A segunda fase da novela tem início no final do sétimo capítulo, em 1996, quando o filho de Henrico e Giovanna já é um rico proprietário de terras e de milhares de cabeças de gado. Bruno Berdinazi Mezenga (Antonio Fagundes) – nome que recebeu em homenagem ao tio morto na Segunda Guerra – é conhecido por todos como o “Rei do Gado”.

Com as referências do pai, Bruno escolheu o sobrenome Mezenga para sua assinatura, deixando de lado o Berdinazi e a história de sua família materna. Ele é um obstinado pelo trabalho, querido por seus amigos e empregados.

Embora casado com Léia (Silvia Pfeifer), e pai dos jovens Marcos (Fábio Assunção) e Lia (Lavínia Vlasak), Bruno é um homem solitário, dedicado integralmente aos negócios.

Léia, por sua vez, é amante do mau-caráter Ralf (Oscar Magrini), que só está interessado no dinheiro que ela pode lhe dar.

Um personagem fundamental na segunda fase de O Rei do Gado é Geremias Berdinazi (Raul Cortez), irmão de Giovanna. Rico e poderoso, seus negócios estão ligados à cafeicultura e à produção de leite. Apesar de muito bem-sucedido, é um homem cheio de culpa por ter construído seu império traindo a família. Primeiro, uniu-se ao irmão Giácomo Guilherme (Manoel Boucinhas) para roubar as terras da mãe e da irmã. Depois, roubou também o irmão, deixando que ele morresse na pobreza. Arrependido, vive ansioso para encontrar um herdeiro, já que não reconhece Bruno Mezenga como seu sobrinho.

Geremias acaba sendo enganado pela impostora Marieta (Gloria Pires), que se faz passar por sua sobrinha, filha de Giácomo. A moça levanta as suspeitas de Judite (Walderez de Barros), fiel e ciumenta criada do fazendeiro, que desconfia que Marieta quer roubar a fortuna do patrão.

O debate sobre posse de terra se amplia na trama quando uma das fazendas de Bruno Mezenga é invadida por um grupo liderado por Regino (Jackson Antunes), um sem-terra contrário à violência e à radicalização do movimento – marcando o tom conciliatório do autor em relação à questão.

Regino critica a ocupação de terras produtivas e se opõe à corrupção que envolve a desapropriação de terras por parte do governo. É um idealista, e seu lema na luta pela reforma agrária é “terra, sim; guerra, não”.

Regino vive um dilema com a mulher, Jacira (Ana Beatriz Nogueira), sua brava companheira na marcha. Saudosa da quietude de uma casa onde possa criar o filho com tranquilidade, ela discorda do ideal do marido de querer resolver o problema de todos à sua volta.

A discussão dos sem-terra ganha à adesão do incorruptível senador Roberto Caxias (Carlos Vereza), político dedicado, defensor dos direitos das minorias. Idealista e responsável, ele passa os fins de semana em Brasília, e não falta a uma sessão no Congresso Nacional. Muito amigo de Bruno, é a ele que o fazendeiro recorre quando suas terras são invadidas. Ao longo da trama, Caxias se envolve na luta pela reforma agrária.

Entre o grupo dos sem-terra está a bela e valente Luana (Patrícia Pillar), a verdadeira sobrinha de Geremias.

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Sobrevivente de um acidente que matou sua família, Luana desconhece a própria origem. Já no primeiro encontro com Bruno Mezenga, ela desperta o amor do pecuarista, que a emprega em uma de suas fazendas.

Tratada com a dignidade e o carinho que nunca teve, Luana se encanta por Bruno, e os dois se envolvem numa forte história de amor. Juntos, ambos passam por duras adversidades, até que Luana engravida e desperta a ira de Léia, que vê ameaçada sua parte na herança do marido.

Primeira fase
Antônio Mezenga (Antonio Fagundes) é um descendente das levas de italianos que chegaram ao Brasil no finalzinho do século XIX. Atravessou o Atlântico na barriga da mãe, mas nasceu no Brasil, por volta de 1890.

O pai de Antônio Mezenga morreu na travessia, vítima, como tantos outros, da peste que assolou o navio. Homem forte, determinado, mas muito sofrido. Sua lavoura de café, conquistada com muito sacrifício, é a sua vida. É casado com Nena (Vera Fischer) e pai de um único filho, Henrique (Leonardo Brício), a quem chamam de Henrico, com o devido sotaque. É do tipo que não leva desaforo para casa, e chega a ser passional se precisar defender os próprios interesses e os da sua família.

Nena (Vera Fischer) é mulher de Antônio Mezenga (Antonio Fagundes). Brasileira de nascimento, como o marido, mas nascida e criada entre os imigrantes italianos, nas colônias das fazendas de café. Mulher forte, batalhadora, muito amorosa com o marido e o filho, Henrique (Leonardo Brício).

Henrique/Henrico (Leonardo Brício) é o único filho de Antônio Mezenga (Antonio Fagundes) e Nena (Vera Fischer), rústico como os pais. É o braço direito do pai na lida, mas não gosta de trabalhar na lavoura do café. Apesar de ter herdado do pai o ódio pela família Berdinazi, nutre uma paixão intensa pela bela Giovanna (Letícia Spiller), a filha caçula deles. 


É capaz de fazer loucuras por esse amor. Sem ela, prefere se arriscar na guerra. Depois, impedido de viver com a própria esposa, tem a coragem, de roubá-la de sua casa e desaparecer com ela pelo mundo afora. É quando começa a trabalhar como peão de boiadeiro, sua verdadeira vocação.

O tempo vai passando e, de boi em boi, Henrique consegue adquirir um pequeno rebanho, negócio que se torna próspero nas mãos de seu filho, Bruno (Antonio Fagundes) – nome que homenageia o tio morto na guerra –, que virá a ser o “Rei do Gado”.

Giuseppe Berdinazi (Tarcísio Meira) é um italiano proprietário de uma fazenda de café, igualmente obstinado e passional ao defender seus interesses, assim como Mezenga (Antonio Fagundes). Vive em guerra declarada com o vizinho por causa de uma faixa de terra localizada na divisa das duas fazendas, que não fica bem delimitada nas respectivas escrituras. É casado com Marieta (Eva Wilma) e tem quatro filhos: Bruno (Marcello Antony), Giácomo Guilherme (Manoel Boucinhas), Geremias (Caco Ciocler) e Giovanna (Letícia Spiller). Pai amoroso, mas severo, mantém os filhos sob absoluta autoridade, e espera que eles tenham pela família Mezenga o mesmo sentimento rancoroso.

Giuseppe encara como uma afronta imperdoável o fato de sua filha amar Henrique (Leonardo Brício). Concorda com o casamento apenas pela promessa de receber o pedaço de terra pelo qual briga há muitos anos. Como o acordo não é cumprido, arrasta a filha de volta para casa, e a tranca a sete chaves. Sofre um grande desgosto quando Giovanna foge com o marido. Mais ainda quando também fica sem Bruno, que morre na guerra. Acaba seus dias completamente louco.

Marieta (Eva Wilma) é mulher de Giuseppe Berdinazi (Tarcísio Meira), mãe de Bruno (Marcello Antony), Giácomo Guilherme (Manoel Boucinhas), Geremias (Caco Ciocler) e Giovanna (Letícia Spiller). Brasileira, com fala meio italianada pela convivência com o marido. Uma espécie de fiel da balança na relação dele com os filhos. É muito ligada à caçula Giovanna, e fica entre a cruz e a espada quando sabe do amor dela por Henrico (Leonardo Brício). Sofre muito na vida, por conta das obstinações do marido, da fuga da filha e da morte de Bruno na guerra. Como se não bastasse, é traída pelos dois filhos que lhe restam.

Bruno (Marcello Antony) é filho mais velho de Giuseppe Berdinazi (Tarcísio Meira) e Marieta (Eva Wilma), irmão de Giácomo Guilherme (Manoel Boucinhas), Geremias (Caco Ciocler) e Giovanna (Letícia Spiller). O mais sensato, estudado e sensível. Herdou da mãe o espírito conciliador e generoso e, quando descobre que Giovanna está apaixonada por Henrique (Leonardo Brício), procura apaziguar a situação junto à família, mas nada consegue. No dia em que recebe a inesperada convocação para servir no batalhão da FEB, procura Henrique e o aconselha a roubar a irmã, a única saída para viver ao lado dela. Morre como herói na tomada de Monte Castelo, na Itália.

Giácomo Guilherme (Manoel Boucinhas) é o segundo filho de Giuseppe Berdinazi (Tarcísio Meira) e Marieta (Eva Wilma), irmão de Bruno (Marcello Antony), Geremias (Caco Ciocler) e Giovanna (Letícia Spiller). Lida na terra e, como o pai, tem um ódio profundo pelos vizinhos, a ponto de ameaçar a irmã e o indesejado cunhado, caso insistam no romance. Orgulha-se de ser um Berdinazi, mas é do tipo que parece ter nascido para ser mandado. Está sempre pronto a obedecer o pai e Geremias, seu irmão inseparável. Mas é traído por este.

Geremias (Caco Ciocler) é o terceiro filho de Giuseppe Berdinazi (Tarcísio Meira) e Marieta (Eva Wilma), irmão de Bruno (Marcello Antony), Giácomo Guilherme (Manoel Boucinhas) e Giovanna (Letícia Spiller). Assim como Giácomo, faz tudo como o pai manda. Mas tem espírito de liderança, e essa é a característica que prevalece na sua trajetória. Após a morte de Bruno e, mais tarde, do velho Berdinazi, sua ambição o leva a tomar atitudes cruéis, primeiro com a mãe e a irmã, depois com o próprio irmão. De todos os filhos, é o que mais se parece com o pai. Único personagem que aparece na primeira fase e se mantém na história, além do pequeno Bruno Mezenga.

Giovanna (Letícia Spiller) é filha caçula de Giuseppe Berdinazi (Tarcísio Meira) e Marieta (Eva Wilma), irmã de Bruno (Marcello Antony), Giácomo Guilherme (Manoel Boucinhas) e Geremias (Caco Ciocler). Bela e gentil, vive sob a intensa vigilância do pai e dos irmãos, mas nem por isso deixa de descobrir a paixão, nos braços de Henrique Mezenga (Leonardo Brício). Dócil e submissa durante toda a vida, revela o sangue da família ao enfrentar todos para fugir com Henrique, com quem tem um filho, Bruno (Antonio Fagundes).

Tetsuo (Yamay Keniche) é um japonês de nascença, fez parte dos primeiros grupos de “amarelos” que aportaram no Brasil. É um personagem de fundo, mas de muita importância para a reprodução deste período histórico. Pequeno sitiante, segue em paz com sua família, prosperando na vida, até ser morto pela Shindô-Remei por reconhecer que seu Japão perdeu a guerra.

Bepo (Osmar Di Pieri) é um sitiante de origem italiana, está sempre participando das discussões na venda. Sofre em função da mudança de comportamento dos amigos e vizinhos depois que vira “inimigo”, durante a Segunda Guerra.

Toni Vendacchio / dono da venda (Cláudio Corrêa e Castro) é dono de uma dessas vendas de beira de estrada, onde se proseia à vontade. É amigo de todos e faz o possível para não tomar partido na eterna rixa entre os Mezenga e os Berdinazi. Sabe da vida de todo mundo.


Segunda fase
Bruno Berdinazi Mezenga (Antonio Fagundes) é filho de Henrique (Leonardo Brício) e Giovanna (Letícia Spiller). Criança ainda, quando viajava na garupa do pai, tangendo boiadas pelas estradas da vida, soube que se chamava Bruno por causa de um tio que morreu na guerra, e que o Mezenga de seu nome era por causa do avô paterno, Antônio Mezenga (Antonio Fagundes). Esse, para ele, era um herói. Do outro avô, Giuseppe Berdinazi (Tarcísio Meira), ele sabia muito pouco, porque o pai pouco se referia a ele e, quando falava, era com raiva; raiva dele e dos tios que nunca chegou a conhecer. 


Escondido, o pai contava para ele: “Seus tios roubaram sua mãe.” E foi por causa dessa rivalidade que Bruno cresceu sem nunca incluir o nome Berdinazi na sua assinatura. Conhecido como “Rei do Gado”, Bruno é um homem muito rico, dono de várias fazendas. Um obstinado pela terra e incansável trabalhador, muito querido pelos amigos e empregados, mas triste e só, apesar de ser casado com Léia (Silvia Pfeifer) e ter dois filhos jovens, Marcos (Fábio Assunção) e Lia (Lavínia Vlasak).

