Claudia Abreu e Cássia Kiss foram as grandes estrelas da trama de Glória Perez. As atrizes protagonizaram inúmeras cenas emocionantes que prenderam a atenção do telespectador. No elenco, nomes de peso como Mário Lago, Beatriz Segall, Adriano Reys, Renée de Vielmond, Victor Fasano, Denise Fraga, Humberto Martins, Ery Johnson, Vera Holtz entre outros.
Ao lado da questão da maternidade, abordada em vários aspectos da novela, o universo de “Barriga de Aluguel” se amplia para mostrar o mundo do esporte, o mundo da dança, a vida no subúrbio, na mitificada Copacabana e nos sofisticados ambientes das clínicas genéticas. Neles, os diferentes personagens transmitiram amor, vivendo seus conflitos e propondo um autentico retrato do conturbado anos de 1990.
Ouça músicas de "Barriga de Aluguel", enquanto recorda a novela:
Com a cabeça cheia de sonhos e uma vida difícil, Clara (Claudia Abreu) decide resolver seus problemas quando aluga a sua barriga para ter um filho de Ana (Cássia Kiss), uma famosa jogadora de vôlei que não pode ser mãe. Essa experiência acaba por modificar e tumultuar a vida das duas personagens, formando-se um triangulo com a inclusão de Zeca (Victor Fasano), o pai da criança gerada pelas duas mães. A discussão polemica sobre os novos bebês de proveta, na época, uma recente novidade cientifica, foi o tema central de “Barriga de Aluguel”.
Clara, a jovem protagonista, começa a história trabalhando de dia como balconista e à noite como dançarina do Copacabana Café. Quando se apaixona por Tadeu (Jairo Mattos), um médico com poucos recursos financeiros, que estuda para apresentar a tese, ela enfrenta a experiência de alugar a barriga para poder ter dinheiro e dar uma reviravolta na vida, unindo-se ao homem amado. Mas a criança, que começa a crescer dentro de si, modificará aos poucos os seus propósitos.
No outro extremo, com vida confortável na Barra da Tijuca, Ana e Zeca formam o casal perfeito, mas a eles falta o filho que ainda não veio, por incapacidade de Ana em reter o feto. Quando a esperança dos dois quase chega ao fim, surge a oportunidade de terem um filho por intermédio de um outro útero, o da mãe de aluguel, o que lhes vai custar muito dinheiro. O fato da criança está sendo gerada em outro corpo que não o de Ana, também irá abalar a vida do casal, com Ana querendo sentir os efeitos da gravidez e Zeca tecendo fantasias sobre a mãe de aluguel, que carrega seu filho.
O cenário central de “Barriga de Aluguel” é o do hospital, onde são realizadas as novas experiências do bebê de proveta. Três personagens se impõem nesse ambiente, puxando a discussão da utilização da nova técnica na época, encontramos o Dr Baroni (Adriana Reys), Miss Brown (Beatriz Segall) e Dr Molina (Mário Lago).
O doutor Baroni é um médico famoso que utiliza a ciência de uma forma comercial. Apaixonado pelo avanço cientifico, Baroni não é um idealista porque não tem uma ética em relação a esse assunto. Ele apenas utiliza isso em função da sua própria carreira.
Ao lado de Baroni, Miss Brown é uma doutora em genética de uma forma inteiramente desvinculada da política. Ela se maravilha com o avanço da ciência mas nunca prestou a atenção em como esses avanços são utilizados. Para ela, ainda esses avanços podem significar a criação do “Admirável Mundo Novo”, proposto por Huxley.
Ainda temos o Doutor Molina, que é um velho humanista e que se sente sem lugar nesse mundo novo, vivendo uma angustia enorme. Através de Molina, a novela falou um pouco da saúde do Brasil, pois o personagem tinha um projeto, idealizado a muitos anos, de aplicabilidade de planos neste setor. O hospital mostrou a saúde publica onde Doutor Molina trabalha vindo de contraste com a área altamente especializada da genética, chefiada pelo Doutor Baroni.
Dr Baroni e Dr Miss Brown são os responsáveis pela inseminação do bebê de Ana e Zeca que Clara carrega na barriga.
Para viver a experiência da barriga de aluguel, outros três personagens entram em ação: Ana (Cássia Kiss), Zeca (Victor Fasano) e Clara (Claudia Abreu), mostrando como este tipo de experiência é vivido por pessoas vinculadas a uma forma de sentir ainda antiga e arcaica em relação à nova técnica, até então.
Ana aprendeu a compreender a maternidade da maneira que todos nós compreendemos e Clara também viveu uma experiência absolutamente inédita. Ana sabe que está esperando um filho, que vai nascer parecido com ela e com o marido, que isso filho irá herdar toda herança genética dela. Mas esse filho não cresce nela. Nessa espera do filho, o conflito: ela vai procurar sentir no corpo, que não se modifica, os sinais da gravidez, a sensação da maternidade.
Já Clara, viverá o inverso, pois do ponto de vista dos médicos, ela espera um filho, mas esse filho não é seu. E tem que sentir dissociada daquela barriga, daquela criança que cresce dentro dela.
Quanto ao pai, Zeca, irá desenvolver incríveis fantasias a respeito da mãe de aluguel, porque ele tem uma cabeça “antiga” nesse ponto. É muito difícil para um homem entender que uma mulher esteja grávida dele sem nunca ter chegado perto dele.
Brasília, 30 de maio de 1991. O tribunal está lotado. Repórteres de radio, televisão, jornais e revistas se acotovelam. Todos ansiosos. Desejam furar os demais concorrentes. Disputam palmo a palmo o privilegio de dar em primeiríssima mão o desfecho do polemico caso da “Barriga de Aluguel”.
O tumulto, no entanto, não abala as grandes interessadas no veredicto do juiz. Clara e Ana ficam concentradíssimas. Escutam com toda a atenção os pronunciamentos dos advogados e relatores. O clima é de tensão. Amigos procuram prepará-las para o melhor e o pior. Só que nenhuma das duas admite nem se quer escutar a palavra derrota.
Finalmente chega a grande hora. O juiz-presidente pede silencio ao publico e se dirige ao ministro. É dele o voto de minerva. As duas mães se olham rapidamente e o meretíssimo, então, dá sua sentença, entregando a guarda do bebê para Ana, a mãe biológica.
A ex-jogadora mal parece acreditar no veredito. Começa a chorar de alegria e se joga nos braços de Zeca, seu marido. Clara, completamente atordoada, fica catatônica por alguns momentos. Nem escutam o que falam ao seu redor. Apenas relembra os momentos felizes que passou ao lado da criança. Quando volta a si, corre na direção da rival. Estica os braços e pede o menino. Mas os protestos de nada adiantam. O fato já estava consumado depois de outras audiências. A mãe de aluguel não tem mais nada a fazer. Afinal a palavra de justiça é soberana. O bebê fica com Ana para o resto da vida.
Aproveitando a atividade de Ana, que era uma jogadora de vôlei, o mundo do esporte teve importância destacada em “Barriga de Aluguel”, abordando a crise que o vôlei brasileiro atravessava na época.
Vera Moss participou do primeiro capítulo da novela, falando como estava difícil a sobrevivência para os profissionais desta área e a falta de interesse das empresas investirem no esporte. Na época, muitos atletas estavam saindo do país e ela própria estava na Itália, enquanto a jogadora Isabel, no Japão.
