domingo, 13 de fevereiro de 2011

AGUA VIVA (VAMOS RECORDAR)


“Água Viva”, foi uma novela de Gilberto Braga e Manoel Carlos, exibida pela Rede Globo em 1980, às 20h. O ensolarado folhetim que estreou em 04 de fevereiro de 1980, ficou no ar até 09 de agosto do mesmo ano e teve 159 capítulos com direção de Paulo Ubiratan e Roberto Talma. Uma novela memorável que inovou no estilo. Com uma trama empolgante, contemporânea e sofisticada, acabou por ditar tendências bem no início da década de 1980, época que dava início a famosa “Geração 80”, com características próprias e distintas dos embalos dos anos 70. Muita gente talentosa e grandes astros da música, cinema e TV surgiu nesta época de grande diversidade e produtividade, trazendo as melhores novidades das artes, além de novos ritmos na música e uma moda que explorou as cores vivas e jovem. Para privilegio do telespectador, Gilberto Braga é um autor que vivencia profundamente a contemporaneidade, transformando suas obras numa sensacional fonte de pesquisa histórica de costumes e tendências de uma determinada época, sempre chegando a gerar modismos; com “Agua Viva” não foi diferente!

Reginaldo Faria, Betty Faria e Raul Cortez, formaram o trio de protagonistas da novela que contou com grande elenco. Gilberto Braga deu enfoque para a rivalidade dos irmãos interpretados por Reginaldo Faria e Raul Cortez, em relação ao amor que ambos sentiam pela personagem de Betty Faria. O drama da menor abandonada Maria Helena, personagem vivida pela atriz Isabela Garcia ainda criança, foi outro enfoque da novela.

Uma trama envolvente, com um grande elenco que se destacou sem exceção. Foram muitos os personagens que conquistaram o publico; entre eles: a excêntrica Stella Simpson (Tônia Carreiro), a vilã Lourdes Mesquita (Beatriz Segall), o casal romântico formado por Marcos (Fábio Jr) e Janete (Lucélia Santos), a complicada Sandra (Glória Pires) e seu romance com Bruno (Kadu Moliterno), a órfã Maria Helena (Isabela Garcia) e a assistente social Suely (Angela Leal), o romance entre Nélson (Reginaldo Faria), Lígia (Betty Faria) e Miguel (Raul Cortez), entre outros.

“Agua Viva” ainda é lembrada por cenas marcantes como a explosão da lancha, nas marinas, que vitimou Lucy (Tetê Medina); esposa de Miguel Fragonard e mãe de Sandra. Outra cena marcante foi o mistério que envolveu a morte de Miguel Fragonard. Outra cena notável foi a de Sandra e Bruno. Eles se encontravam na praia, ambos correndo em direção ao outro até se cruzarem, dar giros abraços e caírem no mar. Esta cena era meio que de praxe em novelas daquela época! Outro ponto forte e inovador, foi que a novela veio marcada por muitas cenas externas, a maioria na praia.

Ouça músicas de "Água Viva", enquanto recorda a novela:
A história girava em torno dos irmãos Miguel (Raul Cortez) e Nélson Fragonard (Reginaldo Faria) que brigavam pelo amor de Lígia (Betty Faria), mãe de dois filhos, que não media esforços para ascender socialmente.

Miguel era um cirurgião plástico de sucesso e que não concordava com o estilo de vida do seu irmão. O cirurgião era casado com Lucy (Tetê Medina) e tinha uma filha chamada Sandra (Glória Pires). No início da história, Lucy morre numa explosão de lancha, deixando Miguel viúvo. Sem saber do envolvimento de Lígia com Nélson, Miguel acaba se apaixonando por ela.

Nélson era o irmão mais novo de Miguel, que nunca trabalhou e vivia de renda. Ele era um campeão de pesca com várias amizades influentes, que, um dia, perdeu tudo o que tinha e era obrigado a reconstruir sua vida. Lígia se apaixona por Nélson, mas não imaginava que ele tinha perdido toda a sua fortuna.

Outra trama importante na novela era o drama da menina Maria Helena (Isabela Garcia). A menina ficou assustada com a possibilidade de deixar o orfanato onde passou grande parte da sua vida. A assistente social Suely (Ângela Leal) era a única amiga de Maria Helena. No decorrer da história, ela conseguiu descobrir que a menina era filha de Nélson Fragnard. Ao saber disso, Lígia decidiu adotar a menina. Apenas nos últimos capítulos, Nélson descobre que era o pai de Maria Helena.

Enquanto Nelson viaja, Lígia conhece Miguel e assim acontece um casamento relâmpago entre os dois. A partir da volta de Nelson, as coisas começam a se complicar para os recém-casados. Nelson, que estava se aproximando do irmão, volta a brigar com ele, com raiva por vê-lo casado com a mulher que ama. E principalmente por saber que Lígia casou com Miguel mais pela situação financeira estável que ele oferecia. Coisa que Nelson não podia oferecer. Assim, humilhado e desprezado, Nelson irá se tornar um estranho e se empenha na luta para reconstruir tudo que perdeu.

Lígia e Miguel tentam adotar a garota Maria Helena, mas Miguel tentará impedir, já que seu sonho é ficar com a filha, única coisa que lhe resta. Mas Miguel também não desistirá de agradar Lígia e completar sua felicidade com a adoção de Maria Helena.

Suely também se apaixona por Nelson, mas vive uma relação conturbada por causa da paixão que ele sente pela ambiciosa Lígia. No final, a assistente social se forma em direito, abre mão de seu amor por Nelson e o joga nos braços de Lígia.

Um personagem marcante na trama era a excêntrica milionária Stella Simpson (Tônia Carrero), que tentava esconder de todas as formas os problemas financeiros que enfrentava.

Stella era amiga de Miguel e Lourdes Mesquita (Beatriz Segall). Cheia de idéias e super moderna, no final, Stella acabava investindo na carreira de atriz de teatro.

Um barco chega à praia trazendo Nelson, Bruno e Técio. A pescaria em alto-mar foi boa e eles conversam animadamente. Esta é a primeira cena da novela e a partir dai começa as emoções. Os três fazem planos para o campeonato de pesca que será realizado e no qual Nelson pretendo conquistar mais uma vitória, para aumentar mais ainda a sua já famosa coleção de troféus. Mas as suas atenções estão voltadas também para a grande recepção que sua elegante e milionária amiga Stella (Tônia Carrero) prepara para o ex-marido Kleber (José Lewgoy), um dos mais bem sucedidos empresários cariocas.

Stella que dar uma festa inesquecível, para abalar a alta sociedade do Rio de Janeiro e mostrar que tem classe o posição financeira a toda prova. Assim, ela não poupa dinheiro e vai fechar a boate mais badalada da cidade para seus convidados. À champanhe rola a vontade a noite inteira.

Entrar para a lista das personalidades que comparecerão a este grande acontecimento social é o sonho de Lígia (Betty Faria), que não admite ficar de fora da alta roda e tenta fazer do marido Heitor (Carlos Eduardo Dolabella) também um empresário de sucesso.

Para isto, não hesita em ligar para Stella a pretexto de convidá-la para um jantar, só para que esta, em troca da gentileza, a convide para a festa. E consegue, só que, enquanto Lígia entra para a disputada lista, Stella começa a pensar em riscar o nome de Nelson, apesar dos anos de amizade que os une. Isso porque ele aceitou participar de uma transição ilegal. A pedido de Técio, Nelson transfere para seu nome a industria do amigo, só para que esta propriedade não figure na partilha de bens durante o processo de desquite que está iniciando.

Mas, este não é o único problema que terá de enfrentar. Longe do Rio, num orfanato da Ilha do Governador, uma menina está ligada a sua vida, sem que ele saiba. E a pequena Maria Helena, de oito anos, começa a viver um drama que envolverá Nelson. Por está na idade de se alfabetizar, ela deve ser transferida de orfanato e sente muito medo. Ao seu lado está apenas Suely, uma mulher que lhe dedica muito afeto a ponto de tentar adotá-la para evitar a mudança. No entanto, por ser pobre e solteira, não tem condições legais para levar seu projeto adiante.

É ai que Nelson entra novamente em cena. Suely descobre que ele é o pai da garota e não hesita em procurá-lo. Ele, porém, não acredita no que a moça lhe diz e afirma que seu caso com a mãe de Maria Helena não passou de uma aventura. Portanto, não se responsabiliza pela menina. Revoltada, Suely não desiste da intenção de convencê-lo do contrário e deixa o endereço do orfanato para que ele mesmo vá ver a menina e conferir como ela tem seus traços.

Nelson não consegue se libertar do que Suely lhe disse e, um dia, acaba indo até o local. Sem coragem de entrar e ver Maria Helena, Nelson tênar aliviar sua consciência fazendo um donativo de duzentos mil cruzeiros. E não pensa mais no caso.

Mas, sua sorte está para mudar. Nelson se lança ao mar acompanhado por Bruno e Técio. E este último, inesperadamente, morre através de um ataque fulminante do coração. Sua morte acontece antes que a transação comercial com Nelson tivesse sido desfeita. Deste modo, ele fica como proprietário da industria do amigo, sem imaginar que não poderia ter recebido uma herança pior.

Uma história de amor que fez sucesso na trama foi o romance entre Janete (Lucélia Santos) e Marcos (Fábio Jr.). Janete era uma jovem de personalidade forte e batalhadora. Ela discordava completamente da situação econômica dos seus pais, que passaram a vida inteira dependendo financeiramente da sua tia Irene (Eloísa Mafalda), que por sua vez, era uma senhora solitária.

O romance entre Irene (Eloísa Mafalda) e Marciano (Francisco Dantas), duas pessoas solitárias que viviam um amor maduro, chamou a atenção do telespectador. Irene e Marciano terminavam se casando no ultimo capitulo da novela.

Beatriz Segall deu vida a Lourdes Mesquita, a vilã da novela. Ela era a mãe de Marcos e tentava de todas as formas afastar o seu filho de Janete. Lourdes conseguiu provas de que Ewaldo (Mauro Mendonça), pai de Janete, estava envolvido com contrabando. A vilã passou a chantagear a namorada do filho, porém Janete se recusava a abandonar Marcos. Lourdes acabou denunciando Ewaldo, que foi parar na prisão.

A vilã, ainda por cima, detestava o genro Edir (Cláudio Cavalcanti), marido de sua filha Márcia (Natália do Valle), ocasionando diversos problemas conjugais.

Uma história vibrante e dinâmica é o que pode encontrar em “Água Viva”. Uma trama onde o amor, ambição, o ódio e a rivalidade tem lugar certo. Tudo gira em torno de Maria Helena (Isabela Garcia), uma pequena órfã que liga todos os personagens. Em idade de ser transferida para outro orfanato onde possa cursar o primário, Helena sente-se insegura. É um mundo novo, completamente desconhecido que a espera. Sua amiga Suely (Ângela Leal), vizinha do local onde vive. É a ela que contra sua aflição. Suely, por seu lado, preocupada com o futuro da menina começa a suspeitar que talvez o pai da garota ainda esteja vivo. E investiga a possibilidade. Qual é sua surpresa ao constatar que estava certa. Suely descobre que o pai da menina se chama Nelson (Reginaldo Faria) e é irmão do famoso cirurgião plástico Miguel (Raul Cortez). Sem demora trata de procurá-lo, a fim de pedir que reconheça a filha, se responsabilize por ela e lhe dê, finalmente, um lar. Mas, o destino faz com que Suely o encontre num momento impróprio. Assim, Nelson a trata muito mal. Sua relação com a mãe da garota, foi, de fato, ocasional e não se sente em condições de arcar com a responsabilidade. Depois, ele acaba perdendo todos os seus bens, devido a uma complicada transação com um amigo, Técio (Ivan Cândido). Para um homem de 40 anos como ele que nunca trabalhou e sempre viveu de rendas, se ver sem um centavo é desesperador, mesmo porque não sabe como se sustentar.

Lígia (Betty Faria) vem tentando salvar seu casamento com Heitor (Carlos Eduardo Dolabella) e fazê-lo desistir de aceitar a transferência para trabalhar num banco, em Londres. Mas, quando programa uma noite de muito amor com o marido, seus planos são frustrados. Ao invés de ficar ao seu lado, Heitor prefere ir para uma sauna. Ou melhor, mente que vai. Lígia descobre que tudo não passou de uma desculpa e pressente no ar a traição. Mas nem de longe associa esta “escapada” com a ausência da amiga Selma (Tamara Taxman), que está morando em sua casa. E é justamente ai que se encontra o perigo, caso ela não consiga abrir os olhos a tempo.