Geremias (Raul Cortez) aparece como um homem bastante conservado para sua idade, embora com algumas safenas no peito. Costuma dizer que “quem trabalha não tem tempo para envelhecer”. Foi casado duas vezes, mas não teve nenhum filho – tornou-se estéril devido à caxumba que teve na infância. Mergulhou no trabalho com redobrada energia. É um homem rude, mas muito arguto e inteligente, dono de um grande espírito empreendedor. Visando a herança materna, primeiro tirou a mãe e a irmã do caminho, depois o próprio irmão, de quem comprou as terras no norte do Paraná, adquiridas pelos dois depois do golpe na família. Uma vez sozinho, trabalhou feito um mouro, caiu e levantou muitas vezes, até virar dono de tantos cafezais que nem sabe direito quantos. Na região onde vive, é conhecido como o “Rei do Café”. Mas diversificou suas atividades. Começou criando gado de leite, foi um dos maiores produtores de leite B e C e hoje ordenha duas mil vacas da melhor qualidade, produzindo leite A, considerado um dos mais puros do país. É um vencedor, em todos os sentidos. Mas traz consigo a frustração que a riqueza não paga: é um homem sozinho, sem ninguém para herdar seu império. Vive carregado de remorso e ansiedade e, por esse motivo, a princípio recebe a impostora Marieta (Glória Pires) comovido e sem defesas, ainda que não tenha muita certeza se ela é mesmo filha de seu irmão Giácomo Guilherme.

Luana (Patrícia Pillar) é uma moça simples, de beleza singela, sobreviveu a um trágico acidente que matou toda a sua família e, como órfã, enfrentou todos os tipos de dificuldade. Foi salva pelos cuidados de uma freira, que a batizou com o nome de Luana, mas sua identidade verdadeira é desconhecida.

Luana empregou-se em muitas casas de família, trabalhou pesado no campo, e muitas vezes foi assediada por patrões e outros homens de quem era subalterna, mas nunca cedeu. Por causa disso, sempre teve aversão ao sexo oposto. Dotada de uma grande força de vontade e rara inteligência, aparenta certa ingenuidade, o que a faz ainda mais graciosa. Tem um espírito valente e um brio a toda prova.

Por acaso, junta-se ao grupo dos sem-terra que invade uma das fazendas de Bruno Mezenga (Antonio Fagundes), de quem chama a atenção desde o primeiro momento em que se veem, e acaba sendo “adotada” por ele como empregada.

Luana nunca havia sido tratada com dignidade e carinho, por isso se envolve profundamente com o patrão. Eles enfrentam várias adversidades para assumir o romance, mas ela é capaz de dar a volta por cima das humilhações da família e dos serviçais dele, principalmente depois que descobre sua verdadeira identidade: Marieta Berdinazi, filha de Giácomo (Manoel Boucinhas), e, portanto, a sobrinha que Geremias (Raul Cortez) tanto procura. A história de Luana é uma história de luta e de amor.

Marieta / Rafaela (Glória Pires) é uma jovem bonita e esperta, aparentemente muito sofrida, que se apresenta a Geremias (Raul Cortez) como filha de seu irmão Giácomo (Manoel Boucinhas), morto no acidente de um caminhão de boias-frias. Provoca a imediata reação dos empregados do fazendeiro, que seriam ricamente beneficiados pelo seu testamento. A trama apresenta a personagem como uma impostora, mas há um mistério que cerca Marieta e, aos poucos, a história vai revelando quem ela realmente é. Independente disso, sua chegada fortalece o exército Berdinazi na fase da briga contra os Mezenga.

Léia (Silvia Pfeiffer) é a mulher de Bruno Mezenga (Antonio Fagundes), mãe de Lia (Lavínia Vlasak) e Marcos (Fábio Assunção). Bonita, charmosa, mas vazia. O casamento dos dois foi um grande equívoco, cometido pelos seus pais. O que eles quiseram foi juntar pastos e boiadas, mas do lado dela havia muito pouco o que juntar, porque estava tudo bloqueado pelos credores. No início havia amor, corroído pela decepção dele, que se sentiu enganado e traído. Os filhos Lia e Marcos são o único motivo pelo qual Bruno e Léia ainda sustentam a relação. Ela sempre suportou calada as ausências do marido, mais preocupado em aumentar seu rebanho do que em viver ao lado dela.

Mas chegou o dia em que a carência falou mais alto e, deixando-se arrastar por uma paixão que julgou verdadeira, Léia aventurou-se num relacionamento extraconjugal com Ralf (Oscar Magrini), transformando-se em vítima e vilã dessa história.

Marcos (Fábio Assunção) é filho de Bruno (Antonio Fagundes) e Léia (Silvia Pfeifer), irmão de Lia (Lavínia Vlasak). Síntese de todos os “filhinhos de papai” deste mundo. Bonito, envolvente, simpático, mas malandro como ele só. Um mulherengo incorrigível. Diz-se formado em Agronomia e Veterinária, mas seus diplomas são fajutos. Pouco frequentou a faculdade, porque sempre esteve mais preocupado em viver a vida. Formou-se na “faculdade” de malandragem. O pai é o “Rei do Gado”, e ele é o rei da noite. Apronta muito e, quando o pai corta a verba, recolhe-se quietinho em seu canto. Quando cobrado, faz-se de vítima. Sempre bate de frente com o pai, porque se amam e se odeiam. É justamente por causa desse amor que faz uma grande bobagem na vida. Mas bota os pés no chão e, quando encontra um amor verdadeiro, vive quase a repetição daquele sentimento arrebatador que deu origem à história da novela.

Lia (Lavínia Vlasak) é filha mais velha de Bruno (Antonio Fagundes) e Léia (Silvia Pfeifer), irmã de Marcos (Fábio Assunção). Bonita, culta e inteligente, nasceu e cresceu em meio ao clima de desentendimentos entre o pai e a mãe. Teve muitos namorados, mas nunca se apaixonou de verdade. Materialmente, sempre teve tudo o que quis. Emocionalmente, teve um pai sempre ausente e uma mãe que nunca soube dizer não, provavelmente para compensar a ausência paterna. Não é nenhuma “perdida”, mas já chegou perto disso, envolvendo-se, inclusive, com drogas pesadas. Tem adoração pelo pai, ao mesmo tempo o odeia por se sentir preterida por qualquer cabeça de gado. Quando a história começa, está com a pulga atrás da orelha por causa dos constantes sumiços da mãe. É parceira e amiga do irmão: encobre as farras dele, e também conta com sua cumplicidade. Como é a figura do pai que ela idealiza - um homem forte, peão de boiadeiro bem-sucedido na vida que não liga para as futilidades deste mundo -, acaba se apaixonando por alguém que, mesmo não sendo rei de coisa nenhuma, parece ter esse perfil.

Senador Caxias (Carlos Vereza) é um grande amigo de Mezenga (Antonio Fagundes), casado há muitos anos com Rosa (Ana Rosa) e pai de Liliana (Mariana Lima). Exemplo de político honesto, idealista e responsável. Nem vai para a casa, passa os fins de semana em Brasília, e não perde uma sessão do Congresso. Está realmente preocupado com as questões da terra.

Rosa (Ana Rosa) é a mulher do senador Caxias (Carlos Vereza), mãe de Liliana (Mariana Lima). Vive preocupada com a filha, e acha o marido honesto demais.

Liliana (Mariana Lima), de todas as namoradas de Marcos (Fábio Assunção), é a mais importante. É filha do senador Caxias (Carlos Vereza), grande amigo de Mezenga (Antonio Fagundes). Foi arrastada por Marcos para o submundo das drogas, mas já saiu desse buraco. Sabe que ele é um “peixe ensaboado”, mas assim mesmo gosta dele, e se satisfaz quando ele finge que a ama.

Zé do Araguaia (Stênio Garcia) é o capataz da fazenda de Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) o Araguaia. Figura simpática, de uma lealdade absoluta ao patrão. Ajudou-o a derrubar aquelas matas e plantar as primeiras pastagens. Casado com Donana (Bete Mendes), é um marido fiel, até tomar uns goles a mais e ficar meio bagunceiro. Mas é incapaz de se deitar com alguém, ainda que passe a noite inteira de farra, num bordel de estrada. Traz no nome a região onde nasceu e foi criado, à beira daquelas águas. Quando recebe Luana (Patrícia Pillar) na fazenda, a pedido do patrão, praticamente a adota como a filha que nunca teve. É totalmente do bem e da paz mas, se for preciso, é bom de briga. Muito respeitado pelos peões.

Donana (Bete Mendes) é a mulher de Zé do Araguaia (Stênio Garcia), cuida sozinha da casa grande da fazenda do Araguaia. Trabalhadora, honesta, rústica, semianalfabeta, mas dotada de muita sabedoria. Vira uma grande aliada de Luana (Patrícia Pillar), pois também a toma como filha. Assim como o marido, tem respeito e adoração pelo patrão, mas não se esquiva em dizer o que pensa quando acha necessário. Zé do Araguaia e Donana são os maiores conselheiros de Mezenga (Antonio Fagundes).

Regino (Jackson Antunes) é líder dos sem-terra, casado com Jacira (Ana Beatriz Nogueira). Forte, decidido, um homem consciencioso, que tem vocação para o trabalho no campo. Não é um sem-terra profissional, e é contra a violência e a politização do movimento. Nunca foi a favor de que seu grupo fechasse estradas ou fizesse algo que pudesse prejudicar as outras pessoas. Critica a ocupação em terras produtivas, opõe-se à corrupção que envolve a desapropriação de terras por parte do governo, e se sente um idiota, “massa de manobra”, quando é orientado pela direção a ocupar a fazenda de Mezenga (Antonio Fagundes). É um idealista. Quando consegue assentar um grupo, segue em frente, para conquistar terras para outras pessoas que não têm onde viver. Seu lema é: “Terra, sim; guerra não”. Ele acha que só merece a terra aquele que a faz produzir para si e para seus semelhantes.

Jacira (Ana Beatriz Nogueira) é a mulher de Regino (Jackson Antunes). Briga muito com o marido porque queria viver quieta, no seu pedaço de terra, criando o filho em paz. Não concorda com o ideal dele, de querer resolver o problema de todo inundo.

Judite (Walderez de Barros) é a criada de Geremias (Raul Cortez), fiel defensora da casa. Leal, respeitosa, mas muito ciumenta. Faz frente a Marieta (Glória Pires), certa de que se trata de uma vigarista, disposta a roubar o que seu patrão levou tantos anos para construir.

Ralf (Oscar Magrini) é amante de Léia (Silvia Pfeifer). Malandro fino e envolvente, vive às custas de mulheres ricas e mal-amadas. Fica com Léia porque está de olho na fortuna que receberá, em caso de divórcio. Um aventureiro simpático, mas com um fim trágico.

Olegário (Rogério Márcico) é uma espécie de gerente de Geremias (Raul Cortez) nas fazendas de café, de leite e de todo o complexo industrial que ele construiu na vida. Tem pelo patrão uma admiração profunda e jamais seria capaz de traí-lo, mas fica evidentemente esperançoso quando ele diz que está disposto a criar uma fundação ou o que quer que seja para deixar seu patrimônio para os empregados, especialmente para os que o acompanharam a vida toda. E ele é o principal deles. Entra em conflito com a chegada de Marieta (Glória Pires).

Dr Fausto (Jairo Mattos) é o advogado de Geremias Berdinazi (Raul Cortez), conhece tudo sobre seu passado. Foi seu grande aliado na tentativa de localizar o irmão, e é quem está encarregado de encontrar uma fórmula para que o “Rei do Café” não deixe suas riquezas para o governo. E, claro, considera-se um dos premiados, caso consiga. Tipo galã maduro, inteligente e de boa aparência.

Aparício / Pirilampo (Almir Sater), canta e toca viola como poucos. Figura romântica, simpática, embora um pouco estranha, é uma espécie de andarilho, com um sentimento de liberdade que já o prejudicou muito na vida. Ninguém sabe de onde veio nem para onde vai. Ele e o parceiro, Saracura (Sérgio Reis), não têm paradeiro, até que Lia Mezenga (Lavínia Vlasak) o pega pelo laço.

Zé Bonito / Saracura (Sérgio Reis) é o parceiro inseparável de Pirilampo (Almir Sater), com quem forma uma dupla que respira liberdade. Adora um rabo de saia, desde que não tenha que assumir maiores compromissos. Não sabe fazer outra coisa na vida a não ser cantar e tocar viola ou violão.

