domingo, 16 de janeiro de 2011

As novelas de Gilberto Braga (CURIOSO)



Gilberto Braga voltará com mais uma atrativa trama no horário nobre da Rede Globo. “Insensato Coração” estréia nesta segunda-feira (17/01), trazendo uma historia fascinante, direção e produção de primeira e elenco estelar. Realmente, vale a pena sentar-se no sofá para assistir a mais um criativo folhetim do autor.

Quando falamos de Gilberto Braga, logo nos lembramos de famosas novelas como “Dancin’Days (1978), Vale Tudo (1988), Água Viva (1980), O Dono do Mundo (1991), Anos Dourados (1986), Celebridade (2003), Paraíso Tropical (2007)” entre outras que foram escritas por este gênio da teledramaturgia brasileira. Mas para quem pensa que o autor só fez estes sucessos, se engana e muito! É por isso que o “CURIOSO” desse mês, traz uma matéria especial mostrando todas as novelas escritas por Gilberto Braga. Um detalhe importantíssimo são os atores preferidos do autor como Malu Mader, Claudia Abreu, Antonio Fagundes, Glória Pires, Nathalia Timberg, Isabela Garcia, Fábio Assunção, entre outros, que sempre estão fazendo parte de suas tramas.

Gilberto Braga estreou na TV Globo como autor em 1973, com uma adaptação de “A dama das camélias”, de Alexandre Dumas Filho, para um Caso especial protagonizado por Glória Menezes, que foi levado ao ar sob a direção de Walter Avancini e a supervisão de Oduvaldo Vianna Filho. A partir daí, escreveu mais Casos especiais, dentre os quais destaca-se “As praias desertas”, protagonizado por Dina Sfat, Yoná Magalhães e Juca de Oliveira.


Curiosamente, a primeira novela do consagrado autor do horário nobre, foi exibida às 19h na Globo, emissora que nunca deixou desde o inicio de carreira. “Corrida do Ouro” em 1974, foi sua primeira novela como autor titular, juntamente com Lauro César Muniz, com quem já havia colaborado na novela “Carinhoso (1973)” e que viria a colaborar em “Escalada (1975)”. A novela trazia falava sobre a mudança de personalidade de algumas personagens em relação ao dinheiro. Uma sofisticada comedia inspirada no cinema americano dos anos 30. Janete Clair, que escrevia “Fogo Sobre Terra” para o horário nobre na época, ainda encontrou espaço para dar uma força no texto de “Corrida do Ouro”, ajudando no desenrolar dos personagens Patrícia e Rafael, vividos por Renata Sorrah e José Augusto Branco. Ela interpretava a herdeira que tinha que se casar sem amor, e ele, o noivo desprezado. Cada vez que entravam no ar a cena era sempre a mesma: o galã demonstrava seu amor e a mocinha o rejeitava, fato que se tornou enjoativo para os autores, atores e o publico. Janete Clair então orientou Gilberto e Lauro a mudar a situação, revertendo a historia, fazendo com que Rafael começasse a rejeitar Patrícia e ela ficasse apaixonada por ele. Os autores acharam a idéia estranha, porém decidiram por em prática e o resultado agradou a todos.


Em maio de 1975, estreou o horário de novelas das seis da Globo- até então só exibia tramas aleatórias- adaptando o clássico “Helena”, com Lucia Alves no papel titulo e Osmar Prado vivendo o galã. A novela era de época, com 20 capítulos, direção de Herval Rossano e inspirada no livro de Machado de Assis.


Ainda em 1975, Gilberto Braga colaborou com Janete Clair na autoria da novela Bravo! e a substituiu quando ela teve que preparar outra trama para o lugar de Roque Santeiro, de Dias Gomes, cuja exibição fora proibida pela censura militar no dia da estreia. Com a proibição, ela escreveu então aquele que se tornaria um dos maiores sucessos, a novela “Pecado Capital (1975/76)”.


Em 1976, adaptou “Senhora” do romance de José de Alencar, para às 18h da Globo. Uma fascinante novela de época, com Norma Blum e Claudio Marzo nos papeis principais. “Senhora” também foi a primeira novela em cores, do horário das seis. Ao contrario de “Helena”, esta adaptação trazia mais capítulos, um total de 80, entre junho a outubro daquele ano.


Em outubro de 1976, Gilberto Braga escreveu seu primeiro grande sucesso: Escrava Isaura. Adaptada do romance de Bernardo Guimarães, a história se baseava na luta pela libertação dos escravos no Brasil do século XIX. “Escrava Isaura” também era exibida às seis da noite. A novela é um dos maiores produtos de exportação da Rede Globo. Na China, teve grande repercussão e Lucélia Santos, que protagonizou a novela, recebeu o Prêmio Águia de Ouro por sua atuação. Foi a primeira vez que uma atriz estrangeira recebeu uma homenagem naquele país.


