segunda-feira, 13 de março de 2017

SENHORA DO DESTINO (BASTIDORES)


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Saga de uma retirante nordestina que se muda para o Rio de Janeiro em busca de um futuro melhor, Senhora do Destino virou fenômeno de audiência por contar a história de Maria do Carmo (Carolina Dieckmann/Susana Vieira), a típica brasileira que, mesmo diante dos obstáculos, nunca desiste!

A trama tem os principais ingredientes que os telespectadores esperam de um bom folhetim, como a clássica batalha entre o bem e o mal e a abordagem de temas que fazem parte de seu dia a dia. Através da família de Rita (Adriana Lessa), Aguinaldo Silva trabalhou temas como a violência contra a mulher, o uso de drogas e a gravidez na adolescência, principais ações de merchandising social da novela. O autor também enfocou a “produção independente”, através de Yara (Helena Ranaldi); o mal de Alzheimer, abordado através da personagem Laura (Glória Menezes); e as dificuldades enfrentadas pelos aposentados, por meio de Seu Jacques (Flávio Migliaccio).

Senhora do Destino traz referências biográficas de Aguinaldo Silva, um nordestino que também deixou sua cidade natal (Carpina, em Pernambuco), para viver na região Sudeste do país. O nome da protagonista, Maria do Carmo Ferreira da Silva, e o do personagem Sebastião são homenagens à sua mãe e a um tio, irmão dela. Além disso, o autor trabalhou muitos anos como jornalista e, em 1969, passou 70 dias preso na Ilha das Flores por ter escrito o prefácio dos Diários de Che Guevara. A novela foi ao ar 40 anos depois do golpe militar de 1964.

Em Senhora do Destino, Aguinaldo Silva presta uma homenagem aos migrantes nordestinos ao mostrar a trajetória de sucesso de Maria do Carmo (Susana Vieira), que enfrenta uma série de dificuldades, mas vence na vida com ética e coragem. A homenagem à retirante foi ainda mais explícita no final da trama, quando Maria do Carmo vira enredo da Unidos de Vila São Miguel. Ela, os filhos, netos, noras e amigos desfilam na escola. A madrinha da escola de samba fictícia é Regininha (Maria Maya). Crescilda (Gottscha) puxa o samba-enredo da escola, cuja comissão de frente é formada por Isabel (Carolina Dieckmann) e cinco crianças representando Maria do Carmo e seus filhos.

A trama principal da novela remeteu o público ao “caso Pedrinho”, como ficou conhecido o caso de Pedro Rosalino Braule Pinto, bebê sequestrado em 1986 pela empresária Vilma Martins Costa. O episódio mexeu com a opinião pública, e a novela reavivou o fato. Apresentando-se como assistente social de uma casa de saúde de Brasília, Vilma teria entrado no quarto em que o recém-nascido estava com a mãe e levado o menino, sob o pretexto de que ele precisava fazer exames. Pedrinho foi registrado como filho natural de Vilma, com o nome de Osvaldo Martins Borges Junior. Em agosto de 2003, Vilma foi condenada a mais de 13 anos de reclusão pelo sequestro de Pedrinho e de outra criança, Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva – registrada como Roberta Jamilly Martins Borges –, que teria sido levada por Vilma de uma maternidade de Goiânia. Vilma foi desmascarada em 2002, quando Pedrinho tinha 16 anos e Roberta, 23. Com a revelação, Pedrinho foi viver com os pais biológicos.

Regina Duarte foi cotada para interpretar a nordestina Maria do Carmo. Mas a atriz recusou, alegando ocupação em outros projetos. Susana Vieira estava cotada para dar vida à vilã Nazaré Tedesco. Mas devido à recusa de Regina Duarte, Susana foi convocada para interpretar a protagonista Maria do Carmo. Com isso, o papel ficou com Renata Sorrah.

Nazaré Tedesco, personagem de Renata Sorrah, é a grande vilã da trama, e entrou para a história da teledramaturgia brasileira como uma das mais célebres e cruéis vilãs de telenovelas brasileiras.

Renata Sorrah foi eleita melhor atriz de televisão de 2004 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), por sua atuação como a vilã Nazaré.

