sábado, 17 de janeiro de 2015

Pedro Pauleey, ator da novela "Boogie Oogie" (ENTREVISTA EXCLUSIVA)

Pedro Pauleey – o Sauro da novela "Boogie Oogie" de Rui Vilhena na Globo – tem uma vasta carreira na TV e o portal MUNDO NOVELAS fez uma ENTREVISTA EXCLUSIVA com o ator para contar tudo pra você, prezado internauta! Sente-se em frente ao computador e fique ligado, porque a carreira do ator é vasta e empolgante! Conheça a história de Pedro Pauleey, este mineiro de Patos de Minas, que começou cedo na carreira artística e, com seu talento e determinação, está conquistando cada vez mais seu lugar no mundo.

Pedro Pauleey vive Sauro em "Boogie Oogie", novela de Rui Vilhena na Rede Globo
MUNDO NOVELAS: Pedro, como foi o início de sua carreira artística? É verdade que você começou bem cedo, ainda criança, cantando em programas de calouros?

Pedro Pauleey: Sim. Na verdade sempre gostei muito de música. E ficava cantarolando em casa. Acho que por isso, minha família resolveu me levar a programas de calouros que tinham na rádio da minha cidade. Lembro-me de estar no palco cantando músicas do Jessé, Gilliard , ganhando brinquedos e cestas básicas de premiação.

MUNDO NOVELAS: ...e sua chegada no teatro? Você também é autor, né?

Pedro Pauleey: O teatro chegou de uma forma bem engraçada e até inusitada. Na minha cidade natal, Patos de Minas, tenho um amigo que sempre foi um artista completo: compunha, cantava, tocava vários instrumentos, chamado Júnio L'andrad. Lembro-me que eu era da mesma classe dele e foram até nossa sala de aula, chamá-lo pra se apresentar como ator na inauguração do teatro municipal da nossa cidade. Como eu estava perto dele na hora falei: "Coloca meu nome nisso aí também." (...) Desde o primeiro ensaio, me apaixonei pelo teatro e decidi que aquilo que eu queria fazer.

MUNDO NOVELAS: Foi no humorístico "Escolinha Maluca" da Rede Minhas, em Minas Gerais, que você passou alguns anos de sua carreira. Foi seu início na TV? Como foi parar no humorístico e por que passou um bom tempo lá?

Pedro Pauleey: A Escolinha Maluca apareceu na minha vida depois de eu assistir ao primeiro programa, pegar o contato da produção em meio aos créditos finais e ligar na cara dura dizendo que gostaria de fazer parte do programa. Eu estava então com 18 anos e a 2 anos já fazia teatro, mas queria muito fazer algo na TV e vi na Escolinha Maluca essa oportunidade (até porque eu morava no interior). Permaneci na Escolinha de 1997 a 2001 acumulando funções de ator e também escrevendo as piadas e cenas pro programa. Adoro esse mundo do humor, apesar ser bem difícil de se fazer; ainda mais hoje em dia na época do "politicamente correto".

MUNDO NOVELAS: Como foi sua chegada na cidade maravilhosa (Rio)? Foi fácil ingressar na TV a nível nacional?

Pedro Pauleey: Bom, cheguei ao Rio em 2001, com uma mochila nas costas e a inscrição num curso de dublagem. Só tinha um detalhe: não sabia nem onde eu ia morar. Coisa de maluco mesmo, não recomendo a ninguém. Mas o tempo foi passando, fiz algumas amizades, completei esse curso com as conhecidas diretoras de dublagens Marlene Costa e Fernanda Baronne. Na verdade cheguei ao Rio com o intuito de me tornar dublador de filmes, desenhos, séries, etc..que uma profissão que admiro muito desde criança também.

MUNDO NOVELAS: Em 2004 você foi selecionado entre mais de 87.000 inscrições para um programa que visava revelar novos atores para o casting do SBT chamado "Casa dos Artistas". E aí? Como foi a experiência de encarar um reality show pra ganhar um papel numa novela?

Pedro Pauleey: Pois é, rapaz...em 2004 aconteceu esse boom, que foi bem bacana. Nunca tinha me imaginado num reality show, apesar de gostar muito do filme "O Show de Truman" com Jim Carrey, que na verdade é o precursor dos realities. Como disse, fui selecionado entre essas milhares de inscrições e entrei para esse programa tão bacana, que tinha a direção do mestre Nilton Travesso. O confinamento é uma coisa tão estranha, que nunca consegui explicar direito como é; só estando lá dentro mesmo pra saber sobre essa experiência.Afinal, foram 72 dias confinados.

