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domingo, 20 de outubro de 2013

O CRAVO E A ROSA (VAMOS RECORDAR)

“O Cravo e a Rosa” é uma novela de Walcyr Carrasco e Mário Teixeira com a colaboração de Duca Rachid, e dirigida por Amora Mautner, Ivan Zettel e Vicente Barcellos com direção geral de Walter Avancini e Mário Márcio Bandarra. Núcleo de Dennis Carvalho. Produzida e exibida pela Rede Globo, às 18, de 26 de junho de 2000 a 9 de março de 2001, em 221 capítulos.

“O Cravo e a Rosa” mistura amor e humor. Inspirada no romance “a Megera Domada” de William Shakespeare, e com algumas referencias da novela “O Machão” de Ivani Ribeiro, a trama Global mostra os diferentes caminhos da paixão numa época de intensa transformação como a dos anos de 1920.

Adriana Esteves foi a estrela maior desta comédia, vivendo a decidida Catarina. Ao lado da atriz, brilharam outros nomes como Eduardo Moscovis, Leandra Leal, Drinca Moraes, Maria Padilha, Ney Latorraca, entre outros.

“O Cravo e a Rosa” é ambientada na São Paulo dos anos 1920 e narra o tumultuado romance entre o rude caipira Petruchio (Eduardo Moscovis) e a geniosa Catarina (Adriana Esteves), moça com ideias feministas, filha mais velha do banqueiro Nicanor Batista (Luís Melo).

Julião Petruchio é dono da fazenda Santa Clara, onde fabrica queijos para vender na cidade. Ele herdou a propriedade do pai em condições precárias, e luta para mantê-la funcionando, apesar de seu trabalho duro mal dar para saldar suas dívidas. Já nos primeiros capítulos da novela, ele pede um empréstimo ao tio, Cornélio Valente (Ney Latorraca).

Na fazenda de Petruchio também vivem Calixto (Pedro Paulo Rangel), antigo criado da casa, que é como um pai para o fazendeiro, o que não impede que seja chamado de “asno” durante os acessos de fúria do patrão; Neca (Ana Lúcia Torre), uma criada esforçada, sempre às turras com Calixto; e Lindinha (Vanessa Gerbelli), sobrinha de Calixto, moça bonita e sem estudo, criada desde pequena na fazenda.

Lindinha é apaixonada por Petruchio, que a trata como irmã. Para conquistá-lo, Lindinha é capaz de qualquer golpe baixo. A jovem é o amor da vida de Januário (Taumaturgo Ferreira), um caipira ingênuo e de bom caráter, cuja única companhia é uma porquinha de estimação a quem ele trata como filha. Lindinha o humilha sempre que possível.

Lindinha é a jovem vilã da história. Bonita, faz o gênero doce e angelical, mas é sonsa. Vive tramando por trás. Quer ver Catarina (Adriana Esteves) longe, mas se faz de amiga. Sobrinha de Calixto (Pedro Paulo Rangel), foi criada na casa de Petruchio (Eduardo Moscovis), com quem sonha se casar. Sabe que Januário (Taumaturgo Ferreira) é apaixonado por ela, e usa o rapaz para armar situações contra o amor de Catarina e Petruchio.

Catarina, por sua vez, é uma jovem muito temperamental, conhecida por botar todos os pretendentes para correr, a ponto de ganhar dos rapazes o apelido de “Fera”. Rica, bem-educada e afinada com a causa do feminismo que começa a ganhar repercussão na sociedade paulistana, ela está convencida de que homem nenhum presta, e diz que nunca se casará. É virgem como as amigas feministas Lourdes (Carla Daniel) e Bárbara (Virginia Cavendish).

Quem mais sofre com a atitude de Catarina é sua irmã mais nova, Bianca (Leandra Leal), moça meiga e romântica que sonha em encontrar um grande amor. Para seu azar, Batista, seu pai, é um conservador que só consente que ela se case depois que a filha mais velha o faça. O banqueiro arranja inúmeros pretendentes para Catarina, mas ela despreza todos. Um deles é o jornalista Serafim (João Vitti).

Nicanor Batista (Luís Melo) é Pai de Catarina (Adriana Esteves) e Bianca (Leandra Leal). Homem sério e muito rico, que deseja ser prefeito de São Paulo. Representa a moral da época, pois é um conservador. Mas tem vida dupla. Mantém, há dez anos, outra família que não a oficial, sem que uma saiba da outra. É às escondidas que visita Joana (Tássia Camargo) e os filhos, Jorge (João Capelli) e Fátima (Thaís Müller), fingindo-se de caixeiro-viajante. E está prestes a começar uma terceira família, com a cocotte Kiki (Rejane Arruda). Dificilmente resiste ao gênio de Catarina. Sofre de gastrite, e é graças às pontadas no estômago que consegue controlar a filha: a cada vez que ela desobedece, diz que está passando mal.

O que parecia impossível começa a se desenhar quando a mulher de Cornélio, a dissimulada e ambiciosa Dinorá (Maria Padilha), decide pôr as mãos no dinheiro do banqueiro Batista arranjando um casamento entre a doce Bianca e seu irmão, Heitor (Rodrigo Faro). O rapaz é um esportista bon vivant e mau-caráter que, assim como a irmã e a avó Josefa (Eva Todor), vive às custas do cunhado Cornélio.

Heitor (Rodrigo Faro) é filho de Josefa (Eva Todor), irmão de Dinorá (Maria Padilha). Bonitão, esportista, participa de regatas onde é sempre o campeão. Gosta da noite, e frequenta casas noturnas. Só não gosta de trabalhar. Decidiu se casar com Bianca (Leandra Leal) para viver a vida boa, com o dinheiro do sogro, Batista (Luís Melo). Tenta fazer-se de romântico e, inicialmente, Bianca acredita que ele é o homem de seus sonhos. Para conquistá-la, pede a Edmundo (Ângelo Antônio) que escreva poemas em seu nome.

Para concretizar seu plano, Dinorá entrega a dívida de Petruchio com Cornélio ao agiota Normando Castor (Cláudio Corrêa e Castro). Quando o agiota cobra a dívida e exige a fazenda como pagamento, Dinorá sugere ao fazendeiro que seduza Catarina, case com ela e depois use o dinheiro da esposa para pagar a dívida.

Batista festeja ao saber que Catarina resolveu subir ao altar para ajudar a irmã, Bianca, que pensa está muito doente. Mas a fera faz exigências. Quer escolher o noivo, que poderá ser um desconhecido. Ele só precisa obedecê-la e nunca cantar de galo. A moça começa a ditar regras para o pai, exigindo um automóvel de presente para que possa ir e vir como bem entender. Batista concorda, mas não sabe como providenciar os documentos para o casamento se não tem o nome do noivo.