Lígia lutou com unhas e dentes para uma ascensão social. Não que ela fosse uma vilã, fria e calculista, passando por cima de tudo e de todos para ser conhecida. Pelo contrário! A ambição de Lígia era, nada mais, nada menos, que um desejo de uma mulher moderna, determinada, independente. Este desejo trouxe estranheza para Heitor (Carlos Eduardo Dolabella), que não suportou os ideais da mulher. Selma (Tamara Taxman) a melhor amiga de Lígia, que chegara de viagem depois de um divorcio e se hospedara na casa dela, foi a responsável em conquistar o coração de Heitor e tomar o marido da amiga. A fofoca do divórcio entre Lígia e Heitor se espalha na alta sociedade carioca. Lourdes Mesquita (Beatriz Segall) não pensa duas vezes em massacrar Lígia, aproveitando a antipatia que sente por ela, marca hora para Lígia fazer as unhas com a manicure Marinete (Terezinha Sodré) e esta, sem saber que está diante da ex-esposa, revela pra Lígia que Heitor está de casamento marcado com Selma.

Lígia fica transtornada e cheia de revolta. De temperamento forte, ela resolve partir pra violência e o show de Maria Bethânia serve de palco para a vingança de uma amiga traída. O acaso faz com os Lígia, Heitor e Selma se encontrem no mesmo evento. É no banheiro feminino da casa de espetáculo carioca que Lígia lava a alma esbofeteando Selma, por ser traída pela amiga e o ex-marido.

Depois de surrar Selma, Lígia pega o carro quando é vítima de uma tentativa de assalto. É nesta hora que Nelson (Reginaldo Faria) vem passando, ver o crime e resolve ajudá-la. Lígia e Nelson se conhecem num momento de sufoco. Ele se oferece para fazer um curativo nela, assim que ver sua testa sangrando. Os dois terminam numa noite de amor, numa marina, dentro da lancha de Nelson. Começam enfim, uma nova história de amor. Dessa vez, será ainda mais marcante.

Lígia (Betty Faria) mais do que nunca não mede as consequências de sua ambição. Com a morte de Sérgio (Milton Moraes), seu primeiro marido, ela passa a exigir que todos os bens que ele deixou (apenas uma casa em Angra e uma pensão de 50 mil cruzeiros) fiquem para seu filho, ignorando o fato de Celeste (Arlete Salles) ter sido mulher de Sérgio por quatro anos, o que lhe dá o direito à metade da herança.

Indignada, Lígia procura Celeste para exigir que ela desista de tudo. Mas uma desagradável surpresa a espera. Celeste não só lhe diz que não quer um centavo, como também a humilha. Fazendo-a enxergar como é mesquinha e oportunista. Isto é o quanta basta para que Lígia desabe num choro convulso em frente à sua inimiga.

Celeste, apesar de tudo, a ampara e acalma. E, nesse instante, Lígia toma uma atitude completamente inesperada: ao ver que a outra não tem dinheiro e está desempregada, convida-a para morar com ela em seu apartamento. Celeste fica sem saber o que dizer, mas percebe que no coração de Lígia não existe apenas a maldade que pensava. E, contrariando todas as expectativas, Celeste aceita a proposta. A partir dai nasce entre as duas uma grande amizade, coisa que ninguém poderia supor. Mas só o tempo dirá se essa trégua é mesmo pra valer!

Lucy (Tetê Medina) pede a Stella (Tônia Carrero) que não comente com ninguém seus planos de adotar Maria Helena (Isabela Garcia). Suely (Ângela Leal) conta a Maria Helena que Lucy pensa em adotá-la. Em Angra, uma lancha onde estavam Lucy e Janete explode. Lucy morre e Janete fica gravimente ferida.

O destino trama mais uma vez contra a pequena órfã Maria Helena (Isabela Garcia). Lucy (Tetê Medina) morre antes de puder adotá-la. E esse trágico acidente deixa a garota desesperada. Agora ela sabe que não restam mais esperanças de ter a sonhada família e que, certamente, vão transferi-la para o abrigo de crianças maiores. A ideia a deixa apavorada e ela não ver outra saída a não ser fugir de lá.

Maria Helena, silenciosamente, consegue escapar do orfanato e correr para a rua, completamente desorientada. Um sua cabecinha há apenas um pensamento: encontrar alguém que lhe dê o lar que tanto deseja. Alguém que aceite ser a mãe que ela nunca teve. Só assim poderá crescer em paz, longe dos muros e dos maus-tratos do orfanato.

Desse modo, Maria Helena, mesmo sem dinheiro, pega um taxi e segue para o bairro do Leblon. Na hora de descer, sai correndo para não pagar o motorista e... dá de cara com um policial. A garota sente o sangue gelar nas veias, seus olhos se enchem de lágrimas, o medo lhe dá um nó na garganta.

Mas o homem se abre num sorriso bondoso, já que não viu o que ela acabara de fazer. Aliviada, a garota vai em frente.

Enquanto isso, no orfanato, todos saem à sua procura, principalmente Suely (Ângela Leal), que se sente responsável pela fuga: foi ela que encheu o coração da menina de esperanças, ao lhe contar sobre os planos de adoção de Lucy, antes mesmo que tudo estivesse oficializado. Mas Suely ignora que Maria Helena esteja muito longe. Sozinha e desesperada, ela caminha pela praia. Sente frio e fome, mas sabe que está se aproximando do lugar que procurava: o apartamento de Stella (Tônia Carrero), que conhecera quando Lucy a levara lá. É com ela que a órfã quer ficar. Mas, a sorte ainda não está do seu lado. Ao chegar no local, não consegue falar com Stella que se encontra no funeral de Lucy. E passa o dia inteiro esperando por ela.

Até que finalmente a encontra. Alegria e desespero se misturam no rosto da menina. Stella compreende seu drama e a recebe com um abraço carinhoso. Maria Helena então suplica que a deixe ficar do seu lado, mesmo que seja para dormir no chão e fazer o trabalho de empregada. Está disposta a qualquer coisa desde que não tenha que voltar para o orfanato. Ao ver a menina tão indefesa e assustada, o coração de Stella se emociona e ela acaba tomando uma decisão: será a nova mãe de Maria Helena, custe o que custar! Só que a alegria da jovem durará muito pouco, pois um escândalo vai impedir que seu sonho se transforme em realidade.

A única sobrevivendo no acidente de lancha é Janete (Lucélia Santos). Mas, apesar de ter sido levada ás pressas para o hospital e de está aparentemente bem, sua situação começa a se complicar. Aos poucos, ela vai perdendo a respiração e começa a ter uma violenta hemorragia interna. É necessária uma cirurgia de emergência, mas há um sério problema: não existe um médico à disposição no lugar para operá-la. Resultado: apesar de ser ainda um estagiário de medicina, Marcos (Fábio Jr) se vê pressionado a enfrentar o problema. Só ele poderá salvá-la.

A família da jovem fica desesperada ao saber que ela está nas mãos de um jovem inexperiente. Mas Marcos surpreende a todos, realizando uma cirurgia bem sucedida. O que ninguém sabe é que não agiu só profissionalmente. Para ele, era importantíssimo salvar Janete também por um outro motivo: o amor que começa a sentir pela garota!

A prisão de Nelson é um golpe duro para Lígia, que resolve se afastar daquele homem misterioso e que só faz mal à sua cabeça. Agora é a vez de Miguel tentar fazer Lígia feliz. A imaturidade de Nelson lhe rende problemas com juros e dividendos. Depois de ser enganado por um “amigo”, é a vez de perder a mulher amada. Tudo porque sente vergonha de contar as atrapalhadas em que se meteu, para Lígia. Daí, vem o envolvimento com o contrabando, uma acusação séria. E ela não acredita na inocência dele – até com razão – pois não há nada claro em relação a Nelson. Decepção. O sentimento de ter sido enganada faz com que Lígia se afaste. E, quando se sente sozinha e frustrada, a amizade de Miguel lhe devolve a segurança e confiança que Nelson a havia feito perder. Dessa amizade nasce um sentimento mais forte.

Para Lígia significa proteção, tranquilidade. Para Miguel, uma grande paixão. Lígia e Miguel se casam e o triangulo amoroso que se forma entre os irmãos e essa mulher fascinante representa a segunda parte da história da novela.

Miguel (Raul Cortez) conhece Lígia (Betty Faria) na casa de Estela (Tônia Carrero) e fica fascinado. Desiludida com Nelson (Reginaldo Faria) e Heitor (Carlos Eduardo Dolabella), Lígia parte para a conquista de Miguel, que há mais de um ano não se interessava por mulher nenhuma e nem pensava em substituir Lucy. Usando de vários artifícios para prender definitivamente o famoso cirurgião plástico, Lígia passa a ter aulas de cultura geral com Edyr (Claudio Calvalcanti), além de investigar de forma discreta, os hábitos e preferências de Miguel e Lucy. Lígia chega a armar um esquema para que Miguel conheça seus filhos e seu apartamento, promovendo um jantar para conquistá-lo mais ainda.

Tudo ficaria mais fácil se Janete (Lucélia Santos) tivesse desistido de Marcos (Fábio Jr) e deixado o caminho livre para Sandra (Glória Pires). Mas ela resolveu lutar. E Lourdes (Beatriz Segall), a mãe possessiva, também.

A ambição de Lourdes faz tentar, de todas as formas, afastar Janete e Marcos. Para isso, ela não vacila em até mesmo utilizar-se da chantagem, sem medir as consequências de seus atos. Desconfiada de que Evaldo contrabandeia joias, Lourdes contrata um detetive para segui-lo. Munida de provas que o incriminam, procura Janete e ameaça entregar tudo à polícia, caso ela insista em continuar vendo seu filho.

Janete fica dividida entre seu amor por Marcos e a liberdade do pai, mas acaba não cedendo às ameaças de Lourdes, na esperança de que ela não siga adiante em seus planos. Mas a situação se agrava quando o detetive que havia feito as acusações resolve entregar tudo à polícia.

Evaldo é incriminado e responde a processo. As provas contra ele são muitas e dificilmente conseguirá a absolvição. Janete prefere o amor do homem que a ama ao sacrifício de perdê-lo em nome da liberdade de seu pai.

Lígia (Betty Faria), mulher rica e interesseira que pouco mais tarde acaba se envolvendo com a pequena órfã Maria Helena (Isabela Garcia). Casada com o banqueiro Heitor (Carlos Eduardo Dolabella), homem apaixonado por pesca em alto-mar e amigo de Nelson, Lígia passa por um período de crise com o marido. Este é o segundo casamento da moça, que antes havia sido mulher de Sérgio (Milton Moraes) com quem teve um filho, Paulo Roberto, agora com dez anos. Logo depois da separação, ela se ligou a Heitor, nascendo da união Patrícia, atualmente com três anos. A ambição de Lígia é desmedida e acaba fazendo com que ela perca o marido para sua amiga Selma (Tamara Taxman). Sozinha, passa a ter um único objetivo: encontrar um homem rico para subir na vida. Sem imaginar, ela esta prestes a conhecer alguém muito especial: Nelson, o pai de Maria Helena, a menina do orfanato.

Tudo acontece aos poucos. Ele, desesperado com as dívidas, resolve pedir ajuda ao seu milionário e famoso irmão Miguel, com quem, por sinal, nunca se deu muito bem. O cirurgião plástico recusa-se a lhe dar dinheiro e, no máximo lhe oferece um emprego como assalariado. Nelson fica revoltado e vai embora. Mas, o destino novamente apronta das suas. Miguel faz um almoço para comemorar os 20 anos de casamento com Lucy (Tetê Medina), com quem tem uma filha, Sandra (Glória Pires). Nesse dia, uma tragédia acaba com a felicidade de Miguel: sua esposa morre na explosão de uma lancha, juntamente com Sérgio, que havia sido convidado para o almoço. Ao saber do desastre, Nelson, passando por cima de todas as desavenças, vai confortar o irmão. Mas acaba encontrando Lígia no caminho, que vai até o local do acidente, logo que sabe da morte do primeiro marido.