Quem agitou a novela com muito apelo visual, foi o universo da dança, que surgiu através do “Copacabana Café”, onde Clara trabalhava nos primeiros capítulos, no qual a personagem estava sempre ligada e para onde acabava voltando a trabalhar. Glória Perez também falou da dificuldade que passava um profissional da dança na época. A trama enfocou ritmos como o jazz, dança de salão e charme- um novo ritmo lançado na época.
A discussão do velho e do novo, a questão do atordoamento e da angustia das pessoas e de como elas se defendem, estava presente em vários personagens da novela. Quando se discute um tema, ele se espalha- disse Glória Perez.
Ezequiel (Leonardo Villar), por exemplo, pai de Clara, sapateiro e fanático defensor da bíblia, veio do nordeste para tentar uma vida melhor no Rio de Janeiro. Nele, o caos e a angustia são duplamente sentidos, pois ao sair de sua terra para viver numa cidade grande, perde todas as referencias culturais. Na verdade, Ezequiel chega a um lugar onde o caos também está instaurado, no sentido de que as pessoas já não reconhecem o universo que aprenderam a conviver, um universo em mudança. E ele se defende através do fanatismo e da religião.
Não foi só o subúrbio bucólico e tradicional, com aquela vidinha tranquila onde nada acontece, que a novela mostrou, mas como ele realmente é: um depositário das tradições mais antigas, mas totalmente aberto para as coisas da vanguarda. E foi numa rua dessa região que tudo se misturou. Lá estava a casa onde Clara passou sua infância, com seu pai Ezequiel e sua irmã mais velha, Raquel (Sura Berditchevsky).
Ao lado o sobrado onde moravam no andar de baixo Dona Ambrosina (Sônia Guedes), viúva, mãe do filho único, João (Humberto Martins). João era um caminhoneiro com todas as características da profissão, usando sempre aquelas famosas frases de pára-choque de caminhão.
Na parte de cima, morava Dona Dos Anjos (Vera Holtz), uma moça que veio de Águas de Lindóia, há muitos anos morando no Rio de Janeiro. Dos Anjos trabalhava como secretária no centro do Rio, estando de licença prêmio, no início da novela. Dos anjos era o tipo de pessoa que nunca soube direito como era sua própria vida, mas que qualquer história que se conte, ela já viveu algum fato parecido. No decorrer da trama, Dos Anjos foi vitima de Chiquinho, um sedutor profissional interpretado pelo saudoso Francisco Milani.
Durante toda a trama, Chiquinho consegue enganar outras duas mulheres: Audenora (Júlia Miranda) e a vivida Edite (Anilza Leoni), mas no final o seu golpe amoroso acaba sendo descoberto pelas três amantes e ele se mete em maus lençóis.
Em frente à casa de Dona Ambrosina, moravam Garcez (Tácito Rocha), um pintor do subúrbio e sua filha Ritinha (Denise Fraga). O universo dos ofícios de Garcez era pintar painéis em bares. Garcez e Ezequiel foram personagens explorados mostrando a degradação de suas profissões.
Como o mito de Copacabana chega aos olhos de uma pessoa do subúrbio, como Clara, ou de uma pessoa que vem do interior, como Yara que dividem o mesmo kichenette? Essas duas personagens foram a Copacabana acreditando em sonhos e realizações. Clara, jovem, começava a apostar no desejado futuro promissor, enquanto Yara, madura, vivia a fase da desilusão, compreendendo que a promessa era enganosa.
O conflito de gerações em “Barriga de Aluguel” não foi mostrado através de pais e filhos, mas através da convivência dessas duas mulheres. A que quer ganhar o mundo a partir dali e a que já fez isto e não ganhou coisa alguma.
A mitificação de Copacabana e a personagem Yara, mulher mais velha e prostituta que trabalha em uma boate, foram traçadas através de uma pesquisa muito grande. Glória Perez estudou muito o mundo da prostituição do ponto de vista acadêmico, tanto no Mangue, como na rua. Posteriormente, quando na primeira sinopse de “Barriga de Aluguel”, escrita em 1985, a autora fez uma complementação desse trabalho abordando a prostituição em boates. Então aparecia claramente essa pesquisa, essa mitificação de Copacabana, essa coisa da pessoa vir em busca do sonho. Seria a nossa Hollywood, com as pessoas vindo do interior e achando que tudo era fácil. Glória Perez revela que possuía varias imagens gravadas de prostitutas, onde elas falavam de sua vida intima e de seus sonhos.
Após uma vida muito sofrida, Yara encontra seu caminho através da religião e se casa com Ezequiel (Leonardo Villar). Tudo começa depois que as dançarinas do “Copacabana Café” resolver atacar de cupido. Percebendo que Yara está apaixonada pelo evangélico, as dançarinas acabam mandando uma carta para Ezequiel. O pastor fica feliz da vida, mas não tem coragem de tomar nenhuma atitude. O destino, entretanto, o ajuda, durante a posse do julgamento da guarda do bebê, no ultimo capitulo da novela. Ezequiel sente que Yara está totalmente infeliz e resolve que chegou a hora da decisão. Abre seu coração para Yara que logo aceita se casar com ele.
As expectativas da mulher em relação ao amor naquela época, chegou em “Barriga de Aluguel” através da colocação de três tipos masculinos definidos que, segundo Glória Perez, corresponderam às fantasias femininas. Os personagens João, Zeca e Tadeu, foram homens que modificaram a atenção das mulheres, que vieram a ser reconhecidos no dia-a-dia.
João (Humberto Martins) era caminhoneiro e namorado de infância da heroína Clara (Claudia Abreu). Ele era apaixonado, arrebatado e extremamente machão. Aquele capaz de demonstrar seu amor das formas mais exacerbadas, mais transbordantes possíveis. É aquele tipo de homem escolhido pela critica feminista, que ficou durante um tempo relegado a um segundo plano, como uma figura absolutamente indesejada na vida de qualquer mulher.
Zeca (Victor Fasano), casado com Ana (Cássia Kiss), é moldado pela discussão feminista. É aquele que se transforma no grande amigo, que compreende os problemas da mulher, que se sente até um pouco culpado de participar dos privilégios masculinos. O Zeca é o tipo de homem, idealizado quando se está exausto de um João, por exemplo. Ao mesmo tempo é o homem que se deixa quando se sente a nostalgia de um João, e depois se arrepende a vida inteira por tê-lo deixado.
Por ultimo, o Tadeu (Jairo Mattos), um médico que Clara conhece no primeiro capítulo, pelo qual se apaixona e por quem decide se submeter a experiência do bebê de proveta em troca de vinte mil dólares. Tadeu é o tipo de homem que tem grande capacidade de sedução, mas cujo charme encobre uma coisa terrível que é o medo de sentir, de se envolver, de se apaixonar, de se ligar em alguma coisa. É profundamente individualista, participando do jogo da paixão pelo prazer.
A novela representou bem as duvidas das mulheres, diante desses três tipos de homens, com personalidades muito diferentes, numa questão própria dessa reviravolta em idos da década de 1990.