A notícia se espalha, porque Mimosa liga para Heitor, que coloca Dinorá em ação. Ela telefona para Serafim contando a novidade. A amiga lembra à fera que o escolhido tem de ser um carneirinho como Conrélio. Logo depois, Catarina desce do quarto e anuncia na frente de todos que resolveu dar uma chance a Serafim.

Cornélio Valente(Ney Latorraca) é marido de Dinorá (Maria Padilha) e tio de Petruchio (Eduardo Moscovis). Vive de renda. Submete-se a tudo o que a mulher quer. Engraçado, tímido, cordeirinho, que morre de medo da brava Dinorá. Cuida da gata da sogra, Josefa (Eva Todor), embora tenha alergia a gatos. Tem um envolvimento com Dalva (Bia Nunnes), e ajuda Edmundo (Ângelo Antônio) a conquistar Bianca (Leandra Leal).

Josefa (Eva Todor) é a mãe de Dinorá (Maria Padilha) e Heitor (Rodrigo Faro). Rabugenta, faz o tipo da sogra malvada. Vive denunciando à filha as pequenas falhas do genro, Cornélio (Ney Latorraca). Está ao lado de Dinorá em tudo, e contra o genro sempre. Tem um passado duvidoso.

Desesperado, Petruchio aceita a sugestão de Dinorá e começa a fazer a corte a Catarina, fingindo-se de submisso e pateta, e deixando que ela o manipule à vontade. Após muita resistência e alguns embates, Catarina aceita se casar com ele para se livrar da pressão do pai e ajudar a irmã. A vida de casados, porém, é um inferno, já que os dois são extremamente geniosos. Catarina tem frequentes crises de cólera, durante as quais atira na cabeça de Petruchio tudo o que encontra. Com o tempo, ela começa a perceber as qualidades do marido e se apaixona por ele. Petruchio também se apaixona, mas nenhum dos dois dá o braço a torcer.

As desavenças entre o machão e a feminista parecem intermináveis. Sobretudo depois que Catarina manda Petruchio para a cadeia após a primeira investida dele. Nesse momento, todos pensam que o romance dos dois estaria fadado ao fracasso.

Mas o fazendeiro turrão dá a volta por cima. Um belo dia ele é convidado pelo tio, Cornélio, para uma visita. E, ao chegar lá, causa outra terrível confusão, só que dessa vez se dá bem.

Sua tia, Dinorá, havia programado um encontro de Catarina com Serafim para aproximá-los ainda mais. A moça vai à reunião para saber de novidades sobre a publicação de seus artigos na Revista Feminina, editada por Serafim.

Como Petruchio chega antes, Dinorá o desacata e ele resolve ir embora. Porém, ao sair, dá de cara com Catarina, que se revolta com a amiga por não tê-la avisado da presença do fazendeiro falido. Eles discutem e logo chega Serafim.

Mesmo sem assumir o ciúme que sente de Catarina, Petruchio diz que, se o jornalista é amigo de seu “favo de mel”, também é seu amigo, e engata numa conversa com ele.

Revoltada ao constatar que seu plano de casar Catarina e Serafim está indo por água abaixo, Dinorá quer matar o sobrinho inconveniente e jura vingança.

Depois de ceder e decidir se casar para tirar a irmã Bianca da pressão, Catarina causa espanto em todos. Ao invés de trocar alianças com Serafim, a primogênita de Batista escolhe o fazendeiro Petruchio para subir ao altar com ela. Essa atitude expõe o pai – futuro candidato a prefeito da cidade – ao vexame, já que ele havia espalhado a notícia de que teria domado a fera e o genro seria o jornalista e não o fazendeiro falido.

O que ninguém sabia é que a moça aprendeu a dirigir com Serafim, mas dava voltas de carro com Petruchio todas as tardes. E o rapaz nunca se importou com o fato de a mulher dirigir o carro. Assim, a paixão e o desejo entre os dois só aumentaram. O casamento é fruto desse sentimento. Porém, nenhum dos dois admite o amor que sente. Mesmo casados, continuam travando brigas terríveis, na maioria das vezes por bobagens, só para provar quem é mais poderoso.

Catarina fica furiosa a ver Petruchio chegar meia hora atrasado na cerimônia de casamento, e ainda por cima, mal vestido. Quando o casal, enfim, dizem o “sim”, ouve-se um suspiro de alívio na igreja. Depois da festa, Petruchio tem que carregar Catarina para casa. Ela se debate tanto no carro que a metade final da viagem tem que ser feita a pé e de jumento.

Logo após o casamento, a caminho da propriedade de Petruchio, Catarina começa a penar. De cara, o fazendeiro finge um defeito no carro, o brigando-a a viajar dois quilômetros montada num jumento. Num dado instante ela cai, se lambuza de lama e entorta o salto do sapato. Já instalada, a espevitada reclama da comida e o marido os empregados trancarem a dispensa. No dia seguinte, morta de fome, a fera aceita um pedaço de cebola de Lindinha, sem saber da intenção da empregada, que é evitar que ela beije o patrão. Banho, só frio. E roupas, Catarina tem de lavar, porque o grosseirão “esqueceu” o enxoval dela. Todas essas maldades tem motivo: ela se recusa a dormir ao lado de Petruchio e o matrimonio não é consumado.

Mesmo depois de casado, Petruchio não consegue resgatar a dívida com o agiota porque Joaquim de Almeida Leal (Carlos Vereza) se adianta a ele. Fazendeiro poderoso, ele tem ódio de Petruchio, a quem considera culpado pela perdição de Muriel/Marcela (Drica Moraes), sua única filha. No passado, ela se apaixonou pelo fabricante de queijos, mas foi rejeitada e sofreu muito. O pai a enviou para estudar na Suíça, onde ela se perdeu e seguiu uma vida dissoluta. Como vingança, Joaquim passa a pressionar Petruchio para que ele lhe entregue a fazenda.

Mimosa (Suely Franco) é empregada fiel da casa de Batista (Luís Melo). Criou Bianca (Leandra Leal) desde que o pai ficou viúvo. Adora Bianca e tem medo de Catarina (Adriana Esteves). Ao longo da trama, vive um romance lírico com Calixto (Pedro Paulo Rangel), o dedicado empregado de Petruchio (Eduardo Moscovis) na fazenda.

Se estava ruim para Josefa esconder que foi amante de Calixto, sua situação piora. Ele descobre por Mimosa, o endereço da malvada que o enganou. Na época, Josefa o chantageou, dizendo que estava grávida e precisava de dinheiro para fugir do escândalo. O criado acreditou e ela foi embora com suas economias.

Buscapé (Luís Antônio do Nascimento) é um orfão, mulato, afilhado e protegido de Catarina (Adriana Esteves), com quem concorda em tudo. A mando dela, vive se metendo em situações engraçadas.

Cosme (Júlio Levy) é o motorista de Batista (Luís Melo). Ajuda-o no trato com suas duas famílias, arrumando álibis. É no carro que Batista se troca para encontrar a outra família.