A personagem Josefa Magalhães Duarte Pinto (Marília Gabriela) foi inspirada em três mulheres que eram donas de importantes jornais cariocas no período da ditadura: a Condessa Pereira Carneiro, do Jornal do Brasil; Niomar Moniz Sodré, do Correio da Manhã; e Ondina Dantas, do Diário de Notícias. As três, de origem nordestina, assumiram o comando dos jornais por herança, após a morte de seus maridos. O perfil da personagem se assemelha mais ao de Niomar Moniz Sodré, segunda mulher do jornalista Paulo Bittencourt, dono do Correio da Manhã, que morreu em Estocolmo em 1963 e deixou-lhe o jornal em testamento. Niomar era colecionadora de arte e amiga de artistas, tendo sido responsável pela criação do Museu de Arte Moderna do Rio. Contestadora e temperamental, fez forte oposição aos militares em seu jornal, cuja circulação foi suspensa várias vezes por contrariar determinações da Censura Federal. Perseguida pela repressão, foi presa no Regimento Caetano Faria na edição do AI-5. O Correio da Manhã não resistiu ao crescente abandono dos anunciantes, resultado da pressão dos militares, e acabou saindo de circulação.

Giovanni Improtta, interpretado pelo ator José Wilker, foi tirado do livro O Homem que Comprou o Rio, de Aguinaldo Silva (Brasiliense, 1986). Entre as frases popularizadas pelo personagem na novela estão: "Há malas que vêm de trem!"; "Vou me pirulitar-me"; "Não esqueça do meu lema: com Giovanni Improtta não tem problema"; "Então fica o dito pelo não dito, o não dito pelo dito e, como sempre, vale o escrito"; "Aqui se faz, aqui se paga. Na vida, como no restaurante, a conta sempre chega"; "A vaca vai voar!", "O tempo urra, e a Sapucaí é longa!", "Giovanni Improtta, em charme e osso".

A trama teve título provisório de Dinastia. Porém um empresário registrou a marca antes, e dois meses antes da sua estreia a trama teve seu nome alterado para Senhora do Destino.

A novela possuiu uma primeira fase de quatro capítulos mostrando o tema da ditadura militar no Brasil. Após isso, a história acontece num tempo fictício, que possuía características do início dos da década de 1990 e dos anos 2000, como declarado pelo autor. Isso suscitou diversas críticas, já que, pela idade dos filhos de Maria do Carmo (que aparentam ter entre 30 e 35 anos), presume-se que a história se passava aproximadamente 25 anos depois do AI-5 (entre 1993 e 1994) e eram mostrados carros atuais, o real como moeda, adotado apenas em 1994, e merchandising de produtos não existentes na época em questão. A primeira fase da trama durou apenas os dois primeiros capítulos. A partir do terceiro capítulo, no ar em 30 de junho de 2004, inicia-se a segunda fase.

Senhora do Destino foi a primeira novela em que o autor Aguinaldo Silva e o diretor Wolf Maya trabalharam juntos. Os dois voltariam a fazer dobradinha em outros trabalhos.

Reginaldo foi o primeiro vilão que Eduardo Moscovis fez na TV.

A menos de três meses do fim da novela, Raul Cortez teve de se afastar da trama por conta de um câncer. Enquanto o ator esteve em tratamento, o autor inventou uma viagem para o personagem. Raul Cortez voltou ao set para gravar uma aparição do Barão e, depois, no final da trama, quando o Barão e a Baronesa Laura (Glória Menezes) viajam para a Europa. O afastamento do ator levou Aguinaldo Silva a aumentar a participação do mordomo Alfred, interpretado por Ítalo Rossi. Senhora do Destino foi a última novela de Raul Cortez, que morreu de câncer em julho de 2006.

Última novela da atriz Miriam Pires, que faleceu no dia 7 de setembro de 2004, uma terça-feira, enquanto ia ao ar, o capítulo 62, vítima de toxoplasmose. Na trama ela interpretava Clementina, cozinheira e amiga de Do Carmo (Susana Vieira).

Outras tramas movimentaram a novela ao longo de seus quase nove meses no ar. Jenifer (Bárbara Borges), a estudiosa filha de Giovanni (José Wilker), e Eleonora (Mylla Christie), filha de Sebastião (Nelson Xavier), apaixonam-se, e, após muita resistência, os pais se veem obrigados a aceitar o romance, passando por cima dos preconceitos. Elas assumem a relação, passam a viver juntas e adotam um recém-nascido, abandonado próximo ao hospital onde Eleonora trabalha como médica. O relacionamento das duas ganhou grande repercussão, provocando debates sobre a adoção de crianças por homossexuais.