Miguel e Lígia se apaixonam à primeira vista. Ela não sabe quem ele é, mas se encanta com sua aparência de homem rico. Nelson, por sua vez, oculta a sua real condição financeira. E passam a se ver. O acaso, no entanto, reserva uma outra grande surpresa. Viúvo, Miguel, sem saber da ligação de seu irmão com Lígia, também acaba se apaixonando por ela. E é ai que começa uma grande disputa entre os dois irmãos. Nesse momento, a pequena órfão volta a entrar em cena, já que Lígia descobre que a garota é filha de Nelson e resolve adotá-la sem ele saber.

Pela primeira vez, depois de muitos anos eles se defrontam. É a hora da verdade para Nelson e Miguel. Dentro de cada um, muito ressentimento, e o diálogo se torna difícil. Nelson procura seu famoso irmão para lhe pedir ajuda. Afinal, está falido e não tem como se sustentar. Miguel está disposto a estender-lhe a mão, apesar de considerá-lo um irresponsável e achar que ele está recebendo o castigo que merece pelos anos que passou na boa vida.

Mas a sua vontade de auxiliar o irmão vai por água a baixo, quando Nelson lhe pede 4 milhões de cruzeiros. É dessa quantia que precisa para montar sua própria fábrica de pranchas de surf. Miguel recusa-se terminantemente a emprestar o dinheiro. A reação é violenta! Aos gritos de que Miguel sempre foi mais rico que ele porque trapaceou a partilha de herança. Nelson dá-lhe um tremendo soco no rosto. E, nesse instante, todo o ódio que sempre sentiu pelo irmão vem à tona.

Nelson recorda-se que Miguel era o preferido de seu pai por ser estudioso e aplicado, e que ele sempre ficou em segundo plano. Por tudo isso quer vingança. E faz um juramento: só tornará a cruzar o caminho de Miguel no dia em que for muito mais rico que este e tiver subido na vida por seu próprio esforço, sem ajuda de ninguém.

A revolta e a humilhação vai fazer dele um homem capaz de tudo para vencer!

A vida de Nelson com Miguel, indiretamente, vem atrapalhar a vida da órfã Maria Helena. Isso porque Nelson estava pensando seriamente em reconhecer a paternidade da garota ou, no mínimo, adotá-la. Agora sem condições financeiras para arcar com tal responsabilidade, tira a ideia da cabeça. Mas Lucy (Tetê Medina), mulher de Miguel, a caba conhecendo a menina e, ao saber do seu drama de criança abandonada, pensa em adotá-la, mesmo ignorando que Maria Helena seja sua sobrinha. O destino, no entanto, parece está contra a felicidade da pequena órfã, pois, apesar da boa intenção de Lucy, uma tragédia vai impedir que a menina tenha, finalmente, o seu tão almejado lar.

A explosão do barco que matou Lucy (Tetê Medina) tem outras consequências. A começar pela pressão que atinge Miguel (Raul Cortez), o famoso cirurgião plástico, que não consegue aceitar sua viuvez. Ele se afasta de tudo e do todos, só tendo olhos para a filha Sandra (Glória Pires), também inconformada com a morte da mãe. E é neste momento de angustia e solidão que Miguel passa a ter um ideia fixa: ver seu irmão Nelson (Reginaldo Faria), apesar de saber que ele o odeia.

Mas não é só o desprezo de Nelson por ele que o preocupa. O caso é que ninguém sabe onde encontrar o moço. Apenas Suely (Ângela Leal) sabe que ele está morando no veleiro. É através dela que Nelson fica sabendo do desejo do seu irmão. A primeira reação é de revolta, pois ainda não perdoou o fato de Miguel ter recusado a empresta-lhe 4 milhões de cruzeiros. Mas, a voz do sangue fala mais alto. Nelson passa por cima do ódio e do orgulho e, quando todos pensam que vai deixar seu irmão sozinho num momento de dor, ele procura Miguel. E nesse encontro muitas verdades virão a tona!

Disposta a não deixar seu pai levar adiante o romance com Lígia (Betty Faria), Sandra (Glória Pires) arquiteta um plano. E o coloca em ação justamente na noite que Miguel convida sua futura mulher para jantar.

Sandra esnoba Lígia violentamente, surgindo com um vestido de gala e maquiada escandalosamente, para receber à convidada. Lígia se assusta com a situação. E Sandra não tem piedade. Ridiculariza-a. critica sua roupa, põe à prova sua pouca cultura. Até que Lígia, não aguentando mais tanta provocação, manda Sandra para o inferno e levanta-se para ir embora.

É nessa hora que chega Miguel. Ao ver como está sua filha não se contém: grita com ela e ordena que saia imediatamente de sua frente!

Só então Sandra percebe que foi longe demais e se retira chorando. Num acesso de raiva, Miguel grita que jamais a perdoará. Sentindo que esta é sua oportunidade para virar o jogo Lígia contorna a situação. Ela sabe que se tiver em Sandra uma inimiga, estará perdida. Por isso, vai até o quarto da garota e tenta conversar. Sandra é fria, ordena que ela saia. Mas Lígia insiste. Não será uma garotinha ciumenta dos carinhos paternos que irá atrapalhar seu golpe.

Assim, com toda a lábia, Lígia envolve Sandra. Lígia a convence de que é uma vítima, uma mulher solitária, carente e apaixonada. E garante para Sandra que nunca passou pela cabeça tomar o lugar insubstituível de Lucy. Meiga e simples, Lígia enfim consegue convencer a irredutível Sandra e ganha a parada. Sandra aceita jantar em sua companhia. Para Lígia esta é uma grande vitória. Mas ela não sabe que a guerra está apenas começando.

Depois de tudo acabado, Marcos (Fábio Jr) e Janete (Lucélia Santos) fazem as pazes. O amor fala mais alto e eles decidem enfrentar a vida juntos. Marcos chega a procurar o pai de Janete, mas a conversa não dá em nada. Evaldo (Mauro Mendonça) mal disfarça a raiva que sente pelo rapaz e acaba lhe dando um porre de cerveja.

Mas, não será o ódio do ex contrabandista que atrapalhará este romance. Mais uma vez existe um inimigo secreto entre o casal: o ciúme. E este sentimento é uma constante ameaça. Ainda mais quando explode no coração de Janete, fazendo Marcos perceber que ela tem um lado que lhe é desconhecido, agressivo e muito negativo.

Tudo acontece quando Janete e Marcos vão a casa de Edyr (Claudio Cavalcanti). Lá, inesperadamente, encontram Sandra (Glória Pires) acompanhada de Nelson (Reginaldo Faria). Janete não disfarça a aversão que sente por Sandra, pois sabe que ela ainda ama Marcos. E parte para grosseria. Ofende Sandra, diz que ali não é seu lugar, que ela é uma filhinha-de-papai e que sofre de uma incurável dor de cotovelo.

Sandra, com toda a classe, não reage, embora fique magoadíssima com tanta humilhação. Mas o tio Nelson toma suas dores e xinga Janete. Ainda mais por ser ela filha de Evaldo, o homem que o levou a cadeia. Eles resolvem lavar a roupa suja ali mesmo e começam as ofensas. Todos os resentimentos chegam a tona, e chegam ao auge quando Marcos, em defesa da namorada, agride Nelson a socos. A confusão é total! Quando Nelson se retira com Sandra, resta nos olhos de Marcos uma profunda sombra de decepção pela baixaria de atitude que Janete tomou. Marcos já não sabe até quando este amor conseguirá sobreviver.

Terminado a briga, Nelson (Reginaldo Faria) ainda está furioso e não tem como levar Sandra (Glória Pires) para casa. É então quando Jader (Jorge Fernando), irmão de Suely (Ângela Leal), oferece uma carona pra garota. Há muito tempo o mecânico simpatiza com Sandra, adora sua simplicidade, seu sorriso franco e sincero. E ela nunca o desprezou por ser ele um rapaz de origem humilde. Por isso, Jader se encantou pela garota e a ama em silencio. Quando Sandra o convida para entrar em sua casa, Jader leva um susto, e pensa que está sonhando. E começa a surgir uma esperança de que o amor que ele julgava impossível, possa ser mais forte que as barreiras sociais. Mas este romance não vingará.

Por favor, Edyr, não faça isso, eu te peço! Vão rir de mim, vão me crucificar! E não vou suportar uma coisa dessas...

– Lourdes, eu preciso saber!

– Mas eu preciso pagar uma duplicata no banco...

– Você não agiu direito, Lourdes! Tô vendo isso na sua cara!

Edyr começa a discar o telefone firme e decidido, até que Lourdes, completamente transfigurada, implora:

– Está bem, eu confesso, conto toda a verdade. Mas, pelo amor de Deus, não faça isso!!!

Pela primeira vez, Lourdes é obrigada a pedir clemência ao seu genro Edyr – e de joelhos! E não poderia ser de outra forma. Para pagar uma divida de 6 mil cruzeiros, ela resolve mentir para Stella (Tônia Carrero), dizendo que Maria Helena (Isabela Garcia), adoentada, precisava de exames de laboratórios e cuidados médicos especiais. Assim, arranca um cheque de 10 mil cruzeiros da amiga e vai usá-lo em proveito próprio. Mas, Edyr chega em sua casa e, encontrando o cheque caído no chão, desconfia da trapaça da sogra. Para confirmar, ameaça ligar para Stella e desmascarar Lourdes!

O desespero da megera é tão grande que, para aliviar o escândalo, ela chega até se atracar com Edyr. Entre lagrimas, confessa que usou a menina para seu próprio beneficio. E, depois de ver aquela desprezível mulher se arrastando pelo chão, Edyr, enojado, retira-se batendo a porta.

A partir do incidente com a sogra, Edyr (Claudio Cavalcanti) começa a enfraquecer, perdendo o controle sobre Lourdes (Beatriz Segall) e até sobre a própria mulher que sempre esteve do lado da mãe e, no fundo, não passa de uma grande interesseira. Assim, Marcia (Natália do Valle) volta a se juntar a Lourdes, e, ressentida do marido, entra no jogo da mãe para arrancar quanto dinheiro puder da ingênua Stella. Usando para isto o mais eficaz pretexto: Maria Helena!

Edyr, além de ser atraiçoado pela própria mulher, vê seu casamento, sua vida familiar caminhando para um triste futuro. E quem mais perde nessa história é a pequena órfã, que no meio de tanto desamor, briga e traição, vai crescendo num ambiente insuportável.

Suely (Ângela Leal) não tem ninguém que a ame, que se preocupe com ela, que a ampare. A solidão é o seu destino. E para disfarçar esse abandono, passa o tempo tentando solucionar os problemas dos outros. Mesmo que isso a prejudique. Assim, falta no emprego porque Maria Helena (Isabela Garcia) está doente. Justamente no dia que Bruno mais necessita dela. O jovem fotografo, furioso com sua atitude, decide despedi-la.

Como se isso não bastasse, Suely vê o seu sonho de amor se desfazer quando menos espera. Apaixonada por Nelson (Reginaldo Faria), ela dá asas as suas fantasias e começa a entusiasmá-lo com a ideia de casamento. Suely convence Nelson de que um homem precisa de amor, de um lugar, e que ele deveria se casar para poder assumir a paternidade da garotinha.

Só assim Nelson teria a paz e a tranquilidade de que tanto necessita. Empolgada com suas próprias palavras, Suely nem percebe que só falta dizer a ele que ela é a mulher que ele tanto precisa. Ainda nas nuvens, ela nem acredita quando Nelson lhe diz que ela tem toda razão e que ele quer mesmo se casar.

Só que toda sua alegria cai por terra quando Nelson revela que irá procurar Lígia (Betty Faria) e pedi-la em casamento.

Suely desaba e ele nem percebe. Se despede e sai. Ela fica ali, imóvel, sem coragem de levantar os olhos. Em sua frente há uma garrafa que conhaque e um copo. E a moça resolve afogar as magoas na bebida ao sentir que tem o peito vazio e está verdadeiramente sozinha.

Evaldo (Mauro Mendonça) tinha certeza de que ouviria os mais histéricos gritos de Lourdes (Betatriz Segall), quando ela visse o nome do seu filho Marcos (Fábio Jr) envolvido num escândalo explorado pelos jornais. Mas o tiro saiu pela culatra para surpresa geral. Lourdes vibrou de alegria com a trama armada pelo ex presidiário.