A gente aprendeu a pensar no homem apaixonado como o propósito do machão, representado pelo João, num determinado momento a gente o critica e não o quer mais. Mas aí pinta uma dissociação muito interessante. O seu racional não quer, mas de uma certa forma você aprendeu que “apaixonamento” é aquilo. E quando eu digo que o Zeca é aquele tipo que todas as mulheres largam- embora seja difícil abandonar o Victor Fasano- é porque eles são extremamente compreensivos, companheiros e na verdade não conseguiriam ainda despertar a grande paixão das mulheres. Então eu acho interessante pintar esse atordoamento em relação a esses três tipos de homens. Na verdade, a fantasia feminina quer os três em um só. E isso é absolutamente impossível.
Glória Perez
Clara termina se envolvendo com os três homens, no decorrer da novela. João, seu primeiro namorado, Tadeu que ela conhece no início da história, e Zeca, ao desenvolver a barriga de aluguel.
Outros romances também aconteceram na novela, como o de Ritinha (Denise Fraga) com João, que chegaram a casar, mesmo sabendo que ele continuava amando Clara. No futuro, Ritinha, depois de sofrer muito pelo amor não correspondido de João, acaba se envolvendo com um outro caminhoneiro chamado Jonas (Victor Branco), homem que a fará muito feliz.
O Dr Baroni, era casado com Aída (Renée de Vielmond) e mantinha um caso extra-conjugal com Luisa. Baroni, apesar de feliz no casamento, tem um caso com Luisa há muitos anos. Ele era realmente apaixonado pelas duas mulheres. Do ponto de vista dele, a relação extra-conjugal era quase institucionalizada. Já a amante, esperava que ele resolvesse suas questões familiares. Luisa espera, se desespera e volta a esperar. E Aída, a esposa, nunca teve uma relação das mais comuns, a do escândalo, de dizer: "ou ela ou eu". Na verdade, Aída parte para uma série de jogos no intuito de promover a discórdia entre os amantes.
Aída também acabava conseguindo um caso extra-conjugal. A rica mulher, se envolvia com o médico Tadeu, logo após ele se divorciar da filha, Laura (Tereza Sieblitz). Tadeu, um perfeito sedutor, acabava se envolvendo com Aída, por pura satisfação pessoal. Inteligente, viva, astuta e racional, o amor para Aída vem sempre em segundo plano. Acreditando ter conquistado a mulher de seu arque-inimigo, o médico passa a se comportar como todo homem que tem certeza dos sentimentos da pessoa envolvida, mas Aída joga o tempo todo com o amante e ele não percebe.
Ela não se apaixona por Tadeu, embora deixasse transparecer a todo instante que era impossível viver longe dele, a ponto de romper preconceitos e ter um caso com o ex-genro. Como uma mulher segura de suas emoções, mesmo se relacionando com Tadeu, ela sempre domina o desejo colocando sua família em primeiro lugar, principalmente a única filha Laura, a quem ama acima de tudo.
Fugindo de seu controle emocional, Aída fica grávida do ex-genro Tadeu. Esperta e calculista, sabendo que Luisa descobriu sua relação com Tadeu, ela usa como tática uma suposta credibilidade a amante do marido, mas Aída descobre que a confiança em Luisa foi em vão depois de vir à tona seu romance com Tadeu.
Assim que descobre a traição da própria mãe, Laura começa uma batalha de vingança contra Aída, transformando a relação entre as duas em puro ódio, para desespero de Aída. A vida de Aída se transforma num verdadeiro inferno, primeiro a mulher é renegada por Laura e perde toda a fortuna para a única filha.
Depois, atropela Luisa como vingança. Por fim, ao tentar o suicídio, joga o carro em alta velocidade contra um poste e perde o bebê.
Mas no último capítulo, o amor entre mãe e filha acaba falando mais alto e Laura resolve perdoar Aída e esquecer as mágoas, numa cena emocionante.
Luisa sente uma paixão incontrolável por Barone e um sentimento de posse exagerado, fato que quase a leva para cadeia, depois de tentar dar fim a vida do amante, assim que descobre que está sendo traída por ele.
A obsessão que Luisa sentia por Barone volta à tona com toda a força nos momentos finais da novela. Ela bem que tenta se envolver com o jovem e belo empresário Sérginho (Ricardo Camara), mas de nada adianta, pois ela não consegue esquecer a paixão pelo médico.
A bióloga faz um escândalo ao ver o amado com outra mulher. A cena acontece nos corredores da clinica. Luisa aparece no consultório disposta a pegar algumas correspondências e acaba flagrando Barone aos beijos com Dina (Vânia Brito). Neste momento, Luisa entra em desespero e tem uma crise histérica, comprovando a doença da paixão.
Molina (Mário Lago) e Miss Brown (Beatriz Segall), foram duas pessoas que se amavam há mais de 20 anos, desde que se conheceram, mas jamais conseguiram falar nisso, por timidez. Muito sábia nas questões da vida, Miss Brown foi capaz de dar conselhos em qualquer circunstancia, menos na sua vida amorosa. E Molina sentia-se um adolescente perto dela. Os dois se amaravam durante anos, mas um não acreditava jamais na possibilidade do outro. Neste romance, Glória Perez soube explorar muito bem a história de duas pessoas que se amaram mesmo sendo adversários ideológicos, Molina, um humanista e Miss Brown apenas preocupada com a ciência.
No último capítulo da novela, o amor vence todas as barreiras e une para sempre o casal Molina e Missa Brown. Eles se reencontram depois de algum tempo e resolvem viver a paixão guardada há muitos anos. A cientista vem de Nova York para um congresso em São Paulo, mas antes passa pelo Rio de Janeiro. Molina fica sabendo e vai a seu encontro, antes do embarque definitivo. Penélope, como ele a chamava carinhosamente, quase não acredita quando o médico diz que irá acompanhá-la. Em seguida, os dois se abraçam a selam a união com muito carinho.
Para o diretor Wolf Maya, que na época tornou a encontrar Glória Perez depois da parceria na minissérie “Desejo”, a discussão ética que “Barriga de Aluguel” levantaria era de suma importância:
- Eu diria que a “story-line” de “Barriga de Aluguel” é: “cuidado com essa nova organização familiar que nós estamos provocando”. Pontos sólidos e definitivos como maternidade, lar, estabilidade emocional, conjugal e familiar estão sendo alterados. Esse era o grande toque de “Barriga de Aluguel”.
Wolf Maya
Wolf Maya e Glória Perez completavam uma amizade de quase 15 anos, em 1990. A primeira novela dele na Globo, “Ciranda de Pedra (1981)”, tinha Glória como pesquisadora.
-Na época de “Ciranda de Pedra”, Glória já era uma historiadora, uma pessoa super-interessada em História, Arte, em Pesquisa e principalmente em Dramaturgia. Eu já sabia que ali se criava uma grande autora.
Wolf MayaPara realizar os trabalhos de “Barriga de Aluguel”, Wolf Maya contou com o apoio de outros dois diretores, Ignácio Coqueiro e Silvio Francisco.
Na época, o diretor Wolf Maya contou com pessoas que estavam afastadas do vídeo ou gente que nunca fez nenhum trabalho na Globo para compor o elenco de “Barriga de Aluguel”, além de atores que sempre representaram um determinado tipo e surgiram totalmente modificados. A própria Claudia Abreu deixava de fazer papeis ingênuos, como a Princesa Juliet da novela “Que Rei Sou Eu?”, na época o último trabalho da atriz, para voltar a telinha interpretando uma dançarina de vida dúbia de Copacabana.