Jenifer e Eleonora não formaram o único casal homossexual na trama: o carnavalesco Ubiracy, o Bira, interpretado por Luiz Henrique Nogueira, também tinha o seu par, Turcão (Marco Vilella).

Outro tema que causou repercussão foi o drama vivido por Seu Jacques (Flávio Migliaccio). Ele se transformou em uma espécie de representante dos aposentados que sofrem com os atrasos do INSS. Indignado, vive repetindo sua história por onde passa: ex-vendedor, teve a aposentadoria calculada de forma errada e seu pedido de revisão tramita há oito anos. Seu Jacques, em cenas bem-humoradas, virou um cronista implacável do cotidiano, com análises precisas e cortantes da realidade. Seu Jacques se apaixona por Djenane (Elizangela), antiga colega de Nazaré (Renata Sorrah) no bordel, e que reaparece na vida da ex-prostituta. Durante uma discussão com Nazaré, Djenane cai da escada da casa da vilã e morre. Com medo de ser considerada suspeita da morte da amiga, Nazaré arma uma situação para que pensem que Djenane roubara joias e dinheiro da casa e, na correria, teria tropeçado e caído da escada. A atriz Elizangela retorna no final da trama no papel de uma irmã de Djenane, funcionária do banco onde Seu Jacques tem conta, e os dois terminam juntos. Ainda no núcleo do aposentado, cujo cenário é o Bairro Peixoto, em Copacabana, na zona sul do Rio, o autor enfocou o romance de uma mulher mais velha, Shirley (Malu Valle), com o jovem Alberto (Thiago Fragoso), filho de Jacques.

Alguns atores fizeram aulas específicas para compor seus personagens, como Marcello Antony e Dan Stulbach, que tiveram noções de culinária. Susana Vieira e Carolina Dieckmann ganharam uma professora de fonética, para que a construção da fala de Maria do Carmo seguisse os mesmos tom e ritmo nas duas fases.

Como já acontecera em outras novelas de Aguinaldo Silva, mais uma vez, um personagem de suas novelas anteriores voltava à cena: Victório Vianna, personagem de Lima Duarte, em Porto dos Milagres, exibida em 2001.

Além de Lima Duarte, Senhora do Destino contou com outras participações especiais como Paulo José, que  viveu o médico que guardava o segredo da esterilidade de Nazaré.

Ana Rosa viveu Belmira.

Roberto Bomtempo fez o taxista Gilmar, cúmplice de Nazaré (Renata Sorrah) que é assassinado por ela após tentar chantageá-la.

Vera Fischer viveu Vera Robinson, ex-Miss Brasil e ex-namorada de Leonardo (Wolf Maya), contratada por ele para seduzir Viriato (Marcello Antony) e depois acusá-lo de assédio sexual. A personagem foi uma homenagem à atriz, eleita Miss Brasil em 1969.

Felipe Camargo entrou na novela no papel de Edmundo, um advogado pilantra que tem um caso com Nazaré. Flávio Galvão interpretou Jorge Maciel, advogado de Guilhermina (Marília Gabriela).

Jayme Périard viveu o médico de Laura (Glória Menezes). O jogador de vôlei Tande fez uma participação na cena da fuga de Nazaré.

Delano Avelar viveu Paulo Henrique, gerente de banco, um dos interesses de Nazaré (Renata Sorrah).

Monah Delacy viveu Leny Goveia, uma modista que faz vestidos para Laura (Glória Menezes).

Zé Carlos Machado viveu Luis Fernando.

Nildo Parente viveu Dr Guilherme, um médico de Cláudia (Leandra Leal).

Beatriz Lyra viveu uma enfermeira.

Marcos Breda viveu Giacometti.

Alexandre Barilari viveu Dr. Fábio.

Flávio Galvão viveu Jorge Maciel, advogado de Guilhermina (Marília Gabriela).

Paulo César Grande viveu um decorador de Gisela (Ângela Vieira)

Jacqueline Laurence viveu Evangelina.

Ivan Cândido viveu o detetive contratado por Maria do Carmo para encontrar Lindalva.

Tatyane Fontinhas Goulart viveu a suposta filha de Do Carmo (Susana Vieira).

João Signorelli viveu o sequestrador de Maria Eduarda (Débora Falabella).

Roberto Lopes viveu o Delegado Aberaldo Paredes.

Paulo Reis viveu o investigador da morte de Leila (Maria Luisa Mendonça).

Elcio Romar viveu o gerente do motel em que Leila morre.

