Quanto tempo de pesquisa foi necessário para a produção de arte?
A Amora (Amora Mautner, diretora-geral da novela) me chamou em setembro do ano passado. Eu fiquei muito assustada, porque a novela era muito diferente. Entrei no final de outubro para produzi-la. Na verdade, objetivamente, só tivemos dois meses de pré-produção. Uma novela desse padrão é como se fosse duas tramas das oito em uma das seis. Então, foi um tempo curto.
Qual é o maior desafio em Cordel?
A novela é um desafio porque ela é de época, mas não está presa a uma data. Tem uma liberdade com que eu nunca tinha trabalhado. Mas nem por isso deixou de ter pesquisa, e todo dia tem uma novidade, todo dia é uma dificuldade. Lidar com a parte de realeza, por exemplo, é complicado, porque não é o nosso universo. Nós tivemos uma corte no Brasil muito diferente. A gente foi olhar a realeza europeia do final do século, os costumes, os modos à mesa, o serviço à francesa. Por mais que a trama seja fantasiosa, existe um princípio para o comportamento dos personagens. Foi isso o que deu mais trabalho.
A colcha de fuxico é destaque no quarto de Açucena
Quais ingredientes você buscou para definir cada núcleo?
No núcleo de Brogodó, acho que a vida foi a principal fonte. Sou filha de baianos, já fiz várias novelas rústicas desse tipo, como Roque Santeiro. O universo do folclore é muito importante. Nos quartos de Cordel Encantado, tudo aquilo que a gente coloca tem muito artesanato popular, desde as roupas de cama até as almofadas. Como a novela não é passada em um lugar específico do Nordeste, usamos um conjunto de coisas, salpicamos elementos de cada lugar para montar esse universo.
Como trazer o lúdico para uma novela de época?
Acho que o principal ingrediente é o romantismo. No quarto da Antônia (papel de Luiza Valdetaro), por exemplo, você percebe que ela é cheia de objetos românticos. Açucena também, que é uma jovem. Tem ainda os objetos na parede - a gente misturou muita coisa. Usamos também muitas peças mineiras, porque acho o folclore mineiro muito rico, em tapeçaria, objetos. É uma mistura, um mini-Brasil.
Bonecas enfeitam o quarto de Doralice em Brogodó (Foto: Fábio Rocha/TVGlobo)
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