Mauriti (Francisco Carvalho) é um homem maduro, bem vivido, administrador da fazenda na qual Mezenga (Antonio Fagundes) cria gado em confinamento, a mesma que é invadida pelo grupo de sem-terra liderado por Regino (Jackson Antunes). Reza pela cartilha do patrão, e não discute suas ordens, mesmo que não concorde com elas.

Marita (Luciana Vendramini)é uma garota de programa que sai eventualmente com Ralf (Oscar Magrini) e está a par de suas reais intenções com Léia (Silvia Pfeifer).

Júlia (Maria Helena Pader) é a governanta dos Mezenga em Ribeirão Preto. Profissional competente, de muita classe, tem uma visão crítica de tudo o que acontece na casa. Ela é aquela que acaba se envolvendo, mesmo sem querer.

Lurdinha (Yara Jamra) é cozinheira e arrumadeira, cumpre todas as funções com muita competência, mas depende da ajuda de Júlia (Maria Helena Pader). Ao contrário da governanta, fala mais do que a boca. Tem uma língua ferina, mas sempre diz que “não está falando nada”. É constantemente assediada por Marcos (Fábio Assunção) e, de vez em quando, deixa isso no ar. Sabe de tudo e, por isso mesmo, é perigosa, embora não pareça.

Dimas (Paulo Coronato) é o motorista da família Mezenga. Serve a todos, quando preciso, com a mesma discrição. Nas horas vagas, lava os carros, cuida da piscina e faz pequenos reparos na casa. Está sempre de boca fechada, mas de olhos abertos. Morre de medo de ir para a rua por conta das mentiras que Léia (Silvia Pfeifer) o obriga a contar, e das verdades que Mezenga (Antonio Fagundes) insiste em saber. Vive se equilibrando para não trair nenhum dos dois.

Júlia e Dilma atacam de donos da mansão, sempre que os patrões se ausentam. Hilárias as cenas em que eles aproveitam a mordomia na ausência de Bruno e Léia.

Geraldinho (Marcelo Galdino) é um marinheiro que Marcos (Fábio Assunção) contrata para cuidar do iate que ele compra logo nos primeiros capítulos da novela, sem o consentimento do pai. Profissional muito competente, que também procura fazer o estilo “não vê, não ouve, não fala”. Mas é arrastado pelos acontecimentos, e torna-se uma peça-chave na elucidação de fatos importantes da história.

Apaixonada, Luana tenta fugir de seus sentimentos e junta-se novamente aos sem-terra. Bruno a procura e acaba pedindo um beijo a moça para guardar de lembrança. A principio ela resiste, mas acaba o beijando. Depois de outro beijo apaixonado à beira do rio, Luana promete que não fugirá mais.

À noite, sem conseguir dormir, Luana vai para o quarto de Bruno. Mesmo estranhando a presença da moça, ele acaba aceitando que ela durma ao seu lado.

Bruno diz a Zé do Araguaia que terá de resolver um problema e pede cuidados dobrados com Luana, pois ainda quer encontrá-la quando voltar à fazenda.

Luana revela a Donana que se sente rejeitada e promete a si mesma que não baterá mais na porta do quarto de Bruno. Ele pede pra moça ficar na fazenda pois gosta dela e se preocupa com ela. Para Luana, isso sua como uma declaração de amor.

Bruno pede que Luana não volte em seu quarto, mas ela não resiste. Bruno pede para que ela vá embora, chegando a se levantar da cama. Depois de muita insistência, ele confessa que a ama e os dois vão para o quarto juntos.

Dias depois, Bruno Mezenga volta de Ribeirão Preto trazendo presentes para Luana e Zé do Araguaia lhe conta que a moça estava muito ansiosa, a espera dele. É nesta hora que Bruno avisa que Luana será a dona da casa, dormirá com ele e exige que Zé e Donana a tratem com muito respeito.

Bruno diz a Luana que é melhor que eles assumam o romance, pois quer fazer dela, uma rainha, assim como ele, que é o rei do gado. Luana se recusa sem que Bruno fique chateado. Bruno e Luana transam e depois ele a leva pra casa, onde a moça sofre rejeição pelos filhos de Bruno.

Chamou a atenção na trama a relação doentia de Léia (Silvia Pfeifer) com o amante, Ralf (Oscar Magrini). Ela dá dinheiro a ele, sustentando sua vida fácil, que inclui outras amantes. Malandro fino e envolvente, Ralf está de olho na fortuna que receberá no caso de Léia se divorciar de Bruno Mezenga (Antonio Fagundes). Mas o marido desconfia da traição, põe um detetive para espioná-los e arma um flagrante; em seguida, abandona a esposa. Ralf também rompe com a amante que, desesperada, implora por seu amor. Ele a esbofeteia, dando início a uma história de violência e coerção, em que a obriga a extorquir dinheiro de Bruno e a aceitar sua vida de cafajeste. Volta e meia, Ralf a espanca.

O detetive Clóvis, contratado por Bruno, grava a conversa de Léia e Ralf. Bruno ouve parte das fitas e pede mais provas, como fotos, que não podem ser contestadas em juízo. Lia fica arrasada quando também descobre a traição da mãe, flagrando os amantes na suíte principal do iate no Guarujá.

Acompanhada por Liliana, Lia vai dormir no apartamento da mãe em São Paulo. No dia seguinte, a conversa das duas é gravada por Clóvis. Elas falam sobre drogas e Marcos, que é o pai do filho de Liliana. Clóvis consegue tirar muitas fotos e também mostra a Bruno. Ele diz que quer pegar a esposa em flagrante.

Clóvis prepara a situação e Bruno leva junto o delegado Bordon, que registra o flagrante. Léia é chamada para fazer um acordo e recebe, na separação, apenas o apartamento, o iate e 10 mil por mês como pensão. Por causa disto, Ralf começa a maltratar Léia e a bater nela.

Na hora de partir, Olegário (Rogério Márcico), que foi demitido por Geremias, depois de uma armação de Fausto, diz a Fausto que vai gastar o dinheiro que recebeu do patrão paras achar a sua verdadeira sobrinha. Fausto dá três tiros nas costas de Olegário e esconde o corpo no cafezal. Depois, vai até o escritório de Jeremias e diz que Olegário foi embora satisfeito. Quando volta ao local do crime, Fausto não encontra o corpo. Marieta começa a achar que induzir o tio a despedir Olegário, não foi um bom negócio.

Fausto não conta a ela sobre o crime e acrescenta que não há motivos para preocupação. Inconformado com o sumiço de Olegário, Geremias ordena que Fausto chame a polícia. Marieta desconfia que Fausto tenha matado Olegário, mas ele nega e diz que caso descubram que o empregado foi assassinado, a culpa cairá sobre ela. Dias depois, um grupo de trabalhadores leva o corpo de Olegário, já em decomposição, embrulhado numa lona pra Geremias. Ele ordena que levem o amigo morto para o delegado.

Um dos trabalhadores entrega ao patrão o cheque da indenização que estava nas mãos de Olegário, com uma mensagem atrás que não souberam ler. Geremias dá a notícia a Judite, Fausto e Marieta e afirma que não descansará enquanto não descobrir a verdade sobre a morte de Olegário, pois não acredita na hipótese de suicídio levantada por Fausto.

Marieta tenta conquistar o coração de Geremias mostrando-se sempre muito atenciosa e interessada na história dos Berdinazi. Geremais conta a sobrinha que foi procurado por Fausto, que confessou estar apaixonado por ela e pediu permissão para namorá-la.

Geremias afirma que faria gosto no relacionamento, pois Fausto conhece seus negócios e pode ser útil à sobrinha caso ele morra. Marieta diz que Fausto deveria tê-la procurado primeiro, mas promete pensar no assunto. Depois do jantar, Geremias deixa a sobrinha conversar com o advogado. Marieta diz que não gostou da atitude de Fausto e que ele pode colocar tudo a perder. Mas Fausto insiste que Jeremias gostou da ideia e ameaça acabar com ela caso não aceite seu pedido. Marieta não cede e avisa que ele pode ter o mesmo fim de Olegário caso continue insistindo.

Oportunista de marca maior, Rafaela sempre se dava bem em todas as suas armações. Foi fácil para ela, por exemplo, convencer Geremias de que Ra mesmo Marieta, filha de Giácomo. E também de fazê-lo tomar a decisão de torná-la sua única herdeira. Sua sorte, no entanto, começa a mudar assim que demonstra um certo interesse por Marcos Mezenga. Isto deixa o cúmplice e amante Fausto com um ciúme tão grande que ele não pensa duas vezes antes de ameaçar matá-la. O advogado afirma que se ela o abandonar ele a mata!

Com medo de que algo de mal lhe aconteça, Rafaela fica quieta por uns tempos. Sua postura, infelizmente, permite que Fausto ganhe autoconfiança e trace um novo plano macabro. Só que, dessa vez, ao contrário de quando decidiu exterminar Olegário, ele resolve incluí-la num crime que está premeditando. O advogado quer matar Geremias depois que o fazendeiro assinar o testamento passando tudo pra Rafaela.

Horrorizada, Rafaela permanece na sua, esperando uma boa oportunidade para contra-atacar. Pois isto ocorre numa tarde em que o delegado encontra o corpo de Olegário e, junto com ele, um bilhete comprometedor que entrega Geremias.

– sei o que tem neste bilhete – denuncia-se ela. – diz que eu e o Fausto somos amantes, que o senhor corre perigo de vida. Realmente Fausto se ligou a mim, porque sabia que eu era sua sobrinha. Ele matou o Olegário e pode matá-lo também... Se quiser, vou embora daqui nesse instante.

Geremias, contudo, gosta tanto da sinceridade de Rafaela que a convence de permanecer na fazenda. E ainda pede para ela continuar quietinha em seu canto, pois cuidará de Fausto a modo dele.

Marcos confessa para o senador que é pai do filho de Liliana e pede a moça em casamento, para desespero de Rosa, que odeia o rapaz. Bruno cobra uma postura do filho. Marcos diz que gosta de Liliana, a quem tem a oferecer, para reparar seu erro, o nome Mezenga e os muitos bois que herdará do pai.

Liliana comemora a notícia e a chance de conquistar Marcos. Bruno gasta o preço de aproximadamente 500 cabeças de seu rebanho para fazer a festa do casamento. Mas quando os padrinhos e os pais dos noivos já estão no altar – e o senador e Liliana na porta da igreja – o sacristão avisa para todos esperarem porque o noivo não havia chegado. Em casa, Lia apressa o irmão, que aparece na sala dizendo que o terno não ficou pronto. Apavorada com o escândalo que estar por vir, Lia tenta, sem sucesso, fazer Marcos vestir um dos vários ternos que tem. Mas ele foge gritando: "Sou filho do rei do gado, mas não sou boi para ir para o abate sem dar conta de nada. Me perdoa Liliana, mas eu não te amo".

Lia corre para igreja e avisa ao pai. Bruno anuncia que, apesar de não ter mais casamento, todos continuam convidados para a festa. Afinal, ele já havia pago as despesas do banquete.

Noite estrelada em Guaxapé, Minas Gerais. Com certeza os casais de namorados aproveitavam o clima romântico para trocarem caricias e juras de amor na praça da Matriz. Já em outro canto desta agradável cidade, mais precisamente na fazenda de Geremias Berdinazi, Marcos Mezenga de novo arrisca o próprio pescoço pelo coração de Rafaela. Pé ante pé, dribla a vigilância dos seguranças e para de frente à janela do quarto dela disposto a tudo para reconquistá-la. Mas Marcos nem imagina que irá perdê-la para seu rival, Otávio.

Espantada e feliz com a ousadia de Marcos, Rafaela permite que ele entre. Depois eles entram no carro e chegam no cafezal, onde começam a se beijar e transam no local.

Marcos pensa que eles se reconciliaram e resolve se apresentar a Geremias para avisar que pretende levar Rafaela embora dali. No meio do caminho, acaba atropelando Otávio, mas a vítima não sofre nada.

Passado o susto, Marcos procura Geremias e coloca as cartas na mesa, mas o fazendeiro avisa que a sobrinha será deserdada caso decida seguir com ele.

Mais interessada no dinheiro do que viver uma história de amor, Rafaela decide ficar com o tio e abandonar Marcos.

Zé do Araguaia traz o filho que teve com a índia Magu (Regina Dourad), para morar em sua casa, junto com Donona.

No começo, o garoto arredio, não aceita Donana como mãe, mas, no decorrer da história, dos dois vão se conhecendo melhor e nasce uma relação de muito amor. Tanto, que Donana resolve perdoar a traição do marido e aceita o fato de nunca ter conseguido gerar uma criança.

