quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Beatriz Segall e Gilberto Braga falam de Vale Tudo e Odete Roitman (ULTIMAS NOTICIAS)


Há quatro anos afastada dos palcos e da TV, Beatriz Segall estreou, nessa quarta-feira (10/11), a peça “Conversando com mamãe”, do argentino Santiago Carlos Oves, no Centro Cultural dos Correios, no Centro do Rio. “Acho que nunca trabalhei em um ambiente tão gostoso. O papel é bom e o Herson (Capri, companheiro de cena) é um ator maravilhoso e gentil. É um alivio entrar em cena com ele”, contou a atriz.

Intérprete da vilã mais famosa da TV, a Odete Roitman de "Vale Tudo" -novela de Gilberto Braga, de 1988, e que está sendo reprisada pelo canal Viva-, Beatriz afirma que não odeia falar sobre a personagem, mas que se cansou das mesmas perguntas. “Agora com a reapresentação não tem mais jeito. Todo mundo pergunta. Hoje eu vi pela primeira vez a reprise, porque achei que ia acontecer a volta da megera, mas é só amanhã”, explicou.

Ela ainda disse que não gostaria que fosse feito um remake da novela. “Nós não juntaríamos um elenco tão bom quanto o da primeira versão e também não gostaria que ninguém mais interpretasse a Odete. Não quero rival. Ele é única”. Beatriz está afastada da TV desde 2006, quando gravou “Bicho do mato”, da Record. “Novela a gente não escolhe, e sim é escolhida. Eu amo fazer teatro, é o que me dá prazer. Para voltar a fazer novela, tem que ser um personagem muito bom”, afirmou.


Herson Capri era só elogios para companheira de palco. “Ela é uma profissional exemplar. Ela é talentosa, educada e muito gentil”, disse ele, que está escalado para próxima novela de Gilberto Braga. “Vou fazer o Cortez, um banqueiro que eu acredito que tenha um caráter duvidoso. Vai ser um prazer fazer um vilão em uma novela de Gilberto Braga”. Quem também prestigiou a estreia para convidados da peça “Conversando com mamãe” foi Cláudia Jimenez, Ingrid Guimarães, Ary Fontoura e Mônica Martelli.


Quem está perdendo horas de sono para acompanhar a festejada reprise da novela "Vale Tudo" no canal Viva, da TV paga, sabe que a madrugada desta quinta-feira (11) é um dia marcante na trama: é o capítulo da chegada da abominável Odete Roitman ao Brasil. A vilã interpretada de maneira inesquecível por Beatriz Segall volta de Paris e logo começa a abrir seu saco de maldades.

O que torna "Vale Tudo", exibida pela primeira vez em 1988, um sucesso incontestável na teledramaturgia brasileira? O iG foi perguntar ao autor da novela, Gilberto Braga.

Mesmo superatarefado, escrevendo os capítulos de "Insensato Coração", a trama que substitui "Passione" em janeiro, Gilberto fez uma pausa no trabalho para dar uma entrevista relâmpago exclusiva. Acompanhe.

iG: Como se explica o sucesso de "Vale Tudo" mais uma vez?

Gilberto Braga: Acho natural, pois é uma boa novela.

iG: Odete Roitman é a pior vilã já inventada? Por que ela era tão marcante?

Gilberto Braga: Porque dizia coisas contra o Brasil que muita gente pensava e não tinha coragem de verbalizar.

iG: Quem seria uma boa Odete Roitman hoje?

Gilberto Braga: Ninguém faria tão bem quanto a Beatriz, eu acho.

iG: Nesse momento em que você está trabalhando em sua nova trama, "Insensato Coração", se sente pressionado pelo sucesso recorrente de "Vale Tudo"?

Gilberto Braga: Não. Fiz muita análise pra cair numa esparrela dessas.

iG: Costuma assistir a suas novelas depois que acabam? Está assistindo a "Vale Tudo"? Qual sua opinião sobre aquele trabalho, 22 anos depois?

Gilberto Braga: Costumo ver os primeiros e os últimos capítulos antes de escrever o primeiro e o último da nova novela. Estou vendo alguns capítulos de "Vale Tudo" e fico superorgulhoso, acho muito boa.

Por que Odete Roitman era tão detestável?

Selecionamos as principais maldades da Odete. Uma lista que ajuda a relembrar como ela era terrível:

- Deixou a filha alcoólatra Heleninha (Renata Sorrah) acreditar que estava dirigindo o carro no acidente que vitimou seu irmão, apenas para não assumir a culpa que era sua

- Separou o filho Afonso (Cássio Gabus Mendes) da namorada Solange (Lídia Brondi) para casá-lo com a inescrupulosa Maria de Fátima (Gloria Pires)

- Armou o quanto pôde para separar Raquel (Regina Duarte) de Ivan (Antonio Fagundes), pois queria que ele ficasse com Heleninha

- Vivia desdenhando do Brasil, de seu povo, de tudo. "O Brasil é um país de jecas", era uma de suas frases.

Então é isso. A partir de agora, quem não viu da primeira vez terá chance de se indignar com a malvada Odete. Quem já viu, com certeza vai se divertir mais uma vez com a vilã que todos adoraram odiar.


IG

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