A cantora Gottsha surpreendeu no papel de Crescilda, funcionária da loja de Maria do Carmo.

A novela lançou atores, escolhidos por testes de interpretação, como Agles Stibe (Maikel), Nuno Melo (Constantino), Tânia Khalil (Marinalva), Jéssica Sodré (Daiane) e Leonardo Carvalho (filho de Dennis Carvalho e Christiane Torloni, que interpretou o personagem Gato).

Muitas das cenas do desfile da escola de samba Unidos de Vila São Miguel, exibidas no final da novela, foram gravadas durante o desfile oficial da escola de samba carioca Grande Rio, no Sambódromo, no Carnaval. O samba-enredo cantado na novela foi escolhido pelo diretor Wolf Maya entre cinco composições enviadas pela Grande Rio, cujos integrantes e músicos da bateria apareceram no ar. Fora da ficção, Susana Vieira desfilou mesmo como madrinha de bateria da agremiação.

Efeitos visuais também foram destaque em Senhora do Destino. No primeiro capítulo, para apresentar os personagens e ajudar o público a identificar cada um na segunda fase, a equipe trabalhou o efeito morph (metamorfose) em cima de colagens com retoques e, dessa forma, mostrou a transformação visual do elenco. A cada primeira aparição de um personagem, era feita uma projeção no tempo, mostrando sua evolução ao longo dos anos até chegar ao ator que o interpretava no futuro. Modelos desconhecidos, parecidos com os atores, participaram desse processo. Em segundos no ar, o personagem aparecia em diferentes fases da vida, em situações que mostrassem o seu caráter. As imagens de fundo ajudavam a localizar o período histórico e a geografia do lugar em que ele se encontrava. O mesmo recurso foi usado para mostrar personalidades reais como o político Vladimir Palmeira, o jornalista Paulo Francis e o presidente Arthur da Costa e Silva.

A primeira fase de Senhora do Destino, que transcorre em 1968, exigiu uma pesquisa detalhada das equipes de figurino, cenografia e produção de arte. Para recriar a atmosfera do centro do Rio, foi necessário pintar paredes, retirar placas e recorrer a tapadeiras, nos sets de gravação, para esconder a arquitetura atual da cidade.

As cenas da passeata envolveram a confecção de 500 faixas com dizeres e o adereçamento de um Galaxie, que foi cromado e ganhou estofamento condizente com o período histórico.

Um dos destaques do figurino foram as vestimentas do baile oferecido para a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, no primeiro capítulo da novela (a visita ao Brasil realmente aconteceu, em 1968). A figurinista Beth Filipecki visitou residências de pessoas que participaram da vida intelectual e social da cidade na época e obteve um protocolo que explicava o que podia e o que não podia ser usado na presença da rainha. A cor roxa, por exemplo, era proibida, pois simbolizava o luto oficial na Inglaterra.

Na segunda fase da novela, um dos figurinos que mais chamaram a atenção foi o de Maria Eduarda (Débora Falabella): as saias e vestidos românticos fizeram grande sucesso.

As estampas, rendas e roupas de cores vibrantes da heroína Maria do Carmo (Susana Vieira) contrastavam com os vestidos de veludo colados no corpo e as blusas transparentes em tons vermelhos e dourados de sua rival, a vilã Nazaré (Renata Sorrah). Enquanto o figurino da protagonista transmitia a fibra da imigrante nordestina que conseguia vencer todos os obstáculos para sair da miséria e manter a família unida, as roupas exageradas de Nazaré reforçavam sua loucura e obsessão. “Nazaré era uma pessoa má, que a atriz interpretou com humor. O figurino ajudou a compor esse lado dela, uma vez que Maria do Carmo carregava nas tintas de sua nordestina. Havia um diálogo entre a narrativa das duas, confrontadas dentro da trama. Nada é isolado ou visto fora de uma narrativa conjunta”, explicou Beth Filipecki, figurinista da novela em parceria com Regina de Paula.

Renata Sorrah se divertia com as roupas usadas por Nazaré, vestidos justos e decotados, alguns em veludo, além de transparências que a faziam parecer uma estrela de cinema.

Uma pequena cidade cenográfica foi construída em Belém de São Francisco, a 480 km de Recife (PE), para as primeiras gravações da novela. Na região foram levantadas as frentes das casas de Maria do Carmo (Carolina Dieckmann) e de seus vizinhos, interpretados pelos atores pernambucanos José Fonseca e Daniela Nogueira. Uma feira cenográfica foi montada com vários elementos de Caruaru.