Luana está deitada na cama com olhos bem abertos, pensando na conversa de Bruno Mezenga sobre o ódio que ele sente dos Berdinazi. Ela começa a lembrar e diz que conhece este nome. De repente, Luana chora incontroladamente e diz que seu nome nunca foi Luana e sim, Marieta Berdinazi.

Ela ainda lembra que o nome do pai era Giácomo Berdinazi. Mezenga entra no quarto e percebe que Luana está delirando. Luana descobre que eles não podem mais ficar juntos e decide ir embora. Mezenga fica arrasado, mas Luana já se decidiu e não pode dar explicações.

Mezenga manda Dimas (Paulo Coronato) levar Luana embora. Ela volta para junto dos sem-terra e vai morar com Reginho e Jacira. Dimas volta de viagem e entrega a Mezenga um bilhete que Luana escrevera, onde revela que é uma Berdinazi. O rei do gado fica arrasado e sem entender nada. Mezenga fica pensando e lembra que se Luana foi mesmo uma Berdinazi, filha de Giácomo Berdinazi, então ela é sua prima em primeiro grau. Mesmo sabendo de tudo isso Mezenga queria está ao lado de sua amada. Ele fica muito mau com a perda de Luana.

Geremias afirma para Marieta e Judite que precisa arrumar uma outra coisa pra fazer, já que o médico lhe deu mais 10 anos de vida. Marieta pensa que o tio está brincando.

Para provocar Bruno Mezenga e acabar com o poderio do rei do gado, Geremias decide comprar umas terras no Mato Grosso ou em Goiás, onde vai criar gado de corte. E avisa que se em cinco anos não tiver mais bois que o chamado rei do gado, deixará de se chamar Geremias Berdinazi, provoca o fazendeiro muito decidido.

Bruno Mezenga passa pela fazenda do Araguaia, pega o avião e segue para fazenda de Pereira Barreto. Uma tempestade cai sobre a região e o avião de Mezenga pede o rumo. O piloto Mauriti (Francisco Carvalho) liga pra família, em Ribeirão Preto, preocupado com o desaparecimento do avião.

Lia vê na TV a notícia de que um avião sumiu no Araguaia e corre para o quarto do irmão. Os dois ficam desesperados. Lia avisa a mãe, que, preocupada, decide abandonar Ralf e voltar pra mansão.

Após um mês sem nenhum sinal do rei do gado, cessam-se as buscas. A tristeza se abate sobre todos, com exceção de Ralf e Geremias que comemoram a "morte" do inimigo. Marcos, que detestava a ideia de ser boiadeiro, sente muita falta do pai e resolve tomar á frente dos negócios. Ele começa a sentir remorso de nunca ter viajado para conhecer todas as fazendas do pai.

Regino dá a notícia do desaparecimento de Bruno a Luana, que entra em desespero. A sem-terra pensa em deixar o acampamento.

Marcos e Zé do Araguaia são os mais esperançosos com o aparecimento de Mezenga, já que só foi encontrado o corpo do piloto.

Ao ouvir uma conversa de Tavinho e Geremias, Marieta sente o perigo que a ronda: pode estar prestes a ser desmascarada. Na cozinha, ela revela a Judite que está cansada desse faz-de-conta, sem, no entanto, explicar as entrelinhas à empregada. Geremias escuta o final da conversa quando a sobrinha afirma que ama Marcos Mezenga.

Furioso, Geremias senta-se à mesa e ouve a revelação: Marieta diz que este não é seu nome verdadeiro e que não é filha de Giácomo Guilherme e que também não caiu de caminhão algum, nem nunca foi boia-fria. Marieta diz que seu nome é Rafaela e que é uma Berdinazi por ser neta de Bruno, irmão de Geremias e adianta que vai embora antes de ser expulsa. Ela ainda avisa que não faz mais questão da herança.

Arrependida, ela já esperava que o tio não acreditasse em sua nova história. Agora que não tem mais nada a perder, Rafaela telefona, na frente de todos, para Marcos, combinando ir a seu encontro. Geremias permite que a sobrinha cabe de gastar o dinheiro que depositou em sua conta, mas até isso Rafaela recusa e deixa o talão de cheques com Judite.

O delegado Valdir (Veneriano Ribeiro) vai conversar com Tavinho e lhe conta tudo sobre as mortes de Fausto e Olegário. O delegado revela que suspeita de Marieta, pois ela é uma falsa herdeira e tinha um caso o advogado de Geremias. Para ele, Olegário morreu como uma queima de arquivo.

Tavinho resolve se aliar ao delegado e pede dicas onde pode encontrar a verdadeira Marieta Berdinazi. A principio, Geremias não gosta do envolvimento de Tavinho com as investigações, mas acaba concordando e lhe entrega o último relatório – que fala da existência de Luana – para o filho de Olegário ler.

De tão preocupado em ajudar Zé a localizar Bruno Mezenga, Marcos se embrenha na floresta do Araguaia sem se vacinar contra a malária. Só depois de ser picado pelos mosquitos transmissores que o filho do rei do gado toma consciência do perigo. Conhecedor profundo das doenças que costumam atingir o povo da região, Zé logo constante que Marcos realmente contraiu malária. E, apesar de não contar com nenhum medicamento, procura reverter o quadro dele com algumas ervas.

Não demora muito, porém, Marcos piora bastante. Tanto que desfalece nos braços de Zé.

Zé do Araguaia e Marcos começam perder a esperança de encontrar Bruno vivo no meio da mata. Mas Luana não desanima e afirma que o encontrará vivo. Muito cansado e faminto, o rei do gado avista o rio e se arrasta até ele. As buscas recomeçam. Zé, Marcos e Luana encontram Bruno deitado na beira do rio, 12 quilos mais magro e barbado.

Marcos pensa que o pai está inconsciente e tenta ouvir as batidas do coração dele. Bruno acorda e fica feliz ao ver os amigos. Luana se atira nos braços do amado e não vê a hora de chegar em casa para tirar o atraso. Ao chegarem à fazenda os peões fazem uma festa para o patrão. Lia, Marcos e Rafaela voltam para Ribeirão Preto e deixam o pai descansando na fazenda com Luana.

Ao escutar uma conversa de Tavinho e Geremias, Marieta sente o perigo que a ronda: pode estar prestes a ser desmascarada. Na cozinha ela revela pra Judite que está cansada desse faz de contas, sem, no entanto, explicar as entrelinhas à empregada. Geremias escuta o final da conversa quando a sobrinha afirma que ama Marcos Mezenga.

Furioso, Geremias senta-se à mesa e ouve a revelação: "Não me chamo Marieta... Não sou filha do seu irmão Giácomo Guilherme. E também não cai de caminhão nenhum, nem nunca fui boia-fria na minha vida!" Marieta explica que se chama Rafaela. É uma Berdinazi por ser neta de Bruno, irmão de Geremias, entretanto já adianta que vai embora antes de ser expulsa e não faz questão de herança alguma.

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Arrependida, ela já esperava que o tio não acreditasse em sua nova história. Agora que não tem mais nada a perder, Rafaela telefona, na frente de todos, para Marcos, combinando ir ao seu encontro. Geremias permite que a sobrinha acabe de gastar o dinheiro que depositou em sua conta, mas até isso Rafaela recusa, deixando o talão de cheques com Judite.

Mata fechada, um vulto anda quase se arrastando pela vegetação. Não demora muito e aparece o rosto sofrido de Bruno que se delicia quando encontra o rio à sua frente. Nesse mesmo rio, Zé do Araguaia, Marcos e Luana descem de barco à procura dele. Não demora muito, veem um corpo estirado em uma das margens. É Bruno! A alegria é geral.

Na fazenda do Araguaia o patrão é recebido com fogos de artifício pelos peões. Donana prepara a comida preferida dele, que é devorada em instantes. E, na mesa, Bruno conta como sobreviveu dias e dias na floresta.

– Comi cobra, lagarto, raiz e até bicho de pau podre, que nem os índios. Mas foi o que me manteve vivo. Daqui pra frente, nunca mais vou ser entojado com comida. Até macaco comi! Um macaquinho que Deus me jogou lá de cima de uma árvore na hora que estava mais precisando...

O relato, covenhamos, não é dos mais agradáveis. Tanto que todo mundo sai de perto. Só Luana permanece ao seu lado, admirada.

No dia seguinte, quando os dois vão tomar um banho de cachoeira, Bruno continua sua história.

– Quando estava no meio da mata, morrendo de fome e de sede, pensava neste lugar. E abria a boca pro céu... Ficava esperando que essa água caísse na minha cara como está caindo agora. Mas só queria um pingo dela. Depois acordava e saía catando cipó d'água como quem procura um oásis no deserto. Só estou vivo, Luana, porque aprendi a sugar o orvalho da noite nas folhas das plantas. E muitas vezes choveu, e bebi as águas da chuva...

Nesse instante Bruno é calado por um beijo apaixonado de Luana, que promete compensá-los de todos os sofrimentos. Ela só não consegue encontrar coragem para revelar que está grávida.

A barriga de Luana começa a aparecer e Donana descobre que ela está grávida. Luana confessa que saiu da vida de Bruno com medo que ele a odiasse por dois motivos: por ser uma Berdinazi – já que descobriu que é a verdadeira Marieta, neta de Geremias – e por está esperando um filho dele. Apesar disso, ela conta toda verdade pro amado, Bruno.

A principio, Bruno fica completamente sem palavras, depois, pergunta o que eles irão fazer. Luana responde que está decidida a ir embora, para ter seu filho longe dali, e avisa que ele pode ficar sossegado pois não quer nada. Mas Bruno surpreende Luana, dizendo que quando disse que não queria mais ter filhos, não sabia que ela já estava grávida. Bruno diz que, agora, tem mais um motivo para amá-la e, por isso, nunca mais permitirá que vá embora. Luana concorda e se joga nos braços dele.

Suzane (Leila Lopes) é mais uma amante que Ralf conquista. Assim como Léia, Suzane também é muito rica e trai o marido com o gigolô. Quem não gosta nada desse romance é a própria Léia, que depois de trair o rei do gado, descobre que está sendo traída pelo amante sedutor. Suzane é bem mais experiente que Léia, mas que aproveita toda situação é Ralf, que sempre é mantido pelas amantes ricas, além de ser alvo dos maridos traídos.

Chiquita (Arietha Corrêa) é a arrumadeira-cozinheira que conquistou o coração do empregador, o senador Caxias (Carlos Vereza). A esposa do político, autêntica representante do madamato, amaldiçoa a moça sem parar. Mas agora é tarde. O marido só tem olhos para Chiquita. É verdade que ele faz lá seu jogo de cena, hesita, sofre, resiste a se deitar com ela. É honesto, ético demais para se entregar assim. Então vacila. Ofegante, carrega sua cruz retórica para lugar nenhum. Entre a madame e a cozinheira, como entre os sem-terra e os latifundiários, vaga atormentado entre polos que só se encontram pelos laços da exploração ou da bisbilhotice. Mas, aos poucos, vai-se deixando seduzir. Ele, que não teve prazer no casamento, talvez encontre alento na cama estreita da empregada. No fim, quer tirar casquinha. Chiquita também quer. (Eugênio Bucci – Veja/1996).

O senador conta a Chiquita que não vai se candidatar a presidente da republica como deseja seus correligionários. Ele se reúne com três departamentos e anuncia sua decisão de não aceitar a indicação de seu nome como candidato. Ele está disposto a encerrar sua carreira de político tão logo termine o atual mandato. O que poderia ser uma grande alegria para a esposa do senador, que vive reclamando da falta de atenção, acaba sendo uma enorme decepção. Rosa já sonhava em ser primeira dama, mas seu marido decide voltar a dar aulas.

Na guerra entre os Mezenga e os Berdinazi, duas empregadas conduzem a trama. Na corte dos Mezenga, a governanta Julia (Maria Helena Pader) tudo vê, tudo ouve, tudo sabe e tudo conta. Na trincheira dos Berdinazi, Judite (Walderez de Barros) gerencia as tramóias. De quebra, acolhe contente os assédios do patrão Geremias (Raul Cortez).

Julia e Judite são típicas intrometidas. Mas são indispensáveis. Enquanto servem o jantar, opinam sobre o desquite dos donos da casa ou anunciam a gravidez da herdeira. Não há suspense que não passe por elas. E a etiqueta das madames, que finge reprovar os comentários enxeridos, no fundo adora um mexerico de fogão. Assim, as domésticas acumulam poder. (Eugênio Bucci – Veja/1996).

Liliana decide viajar ao Rio por dois motivos: para tentar esquecer Marcos e para esconder de todos o filho que espera dele. Marta, a empregada do apartamento que Bruno Mezenga tem no Rio, acaba descobrindo a gravidez da moça. Liliana caba confessando, então, seu propósito em dar o filho, pois não pode voltar pra casa com a criança nos braços.