Dalva (Bia Nunnes) é costureira e dona de pensão. Prima pobre de Dinorá (Maria Padilha), é mulher do povo, simples e de bom coração. Quase se casou com Cornélio (Ney Latorraca) quando jovem, mas Dinorá lhe passou a perna. Ainda sente uma queda por ele. Vive tentando empurrar a filha, Candoca (Miriam Freeland), para cima de Edmundo (Ângelo Antônio) e Celso (Murilo Rosa), pois sonha em vê-la casada. Candoca (Miriam Freeland) é o tipo da boa moça, filha de mulher pobre e trabalhadeira. Muito amiga de Bianca (Leandra Leal), é apaixonada por Edmundo (Ângelo Antônio). Sofre em silêncio. Celso (Murilo Rosa) se apaixona por ela.

Celso de Lucca (Murilo Rosa) é um estudante de música, melhor amigo de Petruchio (Eduardo Moscovis), machista como ele. Bonitão, faz sucesso com as mulheres. Conquista a autoritária Dinorá (Maria Padilha), mas apaixona-se por Candoca (Miriam Freeland). Gosta de músicas nacionais, e sonha em compor. Além de manter uma relação com Dinorá, o músico Celso namora Candoca. Se para alguns ele se mostra muito esperto, na verdade Candoca é quem está o enganando. Com o apoio da mãe, Dalva, a meiga garota esconde um segredo intimo: não é virgem.

Fábio Moreira (Carlos Evelyn) é amigo de Celso (Murilo Rosa), também estuda música. Aceita uma aposta de Petruchio (Eduardo Moscovis) e Celso (Murilo Rosa): conquistar Lourdes (Carla Daniel), a durona virgem do movimento feminista. Para isso, faz-se de mudo. Mas a aposta pode se transformar em romance de verdade. Tipo frágil, conquista a proteção de Lourdes.

Lourdes de Castro (Carla Daniel) é professora formada, veio do interior, e dá aulas em uma escola distante. Está sempre com os nervos à flor da pele. Nunca beijou um homem, e tem orgulho em dizer que é virgem. Amiga de Catarina (Adriana Esteves), é quem expõe as ideias pró-mulher mais intensamente. Também garante que nunca se casará, mas apaixona-se por Fábio (Carlos Evelyn). Comprometida com o movimento, esconde o romance. Quando descobre que o rapaz apostou com Petruchio (Eduardo Moscovis) e Celso (Murilo Rosa) que a conquistaria, apronta uma vingança com a ajuda de Catarina, e passa a acreditar menos ainda nos homens.

Bárbara Maciel (Virgínia Cavendish) é professora, amiga de Lourdes (Carla Daniel), com quem divide o apartamento. Também faz parte do movimento feminista, e se declara virgem intocada. Seu discurso é pura balela: um dia descobre-se que ela tem um passado em sua cidade do interior. Também se interessa por Fábio (Carlos Evelyn).

Kiki Duprée (Rejane Arruda) é um garçonete, faz o tipo femme fatale da época. Usa roupa de melindrosa e piteira. Trabalha na confeitaria frequentada pelos personagens. Conquista Batista (Luís Melo), de quem consegue um apartamento. É perdidamente apaixonada por Petruchio (Eduardo Moscovis), com quem viveu um romance no passado.

Serafim Amaral Tourinho (João Vitti) é um jornalista carioca, comprou a Revista Feminina. Decide conquistar Catarina (Adriana Esteves) de olho em sua fortuna e, para isso, banca o gentil, o liberal, cheio de cortesias. Começa a dar aulas de direção a ela. Está mancomunado com Joaquim (Carlos Vereza), o inimigo de Petruchio (Eduardo Moscovis).

Edmundo das Neves (Ângelo Antônio) é um jovem de beleza delicada, poética. Faz o contraponto a Heitor (Rodrigo Faro). Filho de família pobre, estudou muito para se tornar professor. Dá aulas de poesia e conhecimentos gerais.

Romântico, ama Bianca (Leandra Leal) perdidamente. Ajuda Heitor a conquistar a moça escrevendo poemas que o outro assina como seus. Um Cyrano de Bérgerac.

A novela toma outro rumo com a volta da filha de Joaquim, Muriel, que agora atende pelo nome de Marcela. Ela chega da Europa acompanhada pelo fiel escudeiro Ezequiel (Déo Garcez), disposta a conquistar Petruchio. Quando fica sabendo do seu casamento com Catarina, Marcela seduz Batista por interesse, e o usa para destruir a vida da rival.

Maquiavélica, Marcela conquista o coração de Batista e faz com que ele abandone Juana, assim que descobre o romance do banqueiro com a lavadeira. Juana sofre com o abandono e nem imagina que Batista é muito rico.

No decorrer da história, Joaquim descobre o verdadeiro caráter da filha, que volta à cidade com o nome de Marcela (Drica Moraes), e também é surpreendido com a descoberta de que é pai de Januário (Taumaturgo Ferreira).

Ezequiel (Déo Garcez), filho de pais adotivos e ricos, estudou na Sorbone, cursou direito, educado, fino , elegante. Um bom vivant. Ele volta ao Brasil acompanhado por Marcela (Drica Moraes), sua grande paixão e também sua motivação para voltar a este país. Seu maior objetivo é conquistar o coração de Marcela, chegando a uma verdadeira submissão, quase um capacho mesmo.

Depois de várias tentativas acaba percebendo que não tem chances, pois a mesma só tem olhos para Petrucchio. Mesmo assim Ezequiel não desiste das investidas, inclusive propõe que voltem juntos à Paris. Ela não aceita, o rejeita e até o manipula, fazendo com ele chegue a ajudá-la na luta por Petruccio. Ezequiel sofre com isso. Lá pelas tantas, junto com Catarina (Adriana Esteves) , bolam um plano bem sucedido para que Marcela passe um vexame público, uma forma dele se vingar dela. No final da novela Ezequiel fica com uma bela mulher. Marcela, agora sozinha, o procura. Ele a rejeita.


Mesmo com várias armadilhas armadas por Marcela e Lindinha (que fazem tudo para separá-los), com as ameaças de Joaquim e com as inúmeras brigas ocasionadas pelos seus temperamentos explosivos, Petruchio e Catarina finalmente se entendem e admitem que se amam. Catarina descobre que está grávida, e os dois ficam ainda mais felizes. A má notícia do casamento de Batista com Marcela parece trazer uma vantagem para o casal: o banqueiro pretende entregar à filha várias apólices do seu banco, o que a tornará rica e a ajudará a melhorar sua vida com Petruchio. As apólices, entretanto, desaparecem misteriosamente do cofre do pai durante a festa do casamento.