Afinal, agora Marcos tem ilimitadas possibilidades de subir na vida, caso seu “romance” com Stella (Tônia Carrero) se torne realidade. E, com sua conhecida cara-de-pau, Lourdes procura o filho (que está aflito, vendo sua carreira se arruinar) para que confirme toda a história.

Depois, para completar sua obra maquiavélica, Lourdes procura Janete (Lucélia Santos) para acusá-la.

– Você é a culpada de tudo! Por que o Marcos teve que manter em sigilo um romance com uma pessoa maravilhosa como a Stella?

Incrédula, Janete quer detalhes:

– Do que a senhora está falando???

– O Marcos está ligado a Stella há meses, minha Filha! No inicio, eu até relutei em aceitar que se encontrassem as escondidas, não via motivo, os dois são livres...

Percebendo que Janete está caindo no seu conto feito patinho, Lourdes ataca pra valer:

– Ora, faça um exame de consciência! Você acha que, por ter lido uma meia dúzia de livros, tinha qualidades pra prender um homem culto e sofisticado como o meu filho? Olhe-se no espelho! Você vai ver que ele só podia mesmo se apaixonar por uma mulher completa e maravilhosa como Stella!

A intriga de Lourdes surte efeito imediato: pela primeira vez, Janete duvida da honestidade do namorado. Sentindo-se traída e enganada, nem mesmo aceita as explicações de Marcos que corre a sua casa para esclarecer todo o mal entendido. Janete ficou muito impressionada com as palavras de Lourdes. E põe o namorado pra fora, achando que fez papel de idiota o tempo todo.

Com isso, Lourdes, mesmo sem querer, acabou se unindo a Evaldo para acabar com o romance de Marcos e Janete. E só resta torcer para que o amor que eles tem dentro do peito resista a mais cruel prova.

De um lado está Marcos (Fábio Jr), confuso e arrasado, prestes a perder o emprego e a namorada. De outro está Janete (Lucélia Santos), decepcionada e morta de ciúmes. Como unir novamente esses jovens? Como impedir que um amor tão sincero e puro seja destruído por uma calunia? Somente Stella – que involuntariamente causou a crise entre Marcos e Janete – pode impedir a separação.

Por isso, decidida a explicar tudo à garota e convencê-la a voltar para os braços do jovem médico, a milionária resolve enfrentar o problema de frente: vai a casa de Janete e exige que ela escute a verdadeira versão dos fatos!

No começo, a moça se tranca no quarto e praticamente expulsa Stella de lá. Mas a grã-fina sabe lidar com as pessoas e acaba vencendo a resistência de Janete. Aproveita então para contar seu drama, defendendo a integridade de Marcos. Seu depoimento é tão comovente que Janete se desmancha em lagrimas. Embora a maldosa Lourdes Mesquita (Beatriz Segall) tenha trançado os seus pausinhos, embora Evaldo (Mauro Mendonça) venha minando a felicidade da própria filha, Janete e Marcos voltas às boas e selam o seu amor num apaixonado beijo!

Parasse que o sofisticado apartamento de Stella (Tônia Carrero) se transformou num ringue preferido para quem quer quebrar a cara de um rival ou inimigo. E desta vez é o seu próprio filho Bruno (Kadu Moliterno) quem arma a confusão, dando uma surra em Marcos (Fábio Jr), sem mais nem menos!

Revoltado a ficar sabendo que sua mãe havia se envolvido num escândalo com o jovem cirurgião, Bruno voa direto para o Rio de Janeiro, disposto a tirar satisfações. Mas chega numa hora totalmente imprópria: durante uma das badaladas reuniões na casa de Stella.

O fotografo desconta todo ódio que guardava: como Marcos já estava de saída, com Janete (Lucélia Santos), mal abre a porta dá de cara com Bruno que acaba de chegar. Vendo ali o seu odiado rival no amor de Janete, o fotografo parte com tudo para a briga.

Na verdade, Bruno desconta em cada soco, o ciúme e o orgulho ferido de ter perdido Janete para Marcos. Bate pra valer com raiva e rancor!

Stella, coitada, novamente é obrigada a entrar na confusão, chamando a turma do “deixa-disso” para separar os dois garotões. E mais uma vez tem que se desculpar com os ilustres convidados, que a essa altura já se acostumaram a ter como atração, nas festas dela, animadíssimos supapos, pernadas e xingamentos generalizados.

Márcia (Natalia do Valle) procura falar com carinho com sua mãe, mas suas palavras soam como o estalar de uma bofetada para Lourdes (Beatriz Segall):

– Pra uma pessoa que tá no buraco, enterrada que nem você, não se empresta dinheiro. Pelo menos uma filha, não. Seria pior, mamãe. Você iria pagar as dividas mais urgentes e tomar o resto...

Márcia nunca se mostrou tão decidida, firme e segura de si. E Lourdes fica boquiaberta com a inesperada atitude da filha, que lhe nega o empréstimo de 100 mil cruzeiros:

– Vou dar só trinta mil.

– Trinta???

– Já fiz minhas contas. E com o que sobrar posso abrir minha firma de cerimonial...

E mais essa agora! O que Lourdes jamais poderia imaginar é que sua filha quisesse ter um negócio livre de seu controle e se transforme numa concorrente, numa verdadeira inimiga!

– Veja bem mamãe. A gente tem que encarar essa realidade. Você tá queimada na praça, não dá pra trabalhar com você!

Para Lourdes, é uma tragédia. Mas para Márcia, um verdadeiro grito de independência. Ela, que sempre foi tão insegura e dominada, agora que percebe que pode viver (e bem melhor!) sem as redias da mãe. E, o mais importante, sabe que com isso vai agradar ao marido Edyr (Claudio Cavalcanti), que sempre quis ter uma casa e uma mulher de opinião. Coisas que Márcia está em vias de ser. Mas, como se diz, antes tarde do que nunca...

Nelson se aproxima de Lígia e confessa que jamais deixou de ama-la. Mas no momento que estão prestes a reatar o romance, Sueli chega da Europa e se coloca entre os dois.

O cenário é a animada festinha de Maria Helena. A convite da menina, Lígia leva seu filho à casa de Nelson. Mas, apesar de todos os esforços, ela não consegue se sentir apenas como cunhada dele. Cada detalhe da casa a faz relembrar de momentos apaixonados que passou.

Nelson e Lígia tentam uma conversa sem êxito no quarto. Eles sentem que o momento não é para decisões e saem do quarto confusos, perdidos na sua paixão. A o chegar à sala, porém, recebem um choque: Sueli, que havia viajado para Europa, está de volta, abraçando à todos e mais bonita do que nunca.

Nelson tenta falar com Sueli, mas agora ela é uma mulher madura e segura. Já não olha para ele como quem está mendigando amor. Com Nelson, Sueli é simpática e só. E por isso mesmo chama mais a atenção dele.

Sentindo uma pontinha de ciúme, Lígia vai embora, enquanto Nelson fica encantado com a nova Sueli. Ele chega a pedir que Sueli fique um pouco mais. Esta atitude é suficiente para que comece uma guerra entre Lígia e Sueli, novamente, pelo amor de Nelson.


Faz um lindo dia de sol em Vitória (ES). Bruno está deitado na areia quente e branca da praia quase deserta. E, quando abre os olhos, vê diante de si uma menina triste que se transformou numa mulher bonita e atraente: Sandra.

Nervoso, ele volta o rosto para outro lado. Mas não resiste a tentação de admirá-la um pouco mais.. Sandra sai correndo para mergulhar e as ondas envolvendo seu corpo bronzeado põem Bruno ainda mais tenso.

Bete (Maria Padilha) observa suas estranhas reações e pergunta o que há. Ele tenta mudar de assunto, mas acaba revelando que está gostando de Sandra.

Finalmente Bruno se apaixonada por Sandrinha, depois de muitos desencontros. De repente, ele descobre naquela garota triste, um lado de mulher bonita, atraente e sensual. Mesmo assim, ainda teme um envolvimento profundo.

Estela que coleciona amores, é alvo de mais uma nova paixão. Deste vez é pra valer já que se trata de um diretor de teatro, atraente e desinteressado por sua fortuna. Max (Ricardo Metraglia) deixa a socialite completamente apaixonada por ele. Aos poucos a grã-fina vai percebendo que Max a quer pelo que ela é e não por causa de sua fortuna. Daí nasce um romance intenso, apaixonado e muito divertido. Max também é um homem antiquado, que não permite que mulher alguma pague um jantar ou bebida. Com o novo amor, a grã-fina aprende a ser mais simples, menos esnobe, chegando a frequentar barzinhos e a tomar chopinho, tudo por amor.

A filha de Marciano (Francisco Dantas), chamada Roberta, chega dos Estados Unidos, depois de morar dezoito anos no Brasil. A garota pensa que seu pai é um rico industrial, que vive feliz ao lado de sua segunda mulher, Zuleica e da enteada, Ângela. Tudo isto Marciano inventou e lhe contou por cartas.

Desesperado, o motorista corre a pedir ajuda a sua amiga Irene (Eloisa Mafalda). Ela resolve ajuda-lo se passando por Zuleica. Depois Irene fica temerosa com a grande mentira e Lígia resolve ajudar seu motorista, emprestando o apartamento para que ele se finja de rico e ainda compra roupas finas para Marciano e Irene.

Irene fala com Jader (Jorge Fernando) para que se finja de chofer. Lia, uma amiga de Janete (Lucélia Santos), se faz passar Por sua filha e enteada de Marciano. A irrequieta Janete fica sabendo de tudo e tenta obrigar Marciano a contar toda verdade para filha. Lígia chama Janete de lado e tenta mostrar o quanto ela está errada. Toda a vida de Marciano foi dedicada a este sonho e agora, por um capricho, Janete teima em destruí-lo. Janete se convence da situação de tal forma, que acaba surpreendendo a todos, ao se apresentar a Roberta, como a enteada de Irene, enquanto Lia é apresentada como Lígia.

No meio de tanta confusão, a felicidade de Irene e Marciano chega a ser indescritível. Eles passeiam de barco, vão a festas e jantares e a noite, quando vão para o quarto dormir, se descobrem apaixonados. Finalmente o motorista abre seu coração para a solteirona e emocionados, selam a felicidade com um grande beijo de amor.

Irene é, por natureza, uma mulher romântica e sonhadora. Sempre deixou transparecer os seus desejos secretos de casamento. E quando, finalmente, Marciano declara seu amor, Irene explode em paixão.

Nos últimos capítulos, Miguel foi assassinado, criando um clima de suspense na trama através do famoso: “Quem Matou?” e ajudando a manter o alto índice de audiência. No final, se descobre que o assassino era Kleber Simpson (José Lewgoy). O criminoso havia sido tutor de Miguel e Nélson. O motivo do assassinato foi que Miguel descobriu que Kleber estava envolvido na perda dos bens de Nélson. No final da história, Kleber terminava preso e escrevendo um livro sobre as suas memórias.

De repente um tiro. Ninguém sabe o que está acontecendo, até que se ouve o grito de Sandra, vindo do escritório do pai, em Angra dos Reis. Todos correm e deparam com a cena: Miguel morto, estendido no tapete. Suicídio? Homicídio? Na segunda hipótese, vários suspeitos, embora alguns com motivos bastante frágeis.

Os indícios da morte de Miguel começam a se acumular a partir da tentativa de Lígia de reaproximar os dois irmãos. Pressionado pela mulher, ele vai a uma recepção na casa de Stela, e confessa a Nelson que realmente o roubou na partilha dos bens. Com a cumplicidade de Kleber, Miguel deixara fora do testamento várias peças valiosas, com medo de que fossem vendidas a qualquer preço. A confissão é dolorosa, mas ele está seriamente disposto a reconquistar o irmão. Nelson saboreia a vitória e, embora se emocione, finge uma certa distancia.

Lígia não se conforma com o resultado da conversa, e procura Nelson, em mais uma tentativa, o que traz resultados funestos: Miguel, que contratara um detetive para segui-la, faz uma cena ao saber que a mulher se encontrou com o irmão. E, a partir daí, muda o seu comportamento. Miguel torna-se mal humorado, tenso, até que sua estranheza atinge o auge ao procurar Marcos para uma conversa muito séria. Os dois vão para o apartamento de Lourdes que, ao sair para deixa-los à vontade, não resiste à curiosidade e deixa ligado o gravador que estava usando para o seu trabalho. Miguel fala que está passando por uma fase difícil, e que por isso resolveu fazer um testamento deixando para Marcos a sua clinica e metade das ações. Mas com uma condição: que ele cuide de Sandra.