Na Central Globo de Produção (Projac) foram montadas duas cidades cenográficas. Vila São Miguel, inspirada em municípios da Baixada e bairros do subúrbio do Rio, foi erguida em uma área de mais de dez mil² e incluía a casa e a loja de materiais de construção de Maria do Carmo (Susana Vieira), um mini-shopping com 12 lojas – duas delas formando o escritório de Reginaldo –, o prédio dos empreendimentos de Giovanni Improtta (José Wilker), dois prédios comerciais, uma igreja, uma escola e um posto de gasolina com loja de conveniência e videolocadora.

Pedra Lascada, comunidade de classe média baixa, foi construída em uma área de mais de três mil², composta por casas, estabelecimentos comerciais e a academia de luta de Shao Lin (Leonardo Miggiorin).

Senhora do Destino é considerada um marco na história da telenovela. Foi a líder de audiência no horário nobre da TV Globo, considerando-se os nove anos anteriores. Na média relativa ao número de capítulos, só perdeu para O Rei do Gado, de Benedito Ruy Barbosa, exibida em 1996.

A novela obteve altos índices de audiência também em Portugal, onde foi exibida na emissora SIC, em horário nobre. A história foi vendida para mais de 20 países, como Albânia, Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Canadá, Costa Rica, Cuba, Equador, Eslovênia, EUA, Guatemala, Moçambique, Moldávia, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Romênia, Rússia, Uruguai e Venezuela.

Foi reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo de 2 de março a 21 de agosto de 2009, em 123 capítulos, substituindo Mulheres Apaixonadas e sendo substituída por Alma Gêmea. Durante a exibição da reprise, o capítulo 92 que iria ao ar em 7 de julho de 2009 não foi exibido, devido à transmissão do funeral de Michael Jackson. O capítulo 117, que iria ao ar em 12 de agosto de 2009 também não foi exibido, devido à transmissão de um jogo de futebol.

A estreia da novela teve 52 pontos de audiência. Bateu recorde de audiência no dia 14 de outubro de 2004, quando marcou 55 pontos. No capítulo desse dia foi exibida a cena do primeiro encontro entre Maria do Carmo e sua filha Lindalva. Esse recorde foi superado no dia 26 de outubro de 2004, quando registrou 58 pontos. Na ocasião, foram exibidas as cenas da surra que Maria do Carmo deu na Nazaré. A menor audiência da novela é de 34 pontos, registrada nos dias 24 de dezembro e 31 de dezembro de 2004, vésperas de Natal e Ano novo, respectivamente. A maior audiência da novela foi de 65 pontos, alcançada no penúltimo capítulo.

Seu último capítulo teve 61 pontos de média e picos de 67. Sua média geral foi de 50,4 pontos. sendo a novela de maior audiência dos anos 2000.

Em seu primeiro capítulo de sua reprise no Vale a Pena Ver de Novo, exibido no dia 2 de março, a audiência foi excelente, cravou 20 pontos de média. Em seu segunda capítulo, exibido no dia 3 de março, a trama cravou audiência maior do que o primeiro capítulo, 22 pontos. No terceiro capítulo, exibido no dia 4 de março, a trama cravou 20 pontos.

Primeira reprise
No dia 5 de março, Senhora do Destino marcou a menor audiência, 15 pontos, mas não foi motivo de desânimo. A audiência de sua primeira semana, empatou com a novela Negócio da China, uma média de 19 pontos. Enquanto Senhora do Destino esteve no ar no Vale a Pena Ver de Novo, as audiências de todas as emissoras da TV Aberta despencaram na audiência, sendo a Rede Globo de liderança absoluta.

Em 20 de maio, bateu recorde, cravando 23 pontos. Em sua penúltima semana, Senhora do Destino marcou uma média semanal de 23 pontos. Em seu último capítulo, exibido no dia 21 de agosto, a trama cravou 28 pontos com 33 de pico, sua maior audiência de toda a sua reprise. No Rio de Janeiro a audiência foi melhor ainda, cravando 45 pontos, sua maior audiência de toda a novela.