Com Catarina (Adriana Esteves) casada com Petruchio (Eduardo Moscovis), Dinorá (Maria Padilha) dá prosseguimento ao seu plano de aproximar o irmão, Heitor (Rodrigo Faro), da sensível Bianca (Leandra Leal). O pilantra conquista o coração da jovem com poemas românticos, que ela ignora serem escritos pelo professor Edmundo (Ângelo Antônio). Este é um intelectual que dá aulas de poesia para a moça, é apaixonado por ela, mas não tem coragem de se declarar por causa de sua origem pobre. Edmundo retrata seus próprios sentimentos nos poemas, mas sofre por não poder colher os louros da façanha. Ao longo da história, Bianca descobre que ele é seu verdadeiro amor, e que Heitor estava apenas interessado em seu dinheiro. Com a ajuda de Cornélio (Ney Latorraca), o professor finalmente se declara e conquista a amada. Os dois se casam no final da novela.

Após fazer o marido de gato e sapato, obrigando Petruchio dormir com as vacas, Catarina muda de atitude. Ela deixa de ser uma pessoa rebelde e arrogante e se torna uma mulher carinhosa. Tanta bondade deixa o fazendeiro a ficar com uma pulga atrás da orelha. Até que, numa bela noite, o rude fazendeiro e a fera discutem alto, chamando a atenção dos empregados. Assustados com o barulho, Neca e Calixto acham que os patrões estão se matando se resolvem, pelo bem da família, invadir o quarto deles e apartar a briga. Passada a confusão, o casal começa a rir e acaba se olhando de uma forma diferente, cheio de carinho e ternura. No meio da noite, no entanto, o fazendeiro segura com força a mão da esposa. Ela, por sua vez, não consegue mais esconder a paixão e decide aceitar o carinho do marido.

Diz o ditado que não se cutuca onça com vara curta. É o que Marcela faz com Catarina. Mas a fera dá o troco. Com a ajuda de Mimosa, descobre que a madrasta manipula Batista. E sabe que foi ela que o influenciou a não lhe dar a herança da mãe. Dessa vez, a vilã convence Batista de que o casamento de Catarina e Petruchio pode ser anulado, já que eles nunca fizeram amor. E alerta que o queijeiro, após gastar o dinheiro da mulher, poderá devolvê-la, provocando um escândalo. Para piorar a situação de Catarina, Lindinha sustenta que ela e o patrão não se entenderam na cama.

Entretanto, Petruchio e a esposa tem, finalmente, uma primeira e deliciosa noite de amor, alardeando o ocorrido a todos da fazenda. Ao saber de tudo, Marcela fica alucinada.

Determinado a fazer com que Januário conquiste de vez o coração de Lindinha, Ezequiel resolve dar para o filho um anel de caveira que sempre protegeu sua família. Na mesma noite, Januário terá que fazer o pedido ao anel, diante de um copo d'água e uma vela acesa. Ezequiel ainda revela pra Januário que conquistou a mãe dele com o anel e o mesmo fará que ele conquiste Lindinha.

O político Batista sempre detestou que Bianca, sua caçula, namorasse o atleta Heitor. Mas, em sua candidatura, Batista muda de opinião. Certo de que o povo gosta de Cornélio, ele exige que Bianca volte e se case com Heitor. Só que, desta vez, Bianca está perdidamente apaixonada pelo professor.

Na hora do dizer o “sim” a Heitor, Bianca corre do altar. Aconselhada por Catarina, ela finge que desmaia e se livra do compromisso. Ao saber disso, Edmundo se convence da inocência da moça que quer resgatar o tempo perdido. Batista arruma Teodoro como novo pretendente e Heitor parte para cima de Candoca.

Pobre Bianca, depois de perder Edmundo, ficar sem seus vestidos e joias, Marcela a transforma em gata borralheira. Cansada dos descuidos de Mimosa, a megera demite a empregada, que vai morar na casa de Catarina. Quando a nova domestica começa a limpar o palacete, Marcela ordena que Bianca desça do quarto e informa que a partir daquele momento ela ajudará a serviçal nas tarefas domesticas. Para começar, vai varrer todos os cômodos. Bianca se desespera. Decidida, Marcela tira o único colar que a jovem usava e a deixa vestida apenas com trapos.

Dinorá não é desmascarada no casamento de Bianca, como Dalva pretendia. Conseguindo o colar, Dinorá mantém o casamento com Cornélio e reata com o amante, Celso. Mas Dalva não desiste de se vingar da prima e quer reconquistar sua antiga paixão: Cornélio.

Petruchio prometeu ao sogro que iria domar Catarina e aos poucos consegue. A pedido de Marcela, Serafim vai à fazenda e convida Petruchio para uma conversa na redação da revista. Mas, ao contrário do que o machão pensava, não é o jornalista quem está à espera dele, e sim a filha de Joaquim. Ele não gosta nem um pouco de encontrá-la por lá e a humilha. Só que a misteriosa reunião permite o fazendeiro colocar em prática seu plano de provocar ciúme na fera. Em casa, ele se alegra com a reação da esposa, que está revoltada por sua demora.

A feminista cheira a roupa dele e sente o perfume de outra mulher, ela reclama, mas, para não demonstrar seu verdadeiro sentimento, disfarça e diz que ele pode sair com quem quiser. Por dentro, o rapaz ri muito.

No dia seguinte, Catarina lamenta-se com Neca sobre a saída do marido e depois diz à empregada que quer aprender a cozinhar para conquistá-lo.

Desde que Petruchio voltou para casa com cheiro de outra mulher e que descobriu que se tratava de Marcela, Catarina, com muita raiva, procura a rival e ordena que saia da vida dele. Atrevida, a filha de Joaquim diz para a outra se cuidar, senão pode perder o marido.

Lindinha é uma pedra no sapato de Catarina. A empregada se une a Neca e descobrem que Buscapé é quem prepara a comida no lugar da madrinha. Na hora que Buscapé está indo para a cozinha fazer o jantar, Neca pede para o menino trocar de roupa e o prende no quarto. Catarina fica louca atrás do afilhado, mas não o encontra. Sem ter outra alternativa, a fera vai para o fogão e faz um jantar horroroso.

Petruchio e Calixto percebem a diferença na primeira garfada. Catarina se desespera, mas acaba confessando que Buscapé estava cozinhando em seu lugar. O machão fica bronco de raiva, os dois discutem, e ele vai dormir no estábulo. Disposta a provar que não quer mais fazer Petruchio de palhaço, Catarina pede a Neca e a Buscapé que a ensine a cozinhar. Depois, a megera dá a notícia ao marido achando que ele vai dar pulos de alegria, mas o machão diz que ela não está fazendo mais que sua obrigação. Quando Catarina sai, Petruchio comemora. Sabe que a fera está sendo domada.

