segunda-feira, 8 de maio de 2017

POR AMOR (BASTIDORES)


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“O que você seria capaz de fazer por amor?” era o mote da campanha publicitária para o lançamento da novela.
Pela segunda vez, Regina Duarte vivia uma Helena de Manoel Carlos – a primeira fora em História de Amor (1995). Para a atriz, inclusive, Por Amor teria sido História de Amor 2, por conta da abordagem da relação mãe e filha. A terceira Helena da atriz viria depois, em Páginas da Vida (2006). O nome, utilizado pelo autor em quase todas as suas novelas desde Baila Comigo (1991), tornou-se uma marca de estilo e dá unidade à sua obra, criando um laço entre as fortes e encantadoras “heroínas de classe média”, como costuma caracterizar suas Helenas. Somente em Sol de Verão (1982) o autor não incluiu uma Helena em sua história.

Manoel Carlos conta que escreveu a sinopse de Por Amor 14 anos antes da novela ser exibida, mas que, envolvido com outros projetos, adiou a trama. Para essa história, o autor se inspirou no único amor que acredita ser absolutamente inquestionável: o materno.

Por Amor promoveu o encontro de Regina Duarte e Gabriela Duarte. Mãe e filha na vida real e, pela segunda vez, na dramaturgia.

A primeira vez foi em “Top Model (1989/90)” de Walther Negrão. Regina Duarte fez uma participação especial vivendo Florinda, mãe de Olívia, personagem de Gabriela Duarte.

Em 1999, mãe e filha voltavam a participar de uma mesma produção. Só que com o mesmo papel, em fases diferentes. Foi na minissérie “Chiquinha Gonzaga”, onde viveram o papel-título.

O mesmo aconteceu 17 anos depois, em “A Lei do Amor”, novela de Maria Adelaide Amaral e Vicent Villari. Regina Duarte e Gabriela Duarte viveram Suzana.

Regina Duarte (como Helena) e Antônio Fagundes (como Atílio) voltavam a formar par romântico de novela. A última vez foi em “Vale Tudo”, de Gilberto Braga, onde viveram Raquel e Ivan, em 1988, nove anos antes de Por Amor.

Por Amor seria a terceira novela que Regina Duarte e Antônio Fagundes formariam um casal, caso “Despedida de Casado” não fosse censura em 1977, período da ditadura militar. A novela, escrita por Walter George Durst com direção de Walter Avancini, substituiria “Saramandaia” às dez da noite.

Despedida de Casado, depois de ter os 20 primeiros capítulos liberados, e as chamadas da novela já no ar, foi totalmente vetada para o horário das 22 horas, sob a alegação de que o texto de Walter George Durst, prega a dissolução do casamento, o amor livre, a separação da família e as brigas entre gerações. Tudo porque a sinopse mostrava uma heroína que, ao se separar, buscava os prazeres da vida de solteira.

Por Amor teve outros grandes momentos, com destaque para a trajetória de Orestes (Paulo José). O ex-marido de Helena (Regina Duarte) e pai de Maria Eduarda (Gabriela Duarte) é alcoólatra, frágil, cheio de sentimento de culpa e derrota. Vive com a mulher Lídia (Regina Braga), Sandrinha (Cecília Dassi), filha dos dois, e Nando (Eduardo Moscovis), filho do primeiro casamento de Lídia. Eles são seus grandes companheiros. Depois de muito sofrimento em família, por conta das bebedeiras, ele é levado aos Alcoólicos Anônimos pela própria filha, a menina Sandrinha, no último capítulo na novela.

O autor conta que se baseou em pessoas e dramas pessoais comuns para escrever as tramas e os personagens de Por Amor. Orestes (Paulo José), por exemplo, nasceu de uma conversa com um amigo seu. Os dois concluíram que toda família tem um alcoólatra, um ex-alcoólatra ou um alcoólatra em potencial.

Por Amor também surgiu no início da internet no Brasil e, junto, surgiram os sites e blogs. A partir daí, apareceu à primeira campanha contra um personagem de telenovela, na web. Os internautas ficaram revoltados com a personagem mimada Eduarda (Gabriela Duarte) e criaram um site onde as pessoas enviaram mensagens para Manoel Carlos matar a personagem.