Em 1977, mais outro grande sucesso das seis. “Dona Xepa”, trouxe Yara Cortes como protagonista, Nívea Maria como a filha má e interesseira, além de grande elenco. O ator Edwin Luisi, que se destacou em “Escrava Isaura”, voltava em mais uma trama de Gilberto Braga. Nesta época, Edwin estava no inicio de carreira e no time de grandes galãs da Globo. “Dona Xepa” fugia das tramas de época das seis da Globo, já que trazia uma historia contemporânea, porém, não deixava de ser outra adaptação, pois era inspirada na peça teatral homônima de Pedro Bloch. A novela ainda trouxe um tema musical internacional: "Try To Feel Good" de Paul Jones; o primeiro a ser tocado numa novela das seis, fato que não acontecia nas novelas deste horário.


“Dancin’ Days” foi sua novela de estréia no horário nobre da Globo em 1978 e que se tornou uma das tramas de maiores sucessos do autor. Criada a partir de um tema sugerido por Janete Clair, a novela foi protagonizada por Sonia Braga e Joana Fomm, além de grande elenco como Antonio Fagundes, Lauro Corona, Glória Pires e Lídia Brondi ainda adolescentes, entre outros. “Dancin’Days” trouxe modismos e a febre das discotecas para o Brasil. A novela atingiu altos índices de audiência e ganhou uma reportagem na revista norte-americana Newsweek, em novembro de 1978, que destacava a sua influência nos modismos.


Em 1980, Gilberto Braga escreveu “Água Viva”, outro grande sucesso do horario nobre, que teve a colaboração de Manoel Carlos, à partir do capítulo 57. A novela mostrava a história de dois irmãos, Miguel e Nélson Fragonard, vividos por Raul Cortez e Reginaldo Faria, que disputavam o amor da mesma mulher, Lígia, interpretada por Betty Faria. O elenco ainda trouxe nomes como Glória Pires, Lucélia Santos, Fábio Jr, Tônia Carreiro, Beatriz Segall, entre outros.


Em 1981, “Brilhante” contava a historia de ambição, tendo Tarcisio Meira e Vera Fischer nos papeis principais. Fernanda Montenegro viveu a vilã Francisca Newman, que se tornava mais humana e com um final feliz. Foi a primeira novela de Carla Camuratti, que conquistou a simpatia do telespectador através da personagem Sônia. Foi uma novela sofisticada, com enredo criativo, porém sem grande sucesso.


“Louco Amor”, em 1983, falava do amor entre diferentes classes sociais. Inicialmente os casais de protagonistas eram Fábio Jr e Bruna Lombardi. Por conta da falta de química entre as personagens e também por discórdia entre os atores, rapidamente o personagem de Fábio Jr foi se envolvendo com a personagem de Glória Pires até ficarem juntos no final da novela. Tereza Rachel viveu a vilã da história, numa trama considerada menos atrativa para Gilberto Braga, porém admirada pelo publico e que fez relativo sucesso naquele ano. Vale lembrar o tema de abertura que marcou época.


“Corpo a Corpo”, em 1985; trouxe Antonio Fagundes como protagonista, juntamente com Debora Duarte, numa polemica novela que falava de preconceito e da maldade humana. A trama também teve relativo sucesso. Malu Mader também atuou nesta novela. Foi sua primeira com Gilberto Braga.


“Anos Dourados” foi a estréia de Gilberto Braga como autor de minisséries da Rede Globo. Com uma reconstituição de época primorosa, a trama se desenvolve a partir de histórias de amor e conflitos familiares, tendo como cenário o Rio de Janeiro durante o governo de Juscelino Kubitschek. Além de autor, Gilberto Braga foi o produtor musical da minissérie. Malu Mader fazia sua primeira protagonista numa trama do autor, iniciando assim, uma historia de amizade e simpatia que duraria anos, trazendo outros grandes papeis em famosas novelas de Gilberto Braga.


“O Primo Basílio (1988)” foi uma minissérie de época, adaptada do romance de Eça de Queiroz, que teve Marcos Paulo, Tony Ramos, Marília Pêra e Giulia Gam nos papeis principais.


“Vale Tudo” foi um fenômeno de audiência de Gilberto Braga, ao lado de Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. A novela estreou em abril de 1988, ficando no ar até inicio de janeiro de 1989. Uma trama muito bem elaborada, com diálogos impecáveis, direção e produção primorosa e um elenco magnífico, marcante e inesquecível. “Vale Tudo”, fundamentalmente mostrou os problemas sociais que o Brasil passava naquela época. Por isso, também se trata de uma trama histórica com conteúdo essencial de pesquisa sobre uma fase crítica do país. Atores que imortalizaram grandes personagens como a vilã Odete Roitman (Beatriz Segall), que mobilizou o país com o suspense de seu assassinato, além da honestidade de Raquel (Regina Duarte), a ambição de Ivan (Antonio Fagundes) e as armações de Maria de Fátima (Glória Pires) e César (Carlos Alberto Riccelli). Destaque para Lídia Brondi vivendo a jornalista de moda Solange Duprat e Renata Sorrah como a problemática Heleninha Roitman.


Em 1990, deu uma força para o amigo Silvio de Abreu, escrevendo alguns capítulos de “Rainha da Sucata”. Também pode trabalhar com alguns atores que atuaram em "Vale Tudo", dois anos antes, como Regina Duarte, Antonio Fagundes, Renata Sorrah, Daniel Filho e Marcelo Novaes. Um ano depois foi a vez de Silvio de Abreu lhe dá uma força em “O Dono do Mundo”.