A conversa se passa na véspera da ida de todos para Angra dos Reis, onde será comemorado o aniversario de Sandra. Lourdes não resiste ao ouvir a fita gravada. Fica exultante e mostra a Selma e Alfredo o que acabou de tomar conhecimento.

Já na casa da praia, onde todos estão reunidos na sala, alguém chama Irene na garagem. Imagina ser Marciano, mas quem encontra é Evaldo que lhe pede 30 mil cruzeiros para saldar uma divida de jogo. Ela recusa e Evaldo some no meio da noite deixando a irmã desesperada. Ao voltar, ela encontra a sala vazia, e vai para o seu quarto.

Irene é a primeira a ter um suspeito, Evaldo, já que o dinheiro que estava no cofre aberto por Miguel, para pagar os empregados, desaparecera. Outra suspeita é Lourdes Mesquita. E Alfredo quer saber por que ela não estava no quarto na hora do crime, já que sabe o quanto ela lucraria com a morte de Miguel.

Há quem ainda suspeite do marinheiro (Dary Reis), mas ele tem um álibi: estava conversando com Edyr nos jardins da casa. Kleber também entra na lista, embora seus motivos, aparentemente, fossem fracos. Ele foi cumprisse no golpe de Miguel contra Nelson.

Heitor, humilhado pela recusa de Miguel em ajuda-lo, também virou mais um suspeito do crime.

Amor, dinheiro e vingança: estes foram os principais motivos que levaram o industrial Kleber (José Lewgoy) a matar três pessoas. E sua confissão revela segredos que ninguém imaginava! Nem mesmo o filho Bruno (Kadu Moliterno) e sua ex mulher, Stella (Tônia Carrero).

Acabou o suspense! Kleber é o frio assassino de Miguel Fragonard (Raul Cortez). Durante algumas semanas o autor Gilberto Braga e a equipe da Globo tentaram de todas as formas possíveis e imagináveis confundir a imprensa, esconder a qualquer preço, a qualquer custo, seu grande segredo: Quem matou Miguel Fragonard?

Chegaram a escrever e distribuir capítulos falsos entre o elenco, onde Marciano (Francisco Dantas), o chofer da família Fragonard e apaixonado admirador de Irene (Heloisa Mafalda), era o culpado.

Kleber não era exatamente o pacato homem que se mostrava. Envolvido em transações escusas, quando sentiu inevitável a falência de uma de suas empresas, pôs tudo nas mãos de um testa-de-ferro, Técio (Ivan Cândido) e tratou de aproximá-lo de Nelson (Reginaldo Faria).

Por que Nelson? Primeiro porque era um boa vida, um ingênuo milionária que cairia facilmente no golpe. Segundo, porque Kleber o odiava. Nelson é filho de uma mulher a quem Kleber muito amou e que o trocou pelo dinheiro e projeção social da família Fragonard, casando-se com o pai de Miguel (Raul Cortez).

Desde esse dia, ele jurou vingança. E o fez sobre o pobre Nelson. O que ninguém desconfiava é que por trás das grandes desgraças, estivesse o dedo sinistro de Kleber, arruinado Nelson, assassinando Técio para que não falasse, dando fim no detetive Miguel (Ivan Mesquita) por ele ter descoberto tudo e, finalmente, baleando Miguel Fragonard porque ele queria entregá-lo a polícia.

Finalmente a felicidade chega para Irene (Heloisa Mafalda) e Marciano (Francisco Dantas). Eles casam e viajam em lua-de-mel para Europa! Tudo começa a acontecer quando os dois percebem que um não consegue viver sem o outro, que é chegado o momento de tomar uma decisão. Eles sabem que não são mais jovens e por isso não tem tempo a perder. E, se deixarem essa oportunidade passar, acabarão perdendo o melhor de suas vidas. Assim, conscientes do amor que sentem e confiantes num futuro feliz, tomam a grande decisão. Casarão o mais depressa possível.

Dispostos a ter seu próprio lar, os dois vão falar com Lígia (Betty Faria) para que ela consinta que Marciano, depois de casado, continue trabalhando como seu motorista, mas sem a obrigação de morar no emprego. Pedem também que Lígia lhe dê um mês de férias para que possam ir à Argentina em lua-de-mel. Irene sempre sonhou conhecer o exterior.

Lígia, tocada pela felicidade do casal, faz mais que atender ao pedido dos dois. Oferece como presente de casamento uma viagem de núpcia à Europa, com tudo pago. E dá ao motorista o tempo que ele quiser pra ficar viajando. Por fim, propõe que a festa de casamento seja feita por ela, em seu próprio apartamento.

Com muita emoção, Irene e Marciano agradecem a generosidade de Lígia. E sentem que naquele momento começa uma nova fase em suas vidas. Um tempo feliz, como nunca tiveram antes.

Na festa de casamento de Irene (Heloisa Mafalda) e Marciano (Francisco Dantas), Jader (Jorge Fernando) conversa com a empregada de Nelson (Reginaldo Faria) e ouve uma história muito suspeita! Ela diz que vai á favela onde mora sua irmã e que um “generoso” monsenhor irá recolher fundos para a construção de casas populares.

Segundo o tal monsenhor, a contribuição de casa morador, unida ao donativo do Papa João Paulo II, dará para construir um imenso conjunto habitacional, com direito até uma piscina. Quem entrar com mais dinheiro ganhará uma casa melhor. Só que tudo não passa de um grande golpe de Evaldo (Mauro Mendonça).

Jader, desconfia da história e do tal monsenhor e com a ajuda de Marcos (Fábio Jr), pretende botar tudo em pratos limpos. Assim, os dois vão a tal comunidade, onde se escondem num barraco, prontos para desmascarar o falso padre. E aproveitam para assistir uma cena das mais engraçadas e surpreendentes: Evaldo, de batina, chega todo solene, distribuindo “benção” em companhia de um irmão “leigo”, Canivete (Grande Otelo), outro pilantra.

Sentam-se à mesa e começam a arrancar dinheiro da população enganada. É a maior confusão ao mesmo tempo em que Canivete organiza a fila e fala da beleza que será o residencial.

Quando os dois trambiqueiros terminam a coleta, Marcos e Jader aparecem. Evaldo, suando frio, roga para que Marcos nada revele à sua família sobre o caso. O jovem cirurgião manda os dois correrem dali e nunca mais aparecerem. Canivete ainda passa a mão na arrecadação e tenta fugir. Mas é agarrado por Jader e o suado dinheiro dos moradores volta aos seus devidos donos.

Não fosse uma atitude firme e decidida de Marcos (Fábio Jr), ele terminaria a novela separado de Janete (Lucélia Santos). Em parte por sua própria culpa, em parte por culpa da garota. Mas principalmente por causa de Lourdes (Beatriz Segall), que numa ultima tentativa de separar o jovem casal, arma uma intriga maquiavélica.

Usando uma gravação falsa (montagem de conversa que Marcos teve com Miguel), Lourdes faz Janete acreditar que Marcos jurou casar com Sandra (Glória Pires) em troca das ações da clinica.

Janete, desesperada com a cruel revelação, procura o noivo para esclarecer a história. Ele garante que nunca houve isso r fica revoltado com a falta de confiança da noiva. Suspeita, porém, que por trás de toda esta trama está o dedo diabólico de Lourdes. Indignado, procura a mãe. Ela ainda tenta desconversar, mas acaba entregando as duas fitas – a verdadeira e a falsa. E mais: Lourdes acaba confessando o seu plano. É o fim da relação entre mãe e filho. Marcos, transtornado diante de tanta sujeira, rompe definitivamente com a mãe:

– Não quero te ver nunca mais – ele diz – Pra mim, você morreu. Alucinado, vai a casa de Janete. Entrega as duas fitas. Pede para que ela tire suas próprias conclusões e que nunca mais apareça em sua frente.

A separação é dolorosa. Os dois sofrem. Ele se faz de durão, mesmo não aguentando a saudade da garota. Janete chora pelos cantos, mas marca sua passagem para a Alemanha, onde estudará por quatro anos.

Os dias se arrastam tristes, angustiantes. De repente Marcos percebe que não conseguirá viver sem o amor de Janete. E sai correndo à procura da mulher amada. Chegando a tempo de impedir que ela viagem.

Assim, entre beijos, afagos e pedidos de desculpas, eles marcam casamento. Agora nada mais poderá impedi-los de serem felizes!

Um final feliz também para Bruno (Kadu Moliterno) e Sandra (Glória Pires), quando no ultimo capítulo, os dois iniciam um namoro.

A cena acontece no apartamento de Bruno. Arrasado com a prisão do pai, ele passa os dias trancado dentro de casa, sem vontade de conversar. Sandra, disposta a ajudar o amigo, vai visitá-lo. Chega de mancinho, como que não quer nada, puxando papo, tentando animá-lo.

Para ele, o ombro amigo e amoroso de Sandra é um conforto. E quando, por fim, olhos nos olhos, ela declara que o ama, Bruno se rende aos seus encantos. Descobre que se já gostava dela, agora começa a sentir amor de verdade. E, pela primeira vez, Bruno e Sandra trocam um apaixonado beijo!

Depois de tantos conflitos, tantos desencontros e incertezas, Márcia (Natalia do Valle) e Edyr (Claudio Cavalvanti) merecem um final feliz. Depois de uma separação, ela volta para o marido, grávida, no ultimo capítulo da novela.

Já fazia tempo que Márcia queria uma reaproximação com o ex marido. Desde a separação, Márcia vem sentindo todo o peso da solidão. Conquistou independência da mãe Lourdes Mesquita (Beatriz Segall), amadureceu e se tornou uma mulher admirável. Mas sentia-se extremamente só.

Assim, tenta se reaproximar de Edyr. Aos poucos, deixa-se levar pela ternura do professor, corresponde aos seus carinhos, até que, numa noite cheia de amor, os dois voltam a se entregar, matando saudades, relembrando sua paixão.

No dia seguinte, porém, ele destrói as esperanças de Márcia:

– Não pense que, por causa dessa noite maravilhosa, tudo vai melhorar entre nós!

A frustração de Márcia aumenta quando, ao fazer um exame médico, descobre que está grávida! Parece até um sonho: um filho era tudo o que eles queriam. Ou um pesadelo: sem Edyr, ela não terá forças para criar um bebê.

Como não admite que o ex marido volte aos seus braços apenas por causa da criança, Márcia esconde a novidade de todo mundo, disfarçando a barriga que cresce dia a adia. Ao mesmo tempo, luta para reconquistar Edyr. E, finalmente, aos seis meses de gravidez, ela alcança seu objetivo:

– Eu te amo, Edyr! Se você ainda tiver carinho por mim acho que a gente podia tentar viver junto outra vez. Vou ser franca. Não sei se vai ser uma boa pra você. Mas eu queria muito uma nova chance! Eu te amo demais e não tem mil livros, mil ideologias, nada que possa separar duas pessoas que se amam!

Edyr a olha firme e ela insiste:

– Você não quer tentar?

– Quero! Quero muito, Márcia!

Muitos beijos e abraços depois, Márcia abre o jogo: de agora em diante, Edyr terá dois corações para amá-lo. Um no peito de Márcia e outro ainda no seu ventre, que dentro de três meses chegará para aumentar a família e a felicidade!

Não bastasse o castigo de receber o desprezo do próprio filho, Lourdes Mesquita (Beatriz Segall) enfrentará mais uma dura prova: Alfredo (Fernando Eiras), o jovem e amado arquiteto que ela tanto protegeu, dá por encerrado o romance que vinha mantendo com ela. Diz adeus e vai embora para nunca mais voltar.

Lourdes recebe a notícia no final do capítulo 156. Ela está sozinha na sala, pensativa. É tarde da noite. Nisso a porta se abre. É Alfredo:

– Desculpa a hora – ele diz.

– Não precisa me dá explicação nenhuma. Eu não esperei pra discutir nem aborrecer você, meu amor. Eu esperei acordada porque amo você. Tava com saudades. Tava louca pra você chegar.

Alfredo, constrangido, acende um cigarro...

– Eu ia me sentir melhor se você brigasse.

– Deixa de história, Alfredo! O que é isso! Quer que eu faça um chá?

Alfredo se enche de coragem e abre o jogo.