Marta (Neusa Borges) avisa pra Liliana que conseguiu alguém para cuidar do bebê que ela vai ter com Marcos. Mas os planos da moça ansiosa não darão certo, pois o destino dela está reservado ao lado de Marcos Mezenga, seu grande amor.

O delegado Valdir vai conversar com Tavinho e lhe conta tudo sobre as mortes de Fausto e de Olegário. O delegado revela que suspeita de Marieta, pois ela é uma falsa herdeira e tinha um caso com o advogado de Geremias. Para ele, Olegário morreu como uma queima de arquivo.

Tavinho resolve se aliar ao delegado e pede dicas sobre onde pode encontrar a verdadeira Marieta Berdinazi. A princípio, Geremias não gosta do envolvimento de Tavinho com as investigações, mas acaba concordando e lhe entrega o último relatório – que fala da existência de Luana –, para o filho de Olegário ler.

Geremias não aguenta mais de saudades de Rafaela. O fazendeiro admite que foi injusto com ela, ao não lhe dá oportunidade de lhe contar sua história. Além disso, fala que está disposto a levá-la a Itália, para ver de perto o tumulo de Bruno, que ela garante haver visitado várias vezes quando era criança. Mostrando-se bastante ansioso, trata também de colocar seu jatinho à disposição de Otávio, para que viaje imediatamente para Ribeirão Preto, São Paulo.

Intrigado com a possibilidade de Rafaela ser realmente neta de seu irmão Bruno, Geremias pede que Tavinho vá buscar a moça em Ribeirão Preto. Ele nega está com a consciência pesada, mas a dúvida não o deixa dormir. Para tirar a história a limpo, Geremias está disposto a ir à Itália com Rafaela. Ele lembra que um Mezenga teve a ousadia de roubar uma Berdinazi e não admite que a história se repita, caso Rafaela seja mesmo sua sobrinha.

Tavinho embarca no jatinho de Geremias e, ao chegar em Ribeirão Preto, recebe a notícia de que Rafaela está na fazenda do Araguaia.

Tavinho encontra uma aliada em Liliana, que estava na casa dos Mezenga procurando por Marcos. Tavinho percebe que Rafaela é um empecilho pra Liliana e que, por isso, a moça quer ajudá-lo. Quando Rafaela chega do Araguaia, Tavinho a convence a ir ao encontro do tio, para desespero de Marcos que fica enciumado por ela viajar sozinha com o rival.

Tavinho aceita as condições de Geremias e adota o nome Berdinazi para se casar com Rafaela. Ela, por sua vez, assume a identidade de Marieta Berdinazi. Geremias abençoa o casamento, sugerindo que o casal tenha um filho por ano. Marieta diz que não aguentaria, mas, diante da insistência do tio acaba concordando. Rafaela tenta não fraquejar, pois mão consegue parar de pensar em Marcos. Toda vez que o telefone toca ela fica apreensiva. Quando Marcos liga, Rafaela se diz ocupada e não atende, o que deixa o noivo e o tio satisfeitos. Marcos fica enlouquecido quando Liliana conta sobre o noivado de Rafaela e Tavinho e vai para Guaxapé, deixando a irmã e o pai preocupados.

Contrariando as expectativas, Marcos volta e promete ao pai não ir atrás de ninguém mas, no fundo, desistiu de viajar por não ter acreditado em Liliana,. Incentivado por Lia e Bruno, Marcos liga para Rafaela. Tavinho atende e confirma o noivado. Furioso, Marcos manda chamar Rafaela ao telefone. Ela é forçada a atender e diz a Marcos para esquecê-la, deixando-o desesperado. Ele decide ir a Guaxapé, tirar a história a limpo. Enquanto Tavinho, Rafaela, Geremias e Judite combinam detalhes da festa, Marcos pula a janela do quarto da moça, e é surpreendido por um empregado, que conta tudo para Geremias. Ele vai ao quarto de Rafaela e expulsa Marcos de sua casa, sob a mira das armas de seus capangas. Pressionada, Rafaela diz que não conhece Marcos, que é levado direto para delegacia e preso por invasão de domicilio. Marcos só é libertado de madrugada, depois de prometer ao delegado Valdir que não voltará a Guaxapé até o casamento de Rafaela. Mas Marcos está disposto a estragar a festa.

Apavorado com as ameaças de morte, Ralf pede a sua amante, Suzane (Leila Lopes) que vá embora. Mas, ela insiste em ficar e, irônica, lembra da cena em que Bruno Mezenga deu uma surra nele. Ralf chega a debochar do desaparecimento de Bruno e Suzane chega a pensar que Ralf pode ser culpado na queda do avião do rei do gado.

Quando recebe a notícia de que Bruno foi encontrado, Ralf decide mandar Léia embora. Revoltada, Léia diz que Ralf destruiu sua vida e que não vai se livrar dela enquanto estiver viva.

Ralf se muda para o apartamento de Léia e Suzane aluga o apartamento do amante. Para a surpresa de Suzane, Oreste toca no assunto, mostrando-se informado sobre os passos da esposa. Ele revela que sempre soube de seus casos, mas que só está preocupado agora porque percebe, pelo sofrimento dela, que está apaixonada, e por isso não consegue manter as aparências. Chocada, ela confessa que ama Ralf e propõe o fim do casamento. Mas Oreste diz que ela não o deixará. Suzane liga para Ralf marcando um encontro e ameaçando ir ao apartamento de Léia fazer escândalo se ele não aparecer. Ralf concorda com o encontro e mente para Léia, dizendo que tem um compromisso. Léia se propõe a acompanhá-lo e Ralf acaba revelando que ia se encontrar com Suzane, a única amante de quem não conseguiu se livrar. Quando Suzane está saindo para ir ao apartamento de Léia cumprir suas ameaças, é surpreendida com a chegada de Oreste. Tranquilo, ele sugere ser, dessa vez, o amante. Os dois se deitam e Suzane fica satisfeita com a performance do marido.

Quando Aparício vai à casa de Lia tratar detalhes do casamento, ouve quando Marcos diz que ele fez um bom negócio, pois além de se casar, ganhará dez mil cabeças de gado. Ofendido, Aparício vai embora sem esperar pela noiva. Zé Bento o leva para um bar para tentar acalmá-lo. Estranhando a ausência do noivo, Lia vai para o apartamento dele e só encontra Lurdinha. Quando já tinha desistido de esperar, a dupla chega e, sem maiores explicações, Aparício manda Lia ir embora, porque não tem boi que o compre. Sem entender o que está acontecendo, a moça vai embora e fica furiosa ao saber da trapalhada que o irmão aprontou. Ela fala com o pai, que manda chamar o violeiro para consertar a situação.

Bruno pergunta a Luana se ela lembra o nome do lugar onde nasceu. A resposta é afirmativa: Vera Cruz. No cartório da cidadezinha, o funcionário fica desconfiado, pois se recorda que a mesma certidão de nascimento foi requisitada por outra pessoa. Mas, ele acaba fazenda as dez cópias pedidas por Bruno. Ao ver as certidões, Marcos comenta que Rafaela lhe confessou que foi o Dr Fausto quem esteve no cartório para tirar a segunda via do documento de Marieta. Bruno diz ao filho que Rafaela só revelou a farsa porque sabia da existência da verdadeira Marieta e aproveitou para inventar outra história para continuar sendo uma Berdinazi. Marcos concorda e reconhece que foi tolice ir atrás dela. Bruno planeja deixar Geremias ser enganado e, depois, impedir que Rafaela ponha as mãos na fortuna do tio, já que será fácil provar que é a verdadeira sobrinha de Berdinazi.

O telefone toca no apartamento de Ralf, mas quem atende a ligação é a secretária eletrônica. E o que ouve é assustador:

– Este é apenas um primeiro aviso: afaste-se de Suzane ou seus dias estão contados – diz uma voz masculina.

Por ironia do destino, quem chega no apartamento do gigolô e escuta a mensagem é a própria Suzane. Com medo de perder o amante por causa da ameaça, ela apaga a fita. Mas uma segunda ligação é feita, e, dessa vez, a tal voz soa direto aos ouvidos de Ralf.

A suspeita mais obvia sobre o autor das mensagens recai sobre Oreste, marido de Suzane. E como Ralf está apostando todas as suas fichas em Léia, trata logo de dispensá-la assim que ela aparece atrás de uma noite de amor.

– Cai fora daqui. Tenho certeza de que teu marido quer me pegar – diz a Suzane enquanto mostra a gravação da secretária.

Apesar de Suzane alegar que Oreste viajou, e, portanto, não poderia está por trás das ameaças, Ralf prefere se garantir e a expulsa do apartamento. Mal sabem que o marido traído encontra-se nesse momento procurando alguém para eliminá-lo.

Enquanto imagina que se livrou da vingança de Oreste, Ralf arruma novo problema: o ódio de Suzane, consequência de seu desprezo. Como se isso não bastasse, Léia também já não é a mesma. Tanto que não acredita mais nas juras de amor dele. E, a sós, até deixa escapar uma frase muito suspeita:

– Ralf, Ralf... só vou te esquecer quando você estiver morto! – diz pra si mesma.

Rafaela faz qualquer sacrifício para não perder a fortuna que conquistou. Indignada com a presença de verdadeira Marieta Berdinazi, a impostora explica pra Otávio que só há uma maneira de eles não perderem o dinheiro: ela induz o apaixonado a matar Geremias. Mas Tavinho entende e a ideia passa desapercebida.

O assunto que predomina na casa dos Mezenga é o ódio que sentem pelos Berdinazi. Ao contrario do que Bruno lhe pediu, Luana, que é uma Berdinazi, não está disposta a esquecer suas raízes. Às vésperas do casamento, ela decide falar pessoalmente com Geremias Berdinazi. Derrotado, Bruno diz que se ela for, não precisa mais voltar. Luana esquece o amor que sente por Bruno, arruma as coisas, liga para o tio e pede que ele vá buscá-la.

Os Mezenga tentam de tudo para Geremias desistir da fazenda, mas ele diz que não quer o dinheiro de volta. Geremias está certo de que vai tirar toda fortuna de Bruno Mezenga. Ele manda a sobrinha jogar fora todo enxoval que Bruno comprou, mas, decidida, Luana explica que não vai poder realizar seu pedido. Entretanto, promete que o bebê não vai levar Mezenga no sobrenome.

Bruno Mezenga descobre que foi Geremias Berdinazzi quem comprou a fazenda que foi de seu avô. Revoltado, ele liga para Luana.

Rafaela liga para falar com Geremias, mas Judite a despacha com o maior prazer.

O senador Caxias (Carlos Vereza) é assassinado em uma emboscada num acampamento de trabalhadores sem-terra, no Pontal do Paranapanema, em São Paulo. Regino estava na sua companhia quando um capataz atira no peito do senador. Durante a cena, a primeira vista, deu ao telespectador a impressão de que o tiro havia sido em Regino, em seguida, a câmera mostra o senador caindo ferido no chão.

Jacira pensa em largar Regino se ele voltar a invadir terras.Bruno chega ao acampamento sem-terra. Luana se abriga numa casa de pescadores. Luana tenta ajudar Regino na roça, mas se sente mal. Regino começa a ser visto como traidor pelos outros sem-terra. Geremias diz a Rafaela que dará a ela uma fazenda em troca dela esquecer que foi ele quem atirou em Fausto.

Regino, Lupércio, Formiga e Dominguinhos são pegos numa emboscada e mortos. Jacira assume a liderança do movimento no lugar do marido, assassinado.

Leia e Marita (Luciana Vendramini) decidem abrir um negocio.

Nasce o filho de Luana e Bruno. Bruno e Luana voltam para casa com o filho. Zé do Araguaia e Donana recebem a notícia do nascimento do filho de Luana e Bruno.

Rafaela confessa que mentiu sobre ter entregue a arma a Marcos para matar Fausto. Geremias diz a Rafaela que lhe dará uma fazenda em troca de esquecer que foi ele quem atirou em Fausto.

Ralf some de circulação e suas amantes, Léia e Suzane, notam seu sumiço. Léia compra todos os jornais com esperanças de encontrar notícias do gigolô. Suzane viu tudo o que aconteceu, mas Oreste afirma que o vigarista foi deixado vivo na beira da praia, depois que tomou uma grande surra de seus capangas. Preocupada, Suzane decide ir ao apartamento de Léia para tentar obter alguma informação do paradeiro do amante. Cínica, ela chega a insinuar que Léia matou Ralf.