Pedro Pauleey como Inácio em "Esmeralda", novela do SBT
MUNDO NOVELAS: Então "Esmeralda" do SBT foi sua primeira novela? O Inácio, seu personagem, correspondeu suas expectativas? Deu para desenvolver um bom trabalho?

Pedro Pauleey: Entrar para a novela Esmeralda foi um presente e uma realização maravilhosa de um sonho. O Inácio era um personagem apaixonado e com muitos toques de humor, o que eu adorava explorar. Era eu colocar aquela roupa, ir pra fazenda e o Inácio (com sua voz e trejeitos) baixava em mim de uma forma bem natural. Adorei estar nessa novela, com esse elenco.

MUNDO NOVELAS: No ano seguinte, em 2006, você já estava fazendo outra novela no SBT, "Cristal". O que achou desta produção?

Pedro Pauleey: Na novela Cristal eu meio que entrei em meados da novela, na segunda fase. Você meio que pega o 'bonde andando'. Recebi a ligação do Fernando Rancoleta, me convidando pra dar vida ao Tico, jovem negro que foi adotado por uma família de italianos. Era engraçado que eu explorava esse lado do sotaque italiano, tentando dar esse tom ao personagem, o que ficou bem engraçado.

MUNDO NOVELAS: Você passou pelas mãos de Antônio Abujamra e Nilton Travesso. Nomes referências na dramaturgia. O que você carrega desta experiência?

Pedro Pauleey: Agradeço a Deus por ter podido trabalhar com grandes nomes da nossa dramaturgia. E esses dois que citou, são dois expoentes, na TV e no Teatro. O Abujamra trabalhei durante todo o ano de 2002 e me arrependo de não estar com um caderninho anotando várias coisas que ele falava, pois era sempre uma aula. Ocupava os ensaios com "som & fúria" que muitas vezes se tornava cômico. Já na experiência com o Nilton, conheci um outro modo de direção. Você quase não ouve a voz do Nilton em um set, de tão doce e mansa que ela é. Ele te arranca uma interpretação, com muita calma e generosidade.

MUNDO NOVELAS: Você chegou a se candidatar vereador de sua cidade natal. Foi eleito? Por que decidiu investir na carreira política e qual era seu plano político?

Pedro Pauleey: Foi uma coisa engraçada. Eu acabara de fazer as novelas pelo SBT e o então deputado estadual Elmiro Nascimento (que é da minha cidade) me fez esse convite. Tomei um susto. Depois dei uma crise de riso. E mais tarde amadureci a ideia e resolvi enfrentar o pleito, pautado na cultura, que é minha área. Tive uma quantidade expressiva de votos e foi bacana a experiência.

MUNDO NOVELAS: Muitos atores brasileiros dizem que é um pouco difícil seguir carreira na TV, quando se é um afrodescendente. Você sente isto também, por quê?

Pedro Pauleey: Eu acho que essa carreira é difícil pra QUALQUER PESSOA. Tenho amigos lindos, talentosos, não afro-descendentes que têm a mesma dificuldade que uma pessoa negra. E não são poucos, hein. Não gosto de rotular que não consigo isso ou aquilo por ser negro, porque tudo que corri atrás até hoje, dando minha cara a tapa, em nenhum momento eu me lembrava que era negro. Aliás, só me lembro que sou negro quando me olho no espelho. E as vezes nem vejo que sou (risos).

MUNDO NOVELAS: Você participou do filme longa Trash do diretor Stephen Daldry, protagonizado por Wagner Moura e Selton Mello, com Martin Sheen e Rooney Mara no elenco. Como foi esta experiência e como você chegou no cinema?

Pedro Pauleey: Bom; na verdade eu participei, se não me engano de apenas 2 cenas desse filme ( e acho que elas não estão na versão final), e foi bem legal estar num set de um diretor Oscarizado e com um elenco maravilhoso. Apesar de ter feito apenas essas duas ceninhas, não sei o porquê, meu nome está em toda divulgação mundial do filme. Se colocar no google 'Pedro Pauleey Trash' estarei lá. Então tá, né.

MUNDO NOVELAS: Você viveu um homossexual em "Simplesmente Alessandra Leles"? O que você achou de interpretar o César num país tão vítima do preconceito?

Pedro Pauleey: Mais uma vez, conheci o programa da, hoje minha amiga, Alessandra Leles e fui atrás de uma participação. Aí ela me deu esse presente que foi o César. Fui pra Brasília e se não me engano, gravamos o programa em 2 dias, sempre num clima ótimo de filmagens. E voltei a fazer humor, que eu adoro e a muito tempo não fazia.