Sem Petruchio saber, Calixto vai ao palacete de Batista pedir dinheiro emprestado para salvar o patrão da falência. Chegando lá, é recepcionado por Marcela. Disposta a saber o que levou o matuto até lá, ela joga charme para cima dele e Calixto abre o jogo. Fingindo arrependimento, a megera pede ao empregado que avise ao seu patrão que está disposta a emprestar o dinheiro. Petruchio fica uma fera com Calixto, mas passada a raiva, ele procura a ricaça. Frente a frente com o fazendeiro, Marcela confessa seu arrependimento pelo beijo que dera nele oferece um empréstimo. Mas exige as terras dele como garantia. Petruchio aceita a proposta. Quando ele vai embora com o dinheiro no bolso, Marcela celebra o sucesso do plano, certa de que o fazendeiro está em suas mãos.

Dura pouco a fase de calmaria entre Petruchio e Catarina e ficam com os dias contados os bons ventos que sopram na fazenda, após os dois terem se tornado marido e mulher de verdade. Tudo porque o fazendeiro cai na armadilha de Marcela que lhe garante que a fera só fez amor com ele, por imposição de Batista, para poder lhe dar a herança. Cornélio também confirma a Heitor que o banqueiro temia o escândalo de ter de receber de volta a filha, caso o casamento não se consumasse. Assim, Petruchio retorna à fazenda e reassume seu lado grosseirão.

Ao chegar, ele nem percebe o clima romântico que a esposa preparou para o jantar e a acusa de mentirosa. Ela propõe que descubram a verdade juntos, mas o machão sai batendo a porta e vai dormir no estábulo, apesar da chuva.

No outro dia, Petruchio, ardendo em febre, desmaia. O médico diz que ele está com pneumonia e precisará ficar um bom período de cama. Calixto previne Catarina de que sozinho não terá condições de tocar a fazenda. Pior, com a doença do patrão, eles não terão se quer o que comer.

Mas acontece o que menos todos esperavam. Catarina tomará a redia e se mostrará uma excelente administradora da fazenda.

Ao ser informada por Bianca que Petruchio e Marcela planejam, juntos, fugir do país, Catarina tem vontade de acertar um vaso na cabeça dele. Mas a irmã a faz mudar de ideia. A caçuça lembra que seu gênio forte nunca a ajudou em nada e que o melhor que ela tem a fazer é armar uma cilada para desmascarar os amantes. Paras isso, Catarina conta tudo ao pai que, temendo um escândalo, resolve ajudá-la.

Agindo com frieza, Catarina volta para a fazenda e passa a conviver com Petruchio da forma mais natural possível: às turras. Durante um conversa com Batista, deixa o marido ouvir que as hipotecas da fazenda estão no comitê eleitoral. Já prevendo isso, Catarina descobre que Petruchio vai até lá com Marcela para recuperar o documento que lhe dá a posse definitiva da fazenda. Só que, o pai e a irmã chegam antes deles e se escondem. Os dois são flagrados com a mão na massa. Batista ainda ouve Marcela comentar com Petruchio que o marido não passa de um “molóide”. Como uma onça raivosa, Catarina joga um enorme vaso no casal. Arrasada, expulsa Petruchio de sua vida, sem ao menos imaginar que tudo não passa de um plano do marido para desmascarar Marcela.

Batista não perdoa o flagra que deu em Marcela com Petruchio e decide expulsá-la de seu palacete. Antes de sair, a megera diz cobras e lagartos ao marido. Além de comparar o bigode de Batista a duas taturanas colocadas em cima da boca, chama Bianca de lambisgoia assanhada que vive atrás de rapazes. Pior: acrescenta que está feliz porque nunca mais ouvirá o som de seu ronco, que mais parece um motor de um automóvel. Batista não crê no que ouve e se pergunta como jamais percebeu que Marcela era tão falsa. Quando a safada abre a porta para partir, Catarina pega sua mala e recupera todas as joias que a madrasta ia roubando.

Pouco tempo depois, Batista descobre o verdadeiro caráter de Marcela e a abandona para viver com Joana (Tássia Camargo), uma lavadeira humilde, dona de uma pensão e sua amante há mais de dez anos, mas que só agora ele descobre ser o amor de sua vida.

Marcela, porém, recusa-se a ceder o divórcio ao banqueiro. A vilã também consegue roubar as promissórias da dívida de Petruchio e ameaça tomar a fazenda dele. Petruchio desconfia que ela é a responsável pelo roubo das apólices e, para desmascará-la, finge ceder a sua sedução, abandonando Catarina.

Depois que Candoca fica noiva de Celso, chega a vez de Dalva resolver sua vida. A nova rica conclui que chegou a hora de se acertar com outro homem. Ela, que passou a vida amando platonicamente o primo Cornélio, consegue esquecê-lo de vez. Rica e solteira, a ex-costureira não resiste as atenções dispensadas por Serafim e resolve dar uma chance ao jornalista. Sentindo-se irresistível ao ser paquerada por um homem mais jovem, aceita o pedido de namoro do interesseiro. Almejando enriquecer, Serafim faz de tudo para almejá-la. Dalva fica impressionada com tanto cavalheirismo e passa a desfilar com ele pela cidade, chocando os conservadores que a julgavam velha.

Candoca e Celso, finalmente resolvem decidir suas vidas e entregar-se a paixão. Os dois se casam.

Mimosa finalmente consegue se casar com Calixto, para tristeza de Neca. O casal inicia uma tórrida paixão, depois de casados, seguidos de quentes e insaciáveis noites de amor.

Com o casamento de Mimosa e Calixto, viver na fazenda torna-se insuportável para Neca. A empregada não aguenta ver o grudo do casal e sofre ainda mais quando a noite chega. Ao descobrir os prazeres da lua de mel, Mimosa tornou-se insaciável. Durante os atos amorosos com Calixto, não consegue ser discreta e emite gritos que fazem Neca acordar sobressaltada. Enquanto os pombinhos levitam de felicidade, a solteirona chora pelos cantos. Mas por pouco tempo, é verdade. O cupido logo se encarrega de colocar um pretendente na vida dela. Isso acontece no dia do casamento de Bianca e Edmundo. O buquê cai nas mãos da empregada e, quando ela olha para o lado, dá de cara com um homem interessado nela. Emocionada, Neca quase desmaia, mas logo é amparada pelo pretendente. Os dois saem juntos da igreja.
Depois de tanto sofrimento, Bianca e Edmundo sobem ao altar. Antes, o professor vai tomar satisfações com o sogro. Edmundo avisa a Batista que nada nem ninguém irá atrapalhar sua felicidade. Duro na queda, o banqueiro ainda oferece ao professor uma polpuda quantia em dinheiro para ele sumir da vida da garota. Inconformada com a intransigência do pai, Bianca ignora as ordens paternas e pede ajuda a Catarina.

Assim que recupera suas apólices, a feminista faz um empréstimo a Edmundo. Com o dinheiro, ele monta a própria escola. O empreendimento é um sucesso. Seu método revolucionário de ensino chama a atenção dos principais intelectuais ligados à educação. A novidade chega aos jornais e revistas que publicam reportagens sobre o assunto. Empolgado, Edmundo não descarta a hipótese de abrir outras filiais pelo país.
Mas só quando consegue pagar o que deve a Catarina é que o professor marca a data do casamento com Bianca. A cerimônia não poderia ser mais romântica.

