sexta-feira, 2 de novembro de 2018

ADRIANA PRIETO (PÉROLAS DO CINEMA)

Adriana Prieto, beleza singular e grande talento, numa carreira meteórica entre o final dos anos 1960 e começo dos anos 1970. Uma atriz linda e expressiva, nascida em Bueno Aires – Argentina, chegou ao Brasil aos 4 anos de idade, para morar com a família no Rio de Janeiro. O pai era um diplomata chileno casado com uma brasileira. Estudava no Colégio Pedro II no bairro da Tijuca quando começou a tomar gosto pela arte e interpretação.

Adriana Prieto no filme "El Justicero", de 1967
Adriana Prieto contracenando com Arduíno Colasanti protagonista do filme "El Justicero", de 1967. Colassanti foi considerado um dos galãs cinematográficos brasileiros dos anos 1960 a início dos anos 1970.
Foi no cinema nacional que Adriana Prieto se consagrou estrelando grandes filmes como “El Justiceiro (1967)”,  “Soninha Toda Pura (1971)”, “Lúcia McCartney, uma Garota de Programa (1971)”, “A Viúva Virgem (1972)”, “O Casamento (1975)”, entre outros.

Adriana Prieto no filme "El Justicero", de 1967
Logo em seu primeiro filme, “El Justicero (1967)”, de Nelson Pereira dos Santos, Adriana Prieto conquistou o premio de melhor atriz coadjuvante do ano. Na época, com 17 anos, Adriana deu vida a personagem Ana Maria, interpretando uma jovem mulher da alta sociedade, a frente de seu tempo, num papel alguns anos mais velho que sua idade.

De 1967 a 1974, Prieto atuou em 18 filmes. Na TV, sua única atuação foi na novela “Tempo de Viver”, na extinta Rede Tupi de Televisão, em 1972.

Adriana Prieto no filme "O Casamento", em cartaz no ano seguinte a sua morte, em 1975
Sucesso na carreira artística, a vida real foi um pouco madrasta para Adriana Prieto. Segundo relatos da atriz Marcia Rodrigues – uma de suas melhores amigas – Adriana teve o pai ausente, o que fez muitos desconfiar se ele estava morto. Chegou a ser mandada para um colégio de freiras, onde possivelmente foi molestada. Por conta disso, não tinha grandes afinidades com a mãe. O irmão, Carlos, homossexual, satisfazia seus desejos incentivando-a a virar atriz, além de ensinar-lhe postura e trejeitos.

Mesmo pouco se relacionando com a mãe, chegou a comprar um apartamento onde a abrigou juntamente com o irmão.

Adriana Prieto no filme "O Palácio dos Anos", de 1970
Marcia Rodrigues era irmã de Claudia Lessin – também era amiga de Adriana Prieto – atriz que foi assassinada aos 21 anos, em 1977, na casa de Michel Frank, milionário suíço-brasileiro supostamente envolvido com o tráfico de drogas. O caso teve repercussão nacional e virou filme em 1979.

Adriana Prieto e Cecil Thiré protagonistas da comédia cinematográfica "Ainda Agarro Esta Vizinha", de  1974
Adriana Prieto e Flávio Porto em "Um Anjo Mau", de 1971




Do drama a comédia, Adriana Prieto era magnífica dando vida as suas personagens. Com Cecil Thiré, protagonizou a comédia “Ainda Agarro Esta Vizinha”, de 1974. No drama interiorano, “Um Anjo Mau”, de 1971, deu vida a Açucena, uma mulher forte e sofrida.

Morreu precocemente, aos 24 anos, na véspera do natal de 1974, em um acidente automobilístico quando seu fusca foi atingido fortemente por um carro da polícia. Seu carro foi visto completamente desgovernado e atingiu uma viatura policial e, posteriormente atinge a fachada de uma loja, em Copacabana. Ela foi levada com vida para o hospital Miguel Couto, mas não resistiu e faleceu dois dias depois: teve um traumatismo craniano.

Adriana Prieto no filme "O Casamento", em cartaz no ano seguinte a sua morte, em 1975
A atriz estava no auge de sua carreira. Quando morreu, Adriana Prieto acabara de filmar “O Casamento”, de Arnaldo Jabor, baseado na obra homônima de Nelson Rodrigues. O filme ficou em cartaz nos cinemas brasileiros no ano seguinte a sua morte.

Anos mais tarde, Carlos, seu irmão, morreu vitima de AIDS.

Adriana Prieto no filme "Ainda Agarro Esta Vizinha", de  1974
Filmografia:
- El justiceiro, 1967, de Nelson Pereira dos Santos, personagem: Ana Maria
- A Lei do Cão, 1967, de Jece Valadão, personagem: Alzirinha
- As Sete Faces de Um Cafajeste, 1968, de Jece Valadão, personagem: Ana
- Os Paqueras, 1969, de Reginaldo Farias, personagem: Fátima
- As Duas Faces da Moeda, 1969, de Domingos de Oliveira, personagem: Dorinha
- A Penúltima Donzela, 1969, de Fernando Amaral, personagem: Tânia
- Balada da Página Três, 1968, de Luiz Rosemberg
- Memória de Helena, 1969, de David Neves, personagem: Rosa
- Uma Mulher para Sábado, 1971, de Maurício Rittner, personagem: Dorianne
- O Palácio dos Anjos,1970, de Walter Hugo Khouri, personagem: Ana Lúcia
- As Gatinhas, 1970, de Astolfo Araújo, personagem: Lilian
- Ipanema Toda Nua, 1971, de Líbero Miguel, personagem: Déa
- Lúcia McCartney, uma Garota de Programa, 1971, de David Neves, personagem: Lucia McCartney
- Soninha toda pura, 1971, de Aurélio Teixeira, personagem: Soninha
- Um anjo mau, 1972, de Roberto Santos, personagem: Açucena
- A Viúva Virgem, 1972, de Pedro Carlos Róvai, personagem: Cristina (a viúva)
- Ainda Agarro Essa Vizinha, 1974, de Pedro Carlos Róva, personagem: Teresa (a vizinha)
- O Casamento,1975, de Arnaldo Jabor, personagem: Glorinha

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