"Nunca me senti pessoalmente atingida. Se a página chamasse Eu Odeio a Gabriela Duarte, ficaria chateada, mas não foi o caso. Eu tenho de dizer que isso tudo criou uma polêmica muito saudável em torno do meu trabalho" – contou Gabriela Duarte à Folha de São Paulo de 12 de abril de 1998.

Mas o comportamento da personagem Eduarda ficou mais determinado e menos mimado. Não deu outra, Maria Eduarda caiu na preferência do público e foi poupada da morte pelo autor.

Laura foi o segundo trabalho de Vivianne Pasmanter numa novela de Manoel Carlos e, a segunda vilã da atriz. Vivianne Pasmanter estreou na TV justamente numa novela de Manoel Carlos: “Felicidade (1991/92)” e vivendo uma vilã, Débora.

Eduardo Moscovis lembra que insistiu com o diretor Paulo Ubiratan para que seu personagem, o piloto de helicóptero Nando, tivesse cabelo longo.

Para ele, essa caracterização marcaria a diferença de comportamento do seu personagem em relação à sua companheira de cena, Milena (Carolina Ferraz). Milena era uma jovem atirada, extrovertida, que sempre cercava Nando, com o objetivo de seduzi-lo. Nando, por sua vez, era um rapaz reservado, quieto e observador. Paulo Ubiratan, no entanto, achava que o visual sugerido não combinava com o que estilo clean que deve ter um piloto.

Sem o conhecimento do diretor e com a ajuda da figurinista Beth Filipecki e do maquiador Luiz Ferreira, Eduardo Moscovis raspou os cabelos apenas no entorno da cabeça, de maneira que, se colocasse um boné, conseguiria esconder as longas madeixas e pareceria estar de cabelo curto. O resultado foi bem sucedido: na primeira gravação, no Centro do Rio de Janeiro, Paulo Ubiratan achou que o ator tivesse cortado o cabelo e só percebeu que não quando Eduardo Moscovis tirou o boné. O personagem acabou adotando os longos cabelos.

Paulo Ubiratan morreu durante a realização da novela Por Amor, no dia 29 de março de 1998, de ataque cardíaco, quando ia ao ar o capítulo de número 144. O diretor de novelas da Globo foi casado com a atriz Natália do Vale e com a jornalista e ex-modelo Valéria Monteiro, com quem teve uma filha, Vitória.

A personagem Meg Trajano, vivida pela atriz Françoise Forton, foi inspirada na socialite Vera Loyola. Inclusive, Meg também vivia desfilando com seu cão de raça pug, assim como Vera Loyola na vida real.

Por Amor foi à primeira novela de Cecília Dassi. Ainda criança, a atriz encantou o público como Sandrinha, uma garota com uma doçura e amor ao pai alcoólatra.

Regina Braga retornava às novelas através de Por Amor. A atriz, que é mãe do ator Gabriel Braga Nunes, tinha passado cinco anos sem atuar na TV. Seu trabalho anterior foi em “Deus nos Acuda”, de Silvio de Abreu, em 1992/93.

Por amor foi à segunda novela de Ricardo Macchi, que viveu o jardineiro saradão Genésio. Perto do final, o jardineiro virava modelo. Anos antes, Ricardo Macchi havia sofrido críticas negativas por ter interpretado o cigano Igor, em “Explode Coração (1995/96)”, de Glória Perez. Mas o ator fez tanto sucesso mostrando o físico em Por Amor, a ponto de virar capa da trilha sonora nacional da novela.

O personagem de Macchi ainda era seduzido pela fogosa Magnólia (Elizângela), que traia o marido, Oscar (Tonico Pereira). O núcleo caiu na preferência do público.

Foi à primeira novela de Mônica Martelli, onde viveu Paula, secretária de Arnaldo (Carlos Eduardo Dolabella). Na sinopse original, Paula teria um caso com Arnaldo, mas o tema não foi desenvolvido. Sendo assim, a personagem teve pouco destaque.

Começando a despontar na TV – vindo do humorístico Chico Total – Ingrid Guimarães chamou atenção em Por Amor, vivendo a empregada Teresa. A personagem também teve uma pegada cômica, cúmplice nas armações amorosas da adolescente Catarina (Carolina Dieckmann), filha de Sirléia (Vera Holtz) e Nestor (Marco Ricca), seus patrões.