Januário (Taumaturgo Ferreira), por sua vez, continua fazendo a corte a Lindinha (Vanessa Gerbelli) e sendo esnobado por ela, mesmo depois de a jovem ser escorraçada de casa por Calixto, após descobrirem suas maldades para separar Petruchio e Catarina. Mas a sorte do rapaz muda quando o rico Joaquim (Carlos Vereza) descobre que ele é seu filho, fruto de uma aventura no passado. Pouco depois, o fazendeiro morre e deixa todas as suas posses para o porquinho de estimação de Januário. Marcela (Drica Moraes), que não reconhece o caipira como irmão, astutamente compra o porco dele antes que ele possa reivindicar o dinheiro.

Depois de se arrepender de suas maldades, faltava a Lindinha pedir um beijo a Januario e conquistar de vez o único herdeiro da fortuna do finado Joaquim. Eles se beijam e ela conquista de vez o coração do rico caipira.

Desmascarada no final da trama, Marcela está certa de que ainda pode contar com o dinheiro da herança de Joaquim, já que é dona do porquinho, mas é surpreendida por um golpe dado pelo próprio pai: o animal não herdou nada, tudo não passou de uma farsa armada por Joaquim que, quando convencido do verdadeiro caráter da filha, instruíra os advogados para que a história do porquinho fosse usada como artifício até que a situação legal de Januário fosse regularizada e ele pudesse receber sua fortuna sozinho.

Marcela fica na rua da amargura. Para não ser presa sob a acusação de ter tentado roubar suas apólices, Batista faz a ex-mulher assinar um documento abrindo mão do dinheiro que deveria herdar dele. De quebra, Ezequiel finalmente revela a ela que seu pai, Joaquim, não deixou a herança para porquinha. Na verdade, toda a sua fortuna ficou com Januário. Sem condições de pagar o hotel, ela é expulsa de lá pelo gerente. Numa situação tão ruim quanto a de Marcela, Heitor a procura e propõe que formem uma dupla de trambiqueiros. Assim, ela passar a usar seu charme para seduzir velhos ricos e ele, sua astucia para roubá-los no jogo.

A verdade sobre o roubo das apólices só aparece no capítulo final. Petruchio reúne todos os que estavam presentes no dia do crime e pressiona-os até chegar à verdade. Marcela confessa que tentou roubar as apólices, mas não as encontrou. Heitor também admite ter tentado, em vão. Finalmente é revelado que o envelope com as apólices foi recolhido por dona Mimosa (Suely Franco), a empregada de Batista, que viu Marcela vasculhando o escritório do banqueiro e, desconfiada, escondeu o volume no seu álbum de fotografias. Ela planejava contar tudo a Catarina, mas foi descoberta por Lindinha, que passou a chantageá-la. Como sempre teve medo do temperamento vulcânico de Catarina, a empregada se calou e passou a dar dinheiro para comprar o silêncio de Lindinha. Enquanto isso, o álbum e as apólices estavam nas mãos do menino Buscapé (Luís Antônio Nascimento), que o roubara para achar uma foto dos seus pais, antigos empregados dos Batistas. Esclarecido o mistério, o álbum é devolvido, Catarina recupera as apólices e volta às boas com Petruchio.

Mesmo tendo trabalho para explicar a mulher que sua fuga com Marcela era um plano para descobrir quem roubou a herança dela, Petruchio será muito feliz ao lado de Catarina.

Isso porque o casal terá gêmeos, uma menina e um menino, que serão batizados com o nome dos pais. Catarininha e Petruchinho dedicarão a maior parte de seu tempo atirando chocolates e chupetas, um no outro, para alegria do queijeiro e da fera, que continuarão vivendo as turras. No dia do casamento de Bianca e Edmundo, por exemplo, os dois discutem em pleno altar, pois Catarina está impaciente. Ela quer voltar para casa para cuidar dos bebês. Por causa disso, Petruchio chama a mulher de mãe coruja. E ela lhe diz vários desaforos.

Felizes, Catarina e Petruchio fazem prosperar os negócios da fazenda Santa Clara. Depois do beijo dos dois na cena final, uma animação computadorizada mostra um casal de beija-flores que sobrevoa a fazenda carregando um camafeu dourado idêntico ao da abertura da novela. Eles o abrem em pleno ar e revelam as fotos do casal protagonista.

“O Cravo e a Rosa” marcou a estreia na TV Globo do autor Walcyr Carrasco, que depois viria a escrever outras tramas de sucesso, como Chocolate com Pimenta (2003), Alma Gêmea (2005), Caras & Bocas (2009), Amor à Vida (2013), entre outras novelas. A novela marcou o retorno à TV Globo do diretor Walter Avancini, depois de um longo afastamento. Apesar do viés de comédia do texto, ele optou por imprimir um tom realista à direção. Eduardo Moscovis lembrou que Avancini pedia ao elenco que evitasse a caricatura e não se esforçasse para fazer comédia, deixando que o texto fizesse o trabalho por si próprio.

Eduardo Moscovis contou que estava receoso em aceitar o papel de Petruchio porque achava que o personagem, rude e machista, poderia ficar muito parecido com seu último trabalho na televisão, o taxista Carlão de Pecado Capital (1998), remake deGloria Perez da novela homônima de Janete Clair. Uma rápida conversa com Walter Avancini, que explicou o caráter cômico da trama, o fez mudar de ideia. Petruchio é um de seus personagens mais lembrados pelo público.

Além de A Megera Domada, de Shakespeare, “O Cravo e a Rosa” trazia referências à telenovela “O Machão”, escrita em 1965 por Ivani Ribeiro para a TV Excelsior e readaptada em 1974 por Sérgio Jockyman para a TV Tupi. Walcyr Carrasco conta que se inspirou na peça Cyrano de Bergerac, escrita em 1897 pelo francês Edmond Rostand, para caracterizar o triângulo amoroso formado por Edmundo (Ângelo Antônio), Bianca (Leandra Leal) e Heitor (Rodrigo Faro).

Antônio Fagundes e Maria Isabel de Lisandra viveram Petruchio e Catarina em "O Machão" que deu origem a "O Cravo e a Rosa". Esta versão durou mais de um ano, ficando no ar entre fevereiro de 1974 a abril de 1975. Produzida pela extinta TV Tupi, a novela "O Machão" foi escrita por Sérgio Jocyman e Dárcio Ferreira com argumento de Ivani Ribeiro. "O Machão" era baseada na telenovela "A indomável", de Ivani Ribeiro, que a extinta TV Excelsior exibira em 1965. Os quarenta primeiros capítulos foram aproveitados, como se fosse um remake. A partir daí, Jockyman assumiu o texto e transformou O machão em seu maior sucesso na televisão. A idéia era aproveitar a química do casal formado por Maria Isabel de Lizandra e Antonio Fagundes, que vinha de Mulheres de areia, também de Ivani, em tipos semelhantes.