O detetive Clóvis chama Oreste pra conversar e conta tudo que viu acontecer com Ralf no iate. O marido traído tenta disfarçar, só que acaba caindo em contradição. Como não consegue enganar o detetive, Oreste assume que mandou dar uma surra no gigolô, mas também afirma que ele foi deixado vivo na beira da praia.

Clovis conta que acharam um corpo de um homem morto por afogamento e manda o ricaço se cuidar. Com medo, Oreste pede ao detetive que vá reconhecer o corpo. Só que Clóvis não vai ao IML. Ele liga para Léia Mezenga e pergunta por Ralf. Nervosa, ela diz não saber do paradeiro do atual marido. Clóvis pede que ela vá ao IML reconhecer o corpo. Com a intenção de proteger alguém, Léia olha o morto, fica nervosa e revela que o corpo não é de Ralf.

Marcos é acusado de assassinar Ralf. Durante o depoimento, Leia diz que não sabe se o corpo que ela reconheceu no IML é mesmo de Ralf. Marcos grita no tribunal que matou Ralf. Começam as considerações finais do julgamento. Depois, Rafaela confessa ao delegado Valdir que mentiu sobre ter entregado a arma a Marcos para matar Fausto.

O próximo a morrer é Oreste. Extremamente excitado com o conto erótico da devesa Suzane, o ricaço viaja nas fantasias sexuais, cai de prazer nos braços da esposa, não aguenta de tesão e tem uma ejaculação precoce com um orgasmo que termina num infarto fulminante.

Otávio não quer mais viver com Rafaela e desiste das fazendas de Geremias. Rafaela destrata Giuseppe e Geremias tenta anular o casamento de Otávio e Rafaela. Após brigar com Giuseppe (Emílio Orciollo Neto), Otávio abre mão de tudo, inclusive do fato de ser herdeiro de Geremias. O tio postiço fica muito triste, mas, quando lê uma carta de Tavinho, acha que foi a melhor solução. A mensagem dava a entender que Otávio sabia que Geremias matou Fausto.

O velho Berdinazi faz um novo testamento e torna Giuseppe seu único herdeiro.

Luana liga para Judite e avisa do nascimento do filho. Geremias se irrita ao saber que Luana vai colocar o sobrenome Berdinazi no filho. O fazendeiro diz que Luana não existe mais para ele.

Bruno diz que vai deixar de lidar com boi se Marcos for absolvido.

Geremias vai passar a fazenda que era dos Mezenga para Rafaela. Geremias presenteia Rafaela com a fazenda que havia comprado de Léia. Isso, obviamente, com a condição de que a megera fique bem longe de Guaxupé e nunca mais se aproxime dele. Orgulhosa como sempre, Rafaela aceita a "esmola", mas faz o seguinte comentário com Giuseppe:

– Vou transformar esta migalha numa imensa fortuna – garante. – Um dia eu terei mais dinheiro que os maledetti Mezenga e Berdinazi!

O filho de Luana, a sem-terra que representa a esperança de um mundo melhor, será o elo que vai unir Bruno Mezenga e Geremias Berdinazi. Os dois – sobrinho e tio – já descobriram que perderam muito tempo cultivando a raiva e o rancor e, agora, é o melhor momento para iniciar uma profunda transformação.

Antes do nascimento do filho de Luana e Bruno, Geremias viaja para Itália onde faz uma profunda reflexão sobre sua vida.

Geremias volta a se insinuar para Judite. Decidido a conquistar de vez o amor da fiel empregada, o fazendeiro invade o quarto de Judite e os dois dormem juntos.

Bruno quer que Marcos espere o julgamento acabar para se casar com Liliana. Luana quer visitar Jacira. Geremias e Bruno pensam em comprar a fazenda que era de seus antepassados.

Os filhos de Bruno e Luana e Marcos e Liliana são batizados. Zé Bento e Lurdinha chegam na casa de Bruno.

Do dia para noite parece que o rei do gado mudou a cabeça. Ele, que sempre foi apegado demais aos seus bois, há algum tempo vem demonstrando atitudes estranhas. Ao que tudo indica, Bruno Mezenga está disposto a dividir sua fortuna com as pessoas mais próximas.

Um exemplo disso é o presente dado ao fiel amigo Zé do Araguaia, como agradecimento pelos seus trinta anos de dedicação: 3 mil cabeças de boi.

Léia também não deixou de ser beneficiada pelo agora generoso Bruno. A pesar do mau comportamento durante toda história, ganhou o suficiente para gastar com qualquer gigolô que eventualmente possa surgir em seu caminho.

Até Aparício – um João ninguém como diria Bruno – em breve deve receber do sogro 10 mil cabeças de boi, para viver bem, ao lado de Lia.

Lia e o irmão, Marcos, serão contemplados com uma grande bolada de dinheiro e gado, muito gado!

A assanhada Lurdinha (Iara Jamra) também tem um final feliz. Após inúmeros esforços, ela consegue finalmente perder a virgindade com Zé Bentão. Ele, para alegria do público, cairá de amores por ela. Chegam a passar alguns sufoco financeiros, mas depois tudo fica bem.

Bruno vai até a fazenda que era dos Berdinazi. Corre boato de que a fazenda dos Berdinazi é mal assombrada. Judite chega à nova fazenda de Geremias. Luana chega à nova fazenda de Bruno observada pelos fantasmas da família dos Berdinazi.

Judite e Geremias terminam juntos, num romance inesperado, pontuado de ternura e cumplicidade. Numa das últimas cenas da novela, ela enche a banheira e se deita sob a espuma, cantarolando Mama bem alto. Ele se aproxima intrigado com tamanha animação e a recrimina. Ela tenta seduzi-lo, puxando-o para dentro da banheira, e ele desabada dentro d’água. Os dois se abraçam, e a câmera vai mostrando as roupas dele sendo jogadas para fora da banheira.

Bruno Mezenga encontra a medalha que foi de seu tio que morreu na guerra, e foi enterrada no cafezal da fazenda. Ele sonha com a avó mostrando a ele o lugar onde a medalha foi enterrada. Bruno vai até lá e cava um buraco até encontrar a medalha. Ele entrega a Geremias. Geremias sugere a Bruno juntar as terras dos Berdinazzi e dos Mezenga. Bruno e Luana se casam.

No final da novela, Luana e Bruno têm um filho, e ela convence o marido a registrar a criança também com o sobrenome Berdinazi. O menino é batizado como Felipe Berdinazi Mezenga.

Após muitas brigas e disputas por terras, Bruno e Geremias se reconciliam, em cenas de grande emoção. Geremias reconhece Luana como sobrinha, e as duas famílias se enlaçam, num clima de alegria e pressa de viver a harmonia sempre adiada.

Para completar a felicidade, Giuseppe (Emilio Orciollo Netto), sobrinho que Geremias desconhecia, surge no final da trama.

Na última cena, finalmente Bruna Mezenga e Luana se casam. Uma grande festa acontece na fazenda, com amigos e família como convidados. Sobre a imagem de milhões de pés de café, lavouras de soja, milho e cana de açúcar, sobe um letreiro que diz: "Deus, quando fez o mundo, não deu terra pra ninguém, porque todos os que aqui nascem são seus filhos. Mas só merece a terra aquele que a faz produzir, para si e para os seus semelhantes. O melhor adubo da terra é o suor daqueles que trabalham nela”.

Paralelamente à história romântica da primeira fase de O Rei do Gado, Benedito Ruy Barbosa fez o retrato de uma época que viveu pessoalmente. Na juventude, o autor morou em fazendas e acompanhou o recebimento do café, aprendeu a selecionar os grãos, conferir o peso, ver a amostragem das impurezas e o tempo da broca, etapas que mostrou na novela.

Reforçando o olhar cinematográfico do diretor, a novela contou com a fotografia de Walter Carvalho, um dos mais prestigiados fotógrafos de cinema do país, que já havia trabalhado com Luiz Fernando Carvalho em Renascer (1993), também de autoria de Benedito Ruy Barbosa.

Para dar o tratamento da luz na primeira fase da novela, o diretor Luiz Fernando Carvalho se inspirou em pinturas italianas, do final do século XIX até a era romântica. A intenção era captar a atmosfera dos imigrantes do interior de São Paulo na década de 1940. Segundo o diretor, em vez da luz dilacerada, de cores fortes e altos contrastes de Renascer, quando estudou pintores baianos, em O Rei do Gado a luz criava uma atmosfera mais tênue, clara, sem muitos claros e escuros. “Tinha que passar a impressão de que a luz tem cheiro, um perfume, não é ardida, não bate no rosto da pessoa, mas perfuma, como se estivesse em volta dela, e não sobre ela”, afirmou ele à época do lançamento da novela.

O Rei do Gado estreou dois meses após a morte de 19 trabalhadores sem-terra em Eldorado dos Carajás, no Pará. A reforma agrária e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) foram abordados pela primeira vez numa telenovela. O tema teve grande repercussão na mídia e na sociedade em geral.

Antonio Fagundes conta que foi prometido ao elenco um intervalo de pelo menos um mês entre as duas fases da novela. Como ele fazia o avô na primeira e o neto na segunda, engordou para o primeiro personagem e esperava perder peso até a outra fase. Mas o intervalo foi de apenas 12 horas. Segundo o ator, os sete capítulos da primeira fase levaram cerca de três meses para ficar prontos, tamanho o capricho e a dedicação da equipe.

Alguns atores se submeteram a laboratórios intensos antes da novela. Letícia Spiller e Patrícia Pillar, por exemplo, ensaiaram com a atriz e bailarina Gisela Rodrigues, professora e pesquisadora do Departamento de Artes Corporais da Unicamp, para comporem suas caboclas. Leonardo Brício, Caco Ciocler, Manoel Boucinhas e Marcello Antony também fizeram laboratórios, sob coordenação do diretor Emílio de Biase. Eles viajaram para a região de Amparo, em São Paulo, onde tiveram várias aulas com os colonos locais, aprendendo a montar, cavalgar, bater feijão e colher café, entre outras atividades, para interpretar rapazes da roça.

Stênio Garcia, Bete Mendes, Antonio Fagundes e Patrícia Pillar foram escalados para passar um tempo no Mato Grosso pesquisando a região, suas paisagens e os tipos humanos locais. Ali Stênio Garcia foi construindo seu personagem que, junto com o de Bete Mendes, tinha a responsabilidade de representar na novela o clima bucólico da vida rural brasileira. Em depoimento ao Memória Globo, o ator contou que, ao trabalhar sobre a foto de Zé das Águas – um habitante local no qual os passarinhos gostavam de pousar –, ele pôde vislumbrar um personagem já realizado. A imagem havia sido um presente do poeta Manoel de Barros ao ator.

Mais uma vez na novela, o autor Benedito Ruy Barbosa fundiu realidade e ficção, desta vez na cena do velório do senador Caxias (Carlos Vereza), que contou com a participação dos senadores Eduardo Suplicy e Benedita da Silva. A princípio reticente em fazer uma cena dentro de um caixão, Carlos Vereza acabou dormindo durante a gravação.

A caracterização de Fábio Assunção como Marcos Mezenga da novela "O Rei do Gado", levou o ator para protagonizar o maior espetáculo ao ar livre do mundo. Durante dois anos – 1997 e 1998 – Assunção viveu Jesus Cristo na encenação da Paixão de Cristo na cidade de Nova Jerusalém, interior de Pernambuco.

O Rei do Gado marcou a estreia na TV Globo de Marcello Antony, Caco Ciocler, Emilio Orciollo Neto e Lavínia Vlasak.

Emílio Orciollo Neto descreve com detalhes, como surgiu o convite para iniciar sua carreira artística na TV. Leia o relato que o ator postou em sua página na internet:

”O ano de l996 estava na USP quando tive a oportunidade de fazer um teste para a novela da Globo, Rei do Gado.

De todos meus colegas que fizeram o teste, foram selecionados, Caco, Marcelo, e eu.

Do dia do encerramento dos testes até a decisão de quem seria aprovado, foram 30 dias de muita expectativa e noites de insônia.

Nós, os selecionados, nos falávamos duas a três vezes ao dia. Você foi chamado? Eu não. E você foi ? Eu também não. Será que o Caco foi? Liga para ele e me liga! Tá ? OK! E assim sempre, até que fui chamado pelo Diretor da novela, Luiz Fernando de Carvalho, quem me comunicou que eu tinha um rosto muito jovem para o papel na novela.


Mas, que não ficasse triste, pois a novela teria a 2° fase e eu seria chamado. Arrasado, com um sentimento vazio, fui confortado pela minha família e me dediquei mais ainda aos meus estudos de Artes Dramáticas.