Até então com o nome artístico de Anna Bárbara Xavier, a atriz e apresentadora Babi Xavier, estreou em novelas da Globo através de “Por Amor”. Sua primeira novela na TV foi “Perdidos de Amor”, em 1996 na Band. Após “Por Amor”, foi escolhida para apresentar o telejornal Sintonia Fina, onde aprendeu o ofício de apresentadora e resgatou seu apelido de infância, Babi.

Por Amor também foi uma das primeiras novelas do horário nobre, a relatar a homossexualidade com mais seriedade. Embora a história só se desenvolvesse nas últimas semanas, o dentista Rafael (Odilon Wagner) se apaixonava pelo amigo oceanógrafo Alex (Beto Nasci). O problema é que Rafael era casado com Virgínea (Ângela Vieira) e pai de Rodrigo (Angelo Paes Leme) e Juliana (Larissa Queiroz).

Para ser mais preciso, a novela deu uma pincelada na bissexualidade. Virgínea descobria a relação extraconjugal do marido e entrava em choque ao saber que era com outro homem. Infelizmente, a trama não teve o desenvolvimento necessário.

O preconceito racial foi abordado através do drama da personagem Márcia (Maria Ceiça), esposa de Wilson (Paulo César Grande), um homem branco que não admitia a possibilidade de ter um filho negro. Ao engravidar, então, Márcia acaba se separando. O nascimento de uma criança branca deu prosseguimento à discussão do tema, como nas cenas em que as pessoas pensavam que Márcia era a babá de sua filha.

Por Amor é uma novela urbana, com personagens da classe média do Rio de Janeiro. Os bairros da Zona Sul da cidade serviram de cenário para a história, e algumas cenas foram gravadas em Angra dos Reis, no litoral sul fluminense.

A novela teve cenas gravadas no Expresso Oriente, famoso trem que liga a Europa ocidental ao Sudeste asiático, onde apareceram Helena (Regina Duarte) e Atílio (Antonio Fagundes).

A produção exigiu o trabalho de mais de 70 atores, cenografia de 152 ambientes, 15 locações externas no Rio de Janeiro, duas fora da capital, e uma cidade cenográfica no Projac.

O cenógrafo Raul Travassos conta que quis fazer toda a novela com o clima da Toscana, na Itália. Segundo ele, todos os cenários tinham a cor característica da região, em tons de marrom, terracota e areia, inclusive na decoração.

Por Amor fez imenso sucesso de público, e a multiplicidade de temas mobilizou a audiência. Ao fim da história, Manoel Carlos havia tratado de troca de bebês, alcoolismo, bissexualidade, preconceito racial e social, ciúme doentio, amores, traições, relação entre pais e filhos e conflitos éticos e morais.

Foi reexibida no Vale a Pena Ver de Novo entre 1º de julho de 2002 e 10 de janeiro de 2003 substituindo História de Amor (curiosamente outra novela de Manoel Carlos) e sendo substituída por O Cravo e a Rosa. Durante a exibição desta reprise, o capítulo 133 que seria exibido em 1 de janeiro de 2003, não foi ao ar, devido à transmissão da cerimônia de posse da presidência do candidato Lula, vencedor das eleições. Sendo assim, a reprise que fecharia com 140 capítulos, terminou com 139.

Foi reexibida pelo Canal Viva de 19 de maio de 2010 a 8 de fevereiro de 2011, sendo substituída por O Rei do Gado, às 16h30, em 190 capítulos.

Foi reexibida no Video Show dentro do quadro Novelão entre 10 e 21 de dezembro de 2012 compactada em 10 capítulos, substituindo América e sendo substituída por A Indomada.

Foi reexibida novamente pelo Vídeo Show, no quadro Novelão, de 9 e 13 de fevereiro de 2015, substituindo A Favorita e sendo substituída por Fera Radical, em 5 capítulos, com narração de Gabriela Duarte.

Uma nova reprise aconteceu pelo Canal Viva a partir de 8 de maio de 2017, substituindo Pai Herói, às 23:30 da noite. Esta foi a primeira re-reprise do canal a cabo.


POR AMOR (TRILHA SONORA)

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