Wolf Maya achava estimulante para o publico assistir Victor Fasano, até então novo no vídeo, ser seu primeiro trabalho na TV. Jairo Mattos e Tereza Sieblitz que viam do cinema e Vanessa Barun que vinha da música. A volta de Lady Francisco, na época com oito anos depois do ultimo trabalho na televisão. Ou também, Renato Rabelo, apresentador de clips, que fez o filho de Lúcia Alves.
O próprio Wolf Maya aceitou atuar na novela, vivendo o ex-marido da personagem Moema vivida por Lúcia Alves. Mesmo separados Moema e Paulo César não conseguiam se desgrudar e vivam de brigas, além de tentar organizar a vida dos tres filhos adolescentes. Mulherengo, ele sempre se envolvia com mulheres bem mais jovens, para desespero da ex-esposa. No final da novela, Paulo César voltava para sua família e sua esposa Moema.
Escrita em 1985, a sinopse de “Barriga de Aluguel” ganhou forma em 1990, sem ter como ponto de partida nenhuma história real. Glória Perez começou a ler sobre os avanços da genética, as experiências com bebês de proveta e imaginou a história que ainda não tinha ocorrido- pelo menos não tinha sido expostas nos jornais- mas que poderia ocorrer perfeitamente.
-Em 1985 não tinha vindo a publico nenhuma disputa entre mãe de aluguel e mãe contratante. Como ainda não se tinha tido conhecimento de um caso em que um bebê nascesse de um processo que separava o óvulo e o útero. Ou seja: o óvulo é de uma mulher e o útero de outra. Mas havia a possibilidade cientifica e foi sobre ela que trabalhei.
O tema pareceu interessante porque revela ao mesmo tempo a fragmentação da maternidade, e como o avanço cientifico modificou este processo natural, introduzindo uma divisão entre as funções de gerar e de parir. A unidade foi quebrada pra ser vivida por duas mulheres diferentes: uma gera o filho, a outra o abriga, e vive a experiência do parto.
Isto tudo mexe com a maneira como a humanidade aprendeu a compreender e a pensar a maternidade. A gente vê aí dois aspectos interessantes: um é a dessacralização da maternidade, o outro é que esse tipo de experiência exige uma redefinição deste conceito. A maternidade nunca foi discutida, ela sempre foi tida como uma evidência.
A discussão, a dúvida sempre estiveram em cima da paternidade. Isto fica claro tanto nos códigos quanto nos próprios ditos que revelam a experiência popular: “os filhos de minha filha meus netos são, os do meu filho serão ou não”. Então o avanço da genética possibilita uma experiência como essa barriga de aluguel, nós assistimos uma dissociação entre a barriga, o parto e a maternidade.
O que fica muito claro é que os nossos sentimentos, a nossa formação não estão ainda em sintonia com situações criadas por esse avanço científico. Isso fica muito visíveis nos conflitos entre Clara e Ana: a mãe contratante sabe que seu filho está sendo gerado, que terá seus traços, seu código genético, mas isso não se evidencia no seu corpo, essa espera não pode ser vivida da maneira como ela aprendeu a pensar a maternidade. Ela começa a buscar no seu corpo não grávido essas sensações, porque aprendeu que é atreves delas que uma mulher se sente mãe. Por outro lado, temos a mãe de aluguel, que está grávida, que irá viver o momento do parto, mas que precisa dissociar de si essas vivencias, porque deve atravessar a gravidez e o parto sem assumir a idéia da maternidade.
A figura do pai, nesse caso de inseminação artificial, aparece sempre relegada a um segundo plano, pois em primeiro lugar está o médico, que “fez a criança”.
Glória Perez
Inicialmente, a novela seria exibida no horário das 20h, devido a seu tema polêmico. Esteve prevista para substituir “Roque Santeiro”, em 1986, porém foi substituída por “Selva de Pedra”. Em 1989, foi novamente cotada para ir ao ar às 20h, sucedendo “O Salvador da Pátria”, mas em vez disso, o vice-presidente das Organizações Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, suspendeu a produção da novela, pois alegou que queria acabar com os excessos dramáticos no horário. Em seu lugar, foi exibida a novela “Tieta”. Porém, no ano seguinte o folhetim conseguiu finalmente ir ao ar, às 18h00, se tornando um grande sucesso de público e crítica, com média geral de 47 pontos no horário. Tudo isso, graças a abordagem de temas novos e polêmicos, como o termo barriga de aluguel.
Para definir de maneira correta quem ficaria com a criança, Glória Perez pediu a três juizes que dessem sentenças e deixassem brechas nas sentenças, assim ela poderia colocar no roteiro de forma crível. O processo ocorria em três instâncias, assim como na vida real.
Na primeira instância, Clara ganha a guarda do bebê. Ana recorre, e o Superior Tribunal de Justiça decide que ela é a mãe biológica da criança e deveria ficar com a criança. No terceiro julgamento, a nvela termina sem mostrar a sentença, deixando o telespectador sem a resposta. Na cena final, as duas mães estão de mãos dadas com o filho, decididas a encontrar uma solução para a situação, independentemente da decisão final da Justiça.
Barriga de Aluguel, a princípio teria 185 capítulos, porém, com os constantes atrasos de Salomé, novela que seria exibida no mesmo horário, teve um esticamento de 58 capítulos. Com isso, a trama de Glória Perez é a terceira novela mais longa da Rede Globo, superada apenas por Irmãos Coragem, de 1970 e A Grande Mentira, de 1968, sendo que esta última teve 341 capítulos. A novela também teve “Novos Tempos” como título provisorio até Glória Perez decidir por “Barriga de Aluguel”.
O personagem Lulu de Eri Johnson, um gay cheio de trejeitos, conseguiu se destacar e virou marca através do bordão: “Fui!”.
A atriz Odete Lara estava escalada para viver a personagem Miss Brown, papel que acabou indo parar nas mãos de Beatriz Segall, atriz que dois anos antes havia interpretado Odete Roitman em Vale Tudo, uma das mais perfeitas vilãs da teledramaturgia. Já Odete Lara acabou aceitando o convite de Gilberto Braga para viver a personagem Ester Veronese na novela “O Dono do Mundo”, em 1991, ano seguinte a estreia de “Barriga de Aluguel”.
O saudoso ator Thales Pan Chacon estava escalado para viver o personagem Zeca, papel que acabou indo parar nas mãos de Victor Fasano, fazendo sua estreia na TV.
Destaque para a atriz Alessandra Aguiar, que representou a pequena órfã Tita, logo em sua primeira infância e que roubava as cenas da novela, cada vez que aparecia no vídeo.
Daniela Perez estreava como atriz de novelas, através de “Barriga de Aluguel”, interpretando a personagem Clô, uma dançarina do Café Copacabana. A atriz teve que sair antes do término da novela, pois tinha sido escalada para viver um dos principais papeis da novela “O Dono do Mundo” de Gilberto Braga.
Também foi a primeira novela de Jairo Mattos onde viveu o volúvel Tadeu, Tereza Seibltz que fez a mimada Laura e Marcelo Saback que viveu um residente em medicina.