Prêmios
Prêmio APCA (2004)
Melhor atriz - Renata Sorrah

Prêmio Contigo! (2005)
Melhor novela - Senhora do Destino
Melhor atriz - Renata Sorrah
Melhor ator - José Wilker
Melhor atriz coadjuvante - Leandra Leal
Melhor ator coadjuvante - Raul Cortez
Ator revelação - Luiz Henrique Nogueira
Atriz infantil - Marcela Barrozo
Melhor autor - Aguinaldo Silva
Melhor diretor - Wolf Maya

Troféu Imprensa
Melhor novela - Senhora do Destino
Melhor atriz - Renata Sorrah
Melhor ator - José Wilker

Melhores do Ano - Domingão do Faustão
Melhor atriz - Susana Vieira
Melhor atriz coadjuvante - Leandra Leal
Melhor ator coadjuvante - Marcello Antony
Atriz mirim - Marcela Barrozo

Prêmio Extra de Televisão
Melhor atriz - Susana Vieira

Prêmio TV Press
Melhor atriz - Renata Sorrah
Melhor ator - José Wilker
Melhor atriz coadjuvante - Leandra Leal

Prêmio Qualidade Brasil RJ (2005)
Melhor novela - Senhora do Destino
Melhor atriz - Renata Sorrah
Melhor ator - José Wilker
Melhor atriz coadjuvante - Leandra Leal

Prêmio Qualidade Brasil SP (2005)
Melhor novela - Senhora do Destino
Melhor atriz - Renata Sorrah
Melhor ator - José Wilker

No dia 29 de setembro de 2001, depois de ver no ar o último capítulo da novela “Porto dos Milagres”, de minha humilde autoria em parceria com Ricardo Linhares, disse pra mim mesmo: “nunca mais quero escrever esses negócios”. Meus planos de então era – imaginem! – voltar a ser jornalista, trabalho que eu realmente curtia. Mas como tinha um contrato com a Globo que ainda se estenderia por três anos, deixei-me ficar e fui levando o barco.

Como se tivesse tomado conhecimento da minha decisão, a emissora nunca mais me chamou para escrever outra novela – minha média até então tinha sido uma delas a cada dois anos. Claro, também não me deixou sem fazer nada – pediu-me várias coisas: uma nova temporada de “Carga Pesada” na qual Antônio Fagundes e Stênio Garcia tivessem a mesma idade de vinte e dois anos atrás, o que, pelo menos para mim, revelou-se uma missão impossível; uma minissérie policial, que não chegou a ser produzida por conta do que chamaram de “excesso de violência”; e até um reality show que misturasse realidade e ficção, o que também não pude fazer, pois: acrescentar qualquer tipo de realidade à baixa ficção que são os realities? Acho que nem o Spielberg conseguiria fazer isso...

E depois disso fiquei na geladeira, fresco e quietinho até que... em 2003, chamado para escrever a novela das oito que estrearia em 2004 e pegaria eleições municipais, Natal, Ano Novo e carnaval, quer dizer, todos os períodos de audiência baixíssima, Gilberto Braga tirou o corpo fora. Outros autores trataram de fazer o mesmo e, quando não restava mais ninguém na lista, alguém lembrou: “chama o Aguinaldo!”

E lá se foi, para uma reunião com Mário Lucio Vaz, o então todo poderoso da emissora, ninguém menos que eu, o defunto presuntivo.

Claro, o convite veio com a proposta de um novo contrato e mais o direito de escolher o diretor. E então eu escolhi Wolf Maya e escrevi “Senhora do Destino”, a novela que passou pelo período mais dramático da audiência televisiva sem perder mais que três pontos de audiência, quando acabou teve a média de 50.8 no Ibope e, passados 19 anos, é até hoje a recordista de público desse milênio.

Se estou me gabando disso? Claro que não... Mesmo que pudesse fazê-lo. Estou apenas ressaltando o fato. E aproveitando para dizer que, sem o trabalho do diretor, do elenco, dos técnicos todos, da direção de arte, enfim, da enorme equipe que deu o sangue pela novela ela não teria sido o que foi... E a todos eles, hoje, quando ela volta ao ar mais uma vez -agora no Canal Viva -, humildemente eu agradeço.

Na festa de lançamento da novela no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, após cantar a música tema, a cantora Simone pediu ao microfone, à guisa de despedida: “boa sorte a Senhora do Destino!” E hoje, nesse dia especial – e sempre – tudo que posso dizer a ela é:

“Simone, querida, Deus atendeu ao teu pedido!”

Nota da redação: esse é mais um trecho das minhas memórias, que estou escrevendo e espero vê-las publicadas em breve – escreveu Aguinaldo Silva em sua rede social, em março de 2023.


SENHORA DO DESTINO (TRILHA SONORA)

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