Achei que foi uma maneira elegante de ser descartado. O bom era que dois colegas meus da escola foram os escolhidos e já tinham até começado a gravar.

O tempo passou, chegou o Natal de 96. No dia 26/12/96, quinta-feira, eram cinco e pouco da tarde, eu estava indo para Punta del Leste, no Uruguai, com passagem já comprada para o dia 27, quando me ligaram da TV Globo do Rio, me perguntando se eu queria fazer um personagem na novela Rei do Gado, para fazer o papel de um italianinho, pois o pois o teste que eu havia feito no início do ano estava adequado para o papel, consequentemente, fui o escolhido.


Perguntaram-me também se meu passaporte estava em ordem, e se me dispunha a ir para a Itália dois dias depois, pois as gravações seriam feitas lá, e eu iria contracenar com o Raul Cortez.

É claro que sim, respondi. Então embarquei para o Rio no dia seguinte, levando o passaporte, carteira de trabalho e carteira de identidade. Não dormi à noite.

Às 6 horas estava de pé. Peguei o avião das 8:00 h e me apresentei no Projac às 10:30. Esperei o Luiz Fernando chegar, conversamos bastante.

Mandou eu cortar o cabelo, deixar barba rasa, e que eu seria o Giuseppe Berdinazzi, sobrinho neto do Berdinazzi (Raul Cortez).

Saí da sala já com o texto e fui para a produção. Lá me deram uma mala com todo o figurino que deveria usar, a passagem para Itália, e votos de Boa Viagem.

Dia 28/12/03, às 23 horas, segui para a Itália. Lá encontrei toda a equipe, fui muito bem recebido e assim começou minha carreira na grande mídia, isto é, na Televisão." – Emílio Orciollo Neto,

"O Rei do Gado" tinha a missão de trazer Gloria Pires como a principal vilã do horário nobre da Globo. Com a personagem Marieta, que na verdade se chamava Rafaela, Glória Pires entrava na novela de Benedito Ruy Barbosa a partir do capítulo 12. Mas a personagem vigarista que enganava Geremias Berdinazzi (Raul Cortez) com interesse em sua herança, acabou não acontecendo como o esperado e não correspondeu as expectativas do público, da crítica e, principalmente, da atriz, o que a deixou bem descontente com o papel.

No final, Rafaela não se deu mal, acabou herdando uma fazenda do 'tio' e foi cuidar dos seus negócios, depois de ter armando muito.

Leila Lopes viveu Suzane, outra amante de Ralf (Oscar Magrani), que assim como Léia (Silvia Pfeifer), também era milionária e traia o marido com o gigolô. "O Rei do Gado" foi a terceira novela da saudosa atriz com o autor Benedito Ruy Barbosa.

Por conta da popularidade do personagem Ralf e da boa performance de Oscar Magrini, o ator atingiu o posto de galã e, no ano seguinte, protagonizou a novela das seis "O amor está no ar".

Mara Carvalho viveu a professora sem-terra Bia em alguns capítulos de 'O Rei do Gado". Na época, a atriz era casada com Antônio Fagundes.

Regina Dourado viveu a índia Magu, que morava numa tribo indígena e teve um caso com Zé do Araguaia (Stênio Garcia) no passado, onde geraram um indiozinho. Para compor a personagem a saudosa atriz passou por uma caracterização minuciosa, o que a deixou como uma índia autentica. Era difícil perceber a atriz na personagem, de tão perfeito que ficou a caracterização somada ao grande talento de Regina Dourado.

Uma cena da telenovela causou polêmica no Senado. Na trama, o Senador Caxias faz um discurso emocionado sobre os sem-terra, e no plenário estão apenas três senadores: um cochilando, outro lendo jornal e o terceiro falando ao celular. No dia seguinte, o então senador Ney Suassuna subiu à tribuna do senado para protestar contra o que classificou como "distorção da realidade". Segundo ele, a cena induzia a população a acreditar que não havia senadores honestos no país.

Em 6 de setembro de 1996, ao fazer campanha com Luiza Erundina em São Paulo, Luiz Inácio Lula da Silva, que havia emagrecido na época 18 kg, foi apelidado por militantes de O Rei do Gado, título da telenovela da Rede Globo. O petista usava um chapéu e um blusão de couro. Fonte: Nova imagem Folha de São Paulo UOL (7 de setembro de 1996).

Em outubro de 2006, o presidente da Rede Bandeirantes, Johnny Saad, em entrevista à Folha de São Paulo, declarou ter ouvido de países vizinhos problemas com as telenovelas brasileiras, seja em razão do excesso de "tempero", seja de determinados vírus ideológicos. Questionado sobre estes vírus ideológicos, ele respondeu citando como exemplo a trama global: "Vários. Pega o "Rei do Gado" [1996/97]. O que foi glamourizado? O que saiu do noticiário e entrou na dramaturgia? O MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]. Lembra que o [senador petista Eduardo] Suplicy entrou na novela? Procure ver aonde foi a novela [a mais de 30 países, entre eles Cuba e Argentina]. Vi muito país dizer "Não quero". A TV aberta no mundo é muito conservadora. Só não é aqui [no Brasil], onde você vê muito tema com o qual se incomoda por estar com seu filho na sala. Se é menina, então, fica mais grilado. Mas com menino também".

O Rei do Gado foi satirizada pelo Casseta & Planeta, Urgente! com três títulos: O Rei Drogado, O Rei Cagado e O Rei do Galho, como o grupo fazia com todas as telenovelas do horário nobre da emissora. Na Rádio Jovem Pan, o imitador Ciro Jatene não deixou barato: Satirizou a novela com o título O Rei Tardado, chegando a lançar um CD com os "capítulos" da radionovela.

Para as gravações de O Rei do Gado, foram utilizados pelo menos cinco polos de produção: Itapira, Ribeirão Preto e Amparo (SP), Guaxupé (MG) e Aruanã (GO) – por onde se espalhavam as fazendas usadas como locação –, além do Projac, onde ficavam os estúdios e a cidade cenográfica construída para a novela.

A reconstituição das cenas de batalha da Segunda Guerra Mundial, exibidas na primeira fase da história, foi feita com cerca de 300 figurantes, na cidade de Craco, uma das regiões mais pobres da Itália. As cenas foram filmadas em película 16mm.

Na Itália, também foram feitas algumas sequências em Guardiã Perticara e no monumento dos pracinhas brasileiros, na Toscana.

Luiz Fernando Carvalho dirigiu sozinho toda a primeira fase de O Rei do Gado. Na segunda fase, dividiu o trabalho com Carlos Araújo, Emílio di Biasi e José Luiz Villamarim.

A maquiagem dos atores da primeira fase de O Rei do Gado mereceu atenção especial. Para caracterizar os personagens, imigrantes trabalhadores da terra, queimados pelo sol e endurecidos pelo tempo, a equipe supervisionada por Isabel Arbizu fez um curso com Ve Neill, maquiadora de Hollywood, indicada ao Oscar pela maquiagem de Jack Nicholson no filme Hoffa (1992), de Danny DeVito. Fotos em close dos atores, com todas as medidas necessárias, foram enviadas à maquiadora que, em seguida, veio ao Brasil para treinar as profissionais da novela com o material que seria usado.

A sede da maior e mais querida fazenda de Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) foi construída na cidade cenográfica, no Projac. Era, até então, a maior casa já feita pelo cenógrafo Raul Travassos, idealizada para gravações externas e internas. A sede contava com dois pavimentos de 600m² de construção. Só as paredes eram cenográficas, mesmo assim ganharam revestimento de argamassa. O chão era de pedra e tijolo, as vigas de maçaranduba, o teto de pau do mato e eucalipto, e portas e janelas foram feitos com madeira de demolição.

As paisagens bucólicas da região do Araguaia, onde ficava uma das fazendas de Bruno Mezenga, encantaram os telespectadores. A área é formada por ecossistemas típicos do Pantanal, da Floresta Amazônica e do Cerrado, abrigando extensa diversidade de flora e fauna.

O Rei do Gado recebeu o Certificado de Honra ao Mérito no San Francisco International Film Festival, concorrendo com 1.525 produções de 62 países.

A primeira fase da novela, considerada um dos grandes momentos da teledramaturgia brasileira, e cujos sete capítulos mostravam a decadência do ciclo do café e a participação do Brasil na II Guerra Mundial, foi transformada pela Divisão Internacional da Rede Globo na minissérie Giovanna e Henrico. A obra foi selecionada como hors-concours no Festival Banff, do Canadá, entre 720 produções de 38 países.

O Rei do Gado conquistou excelentes índices de audiência e ganhou o Troféu Imprensa de melhor telenovela.

O Rei do Gado estreou com pico de audiência de 55 pontos e média de 51 pontos, cerca de 7 milhões de telespectadores na Grande São Paulo. A média mensal foi de 52 pontos no Ibope, o equivalente a 4,2 milhões de telespectadores na Grande São Paulo, com cada ponto equivalente a cerca de 80 mil telespectadores. A audiência de O Rei do Gado não foi das melhores, quando comparada com o Ibope de antigos sucessos das oito na Rede Globo como foram as audiências mensais de Renascer (de 58 a 63 pontos) e Fera Ferida (58 pontos). O Rei do Gado, no entanto, teve a melhor performance entre as exibidas desde meados de 1994, superando os índices de O Dono do Mundo (47 pontos), Explode Coração (entre 43 e 53 pontos) A Próxima Vítima (entre 45 e 53 pontos) e Pátria Minha, (de 44 e 48 pontos). Durante os capítulos em que o personagem Ralf, foi assassinado, a trama atingiu 57 pontos. Um outro índice do Ibope, o Audiência Domiciliar por Programa, que é semanal, revela que O Rei do Gadoatingiu seu pico entre 23 e 29 de setembro de 1996, quando Bruno Mezenga reapareceu, após sofrer acidente de avião no Araguaia. Naquela semana, a telenovela teve média de audiência de 58 pontos. Em seu último capítulo, registrou 60 pontos.

Na semana de 5 a 11 de agosto de 1996, na Grande Rio, a telenovela atingiu 48% de audiência, o que equivale a 1.189.000 domicílios.

Foi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo entre 15 de março e 13 de agosto de 1999, em 110 capítulos, substituíndo Quatro por Quatro e sendo substituída pela sua mesma sucessora original A Indomada.

Na casa dos 25 pontos no Vale a Pena Ver de Novo, O Rei do Gado chegou a ter mais audiência que a então novela das seis, Pecado Capital. Em 13 de maio de 1999, O Rei do Gado registrou média de 30 pontos no Ibope, novamente com audiência maior do que a quinta temporada de Malhação e da posterior novela das seis da época, Força de um Desejo.

Foi reapresentada na sessão do Canal Viva entre 9 de fevereiro de 2011 e 28 de novembro de 2011, em 209 capítulos, substituíndo Por Amor e sendo substituída por Barriga de Aluguel.

Volta a ser reapresentada na sessão Vale a Pena Ver de Novo a partir de 12 de janeiro de 2015, juntamente com as duas últimas semanas de Cobras & Lagartos. Em 26 de janeiro, ocupa integralmente a faixa.

Argentina, África do Sul, Canadá, Cuba, Grécia, Nicarágua, Noruega, Polônia e Rússia foram alguns dos mais de 30 países que exibiram O Rei do Gado.

A música de abertura da novela "O Rei do Gado" – cujo título também é o mesmo da novela – fez muito sucesso por conta da trama de Benedito Ruy Barbosa. Muita gente ficou curiosa pra saber quem cantava, alguns sabendo que se tratava da banda Orquestra da Terra. Mas quem era mesmo o cantor? Mesmo com o grande sucesso da música, anos depois, seu intérprete/compositor não ficou muito conhecido, mesmo com toda fama. Se trata de Nil Bernardes, um nome bastante conhecido no meio artístico, principalmente no musical. Em 1983, Nil Bernardes conheceu através do empresário Paulo Ricardo Cunha o ator Orival Pessini - criador do boneco Fofão - com quem faria uma parceria musical e de trabalhos, culminando com apresentações nos shows da Turma do Balão Mágico e Fofão e depois nos shows do Fofão e sua Turma.

Em 1989 lançou um LP pela gravadora Esfinge. Em 1992 venceu o 2° Festival Rímula de Músicas Regionais com a canção Sinfonia Sertaneja (Nil Bernardes/ Chico Valente), ganhando também o prêmio de melhor intérprete. Em 1993 gravaria pela San Francisco um LP cujo sucesso foi a música Raio de Sol.