“Barriga de Aluguel” foi a segunda novela de Paula Burlamaqui, a atriz havia sido a campeã da “Garota Fantástico 1987” e teve sua estréia em novelas a partir de “O Sexo dos Anjos” escrita por Ivani Ribeiro entre 1989/1990.
Clara (Claudia Abreu)- Jovem que aluga a própria barriga. Uma ingênua que se acha espertíssima. Com imensa capacidade afetiva, arrojada e audaciosa. Um dos seus traços mais marcantes é a capacidade de acreditar, de manter intocáveis as esperanças em meio a todos os desastres da vida. Adora o pai e a irmã. Mês mo mentindo e enganado, simboliza a pureza, o lúdico.
Ana (Cássia Kiss)- A campeã de vôlei. Moderna, transmite força e segurança. É de rompantes. Como não está habituada a lidar com a fragilidade, quando se sente ameaçada reage, revida, explode. Sente-se falha por não conseguir ser mãe.
Zeca (Victor Fasano)- Casado com Ana, é um homem sensível e moderno. Desses que entra em conflito com o machismo. Adora crianças. É cuidadoso com os sentimentos dos outros, sobretudo com os de Ana. Como marido da campeã, de certa forma, ele ficou sempre de sobra.
João (Humberto Martins)- Charmoso, rude, não consegue lidar com a emoção dos outros. Bom, amigo, fiel e romântico. Capaz de grandes explosões e grandes arrependimentos. É o namorado de infância de Clara e vai amá-la sempre.
Tadeu (Jairo Mattos)- Homem com personalidade complexa. No começo é idealista e radical mas irá realizar uma trajetória ao longo da história, humanizando-se. Luta por grandes causas mesmo sem conseguir suportar os seres humanos. Conhece Clara no primeiro capítulo, quando ela se apaixona por ele.
Ambrosina (Sônia Guedes)- Mãe de João, viúva, vive para o filho e para os afazeres do lar. Diz que João deve se casar, mas no fundo morre de ciúmes que outra mulher o leve de junto dela. Econômica, tem medo da pobreza.
Dos Anjos (Vera Holtz)- Aluga a parte de cima do sobrado de dona Ambrosina. Trabalha como secretária, sendo extremamente misteriosa. Sempre quis viver uma grande história mas seu cotidiano é comum. Dona do único telefone dos arredores, adora observar a vida alheia.
Ezequiel (Leonardo Villar)- O pai de Clara. Nordestino, rude, rigoroso em questões morais, apegado à religião. Seco na aparência, esconde um coração terno e menino que ele não sabe mostrar.
Raquel (Sura Berditchevsky)- A mais velha da família de Clara. Tomou conta dos irmãos e criou Clara como se fosse mãe. Abriu mão da vida por causa dos afazeres domésticos e para ficar o lado do pai velho e doente.
Ritinha (Denise Fraga)- Amiga de Clara do subúrbio. Mora com o pai, o espanhol Garcez, amigo de Ezequiel. Freqüenta os bailes do subúrbio para dançar funk. Ritinha é apaixonada por João, com quem se casará no futuro, mesmo sabendo que ele ama Clara.
Garcez (Tácito Rocha)- Pai de Ritinha, homem extrovertido e alegre, que gosta de dançar, cantar e tomar cerveja. Foi abandonado pela mulher e criou a filha sozinho. Muito amigo de Ezequiel, tem um fraco por dona Ambrosina.
Lulu (Eri Johnson)- Coreografo dos shows do Café, sonha em realizar uma bela carreira profissional. Muito amigo de Clara. Mora na casa de Edith, que o acolheu e o protegeu.
Edite (Anilza Leoni)- Dona da casa onde mora Lulu. Foi mulher de senador e viveu a Copacabana dos áureos tempos. Para sobreviver, virou cartomante. Freqüenta diariamente o Café, onde não tem função definida.
Aída (Renée de Vielmond)- Mulher do doutor Baroni, veio de família rica. É bonita, forte e excelente jogadora. Sabe a história do romance de Luisa com o marido e aparentemente não se abala.
Baroni (Adriano Reys)- Médico inteligente, competente e vaidoso. Comprometido com o sucesso. Gosta de Luisa mas não faz sacrifícios por causa desse amor. Dessas pessoas que acham natural que os outros lhe concedam tudo.
Luisa (Nicole Puzzi)- Faz parte da equipe do Doutor Baroni, com quem mantém um caso quase tão antigo quanto o casamento do médico com Aída. É romântica e sonha em ter uma família com um marido que seja dela, de preferência, Baroni.
Barroso (Emiliano Queiroz)- Médico que já teve idéias mas que foi vencido pela dura realidade da saúde brasileira. Faz seu trabalho burocraticamente.
Dudu (Paulo Cesar Grande)- O técnico do time de vôlei. Bonito, charmoso e apaixonado pela profissão. Melhor amigo de Zeca.
Ciça (Carla Daniel)- Melhor amiga de Ana. É a jogadora que a substituirá no time quando a campeã se retirar. Sincera e apaixonada por Dudu.
Moema (Lúcia Alves)- irmã de Ana. Separada, é mãe de três filhos. Mulher batalhadora e inteligente.
Mariana (Cinthia Maranhão)- Filha de Moema, adolescente, vive situações típicas dessa fase, de afeto e conflitos com a mãe.
Pity (Renato Rabelo)- Filho mais velho de Moema. Estuda, pega surf, faz as coisas que um jovem de sua idade gosta de fazer.
Tatau (Caio Junqueira)- Filho mais novo de Moema. Esperto, cria situações constrangedoras para os outros porque fala demais.
Yara (Lady Francisco)- Divide com Clara o kitcchenette de Copacabana. Sofre os medos da mulher que com a sua profissão, de prostituta, teme envelhecer. É realista e vive dando conselhos a Clara.
Molina (Mário Lago)- O velho humanista. Médico que luta há muitos anos para implantar um projeto de saúde popular. Solitário, inteligente, apaixonado e equilibrado. Profundo conhecedor da alma humana. Esconde uma paixão de 20 anos pela Doutora em genética Missa Brown.
Missa Brown (Beatriz Segall)- Cientista, especializada em genética. Também apaixonada por Molina, nunca deixou que ele percebesse isso. Orgulhosa, passional, idealista. Com um toque de infantilidade. Pesquisadora incansável, acredita nas vantagens do “Admirável Mundo Novo”.
Rosa Aimée (Regina Restelli)- Rival de Clara como dançarina do Café. Mulher bonita e sensual.
A novela trouxe uma trilha sonora nacional com interpretes populares como José Augusto, que estourou nas paradas do sucesso com a musica “Aguenta Coração”, a mesma da abertura. Outras canções que imortalizaram os personagens da novela foram: Nuvem de Lágrimas na voz de Fafá de Belém e Chitãozinho e Xororó, Sobre o Tempo da banda Nenhum de Nós, sucesso dos anos 90 e que tocava a exaustão nas rádios, “O Amor não é um Filme” de Dalton, “Vida Real” de Djavan e o funk “Feira de Acari com M.C. Batata, entre outras. A trilha internacional trouxe hits mais dançantes, numa época de sucesso da dancin music. Os grandes destaques da trilha internacional foram Cinema do Ice MC, Get A Life do Soul II Soul, Heart Like A Whell do The Human Leage entre outros.