Nas primeiras semanas da novela, o diretor Walter Avancini inseriu nas cenas pequenas aparições de figuras ilustres da época, vividas por atores figurantes. Dessa forma, foram homenageados em “O Cravo e a Rosa” personagens como a artista plástica Tarsila do Amaral, a cantora lírica Bidu Sayão, o poeta Oswald de Andrade e o escritor Monteiro Lobato, este ao lado da esposa, Maria Pureza, a dona Purezinha.

Elizabeth Savalla começaria uma parceria com Walcyr Carrasco a partir de “O Cravo e a Rosa”. Ela viveria uma médica chamada Iaiá, antiga paixão de Cornélio (Ney Latorraca). A personagem também sofreria humilhação por ser mulher formada em medicina e não exercer a função de dona de casa. Mas a personagem não vingou e, La Savalla só iria trabalhar com Walcyr em 2001, ano seguinte, na novela “A Padroeira”. Desde então, Elizabeth Savalla atuou praticamente em todas as novelas de Walcyr Carrasco. Com o fim da personagem de Elizabeth Savalla, que seria uma paixão de Cornélio, não restou a Walcyr Carrasco a não ser transformar Dalva (Bia Nunes) numa antiga paixão de Cornélio.

Angelo Antonio deu um susto na equipe da novela. O ator fraturou o pé direito quando o cavalo em que cavalgava caiu em seu sítio, em Papucaia, Rio. Ele foi levado ao hospital local onde teve o pé engessado.

Lúcia Alves fez uma participação especial em "O Cravo e a Rosa", vivendo a Dra Hildegard, mais uma feminista que se juntava com Lourdes de Castro (Carla Daniel) e Bárbara Maciel (Virginia Cavendish).

Durante duas semanas, antes do início das gravações, equipe e elenco de “O Cravo e a Rosa” participaram de um workshop sobre costumes da sociedade paulistana da década de 1920, que incluiu uma palestra com o historiador Nicolau Sevcenko, professor de história da Universidade de São Paulo.

A fase de preparação da novela contou com uma extensa pesquisa de vocabulário, feita por Carla Miucci, especialista em cinema dos anos 1920, que se debruçou sobre cartas de leitores publicadas em jornais e revistas da época, resgatando palavras e expressões comuns naquele período. Para se familiarizar com o linguajar da época, o autor Walcyr Carrasco leu os contos adultos de Monteiro Lobato e textos de Oswald de Andrade.

As cenas da regata exibida nos primeiros capítulos da novela – competição tradicional no início do século, promovida no Rio Tietê ou na Represa de Guarapiranga, em São Paulo – foram gravadas em Lagoa de Cima, no município de Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro. A sequência, que mostra a vitória da equipe de remadores comandada pelo capitão Heitor (Rodrigo Faro), contou com a participação de 36 atletas, entre membros do Clube de Regatas do Flamengo, do Clube Naval e do Clube de Regatas Guanabara. Como preparação para as cenas, Rodrigo Faro treinou durante algumas semanas no Clube do Flamengo. Algumas imagens de época e grafismos característicos da década de 1920 foram incorporados na novela por meio da computação gráfica.

Cerca de mil peças compunham o figurino de “O Cravo e a Rosa”, sendo 600 confeccionadas exclusivamente para a novela. As restantes, reaproveitadas do acervo da emissora, tiveram as modelagens redimensionadas. A figurinista Beth Filipecki conta que se baseou em filmes e personagens da literatura para criar os figurinos dos personagens. O de Catarina (Adriana Esteves), por exemplo, teve como uma de suas inspirações a boneca Emília, do “Sítio do Picapau Amarelo”, de Monteiro Lobato. A personalidade marcante da protagonista foi traduzida em roupas modernas de cores fortes, com alguns acessórios masculinos, como gravatas.

A figurinista Beth Filipecki teve grande participação na composição visual do personagem Petruchio, segundo Eduardo Moscovis. Por sugestão dela, ele deixou crescer o cabelo e a barba, e clareou os pelos para parecer queimado de sol. A ideia era que Petruchio tivesse um rosto marcante, com uma “poluição” que destoasse da estética limpa comum na televisão. O visual só foi apresentado a Walter Avancini no set de gravação – a princípio, o diretor não concordava com a barba, mas aprovou o resultado assim que viu o ator caracterizado. Já o andar do personagem – que Moscovis considera um elemento importante na sua composição – surgiu depois que Beth Filipecki lhe apresentou um par de coturnos com os quais conseguia pisar forte e pesado.

Vinte e seis cenários de estúdio foram construídos para a novela, entre eles a mansão art nouveau do banqueiro Batista, personagem de Luís Melo. A cidade cenográfica montada no Projac reunia 24 edifícios que representavam diferentes ambientes, entres eles uma confeitaria, uma igreja, uma barbearia, uma quitanda, uma pensão, um dancing, a fachada da Revista Feminina e lojas com vitrines. O trecho principal foi idealizado a partir de uma fotografia do Largo do Tesouro, em São Paulo. Um bonde adaptado a um carrinho elétrico transportava cerca de 20 pessoas pela cidade. O Clube Fordinho, que reúne colecionadores de veículos antigos em São Paulo, cedeu à novela sete carros Ford Modelo T, lançados entre 1919 e 1927.

Um sítio localizado na Ilha de Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, serviu como locação para a fazenda de Petruchio (Eduardo Moscovis). Lá foram ambientados a casa, o estábulo, o chiqueiro, o galinheiro e o local para a fabricação de queijo. Para as cenas em que os personagens apareciam fazendo queijo, a equipe de produção contou com a ajuda de uma cooperativa, que fornecia 30 queijos prontos por dia, além de 60 litros de leite líquido e 60 litros de leite coalhado.

Dois tipos de filtros de câmera foram usados pela direção de fotografia com o objetivo de conseguir uma luz mais realista, tendo como referências filmes como Summertime (1955) –Quando o Coração Floresce, no Brasil – e Passagem para a Índia(1984), de David Lean; Henry & June (1990), de Philip Kaufman; eO Grande Gatsby (1974), de Jack Clayton.

Uma semana antes da estreia de “O Cravo e a Rosa”, para efeito de divulgação, a Rede Globo inseriu na programação vinhetas em que os atores da novela, caracterizados, parodiavam cenas de filmes mudos.

Foi reapresentada no “Vale a Pena Ver de Novo”, entre 13 de janeiro e 1 de agosto de 2003, às 14h30. Foi umas das reprises que foi ao ar com menos tempo depois de ser exibida originalmente, apenas 1 ano e 10 meses do seu término, e teve média geral de 23 pontos de audiência. Durante a exibição desta reprise, o capítulo 108, que seria exibido no dia 11 de junho, não foi ao ar. Sendo assim, a novela que terminaria com 145 capítulos, fechou com 144. Também teve nova reprise em 2013.

