Grazi Massafera será Dona Beija em versão da HBO Max

Foto: Divulgação/Monte Carlo

Dona Beija ganhará uma nova versão por meio da HBO Max, com produção da Floresta, produtora da Sony. E Grazi Massafera é o nome praticamente confirmado para estrelar a produção e dar nova imortalidade a cortesã, Ana Jacinta de São José, a Dona Beja, na cidade mineira de Araxá, no século XIX. A HBO planeja inaugurar o formato de telesséries, seriam novelas mais curtas. Dona Beija, no caso, está prevista para 60 capítulos, como uma novela para o streaming, assim como o Globoplay com Verdades Secretas 2.

Silvio de Abreu foi o responsável pela escolha do folhetim, para a HBO Max estrear seu catálogo de telesséries. Autor de grandes sucessos da teledramaturgia brasileira, como Guerra dos Sexos (1983), Cambalacho (1986), Sassaricando (1987/88), Rainha da Sucata (1990), A Próxima Vítima (1995), em março de 2021, Abreu foi desligado do comando de dramaturgia da Globo, cargo este que desempenhou durante sete anos, sendo contratado pela HBO Max, como produtor executivo de telesséries, para desenvolver novelas curtas para a plataforma.

Camila Pitanga, Murilo Rosa e João Baldasserini são outros nomes cotados para o elenco. A promessa é de grandes nomes, já que se tornou fácil a contratação dos atores, os disponibilizando para o mercado, após a Globo acabar com o contrato de exclusividade da maioria de seu casting e demitir muitos. 

António Barreira, autor português e vencedor do Emmy e a roteirista Renata Jhin, são os responsáveis pelo texto que promete uma narrativa mais atual; trazendo questões raciais e classistas.

Dona Beija chegou a ser sondada pela Netflix. O projeto de telesséries da HBO Max, também realizará textos inéditos.

O início das gravações deve acontecer no segundo semestre de 2022. A novela será disponibilizada totalmente gravada.

A primeira versão de Dona Beija foi realizada pela extinta TV Manchete, no auge do sucesso de suas telenovelas. Estrelada por Maitê Proença, a trama ficou no ar entre 31 de março e 11 de julho de 1986, totalizando 89 capítulos.

Amando Antônio Sampaio (Gracindo Júnior), homem de família conservadora e tradicional, Beija (Maitê Proença) é vítima da cobiça de Mota (Carlos Alberto), o ouvidor do rei em visita a Araxá. Depois de presenciar a morte de seu avô, Beija é raptada e levada à Vila de Paracatu, onde o ouvidor mora num belo casarão. Para vingar-se de seu algoz, enquanto ele está fora de casa, Beija serve aos homens que a desejam em troca de joias e ouro. Chamado pelo imperador a instalar-se na corte, Mota deixa Beija, que a essa altura já juntara uma grande fortuna. Ela parte de volta a Araxá para reencontrar sua antiga paixão, Antônio.

Mas Antônio já não esperava mais por Beija. Desiludido e não compreendendo as atitudes de sua amada, ele casa-se com a doce Aninha (Bia Seidl), moça frágil e delicada que sempre o amou. Com a recusa de Antônio, Beija promete não amar a nenhum outro homem e funda a Chácara do Jatobá, um refinado bordel onde ela se transforma num mito como cortesã, escandalizando todas as famílias conservadoras de Araxá. Seu intuito maior era ferir Antônio.

A chácara prospera, Beija torna-se poderosa, envolve-se com João Carneiro (Marcelo Picchi), mas não consegue se desligar de Antônio, o homem de sua vida. Até que uma tragédia acontece.

A novela da TV Manchete foi baseada nas obras de “Dona Beija, a feiticeira do Araxá”, de Thomas Othon Leonardos e “A vida em flor de Dona Bêja”, de Agripa Vasconcelos. Bruna Lombardi chegou a ser cogitada para o papel principal, que acabou com Maitê Proença, se transformando num dos maiores sucessos da carreira da atriz.

UMA HISTÓRIA REAL

Ana Jacinta de São José, conhecida como Dona Beja (Formiga, 2 de janeiro de 1800 — Bagagem, 20 de dezembro de 1873) foi uma personalidade influente no século XIX na região de Araxá, um município mineiro localizado entre o Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba. Está distante de São Paulo 565km. Nesta região viviam os índios araxás, os quais foram exterminados em 1766 pela expedição de Inácio Correia Pamplona, sendo anexada a Capitania de Goiás. Graças ao movimento dos moradores da região, voltou a jurisdição de Minas Gerais em 1816.

Beja chegou a Araxá com sua mãe e avô em 1805. Seu pai nunca foi conhecido. À medida que se tornava moça, a beleza de Ana ia causando inveja nas outras mulheres. Durante toda a vida, Dona Beja, como ficou conhecida, irritou as mulheres e encantou os homens.