TRILHA SONORA NACIONAL
01. AGUENTA CORAÇÃO - José Augusto (tema de abertura e tema de Clara)
02. O AMOR NÃO É UM FILME (JEZEBEL) - Dalto (tema de Zeca)
03. NUVEM DE LÁGRIMAS - Fafá de Belém e Chitãozinho & Xororó (tema de João)
04. VIDA REAL (DEJAME IR) - Djavan (tema de Ana)
05. FEIRA DE ACARI - M.C. Batata (tema do núcleo do subúrbio)
06. MACHUCA E FAZ FELIZ (SONG FOR YOU FAR AWAY) - Biafra (tema de Dudu)
07. COPACABANA - A Caverna (tema do núcleo de Copacabana)
08. JOGUEI TUDO COM VOCÊ - Adriana (tema de Dos Anjos)
09. EU ACREDITO - Gal Costa (tema de Luísa)
10. SOBRE O TEMPO - Nenhum de Nós (tema de Tadeu)
11. HORAS PERDIDAS (THREE COINS IN THE FOUNTAIN) - Rosemary (tema de Miss Brown e Molina)
12. SONHO ENCANTADO - Yahoo (tema de Ritinha)
13. SSELL - Julinho Teixeira (tema de Aída)
14. SAMBA POINT - A Caverna (tema de PC e Moema)
TRILHA SONORA INTERNACIONAL
01. CINEMA - Ice MC (tema da boate)
02. I'LL NEVER FALL IN LOVE AGAIN - Deacon Blue (tema de Clara)
03. GET A LIFE - Soul II Soul
04. LOVE DON'T LIVE HERE ANYMORE - Double Trouble (tema de Zeca)
05. NOW THAT YOU'RE GONE - In-Dex
06. SWEET LOVE - Leo Robinson (tema de Dos Anjos)
07. ROCK AND ROLL IS BACK AGAIN IN TOWN - Johnny Jo & The Rockers
08. HEART LIKE A WHEEL - The Human League
09. I DON'T KNOW ANYBODY ELSE - Black Box
10. IF WISHES COME TRUE - Sweet Sensation (tema de Rachel)
11. SENSE OF PURPOSE - Pretenders
12. BEGIN THE BEGUINE - Dionne Warwick (tema de Aída)
13. LONELY IS THE NIGHT - Air Supply (tema de Ana)
14. MY BROTHER, MY FRIEND - Eddy Benedict
A abertura da novela foi uma pura representação da gestação, com um enfoque todo especial para a mulher e o desejo de dar a luz e ser mãe. Para acompanhar as imagens, a música “Aguenta Coração” de José Augusto, um hit que virou sensação nos anos de 1990 e 1991, durante a exibição da novela. Até hoje a música é lembrada pelos saudosistas como tema de Clara e da abertura da novela.
novela de Glória Perez
direção de Wolf Maya, Ignácio Coqueiro e Sílvio de Francisco
direção geral de Wolf Maya
comCLÁUDIA ABREU – Clara
CÁSSIA KISS – Ana
VICTOR FASANO – Zeca
HUMBERTO MARTINS – João
JAIRO MATTOS – Tadeu
MÁRIO LAGO - Dr. Molina
BEATRIZ SEGALL - Miss Penélope Brown
RENÉE DE VIELMOND – Aída
ADRIANO REYS - Dr. Álvaro Barone
LEONARDO VILLAR – Ezequiel
LÚCIA ALVES – Moema
WOLF MAYA - Paulo César
DENISE FRAGA – Ritinha
LADY FRANCISCO – Yara
NICOLE PUZZI – Luísa
TEREZA SEIBLITZ – Laura
ERI JOHNSON – Lulu
SURA BERDITCHEWSKI – Raquel
SÔNIA GUEDES – Ambrosina
VERA HOLTZ - Dos Anjos
TÁCITO ROCHA – Garcez
VICTOR BRANCO – Jonas
FRANCISCO MILANI - Chiquinho / Ramon / Dartagnan / Salgado
ANILZA LEONI – Edith
REGINA RESTELLI - Rosa Aimée
DANIELA PEREZ – Clô
MARIANNE EGBERT – Drica
VANESSA BARUM – Leninha
PAULO CÉSAR GRANDE – Dudu
CARLA DANIEL – Cissa
MARCELO SABACK – Duarte
CARLOS KROEBER – Ramiro
ILKA SOARES – Mimí
EMILIANO QUEIRÓZ - Dr. Barroso
VÂNIA DE BRITO – Dina
MARY DANIEL - Vovó Lola
RENATO REBELLO – Pity
CAIO JUNQUEIRA – Tatau
CYNTHIA MARANHÃO – Mariana
ALESSANDRA AGUIAR – Tita
Mary Black
PAULO LEITE – Fernando
CHICO TENREIRO – Antônio
DARCY DE SOUZA – Leonora
PEDRO BELLINI – Jeremias
LEONARDO SERRANO – Marcelinho
DUDA RIBEIRO – Ricky
KHRISTEL BIANCO – Dayse
JONAS MELLO - Delegado José de Oliveira
CACÁ SILVA – Tomas
CRISTINA BITTENCOURT – Celinha
RICARDO CÂMARA – Serginho
PAULA BURLAMAQUI – Paulinha
TETÊ VASCONCELLOS – Cacá
VERA PAXIE - Maria Alice
MARA SANDES - Leila
FERNANDA FERRAZ – Júlia
ROSANA FRAGA – Mirtes
ANTÔNIO VIANA – Bené
JÚLIA MIRANDA – Audenora
ROSIMAR DE MELLO – Terezinha
VANDA ALVES – Jussara
DAYSE TENÓRIO – Regina
Lisa (babá de Tita, apaixonada por Dudu)
eNELSON DANTAS – psicanalista
NEUZA AMARAL - juiza
Fontes:
ARQUIVO MUNDO NOVELAS
Memória Globo
Dramaturgia Brasileira
Wikipédia
8 comentários :
Barriga de Aluguel foi a primeira novela a que assisti e é marcante não só por esse fato como também pela história toda. Na época, tinha 10 anos. É inesquecível essa novela.
Como não se comover e não se sensibilizar pela história de Clara e Ana?
Um possível "remake" seria sucesso garantido!!!
Saudade do início dos anos 90!!!
Recentemente reassisti a novela no youtube (quando passou eu era muito novinha) e achei uma obra de arte. Glória Perez sabe como ngm abordar temas polêmicos, emocionar e criar romances envolventes. O drama de Ana e Clara é tocante, e o final de uma extrema sensibilidade. Não conhecemos a decisão final da justiça, mas independente de qualquer coisa, as duas se dão conta de que não podiam continuar aquela guerra por toda a vida... sequestrando, vendo escondido, perseguindo, etc. O final sugere que elas enfim aceitam que aquela criança é filha das duas, e assim seria criada. Lindo o final, de rolar lágrimas. O carinho que Zeca nutre por Clara tbm emociona. Ele foi apaixonado por ela, mas decide voltar para a mulher, embora nunca tenha convencido, pelo menos a mim, que sentia por Ana um amor do tamanho que era capaz de sentir, como demonstrou ter sentido, por exemplo, por Clara. Ana acabou tendo de se conformar e juntar os cacos do marido então devastado por outro amor, ou paixão. Mas o fato de ele voltar para a esposa, não o torna indiferente aos sentimentos de Clara, e isso é bonito no personagem. Ele é terno, ele sente que o filho é das duas, como acredito que seja mesmo, e mesmo não podendo admitir isso a Ana, ele se comove com o drama das duas. No final, ainda faz muito pela família de Clara, que havia vendido tudo o que tinha na tentativa fracassada de bancar o tratamento da criança. A maneira como se encanta por Tita, e toma a decisão de ser seu pai, meso qu Ana discorde, tbm conta pontos. Ele, sem dúvidas, era um cara do bem.