Em 1995, juntamente com Luiz Schiavon e Marcelo Barbosa, trabalhou no projeto musical da novela O Rei do Gado culminando com a formação do grupo Orquestra da Terra, intérprete do tema de abertura da novela que foi ao ar em 1996 pela Rede Globo de Televisão.

Vale lembrar que Nil Bernardes também teve uma carreira bem longa fazendo trabalho pro desenho animado “Pokémon”, com canções em muitas aberturas. Para desenhos e animes, ainda foi responsável por adaptar a abertura da quarta temporada de “Digimon” e em “El Hazard”.

Atualmente, o trabalho musical de Nil Bernardes é visto na banda "Domingão" do programa de Fausto Silva na Globo.

A trilha sonora de "O Rei do Gado", o maior sucesso fonográfico de 1996, vendeu mais de 1 milhão de cópias em menos de um mês, número que duplicou em pouco tempo, fazendo com que a Som Livre lançasse o volume dois da trilha. A dupla sertaneja da novela, Pirilampo (Almir Satter) e Saracura (Sérgio Reis) fez tanto sucesso que Benedito Ruy Barbosa, o autor, teve que escrever cenas adicionais.

Juntos, os dois CDs garantiram a maior vendagem de cópias de trilhas sonoras até então – 2,2 milhões. “Não tenho nenhuma explicação para o sucesso. Se soubesse a fórmula, todos os nossos discos alcançariam resultados semelhantes”, esclarece João Araújo.

Como se trata de uma novela rural, a grande maioria das músicas, foram hits nacionais com uma parcela maior para músicas sertanejas. Salva a algumas exceções como a internacional "The Woman In Me (Need The Man In You)" na voz de Shania Twain e que foi tema de Rafaela (Glória Pires) e Marcos Mezenga (Fábio Assunção).

Outra curiosidade na primeira trilha sonora de "O Rei do Gado", foi a música "Glory of Love" do Peter Cetera. O hit foi tema romântico de Bruno Mezenga (Antônio Fagundes) e Luana (Patrícia Pillar), só que sua origem é de 1987 e havia sido um dos temas internacionais de outra novela da Rede Globo: "Hipertensão".

"À Primeira Vista" na voz de Daniela Mercury, estourou na novela e nas rádios de todo Brasil, se tornando uma das grandes febres musicais daquele ano. A música é uma canção escrita por Chico César e gravada originalmente em 1996 por Daniela Mercury para Feijão com Arroz, seu quarto álbum solo. Produzida por Alfredo Moura e lançada como o primeiro compacto simples do álbum, a canção também fez enorme sucesso em Portugal, tornando-se um dos maiores sucessos da carreira da cantora desde "O Canto da Cidade". Apesar disso, nenhum videoclipe foi filmado. Parte do sucesso de "À Primeira Vista" se deve ao fato de ter integrado a trilha sonora de "O Rei do Gado", onde foi o tema do casal Marcos, interpretado por Fábio Assunção e Liliana, interpretada por Mariana Lima. A canção também é reconhecida por citar os artistas Salif Keita e Prince. De acordo com a revista Veja, Elba Ramalho e Zizi Possi estiveram interessadas em gravar a canção.

"La Forza Della Vita" foi uma canção em italiano gravada por Renato Russo, ainda em vida e durante a carreira solo do antigo vocalista da banda "Legião Urbana". Vale lembrar que a mesma canção, foi gravada em português brasileiro por Selma Reys em 1993 – três anos antes – para ser tema de Patrícia França como Claudia na novela das seis "Sonho Meu". Renato Russo faleceu no dia 11 de outubro de 1996, às 01h15 da madrugada, em consequência de complicações causadas pela AIDS (era soropositivo desde 1989, mas jamais revelou publicamente sua doença).

" Admirável Gado Novo", na voz de Zé Ramalho, é uma canção com origem em 1979 que voltava com toda força em 1996 pra ser tema do núcleo dos sem-terra da novela "O Rei do Gado"; precisamente explorada nas cenas de Regino (Jackson Antunes). É uma música que cita, de forma subjetiva, várias ideias contidas nos livros Admirável Mundo Novo, a obra mais famosa do escritor britânico Aldous Huxley, e 1984, de George Orwell. O gado referente na canção é o povo brasileiro, que apesar de manipulado facilmente por políticos e pela mídia, nunca perde a alegria de viver.

"Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo", música de Roberto Carlos regravada por Roberta Miranda, foi uma das mais populares daquele ano e que também estourou nas rádios de todo Brasil. A música foi tema de Léia (Silvia Pfeifer) chorando de amor pelo gigolô Ralf (Oscar Magrini).

Não tem como falar da trilha sonora de "O Rei do Gado" sem mencionar "Correnteza" de Djava. A música foi tema de Luana (Patrícia Pillar).

A dupla Pirilampo e Saracura, respectivamente vividos pelos cantores Almir Sater e Sérgio Reis, assinou sete das 12 canções da segunda trilha.

Trilha Sonora 1















1. "Rei do Gado" - Orquestra da Terra (tema de abertura)
2. "Coração Sertanejo" - Chitãozinho & Xororó (tema de Bruno Mezenga)
3. "Admirável Gado Novo" - Zé Ramalho (tema do núcleo dos sem-terras)
4. "La Forza Della Vita" - Renato Russo (tema do senador Caxias)
5. "Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo" - Roberta Miranda (tema de Léia)
6. "Correnteza" - Djavan (tema de Luana)
7. "À Primeira Vista" - Daniela Mercury (tema de Liliana e Marcos)
8. "Sem Medo de Ser Feliz" - Zezé Di Camargo & Luciano (tema de Ralf)
9. "Doce Mistério" - Leandro & Leonardo (tema de Lia e Pirilampo)
10. "Vaqueiro de Profissão" - Jair Rodrigues (tema de Zé do Araguaia)
11. "The Woman In Me (Need The Man In You)" - Shania Twain (tema de Rafaela e Marcos)
12. "O Que Vem a Ser Felicidade" - Orlando Morais (part. esp. Dominguinhos (tema de Rafaela)
13. "Cidade Grande" - Metrópole (tema geral)
14. "Caminhando Só" - Evara Zan (tema geral)
15. "Glory of Love" - Peter Cetera (tema de Bruno Mezenga e Luana)

Trilha Sonora 2















1. "Cabecinha no Ombro" - Pirilampo e Saracura (tema geral)
2. "Mia Gioconda" - Chrystian & Ralf (part. esp. Agnaldo Rayol) (tema de Jeremias Berdinazzi)
3. "Pirilume" - João Paulo & Daniel (tema geral)
4. "No Fim do Asfalto" - Orquestra da Terra (tema geral)
5. "Cortando Estradão" - Pirilampo e Saracura (tema geral)
6. "Vagabundo" - Pirilampo e Saracura (tema de Geral)
7. "Sia Mariquinha" - Dominguinhos (tema geral)
8. "Brasil Poeira" - Pirilampo e Saracura (tema geral)
9. "Boiadeiro Errante" - Pirilampo e Saracura (tema geral)
10. "Travessa do Rio Araguaia" - Pirilampo e Saracura (tema de geral)
11. "Você Vai Gostar" - Pirilampo e Saracura (tema geral)
12. "Rei do Gado" - Pirilampo e Saracura (tema geral)

A abertura foi mostrava várias imagens do gado, correndo pelas fazendas brasileiras ao som de "Rei do Gado" por Orquestra da Terra.

Uma Novela de Benedito Ruy Barbosa
Colaboração: Edmara Barbosa e Edilene Barbosa
Direção: Luiz Fernando Carvalho, Carlos Araújo, Emílio di Biasi e José Luiz Villamarim
Direção de núcleo: Luiz Fernando Carvalho

ELENCO
Antônio Fagundes- Bruno Berdinazzi Mezenga/ Antonio Mezenga (1ª fase)
Glória Pires- Rafaela Berdinazzi
Patrícia Pillar- Luana Berdinazzi
Letícia Spiller- Giovanna Berdinazzi
Marcello Antony- Bruno Berdinazzi
Leonardo Bricio- Enrico Mezenga
Manuel Boucinhas- Giácomo Guilherme Berdinazzi
Tarcísio Meira- Giuseppe Berdinazzi
Eva Wilma- Marieta Berdinazzi
Cláudio Corrêa e Castro- Tony Vendacchio
Raul Cortez- Geremias Berdinazzi
Fábio Assunção- Marcos Mezenga
Carlos Vereza- Senador Roberto Caxias
Vera Fischer- Nena Mezenga
Mariana Lima- Liliana Caxias
Stênio Garcia- Zé do Araguaia
Lavínia Vlasak- Lia Mezenga
Bete Mendes- Donana
Sílvia Pfeifer- Léia Mezenga
Jackson Antunes- Regino
Ana Beatriz Nogueira- Jacira
Walderez de Barros- Judite
Ana Rosa- Maria Rosa Caxias
Sérgio Reis- Zé Bento (Saracura)
Almir Sater- Aparício (Pirilampo)
Caco Ciocler- Geremias Berdinazzi (jovem)
Jairo Mattos- Fausto
Rogério Márcico- Olegário
Oscar Magrini- Ralf
Iara Jamra- Lurdinha
Chica Xavier- Freira
Luciana Vendramini- Marita
Maria Helena Pader- Júlia
Amilton Monteiro- Detetive Clóvis
Paulo Coronato- Dimas

Direção de fotografia: Walter Carvalho
Gerência de produção: Carla Mendonça
Assistência de direção: George Moura
Produção de elenco: Frida Richter
Assessoria lingüística para italiano: Maria Cecília Casini
Desenvolvimento da expressão corporal: Graziela Rodrigues
Coordenação de produção: Fabio Alexandre e Rosi Escobar
Produção de base: Mariângela Gianotti e Adriana Brockmann
Equipe de produção: Silvano Fernandes e César Augusto
Auxiliar de produção: Luiz Jovita
Produção na Itália: Ricardo Pereira e Silvia Bernuzzi
Digitadora: Adailza Alvim
Continuidade: Lucia Fernanda, Virginia Marinho e Ana Lucia Evangelista
Edição: Ronaldo Ferreira, Manoel Jorge e Paulo Henrique
Direção de arte: Yurika Yamasaki
Equipe de produção de arte: Patrícia Abreu, Isabel Gouveia e Moa Batsow
Equipe de figurino: Maruja Girelli, Gaya, Jorge Tharso e Maria Salles
Supervisão de caracterização: Isabel Arbizu
Assessoria de caracterização: Ve Nell
Equipe de maquiagem: Rica Otsubo (primeira fase), Alaíde Carvalho, André Ricardo e Adriana Peçanha
Equipe de cabeleireiras: Maria Solange de Oliveira, Rita de Cássia Queiroz, Maria Inês, Layde Ferreira e Neuma Caldas
Camareiros: Naná, Marcos França, Ângelo Fintelmann, Jorge Lima, Neide Cruz, Raimunda Nasaré e Heliana Lourenço
Supervisora de guarda-roupas: Solange
Cenários e cidade cenográfica: Raul Travassos
Equipe de cenografia: Mônica Welker, Hugo Celso , Kun Tsun Te e Ana Maria Mello
Gerência de projeto: Douglas Araújo (locações externas), Cláudio Sodré (cidade cenográfica) e Francisco A. N. Netto (cenários de estúdio)
Cenotécnicos: Gerlado Fonseca e Antônio Carlos P. da Silva
Equipe de contrarregra: Jorge Olimpio, roberto Malvino, Eduardo Rangel e Archimedes Simões
Contrarregra de montagem: Josias Guimarães, Alexandre F. da Silva, Carlos Teixeira da Silva, amaro Couto da Silva e Edson Souza (almoxarife)
Contrarregra de rua: Willian Amaral e roberto dos Santos
Contrarregra de veículos: Roberto Carlos Pereira Moreira
Almoxarife: Edson Vieira
Supervisão de operações: Marcos Senna
Gerência de operações: Celso Araújo
Câmeras de externa: J. Passos e Edílson Gianchetto
UPP1: Ilton Carzo, Luna Cassiu e altino Firmino
UPP 4: M. Tibúrcio, Carlos Roberto, C. Schuchardt e adail dos Santos
UMI: Eli Lourenço e S. Braga
Gerador: Vanderlei S. Vieira
Assistente de estúdio: José Canavez
Iluminação: Francisco Carvalho e Daniel J. Santos
Direção de imagem: Milton Valinho
Produção musical: André Sperling
Direção musical: Mariozinho Rocha
Direção de produção: Ruy Mattos


Fontes:
ARQUIVO MUNDO NOVELAS
Rede Globo
Wikipédia
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