– Eu tava com uma garota, Lourdes. Eu menti pra você. Menti várias vezes. No começo eu não imaginava que fosse sério. Achava que ia passar...

À medida que ele fala, Lourdes vai se transformando. Fica deprimida e arrasada. Alfredo continua...

– De repente ficou muito sério mesmo. Você a conheceu na casa do pai do Bruno. A Claudia Villa Verde. Acho até que você conhece a família. Essa noite a gente conversou muito e resolvemos nos casar.

Ao ouvir o nome da “outra”, Lourdes tem um ataque. Claudia era a moça que ela pretendia para nora. É com ela que ela queria ver Marcos casado. E não acreditando na revelação de Alfredo, dá uma gargalhada.

– Você e uma Villa Verde? Você deve está bêbado. Essa garota é uma das maiores fortunas do Brasil. Quando a família souber quem é o pretendente, manda ela pra Suíça, no dia seguinte. Você nunca mais põe os olhos nela, meu querido.

Alfredo explica então que já conversou com a família. Que foi honesto, disse quem era, que falou até da relação com Lourdes e eles aceitaram.

– Só impuseram uma condição – conta Alfredo, - que a gente espere seis meses pra casar e que eu saia daqui amanhã mesmo, pra morar em outro lugar.

Lourdes fica sem reação. É a morte pra ela. Sente que está tudo acabado e que dali para a frente só lhe resta a solidão!

Antes de correr para os braços de Lygia (Betty Faria), Nelson (Reginaldo Faria) faz uma proposta surpreendente: pede Suely (Ângela Leal) em casamento!

Ele confessa que tem medo de ficar sozinho, que Maria Helena (Isabela Garcia) precisa de uma mãe e que sempre admirou Suely. Mas ela – bem mais madura e consciente que nos tempos em que sofria por ele – desarma o rapaz:

– Você tem sua vida e eu a minha. Além do mais, nem dizer da boca pra fora que me ama, você diz. Algum casamento se sustenta sem amor, Nelson?

– Não acho absurdo nenhum, eu to sozinho, você tá sozinha...

– Quem disse que eu to sozinha? Tenho 33 anos, não sou horrorosa, tenho saúde. Não é uma transa importante, séria, mas to tentando.

Sim, Suely encontra um outro homem pra sua vida. E, quem sabe, será ele quem a fará encontrar a tranquilidade que sempre buscou.

Mas, enquanto espera que as coisas aconteçam, Suely vai tomando sua vidinha, muito feliz, ao lado de Mauro, o garoto que ela adotou e a quem dedica todo carinho e afeto.

Celeste (Arlete Salles) e Heitor (Carlos Eduardo Dolabella) também encontram o amor. Os dois já viam saindo juntos, para jantares de bate-papos. Ele parecia ser apenas um amigo fiel. Ela, uma companhia agradável...

Mas nas cenas finais da novela, os dois aparecem felizes e sorridentes, de mãos dadas, anunciando seu casamento. E, com muito bom humor, Celeste ainda brinca com Lígia (Betty Faria):

– Olha ai, hein! Pelo jeito eu to herdando todos seus ex maridos! Cuida bem do Nelson: quero-o em bom estado de conservação...

Lígia (Betty Faria) e Nelson (Reginaldo Faria) ficam juntos para sempre! Depois de muitos desencontros, intrigas e traições, eles decidem esquecer o resentimento e decidem unir suas vidas, formando, finalmente, uma família feliz.

Nelson e Lígia unidos num longo, ardente e apaixonado beijo. É isto o que o publico viu no ultimo capitulo de “Água Viva”. Colocando-se assim um ponto final nesse complicado romance que começou no inicio da novela e só se resolveu no final da história.

Mas, antes que Nelson e Lígia acertem os ponteiros e fiquem juntos para sempre, os dois tem uma violenta discussão, onde deixam explodir todo ressentimento que deixaram guardado há muito tempo.

Um joga na cara do outro os erros, as inseguranças e os medos que enfrentaram:

– Você mentiu muito pra mim! – queixa-se Lígia.

– E você não foi na delegacia num momento em que eu mais precisava de seu apoio. – lamenta-se Nelson.

– Expôs os meus filhos! – reclama ela.

– E você casou com o Miguel por interesse!

– Você mentiu pra mim! Fez até eu achar que você era ladrão!

– Nem foi na delegacia pra mim ver...

– Vergonha de ser pobre, isso é que você tem. Vergonha de terem te passado pra trás. Por isso, não acreditou que eu era sua mulher e amiga...

– Você não me amou!!!

– Amei! Amei sim, amei desde o primeiro momento em que te vi. Amei muito. Amei muito mais do que qualquer outro homem em minha vida!

Ai, o silêncio. Os dois choram, gritam e ficam cansados. O desabafo exigiu muito deles. Mas valeu a pena: leves, eles se olham profundamente... e se jogam um nos braços do outro, entregues ao beijo sufocado por tanto tempo!

Agora, já n ao há mais nada capaz de separá-los. Sofreram demais por tentar esquecer esta paixão. E por nada deste mundo vão deixar escapar a última chance de serem felizes, juntos!

Ao saber que seu ex marido é o verdadeiro assassino de Miguel Fragonard (Raul Cortez), Stella (Tônia Carrero) fica em estado de choque! Faz três meses de sonoterapia. Fica deprimida por mias algum tempo, não sai de casa, não vai a festas.

Mas, como sempre foi uma pessoa positiva, Stella luta para sair dessa. Para voltar a ser a mesma brincalhona de sempre, precisa de se ocupar com alguma coisa, ter lagum inetresse maior... E é ai que a milionária resolve procurar Max (Ricardo Petraglia), o jovem diretor de teatro, para montar uma peça!

Começam os ensaios sob o patrocínio da estrela Stella, é claro! Reúne-se o elenco, aluga-se o teatro e mãos a obra! Mas Stella não decora o texto direito, vive brigando com o diretor – o que faz todo mundo, até seu filho Bruno (Kadu Moliterno), apostar no seu fracasso como atriz.

Mesmo assim, ela marca a noite para a grande estreia. Todo o elenco da novela é convidado e a casa fica lotada. Na plateia, porém, as fofocas garantem que vai ser um vexame total.

Quando o atraso do inicio da peça já passa de uma hora, Stella está ainda no camarim. E pede a Max:

– Não posso! Não posso entrar! Vai lá avisar que não tem peça, que eu não aguento de nervosa!

Mas o sempre otimista Bruno não permite. Dá apoio a mãe, incentiva Stella e a obriga a entrar em cena. No que faz muito bem. Para espanto de todos e alegria geral, Stella é uma verdadeira revelação! Um talento! Dá um show no palco e faz a plateia delirar! E, para completar sua noite gloriosa, faz uma estrondosa festa em sua casa, comemorando o inicio de sua carreira como atriz e... é o final de “Água Viva”.

Gilberto Braga pediu a Globo para que Manoel Carlos o ajudasse no texto de “Agua Viva”. Ele achava muito árduo e desgastante escrever uma novela sozinho, ainda explicando que, no futuro, todas às novelas seriam escritas por uma equipe. O autor ainda acrescentou, afirmando que, anos mais tarde, as pessoas também iriam se espantar quando soubessem que as novelas do passado, eram escritas apenas por um autor. Gilberto, quase que prevendo o futuro, profetizou que as novelas escritas em equipe, começariam a partir de sua idéia.

Assim, Gilberto Braga convidou o amigo Manoel Carlos para ajudá-lo a escrever a novela. Maneco aceitou o pedido, começando a parceria a partir do capitulo 57. A parceria foi perfeita e facilmente identificamos os estilos dos autores no folhetim. “Agua Viva” foi a segunda novela de Gilberto Braga no horário nobre da Globo. Quase dois anos antes, o autor tinha escrito o mega sucesso “Dancin’Days”. Já Manoel Carlos vinha do sucesso “A Sucessora” estrelada por Susana Vieira, às 18h em 1979. Manoel Carlos fala da importância da parceria com Gilberto Braga e como a Globo juntava dois autores para escrever uma trama ao invés de um autor titular e vários colaboradores como acontece hoje em dia.

Até então, ainda em época de censura, uma novela das oito da Globo, não tinha sido tão audaciosa como “Água Viva”. Gilberto Braga não se contentou apenas em narrar pelos padrões tradicionais. Durante o decorrer dos capítulos, ele fez o telespectador tomar conhecimento de temas proibidos na época que, se não tivessem sido abordados com menos tato, ou se não possuíssem o envolvimento de uma boa novela, teriam ofendido os mais conservadores, que, nas melhores das hipóteses, fariam aumentar o índice de televisores desligados. Mas Gilberto Braga foi sutil, irônico e que acabou dizendo tudo o que queria.

Um exemplo? O topless! Num momento em que mulheres iam à praia com os seios nus ainda escandalizava todo o mundo e provocava reações violentas; duas personagens da novela o praticaram: a excêntrica Stella (Tônia Carreto) e a jovem Bete (Maria Padilha), que na história, por sinal, acabou até indo em cena por isso.

Outro tabu encarado em cena no ar foi o sexo antes do casamento. Aconteceu com Marcos (Fábio Jr) e Janete (Lucélia Santos) nas muitas vezes em que eles se encontravam a sós no apartamento dele. Só que tudo foi apresentado tão sutilmente que não chocou ninguém.

O mesmo tema serva para Nelson (Reginaldo Faria), que transformou o veleiro onde morava num autêntico palco de animadíssimos encontros com Lígia (Betty Faria), depois com a ansiosa Suely (Ângela Leal).

Também as cenas de sofá, durante o ardente noivado de Miguel (Raul Cortez) e Lígia, não foram exatamente puritanas pra época.

Mas a maior audácia do autor foi à apresentação de um novo tipo de heroína. De nada semelhante às mocinhas de novelas anteriores, ingênuas, sofredoras, dispostas a nascer, viver e morrer por um homem só. “Água Viva” deu lugar a Lígia e seus quatro maridos: Sérgio, Heitor, Miguel e Nelson. Uma mulher capaz de casar com um homem sem amá-lo, apaixonada tão somente pelo talão de cheques, ficar viúva do coitado e ainda torna-se querida do público.

E “Água Viva” foi além. Fechou até com as madames entediadas e frustradas da alta sociedade. Quem as representou foi Stella, que em sua busca de emoções, põe a fortuna e o luxo ao alcance dos jovens atléticos, bonitos, fortes, ambiciosos, que fingiram amá-la profundamente. Se sua transa com Edson (Danton Jardim) fez muita gente ficar até de cabelo em pé, o caso com o negro Poti (Haroldo Macedo) chegou a causar protestos.

Mas foi exatamente isto que Gilberto Braga pretendeu com “Água Viva”. Mexer com a cabeça das pessoas, sacudir o velho esquema noveleiro e apresentar um novo jeito de contar uma história. Mais vibrante!

A novela marcou a estreia do ator Raul Cortez na TV Globo. Ele viveu Miguel Fragonard, um cirurgião plástico.

A colaboradora Leonor Bassères lançou o livro Água viva, duas semanas antes do final da novela. O livro foi inspirado nas 3.200 laudas escritas pelo autor Gilberto Braga.

No capítulo 51, a tesoura passa nos cabelos de quase todo elenco da novela, onde muitos mudam o visual para marcar uma passagem de oito meses. Tudo depois que Ewaldo (Mauro Mendonça) é julgado e condenado pelo contrabando que havia escondido no barco de Nelson. A prisão acontece depois da denuncia à polícia, feita por Lourdes Mesquita (Beatriz Segall), para se vingar de Janete (Lucélia Santos) já que a mesma não deixou levar pelas suas chantagens e abrir mão do amor de Marcos (Fábio Jr).

Janete (Lucélia Santos) não corta os cabelos. Após a passagem de tempo, ela que sempre usava os cabelos presos, começa a usá-los soltos.

A passagem de tempo também radicaliza o visual de Sandra (Glória Pires), que passa a usar um corte ainda mais curto e com franja.

Moda leve, descontraída e muito chique. Esse foi um ponto forte no visual dos personagens de “Água Viva”. Uma moda que marcou o publico. As mulheres não resistiam aos modelitos de Lígia (Betty Faria), Stella (Tônia Carrero) e Lourdes Mesquita (Beatriz Segall).