Miss Brown e Dr. Molina acredito que sejam um dos pontos fortes da novela. Lindos os dois juntos, como diz Tadeu um dia, "foram 40 anos de ensaio". Um amor bonito de se ver, e que no final eles tomam coragem de viver.
O núcleo cômico tbm ajuda muito a contrabalançar a carga dramática da trama. Moema era impagável, e mesmo estando solidária a irmã, tbm entendia o lado de Clara...
...Agora o romance mais envolvente pra mi foi o de Tadeu e Clara. Na minha opinião, Clara tinha uma visão deturpada do amor. Um homem para amá-la tinha de enxergar apenas ela e jogar qualquer coisa pro alto por ela. Ela era ingênua, muito nova, e parecia acreditar que a vida era feita de sonhos e amor, como se as pessoas pudessem viver somente disso. João era essa pessoa, a pessoa que a colocava acima de tudo e, por vezes, atropelava as pessoas ao redor, por não enxergar nada além de Clara. Não acredito que isso seja amor, mas paixão. De qualquer forma, Clara não era apaixonada por ele. Sua grande paixão e grande amor foi Tadeu. No começo, quando se conhecem e namoram, é uma paixão louca por um Tadeu que ela idealiza. Um Tadeu que não existe na realidade, ou que até existia, e estava se deixando ser quem era com ela, até que um dia se apavora por estar tão envolvido, e começa a mostrar seu outro lado. É então que começa a decepção e todo o sofrimento de Clara. Ela é jovem, e como ele diz, uma suicida. Capaz de qualquer coisa por ele, o mesmo que ela esperava de um homem. Mas ele não queria, não pediu nenhum sacrifício, além de ter medo de se entregar àquele amor, Tadeu tinha tbm um projeto profissional que pra ele era mais importante que tudo, era um compromisso que tinha com seu mestre e "pai" Molina, e um compromisso que sentia ter com milhares de pessoas que dependiam daquele projeto de saúde ir adiante. Tadeu era um idealista, e um homem brilhante. E mesmo brincando com os sentimentos das mulheres, ele realmente acreditava que não era responsável por suas desilusões, já que sempre avisava pra não se apaixonarem. Avisava, mas seduzia. Gostava do jogo da sedução, e no final todas elas terminavam de coração partido. Mas com Clara não foi bem assim. Ela era a única capaz de desestruturar Tadeu, de tocar seu coração, foi a grande responsável por seu processo de humanização durante a novela. Tadeu passou boa parte da trama apaixonado por Clara, embora negasse, e depois assumisse, e depois negasse de novo. Era um homem fraco e confuso, incapaz de lidar com um sentimento tão forte. Mas tinha plena consciência, mesmo quando a mandava embora e dizia que não a queria, que aquele era seu grande amor do qual estava abrindo mão. Clara sofre tantas decepções com ele, que para de idealizá-lo. Ela conhece seus defeitos, conhece suas fraquezas, se revolta, mas continua apaixonada, continua o amando com todo o coração, e sempre disposta a tudo pra ficar com ele. Como ela diz uma vez, igual ao que sentiu por Tadeu, nunca mais. esse é só mesmo uma vez na vida. E assim foi....
...Tadeu, a princípio, não é capaz sequer de assumir seu amor por Clara, depois quando resolve assumir e ficar com ela, não é capaz de deixar nenhum de seus projetos para segundo plano e colocá-la na frente. Depois, mais tarde, por ela decide dar uma virada em sua vida, deixar tudo de lado, ou quase tudo, pra ficar com ela. Mas Tadeu era uma pessoa raciona, e mesmo se arriscando, mesmo se dispondo a se envolver em um escândalo, em apoiar uma mãe de aluguel, que ia contra tudo o que ele lutava contra, mesmo assim, ele não foi capaz de abandonar absolutamente tudo, como ela queria. Abandonar sua tão batalhada carreira para fugir com ela para o exterior, isso era demais pra ele. Como uma pessoa racional, imaginava como viver sem aquilo, se foi para o que se preparou a vida inteira, se era a única coisa que sabia fazer, se era apaixonado por seu trabalho e seus ideais. Clara não era capaz de entender isso. Ele queria ao menos um tempo pra organizar sua vida, deixá-la em segurança, e depois se organizar pra poder estar com ela sem ter de largar sua carreira. Mas pra Clara era tudo ou nada. Ela se magoava por não ser a única coisa que ele enxergava na frente, como estava acostumada a ser para João. Ela tbm não admitia sequer que ele sugerisse ser o filho geneticamente da Ana, e Tadeu, como todas as pessoas sensíveis na novela, sabia que a criança tbm era de Ana, e vivia um drama de consciência por estar acobertando a fuga de Clara. O mal dele foi pensar alto, ser sincero e dizer o que pensava. Clara ficou completamente fora de si, e o mandou embora. A partir daí, Tadeu resolveu que sua participação naquela história, e na vida dela, havia terminado. Não acho que se pudesse esperar nada diferente disso de Tadeu. Pra ele, que já tinha tido tanta dificuldade em chegar ao ponto que chegou, perceber que era tudo tão inútil, que eles eram tão diferentes, naturalmente imaginou que nunca aquela relação daria certo. E se afastou. Mas logo voltou atrás. E é aí o ponto em que eles se desencontram de vez,o ponto mais triste desse romance....
...Tadeu se decide, toma uma decisão interna, elimina todas as confusões, e vai atrás de Clara, propondo a ela casamento, e que a partir dali, olhassem para a frente, para o dali pra frente. Tudo o que Clara mais quer é se atirar em seus braços nesse momento, mas não faz isso. Ao contrário, joga um balde de água fria nele e o rejeita. Mal sabia ele que ela havia feito uma promessa, naquele momento, de que se pudesse ter seu filho de volta, abriria mão do que mais quis na vida, Tadeu. Ele vai embora, mas aformando que vai esperar por ela. E ainda tenta insistir mais algumas vezes, mas Clara a essas alturas já está envolvida de novo com João, mesmo sem o amar, e Tadeu toma conhecimento do fato. Acredito que é aí que ele começa a desistir desse amor. A essas alturas, já havia iniciado um romance com Aída, mas ainda esperava por Clara. Aída faz milhões de jogos de sedução com ele, para que ele se apaixone por ela, mas ela é a primeira a admitir, em uma conversa com o ex-genro, que sabia que ele era capaz de amar lindamente, mas que para ficar com ele, o ideal seria capaz de deixar esse seu lado adormecido, ou ele sairia de novo atrás de seu grande amor Clara. Por fim, o joguinho de sedução surte efeitos, e Tadeu se descobre apaixonado por Aída. E com isso prova de seu próprio veneno, pois ela faz com ele o que sempre planejou, puxa seu tapete no momento em que ele propõe assumi-la para o mundo, e ir viver com ela nem que fosse em outro estado, se preciso. Sinceramente, isso foi muito pouco para fazer o telespectador acreditar no amor de Tadeu por Aída. Ele pediu, insistiu até, mas Aída era antes de tudo um desafio. Tudo havia começado tbm como uma tentativa de curar as feridas da recusa de Clara. Ele se propôs a ficar com ela, mas pra isso não precisaria abandonar nada, apenas o hospital. Sua carreira continuaria lá, para qualquer lugar que fosse. Não fez por ela metade do que fez por Clara, não arriscou por ela o que chegou a arriscar por Clara, nunca pareceu tão desnorteado, desestruturado e vulnerável por ela como se mostrou por toda a novela por Clara. E no final ainda admite que era um desafio, e que caso ela tivesse aceitado sua proposta, ele teria recuado no ato. Recuado como sempre recuava com todas. A única vez na vida em que ele tomou uma decisão interna, de assumir uma relação e não recuar, foi com Clara, e ele se desiludiu porque como ele mesmo afirma, ela não soube enxergar isso nele, não soube enxergar que era pra valer....