Graças à excelente química entre seus protagonistas, Julião Petrucchio (Eduardo Moscovis) e Catarina Batista (Adriana Esteves), e o tom de comédia, “O Cravo e a Rosa” se tornou uma novela de boa audiência, com uma média geral de 30,6 pontos no horário. Walcyr Carrasco então, depois do grande sucesso da novela Xica da Silva, na extinta TV Manchete, se consolidou como um dos autores de maior respeito da TV Globo, com mais duas tramas de época, campeãs de audiência no horário: “Chocolate com Pimenta”, em 2003 e “Alma Gêmea”, em 2005.

Devido ao grande sucesso, a novela teve um esticamento de cerca de 80 capítulos. Em entrevista, na época, Walcyr Carrasco disse que não estava “esticando” a novela, pois a mesa havia sido pensada para 187 capítulos. Os novos 80 que seriam acrescentados, eram uma reestruturação da estória.

A novela foi vendida para países como Canadá, Letônia, Peru e Portugal. A partir de janeiro de 2003, foi reapresentada no Vale a Pena ver de Novo, atingindo índices de audiência surpreendentes para o horário.

O grande destaque da trilha sonora de “O Cravo e a Rosa” foi a canção de abertura, versão de Zeca Pagodinho para Jura, samba de Sinhô imortalizado em 1929 por Mário Reis. A novela teve apenas uma trilha sonora misturando temas nacionais e internacionais. O CD contava ainda, entre suas 14 faixas, com uma gravação de Ella Fitzgerald e Count Basie para Tea for Two, composta em 1925 por Vincent Youmans e Irwing Caesar. Destaque também para a música do Belo, “Tua Boca”, tema de Catarina e Petruchio, e “Olha o que o amor me faz” na voz de Sandy & Jr, ambas tocadas incessantemente na novela e nas rádios de todo Brasil.

Trilha Sonora de O Cravo e a Rosa














1. Jura - Zeca Pagodinho (Tema de Abertura)
2. Olha o que o Amor Me Faz - Sandy & Junior (Tema de Bianca)
3. O Cravo e a Rosa - Jair Rodrigues (Tema do núcleo da fazenda de Petruchio)
4. Nada Sério - Joanna (Tema de Candoca)
5. Tristeza do Jeca - Sérgio Reis (Tema de Januário)
6. Mississippi Raq - Claude Bolling
7. Quem Toma Conta de Mim (Someone To Watch Over Me) - Paula Toller (Tema de Kiki)
8. Lua Branca - Verônica Sabino (Tema de Lindinha)
9. Odeon - Sérgio Saraceni (Tema Geral)
10. Coquette - Guy Lombardo (Tema de Calixto e Mimosa)
11. Tua Boca - Belo (Tema de Catarina e Petruchio)
12. Tea For Two - Ella Fitzgerald & Count Basie (Tema de Cornélio e Dinoráh)
13. Rain - Sérgio Saraceni
14. On The Mississippi - Claude Bolling

A abertura de O Cravo e a Rosa era inspirada em fotos e filmes do início do século. Um camafeu dourado girava no ar e, a cada volta, mostrava imagens em preto e branco com aparência de película antiga, típicas do cinema mudo, de vários personagens da novela, em especial Petruchio (Eduardo Moscovis) e Catarina (Adriana Esteves). Em agosto de 2001, a abertura foi escolhida a melhor do ano pelo júri do II Festival Latino-Americano de Cine Vídeo, em Mato Grosso do Sul.


Elenco:
Adriana Esteves - Catarina Batista
Eduardo Moscovis - Julião Petruchio
Drica Moraes - Marcela Almeida / Muriel
Leandra Leal - Bianca Batista
Ângelo Antônio - Prof. Edmundo das Neves
Luís Mello - Nicanor Batista / Manoel
Maria Padilha - Dinorá de Moura Valente
Ney Latorraca - Cornélio Valente
Tássia Camargo - Joana
Carlos Vereza - Joaquim Almeida
Eva Todor - Josefa Lacerda de Moura / Desirée
Rodrigo Faro - Heitor Lacerda de Moura
Taumaturgo Ferreira - Januário dos Santos
Pedro Paulo Rangel - Calixto
Suely Franco - Mimosa
Vanessa Gerbelli - Lindinha
Murilo Rosa - Celso de Luca
João Vitti - Jornalista Serafim Amaral Tourinho
Ana Lúcia Torre - Leonor Fernandes (Neca)
Carlos Evelyn - Fábio Moreira (Mudinho)
Carla Daniel - Lourdes de Castro
Virgínia Cavendish - Bárbara Maciel
Bia Nunnes - Dalva Lacerda Pinto
Miriam Freeland - Cândida Lacerda (Candoca)
Rejane Arruda - Kiki Duprèe
Déo Garcez - Ezequiel
Matheus Petinatti - Teodoro
Bernadeth Lyzio - Berenice
Luiz Antônio - Buscapé
Taís Müller - Fátima
João Capelli - Jorginho
Júlio Levy - Cosme
Paulo Hesse - delegado Sansão Farias
Sérgio Módena - Ignácio
Gláucio Gomes - gerente do hotel
Roney Villela - Jack
Jamaica Magalhães - Benedita
Rosane Corrêa - Etelvina
Cláudio Corrêa e Castro Normando - Castor
Lúcia Alves - Dra. Hildegard
Isaac Bardavid - Felisberto
Nelson Xavier - Dr. Caio
Nizo Neto - François
Alexandre Barillari - Manoel

Assistente de direção: Paola Pol Baloussier, Paloma Rocha e Luiz Antônio Pilar
Produção de engenharia: Fernando Tomas
Cenografia: Keller Veiga, Juliana Carneiro
Figurino: Beth Filipecki , Maísa Jacobina
Caracterização: Sérgio Azevedo
Produção de arte: Denise Garrido
Câmeras: Jovani Augusto, Paulo Caldas, Paulo Goulart, Luiz Gustavo Leciolli, Maurício
Azevedo e João Carlos do Nascimento
Direção de imagem: Sérgio Cunha
Direção de fotografia: Sérgio Marine
Iluminação: Nilzo Fernandes e José Quintino
Efeitos visuais: Eduardo Halfen
Efeitos especiais: Marcos Soares
Edição: Mauriceu Migon, Ricardo Matzullo e Carlos Kerr
Sonoplastia: Octavio Lacerda e Haroldo de Sá
Continuidade: Fernanda Borges e Eliete de La Volpe
Produção musical: Sérgio Saraceni
Direção musical: Mariozinho Rocha
Coordenação de produção: Gustavo Nielebock, Helena Mauro e Walter Borghi
Gerência de produção: Flávia Nascimento


Agradecimento:
Déo Garcez (ator)

Fontes: 
ARQUIVO MUNDO NOVELAS 
Rede Globo 
Wikipédia 
Revista Minha Novelas 
Revista Ti Ti Ti
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