E não só o figurino emplacou na novela, os esportes também. “Água Viva” fez voltar a deslizante onda dos patins e tornou mares e lagos mais coloridos com as lindas pranchas de windsurf naquele ano de 1980. Reginaldo Faria trouxe uma moda esportiva para homens através do personagem Nelson; enquanto Beatriz Segall trouxe o jeans para as mulheres maduras com sua Lourdes Mesquita.

Outra moda que chegou no início dos anos de 1980, foi os homens, na grande maioria jovens, andarem com os botões abertos da camisa. A moda veio pra causar uma sensualidade masculina e provocar as pessoas. Foi muito bem explorada pelos atores Jorge Fernando, Fábio Junior e Fernando Eiras em "Água Viva" e copiada por milhares de brasileiros, pelo menos, por pouco mais da metade dos anos de 1980.

Sem ligar para os olhos curiosos e os comentários, Maria Padilha tornou-se o centro das atenções na praia do Leblon, onde apareceu de seios nus, sem a mínima cerimônia. Apesar de está completamente à vontade, a atriz encontrava-se em serviço. Estava numa gravação da novela “Água Viva”. A ideia de que não só o pessoal da praia, mas também milhões de telespectadores a vissem de topless, não deixou a atriz nem um pouco inibida.

A pequena cabine do barco de servia de locação para as cenas de Nelson (Reginaldo Faria), não aguentava mais a invasão de câmeras, microfones, técnicos e artistas para as gravações. Dai, a Globo resolveu transferir os trabalhos para o estúdio, onde uma copia da cabine do veleiro de Nelson, foi montada.

No começo da novela, Sandra (Glória Pires) se apaixonava por Marcos (Fábio Jr) que gostava de Janete (Lucélia Santos). Marcos renuncia Sandra para namorar Janete, que por sua vez não queria nada com Bruno (Kadu Moliterno), que era apaixonado por ela, para ficar com Marcos. No final, Bruno e Sandra se apaixonavam e terminavam juntos.

Eles fizeram pequenos papeis, simples personagens de apoio para outros mais importantes. Mas nem por isso deixaram de interpretar com garra e talento. A manicure Marinete, fofoqueira e engraçada vivida por Terezinha Sodré se tornou inesquecível. Jorge Fernando segurou a barra ao viver Jader, o simples irmão de Suely (Ângela Leal). Ele apareceu em poucas cenas, com falas simples, mais emprestou um grande carisma ao personagem.

Da mesma forma, Maria Padilha, uma estreante em novelas, deu o seu recado muito bem. Vivendo a desinibida Bete, amiga intima de Sandra (Glória Pires) e confidente de Suely.

Fernando Eiras começou de mancinho com Alfredo e cresceu a tal ponto que chegou a ter um caso amoroso com Lourdes, a grande vilã vivida por Beatriz Segall. Ainda teve Lafaite (Edson Silva), o copeiro de Stella (Tônia Carrero), e a empregada Antônia (Ilva Niño), empregada de Edyr (Claudio Cavalcanti), que virou Babá de Maria Helena (Isabela Garcia) com Clementino ( o fiel marinheiro Tinhorão).

A atriz Izabella Bicalho, na época uma criança de seis anos, viveu a melhor amiga da personagem de Isabela Garcia no orfanato. A partir de então, a atriz emendou um trabalho no outro: Coração Alado (1980/81), Sétimo Sentido (1982), viveu a viúva Porcina criança em Roque Santeiro (1985), até chegar no Sítio do Picapau Amarelo para ser a terceira atriz - da temporada dos anos de 1970 e 1980 - a viver a personagem "Narizinho".

Danton Jardim viveu o doutor Edson, parceiro de Miguel Fragonard (Raul Cortez) em “Água Viva”. O ator encantou o telespectador que ficou maravilhado com seu físico sarado e sua semelhança com o ator americano Clark Gable.

“É difícil para quem foi suburbana tirar onda de gente fina!” Este era o comentário maldoso que corria nos bastidores da Globo, em relação a Betty Faria, na época da novela. Segundo as más línguas, Betty, devido a sua origem humilde, teria maneiras debochadas para interpretar a Lígia. Para outros, porém, a atriz estava ótima. Betty Faria é sem sombra de duvidas, uma das maiores estrelas brasileiras e viveu divinamente a Lígia.

No Brasil, Peter Tosh fez tudo o que tinha direito naquele ano de 1980. Foi uma das maiores atrações do II Festival Internacional de Jazz de São Paulo, acabou de jurado num concurso de roller dance (dança sobre patins que era modismo na época), andou de motocicleta e ainda foi cantar numa badaladíssima festa na casa da grã-fina Stella (Tônia Carrero) da novela “Água Viva”.

Assim, no capitulo 89, que foi ao ar em 16 de 1980), o jamaicano, rei do raggae, fez uma participação especial na novela e , claro, como amigo intimo da festeira Stella.

Durante as gravações, Peter se mostrou entusiasmado, mas depois recusou a “hospitalidade global”. Nada de uísques, champanhes e canapés ou caviar. Apenas alimentos naturais. Aceitou um copo de suco de frutas e olha lá!

Mesmo assim o bate papo continuou solto e alegre. Afinal, não era sempre que se podia curtir um compositor incrível como ele, respeitado e aplaudido pelas plateia do mundo inteiro.

Kadu Moliterno estava atrasado para as gravações de “Água Viva”. Aí, pisou mais forte no acelerador do seu Passat branco. De repente, surge um outro carro que se atravessa no caminho! Kadu, acostumado com o transito louco e violento do Rio, tenta desviar. Mas o acidente foi inevitável. O ator teve os para-lamas e a suspensão do carro totalmente destruídos. As pessoas que assistiram a cena, reconheceram o famoso galã global e aprontaram o maior tumulto a sua volta. Um grupo de animadas estudantes formou fila para pedir autógrafos. Outras garotas diziam que morriam de inveja do motorista que bateu no carro de Kadu. Ao final de duas horas, Kadu ainda não havia resolvido o problema. E, embora distribuísse sorrisos, beijos e abraços as fãs que o rodeavam, só pensava na bronca que tomaria pelo atraso e nos 20 mil cruzeiros que custaria o conserto do carro.

Foram mais de seis meses de correria, trabalho intenso, noites mal dormidas e muito sacrifício. Mas também, durante o tempo que duraram as gravações de “Água Viva”, seu elenco curtiu momentos inesquecíveis pois, é claro, nem tudo foi bastante pesado. Sob o agradável sol de Angra dos Reis, cenário da maioria das externas da novela, os artistas tiveram merecidos momentos de lazer, que, certamente, deixaram saudades.

Os passeios de barco foram a grande curtição da novela. Em especial para Betty Faria, Reginaldo Faria, Claudio Cavalcante, Kadu Moliterno e Lucélia Santos.

A novela também teve romance fora do ar: para Fábio Jr e Glória Pires, todo intervalo era pretexto para ficarem bem juntinhos.

Também fora do vídeo, Ângela Leal e Isabela Garcia foram amigas inseparáveis. As duas viveram Suely e a órfã Maria Helena, respectivamente.

Para a critica da época, Fábio Jr inaugurou um novo tipo de galã através de “Água Viva”: magro, estatura mediana, cabelos e olhos castanhos. E, mais importante, com um jeito simples e autentico de representar. Acompanhando a vida cheia de amor e problemas do personagem Marcos, a critica rotulou um novo tipo de mocinho de novela.

Maria Helena Dias viveu Clara, a assistente social do orfanato onde Maria Luisa (Isabela Garcia) morou.

Natalia do Valle também foi um dos grandes destaques de “Água Viva”. Com seus olhos expressivos, ela aconteceu vivendo Márcia, uma dividida, confusa e realista mulher moderna da época.

Natalia foi capaz de enfrentar uma separação na novela, sem precisar que o publico se pronunciasse a respeito do problema. E, com sua imensa personalidade, fez com que todos compreendessem seus motivos e, no fim, lhe dessem razão. Não se pode esquecer da atuação de Claudio Cavalcanti, que da mesma maneira interpretou seu marido Edyr.

Uma das cenas inesquecíveis de “Água Viva” foi quando a órfã Maria Helena (Isabela Garcia) descobre que Nelson (Reginaldo Faria) é seu pai. Isabela Garcia, ainda criança, segurou acena, olhos nos olhos do já consagrado ator Reginaldo Faria, numa sintonia perfeita juntamente com um turbilhão de emoção. Fato que despertou ainda mais a crítica elevando a carreira da até então atriz mirim, Isabela Garcia.

Mesmo participando de poucas cenas, eles transformaram a novela numa verdadeira festa de sofisticação, música e bom gosto, garantindo muitos pontos a mais de ibope para “Água Viva”. Beki Klabin, por exemplo, foi um show. Sem a menor dificuldade para gravar, sua participação com amiga de Stella (Tônia Carrero) foi linda, engraçada, inteligente e muito alegre. John Herbert foi Jaime, o ladrão de joias que, com palavras bonitas, levou no papo a Stella e Lourdes Mesquita (Beatriz Segall). Sua participação teve um brilho incrível.

Mas o grande destaque entre os convidados de “Água Viva” ficou, sem dúvida, com Henriette Mofineau. Vivendo a famosa, rica e bem humorada Jojó Besançon. Henriette deslumbrou a todos.

Imaginem, “Água Viva”, em sua ultima semana de exibição, quase acabou com os assaltos no Rio de Janeiro. Pelo menos entre oito e nove da noite as delegacias ficaram sossegadas. E quem morava nos mais violentos bairros cariocas, puderam respirar de alivio.

Em tempo do auge das telenovelas, Gilberto Braga conseguiu ser tão envolvente nos capítulos finais que “tomou de assalto” os marginais da cidade, pregando-lhes uma peça inacreditável. Obrigou todos a encurtar suas longas noites de trabalho. Na semana em que a novela esteve dedicada aos dramas sentimentais de Janete (Lucélia Santos), Marcos (Fábio Jr), Lígia (Betty Farias) e Nelson (Reginaldo Faria), até os intervalos comerciais foram respeitados.

A maioria das pessoas ficaram em casa, deixando as ruas praticamente vazias. Assim, os marginais não arriscaram a assaltar as poucas pessoas que estavam pela cidade, pois ficariam expostos e seriam facilmente identificados.

A atriz Beatriz Segall interpretou a sua primeira grande vilã na televisão, a personagem de Lourdes Mesquita. A personagem também foi a primeira grande vilã da atriz, escrita por Gilberto Braga, assim como foi com Odete Roitman em “Vale Tudo”, oito anos mais tarde.

Uma das inúmeras cenas marcantes da novela, foi quando Lígia se fechou com Selma (Tâmara Taxman) num banheiro e lhe deu uma surra de tirar o fôlego. Gilberto Braga repetia a cena em “Celebridade (2003)”, com Malu Mader e Claudia Abreu na pele de Maria Clara e Laura respectivamente.

O personagem Alfredo, vivido por Fernando Eiras, protagonizou a primeira cena de um "baseado" na dramaturgia da TV brasileira. Alfredo enrolou tranquilamente o cigarro de maconha, enquanto conversava com Sandra (Glória Pires) e Bete (Maria Padilha). A cena foi ao ar no capítulo 39 e, para driblar a censura da época, Gilberto Braga indicou no texto: "Alfredo arrumando alguma coisa!".

A novela tratou também de um tema polêmico na época, a moda do topless nas praias do Rio. Personagens como Beth, interpretada por Maria Padilha, apareceram sem o sutiã do biquíni. Mas a grande estrela da cena, foi Tônia Carreiro, na pele da personagem Stella Simpson, que tirava literalmente o sutiã do biquíni, chamando a atenção dos banhistas. Uma das melhores cenas da teledramaturgia brasileira. As cenas procuravam retratar as diferentes reações da população, algumas até agressivas, com relação a esse comportamento. Durante uma gravação na praia de Ipanema, no posto 9, as atrizes Tônia Carrero, Maria Padilha, Maria Zilda e Glória Pires tinham que gravar uma cena em que faziam topless, mas algumas pessoas protestaram e tentaram agredir a equipe da novela. A cena teve que ser gravada na praia de São Conrado.

Gilberto Braga batizou de Janete a personagem de Lucélia Santos em homenagem a sua amiga, a autora Janete Clair.

Kadu Moliterno e Reginaldo Faria chegaram a fugir de um tubarão quando estavam gravando em alto mar. Reginaldo Faria lembra como foi o suspense para gravar a cena que acabou sendo cancelada por causa do imprevisto.