...Até acredito que ele tenha se deixado ficar um pouco mais vulnerável com Aída, e tenha tentado se atirar um pouco mais de cabeça, mas apenas porque por sua experiência anterior, com o grande amor de sua vida, havia perdido a oportunidade de ser feliz por medo. Quis então fazer diferente nessa nova oportunidade de amar, de ser feliz, e tentou fazer diferente com Aída. Mas não acredito que o que sentia por ela fosse real.
O interessante é que Clara, mesmo quando já se diz apaixonadinha por João, ainda se morde de ciúmes ao saber da paixão de Tadeu por Aída, e sofre. E Tadeu, mesmo depois de já estar envolvido com Aída, por duas vezes tenta encontrar Clara. Uma delas, não resiste e a beija, sendo mais uma vez rejeitado (por conta da tal promessa). A segunda vez, com a desculpa de tentar entender o que sente por Aída e por Clara (como ele diz uma vez, ele sempre procura desculpas para estar perto dela), Clara nem sequer vai a seu encontro.
Mais tarde, quando já se diz "apaixonado" por Aída, ainda se interessa pelos acontecimentos na vida de Clara, espiando escondido uma conversa de Molina sobre a situação atual da moça. Clara no final, fica com João, diz a ele que procurou a vida toda alguém que fosse capaz de tudo por ela, e qu esse cara estava ali tão perto e ela não enxergou. Bonito, mas como eu digo, uma visão deturpada do amor. João era realmente capaz de fazer tudo por ela, mesmo que pra isso infringisse normas, atropelasse pessoas, nada importava a ele, via apenas Clara em sua frente. Até seu caminhão, seu ganha pão, foi capaz de vender para ajudá-la. Era isso o que ela queria de um homem, e depois de tanta desilusão amorosa, a minha opinião é que ela aprendeu a se conformar, e convenceu a si mesma de que era ele quem amava.
Enfim, pra mim, não convenceu. Clara era sempre tão confusa em relação a seus sentimentos, que nada garante que duas semanas depois ela já não estaria com o coração balançado por Tadeu de novo.
Eu gostaria muito de um remake da novela, mas um remake bom, com o foco nas tramas principais, nada como o remake de tititi, por exemplo, que mudou completamente a história e o foco da trama. Gostaria de um remake bom, onde o amor de Clara e Tadeu prevalecesse no final. (Mas como encontrar uma Clara tão perfeita quanto a Claudinha Abreu, e um Tadeu tão charmoso e sedutor?) Seria bom tbm que nesse remake, ficasse mais claro o amor de Zeca por Ana. Mas o amor de um homem por uma mulher, não o amor de um companheiro, de um amigo, alguém que se importava com seus sentimentos. Porque pra mim, Ana, apesar de intragável como personagem, acabou se contentando com os restos de um homem, e tendo de engolir toda a sua mágoa. Mal ou bem, o que ela passou com ele foi uma humilhação, e doloroso demais, e não acredito que Zeca depois disso tenha demonstrado o quanto amava sua esposa, e a compensado por tudo aquilo.
Independente do final da novela, o amor de Clara e Tadeu foi o que me convenceu, e imagino que um dia, mesmo que anos depois, eles se reencontraram, mais maduros e menos confusos, e prontos para enfim viverem aquela bonita história de amor. Esse é o final em minha imaginação, já que os personagens nos deixam no momento em que a novela acaba, mas como eram todos muito novos, deixa muita margem para imaginarmos um outro desfecho no futuro. E, pra mim, Clara e Tadeu viveram uma vida feliz dali pra frente.
Ninguém fala da atriz Julia Miranda
que esteve na novela como elenco de apoio pelo facebook dela poderão saber de quem estou falando https://www.facebook.com/atrizjuliamiranda
Amei essa novela, e estou assistindo os poucos capítulos que ainda estão disponíveis em sites. Concordo em parte com o comentário acima em relação ao Tadeu, que era uma pessoa que no meu ponto de vista tinha medo de sentir, medo de amar, medo de se entregar. Chegava a dar raiva em ver que ele amava Clara,mas não tinha coragem de viver esse sentimento diariamente. Mas, quem somos nós para julgá-lo: que atire a primeira pedra quem nunca, seja por medo de se sentir dependente, fraco; de se iludir, de que não iria dar certo, e por isso sofreria, nunca recuou diante de um sentimento desses? Logo, todos seriam um pouco Tadeu.Eu seria.
Mas, ao mesmo tempo: quem que já não sonhou em ter uma pessoa que fosse capaz de morrer por você, de viver um sentimento por inteiro, sem limites, de arriscar e largar tudo por você, de te ajudar e estar com você até o fim, em todas as situações? Então, cada um de nós - pelo menos eu - também seria um pouco Clara.
Queria que no final: Clara e Tadeu terminassem juntos, mas como ele mesmo escreveu para Clara na carta que deixou para ela em um dos capítulos iniciais: eles tinham incompatibilidade de sonhos. A Clara queria, o que muitas de nós mulheres ainda sonha ao ver as novelas como ela via, ou ver casais na rua se beijando: um Romeu. Já Tadeu queria liberdade, lutar pelos seus ideais, conquistar seus objetivos, fazer a diferença no mundo, não queria ficar limitado por um amor. Acho que muitas de nós, mulheres, atualmente, temos um pouco dos dois. Eu tenho, e como é difícil administrar o Tadeu e a Clara que há em mim.
Clara só poderia terminar com João que era capaz de amar sem limites, de corpo e alma, como ela sempre foi. Relações não dão certo apenas por amor ou paixão - ou seja lá o nome que se dê aos sentimentos ( como Tadeu, não gosto de nominar sentimentos). Para um relacionamento dar certo, precisa de mais fatores do que sentimentos, precisa de atos: de companheirismo, de atenção, de paciência, de amizade, de equilíbrio e de doses de realidade... Foi o que faltou em Clara e em Tadeu. Mas, que João queria oferecer a Clara.
Contradições à parte: Clara e Tadeu devem ter continuado se amando, mas nunca dariam certo. A vida é assim.
Postar um comentário