Em 1991, Gilberto Braga escreveu “O Dono do Mundo”, novamente com a colaboração de Leonor Bassères, além de Ângela Carneiro e Ricardo Linhares. Retomando a temática de “Vale Tudo”, o autor tratou em da questão da dignidade e da cidadania no Brasil contemporâneo. Inicialmente houve uma rejeição por parte do telespectador que não aceitou a atitude da singela professora Márcia (Malu Mader), se deixar seduzir pelo inescrupuloso Dr Felipe (Antonio Fagundes). Mas a novela começou a aumentar sua audiência, depois que Márcia resolvia se vingar do medico mal caráter. A trama ainda contou com nomes como Glória Píres, Fernanda Montenegro, Nathalia Timber, Stênio Garcia, Daniela Perez, Kadu Moliterno, Letícia Sabatella, entre outros. "O Dono do Mundo" foi a primeira novela de Tuca Andrada, que viveu o marginal Ladislau.


Ainda no mesmo ano, Gilberto Braga fez a supervisão de texto da novela “Lua Cheia de Amor”, exibida às 19h, escrita por Ricardo Linhares e inspirada em “Dona Xepa”. A novela tinha Marília Pêra como protagonista, além de um elenco formando por Isabella Garcia, Mauricio Mattar, ente outros.


Em 1992, Gilberto Braga voltava a escrever minisséries para Globo, dessa vez com a famosa “Anos Rebeldes”, uma trama de época, que mostrou as conturbadas décadas 1960 e 70 através de uma história de amor. O pano de fundo era a política, que dividia os personagens entre a militância, a luta armada, a clandestinidade e o movimento hippie. Memorável atuação de Claudia Abreu, que a partir de então, também tornava-se uma das atrizes preferidas de Gilberto Braga, assim como Malu Mader, que foi a protagonista da minissérie ao lado de Cássio Gabus Mendes.


Em 1994, Gilberto Braga manteve a crítica social ao escrever “Pátria Minha”, encerrando assim sua trilogia sobre corrupção no país (Vale Tudo e O Dono do Mundo). Na novela, o autor também abordou a questão da discriminação racial. Inicialmente os protagonistas foram vividos por Vera Fischer e José Mayer, porém, depois dos desentendimentos da atriz com Felipe Camargo- com quem era casada na vida real e que também atuava na novela- Gilberto Braga resolveu optar por matar as personagens dos atores, que andavam faltando as gravações, dando espaço para Luisa Tomé surgir na trama com uma personagem que se envolvia com José Mayer até o final da historia. Marieta Severo e Tarcisio Meira viveram os vilões da novela.


Em 1998, o autor trazia uma minissérie policial, cheia de mistério e suspense, inovando seu gênero. “Labirinto” teve nomes como Antonio Fagundes, Betty Faria, Fábio Assunção e grande elenco.


No ano seguinte, retomou a produção de novelas com “Força de um Desejo”, que escreveu ao lado de Alcides Nogueira. Ambientada na segunda metade do século XIX, a novela foi a primeira a abordar aspectos da cultura banto, de origem africana, através do núcleo dos escravos. Mais uma vez Malu Mader protagonizava uma novela de Gilberto Braga e Fábio Assunção viveu o galã.


Em 2003, Gilberto Braga escreveu outro mega sucesso: “Celebridade”. A novela tinha no elenco Malu Mader, Cláudia Abreu, Fábio Assunção e Marcos Palmeira, e focava mais uma vez um tema atual e polêmico: a busca pela fama. Claudia Abreu viveu a vilã Laura, que morria de inveja da produtora Maria Clara (Malu Mader). Laura também inaugurava a era das chamadas vilãs cachorras da teledramaturgia brasileira. Outro destaque foi a dupla Darlene Sampaio (Deborah Secco) e Jaqueline Joy (Juliana Paes) que faziam de tudo para ficar famosas.


Em “Paraíso tropical” (2007), Gilberto Braga e Ricardo Linhares abordaram alguns temas clássicos dos folhetins como a cobiça e o amor, sob a ótica dos diversos extratos sociais que convivem no bairro carioca de Copacabana. No elenco, Alessandra Negrini, que viveu as gêmeas Paula e Thaís, Tony Ramos, no papel do empresário Antenor Cavalcanti, Glória Pires, Fábio Assunção, Wagner Moura, entre outros. Inesquecível atuação de Camila Pitanga vivendo a personagem Bebel, uma garota de programa, meio vilã, que conquistou a simpatia de telespectador.


E vem aí, “Insensato Coração”, outra trama de Gilberto Braga, mais uma vez ao lado de Ricardo Linhares com direção de Dennis Carvalho, que prometem conquistar a atenção do publico. Esta nova novela de Gilberto Braga é sinônimo de sucesso, podem ter certeza! O elenco está escolhido a dedo e mais uma vez podemos rever, Antonio Fagundes, Nathalia Timberg, Glória Pires, Cássio Gabus Mendes, entre outros, numa trama do experiente autor.

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