A história foi vendida para cerca de 20 países, entre eles: Canadá, Paraguai, Argentina, Venezuela e República Dominicana, onde foi grande sucesso de audiência. Na Itália, também se transformou em livro. Em Portugal, Água viva fez muito sucesso. A atriz Betty Faria conta que a personagem Lígia mexeu com a cabeça das mulheres portuguesas, que eram muito fechadas na época devido ao longo período da ditadura de Salazar. Na trama, a personagem se separava do marido e ia trabalhar para se sustentar. De acordo com a atriz, o comportamento da personagem provocou uma verdadeira revolução na mentalidade feminina em Portugal.

“Agua Viva” ainda contou com Jacqueline Laurence, Kadu Moliterno, Arlete Salles, Jorge Fernando, Maria Padilha, Maria Zilda Bethlem, Clementino Kelé, Maria Helena Dias, Nildo Parente e Terezinha Sodré.

“Agua Viva” também chegou a ser cogitada a virar remake em 1998, como novela das 18h no lugar do também remake de “Anjo Mau”. O projeto acabou sendo engavetado e em seu lugar foi produzida a novela “Era Uma Vez” de Walther Negrão.

“Agua Viva” foi a primeira novela da Globo, que explorou muito bem o litoral do Rio de Janeiro. Aproveitando o verão de 1980, o Brasil se encantou com a trama ensolarada e suas tendências. Depois vieram varias outras novelas ensolaradas como "Marina" de Wilson Aguiar Filho em 1980, "Sol de Verão" de Manoel Carlos em 1982/83, Top Model de Walther Negrão e Antonio Calmon em 1989/90, entre outras.

A novela foi reapresentada a partir fevereiro de 1984, em Vale a pena ver de novo. Em agosto de 2013, Água Viva vence uma disputa com as novelas O Dono do Mundo (também de Gilberto Braga) e Fera Ferida e A Indomada de Aguinaldo Silva, para ser reprisada no canal pago Viva. A reprise foi bastante desejada ao longo dos anos, por milhares de pessoas.

As trilhas sonoras de "Água Viva" são perfeitas. No capítulo 22, Lígia (Betty Faria) e Nelson (Reginaldo Faria) se conhecem e acabam se relacionando no barco dele. Na cena, os dois ouvem "Grito de Alerta" com Maria Bethânia, enquanto analisam a música. Uma cena perfeita, com um tema musical sendo muito bem explorado numa novela. Era uma época produtiva em todos os sentidos. A música não era inserida na novela apenas como um simples tema musical. Naquela época, era a música fazendo parte da trama, envolvida no texto, trazendo ainda mais emoção para o telespectador.

No capítulo 58, Lígia (Betty Faria) e Miguel (Raul Cortez) estão em plena noite carioca, num restaurante, jantando, se conhecendo melhor e ao fundo, um tema instrumental de "Ships" - Barry Manilow. Dava assim início às músicas da trilha internacional da novela “Água Viva”.

No capítulo seguinte, Nelson (Reginaldo Faria) e Gilda (Maria Zilda) vão numa discoteca do Rio e se esbaldam dançando ao som de D.I.S.C.O. Só que, um fato curioso; nesta cena, ao invés da música em inglês, tocou uma versão francesa da canção do Ottawan. Ainda na mesma discoteca, Marcos (Fábio Jr) e Sandra (Glória Pires) dançaram a mesma música. No capítulo 61, durante um jantar no apartamento de Lígia, oferecido a Miguel, outra canção aparece em cena: Cruisin' - Smokey Robinson. Daí não pararam de surgir outras canções, que marcariam para sempre.

A trilha nacional da novela fez um enorme sucesso. O tema de abertura era “Menino do Rio”, de Caetano Veloso, cantada por Baby Consuelo. Outro destaque da trilha era “Realce”, de Gilberto Gil, tema da personagem Lígia, interpretada por Betty Faria. A canção “Vinte e poucos anos”, de Fábio Júnior, acompanhava o romance entre Marcos e Janete. A trilha sonora internacional, também não deixou a desejar, se tornando numa das melhoras trilhas internacionais de novela da Globo. De pensar que, quase que a novela de Gilberto Braga não tinha uma trilha sonora internacional, a pedido do próprio. Mas a Som Livre nem quis saber e insistiu para felicidade de todos. Clássicos como "Love I Need" de Jimmy Cliff, "Lead Me On" de Maxine Nigthingale , "Just Like You Do" - Carly Simon, "Cruisin'" de Smokey Robinson, "Ships" de Barry Manilow, "Babe" de Styx, entre outros, foram responsáveis em dá uma melhor qualidade a inesquecível coletânea. O curioso é que, naquela época, as músicas internacionais, em sua grande maioria, eram lançadas e conhecidas através de trilhas sonoras de novelas do Brasil, em especial das novelas da Rede Globo, sendo lançadas na rádio logo após tocadas numa determinada novela. Geralmente os ouvintes de rádios brasileiras, ligavam para o locutor e pediam para ouvir a música internacional de um determinado personagem de novela, conhecendo o interprete ou banda de determinada musica, dias ou meses após o lançamento no Brasil.

Trilha Sonora Nacional 

"Grito de Alerta" - Maria Bethânia
"Desesperar Jamais" - Simone
"Altos e Baixos" - Elis Regina
"20 e Poucos Anos" - Fábio Jr.
"Noites Cariocas" - Gal Costa
"Menino do Rio" - Baby Consuelo
"Realce" - Gilberto Gil
"Amor, Meu Grande Amor" - Ângela Rô Rô
"No Tempo dos Quintais" - Elizeth Cardoso
"Peito Vazio" - Lúcia Araújo
"Wave" - João Gilberto
"Cais" - Milton Nascimento


Trilha Sonora Internacional 

"Lead Me On" - Maxine Nigthingale
"Love I Need" - Jimmy Cliff
"Do That To Me One More Time" - Susan Case & Sound Around
"Ships" - Barry Manilow
"D.I.S.C.O." - Ottowan
"Just When I Needed You Most" - Tony Wilson
"Memories" - Bianchi
"Babe" - Styx
"Just Like You Do" - Carly Simon
"I Don't Want To Fall In Love Again" - Voyage
"Cruisin' " - Smokey Robinson
"The Second Time Around" - Shalamar
"Never (Gonna Let You Go)" - Charme
"Mandolay" - La Flavour

A abertura da novela “Água Viva” apresentava várias imagens de pessoas praticando windsurfe. A novela contribuiu para a popularização do esporte, que era destacado pelo personagem Nélson Frognard. A abertura teve criação de Hans Donner, Ricardo Martins e Victor Abdelnur. “Menino do Rio” era a música cantada por Baby Consuelo, numa junção perfeita, inesquecível e incomparável.

Novela de Gilberto Braga e Manoel Carlos
Colaboração de Leonor Bassères
Direção de Roberto Talma e Paulo Ubiratan
Direção geral de Paulo Ubiratan

ELENCO
REGINALDO FARIA - Nelson
BETTY FARIA - Lígia
RAUL CORTEZ - Miguel Fragonard
TÔNIA CARRERO - Stella Simpson
LUCÉLIA SANTOS - Janete
FÁBIO JÚNIOR - Marcos
BEATRIZ SEGALL - Lourdes Mesquita
CLÁUDIO CAVALCANTI - Edir
NATÁLIA DO VALLE - Márcia
ÂNGELA LEAL - Sueli
GLÓRIA PIRES - Sandra
KADU MOLITERNO - Bruno
JOSÉ LEWGOY - Kleber
ISABELA GARCIA - Maria Helena
ELOÍSA MAFALDA - Irene
MAURO MENDONÇA - Evaldo
TAMARA TAXMAN - Selma
CARLOS EDUARDO DOLABELLA - Heitor
ARLETE SALLES - Celeste
JORGE FERNANDO - Jader
MARIA PADILHA GONÇALVES - Beth
FERNANDO EIRAS - Alfredo
JACQUELINE LAURENCE - Clarice
ARACY CARDOSO - Vilma
TERESINHA SODRÉ - Marinete
IVAN CÂNDIDO - Técio
EDSON SILVA - Lafayette
ILVA NIÑO - Antônia
LÍCIA MAGNA - Edite
CLEMENTINO KELÉ - Tinhorão
MARIA HELENA DIAS - Clara
MARIA HELENA PADER - Mary
MARIA ZILDA - Gilda
ÍSIS KOSCHDOSKI - Cíntia
TICIANA STUDART - Lia
JOSÉ CARLOS SANCHES - Lúcio
FRANCISCO DANTAS - Marciano
DARY REIS - Joel
CLEYDE BLOTA - Marlene
HEMÍLCIO FRÓES - Armando
JOHN HERBERT - Jaime
DANTON JARDIM - Edson
ÉRICA KUPPER - Roberta
RICARDO PETRÁGLIA - Max
DAVID PINHEIRO
ÊNIO SANTOS - Delegado Rômulo Siqueira
FERNANDO AMARAL - Serpa
IVAN MESQUITA - Detetive Milton Sarpo
NILDO PARENTE - Fonseca
ORION XIMENES - Valtinho
JARDEL MELLO - Carlos
TONY FERREIRA - Valdir
WALESCA SOUTO MAIOR - Patrícia
JOÃO CLÁUDIO MELO - Paulo Roberto (filho de Lígia e Sérgio)
MARIA ALICE MANSUR - Cristina (babá de Paulo Roberto)
MÁRCIA VELOSO - Amélia (empregada de Evaldo)
LUCY MAFRA - Rosa (fisioterapeuta de Kleber)
JOÃO LUIZ - Galdino
LAURA VASCONCELOS - Cláudia
HAROLDO MACEDO - Poti
BEKI KLABIN - Beki
PAULO PINHEIRO - advogado
ROGERIANO DE FREITAS - advogado
GIOVANNI MAGDALENA - marinheiro Olívia (amiga de Sandra) Lauro (amigo de Stela) Zuleica (manicure) Silvio (copeiro de Miguel) Paula (copeira de Stela)

e TETÊ MEDINA - Lucy
MILTON MORAES - Sérgio
HENRIETTE MORRINEAU - Jojô Besançon
GRANDE OTHELO - Canivete

Coordenador de Produção: Antônio Chaves
Pesquisadora: Regina Gomes
Assistente de Direção: Manoel Alves
Diretor de Imagem: Antonio Miziara
Edição: Luiz Paulo Cunha
Cenografia: Raul Travassos
Assistentes de Cenografia: Paulo Daher, Olga Rezende e Eli D’ Àvila
Figurinos: Helena Gastal
Iluminação: Amadeu Oliveira
Equipe de Produção: Luiz Tornelli, Milton Canavezes, Sueli Monclair e Leirson Martins
Sonoplastia: Antonio Faya
Produção Musical: Geraldo Vespar
Coordenação Musical: Guto Graça Mello
Maquiagem: Graciete Magalhães e Helena Freitas
Coordenador de Contra-Regra: Ademir Nunes
Chefia de Operações: Joel Mota
Supervisão de Operações: Wilson Aquino
Supervisão Técnica: Paulo Lavrador
Câmeras de Estúdio: Necesio dos Santos, Ivan Menezes Gaspar, Wagner Keppi e Oldo José Caneca Filho
Unidade Portátil: Custódio Santos
Diretor de Imagem: Antonio Miziara
Coordenação Musical: Guto Graça Mello
Produção Musical: Geraldo Vespar
Trilha Sonora: Som Livre


Fontes:
ARQUIVO MUNDO NOVELAS
Rede Globo
Canal Viva
Wikipédia

4 comentários :

Anônimo disse...

parabéns pelo excelente trabalho. o mundo novelas resgata com maestria as melhores novelas. um blog indispensável e muito organizado. parabéns.

Unknown disse...

Que Maravilha!Perfeição!Excelente Trabalho!Potência Pura! Recordar Água Viva é Precioso Demais! Amoooooooo!Somente Mundo Novelas para nos dar essa Alegria! Por isso sou seguidora do Mundo Novelas!Sou fã do Mundo Novelas! Parabénsss!!

Clayton disse...

É MUITO BOM SABER QUE EXISTE O MUNDO NOVELAS PARA FALAR TÃO BEM DE NOVELAS INESQUECÍVEIS.

Gilson disse...

Um trabalho primoroso.estou acompanhando a novela no Viva e também sabendo de tudo aqui no Mundo Novelas.