MUNDO NOVELAS: Ainda no ano passado, antes de "Boogie Oogie", você viveu um assassino em "Pecado Mortal". Como foi este personagem e também, como é viver no universo dos anos de 1970, precisamente na chamada Era Disco, em duas produções diferentes?

Vivendo um assassino em "Pecado Mortal", novela de Carlos Lombardi na Record
Pedro Pauleey: Em Pecado Mortal participei de um capítulo, como um dos assassinos que gera um tiroteio na cidade. Nunca tinha tido nenhuma experiência na Record e achei bem bacana trabalhar com eles. O engraçado é que na sequência, participei de "Maravilhosa 70" pela HBO e logo depois Boogie OOgie. Ou seja , foram 3 trabalhos ligados aos anos 70 seguidos. Estou adorando.

MUNDO NOVELAS: "Boogie Oogie" é sua primeira novela na Globo?

Pedro Pauleey: Sim. A primeira de várias, se Deus quiser (rs). Sempre quis fazer parte de máquina de dramaturgia chamada Rede Globo. Cresci vendo suas produções, então era natural essa vontade.E considero que foi com o pé direito, porque Boogie Oogie é um sucesso desde o começo.

MUNDO NOVELAS: O Sauro da agência Vip Turismo é um empregado de mão cheia mesmo ou irá se revelar mais tarde numa novela cheia de surpresas como "Boogie Oogie"? Com está sendo viver este personagem?

Paulo Pauleey em cena com Guilherme Fontes na Vip Turismo da novela "Boogie Oogie"
Pedro Pauleey: As pessoas não acreditam, mas ficamos sabendo o que vai acontecer com o personagem, junto com vocês. Recebemos o texto e pensamos: " Nossa, ele vai fazer isso?". Nesse momento por exemplo, onde todos os funcionários da Vip Turismo estão sendo fuzilados (demitidos), seu futuro na trama é uma incógnita (risos).

MUNDO NOVELAS: Você já atuou em emissoras como o SBT, Globo, Record e RedeTV! Deu pra pegar a peculiaridade de cada emissora? Tem alguma preferência?

Pedro Pauleey: Por onde passei, deixei amigos e pessoas que admiro. Gosto desse ambiente da TV. Da agilidade que se faz. O studio me fascina. Seja onde for.

MUNDO NOVELAS: Onde você gosta mais de atuar? Cinema, TV, teatro?

Pedro Pauleey: Difícil essa pergunta. No teatro me exercito. É como uma academia para um ator. Onde ele é desafiado dia a dia. Na TV temos reconhecimento, um feedback mais rápido e gostoso. O cinema é um casamento bacana com a arte, onde você faz e o filme vai ficar ali, por gerações em gerações. Repito aqui uma coisa que já foi dita várias vezes: " O ator tem que fazer teatro, precisa fazer TV e merece fazer Cinema."

MUNDO NOVELAS: Depois de tantos personagens e várias participações na TV, você acha que sua carreira está firmada neste veiculo? O que você espera?

Pedro Pauleey: Meu amigo, nunca está! Tem sempre aquele frio na barriga quanto ao próximo trabalho. Próximo aprendizado. E como tenho aprendido com essas colegas dessa novela. Aumenta a vontade de aprender sempre. Nada nunca está consolidado.

MUNDO NOVELAS: Uma pessoa com uma história de determinação como a sua, tem muita experiência pra passar. Você foi a luta pra conquistar seu espaço. Qual o conselho que você dá para os iniciantes, principalmente para atores que pretendem ingressar na TV e que moram em outros estados, que não seja o Rio de Janeiro? É verdade que o mundo da teledramaturgia está no Rio?

Pedro Pauleey: Sim. Esse meio de trabalho acaba se concentrando no Rio ou SP. Apesar de ter atores maravilhosos que vivem da sua arte fora desse eixo. Mas digo: a mídia está no RJ/SP. Acaba se projetando mais quem está por aqui. 

O conselho que dou a quem quer começar é que "se prepare pra suar". O glamour, as festas, as premiações, entrevistas duram no máximo 3, 4 hs...as outras 20 ou 21 hs do seu dia são mais de transpiração do que inspiração. Sucesso a quem estiver começando!

Uma Rapidinha: Responda com uma palavra:
Fé? Sempre
Amor? Tudo
Inveja? Nojo
Sucesso? Consequência
Viagem? Europa
Amizade? Importante
Livro? Chaplin - Minha Vida
Novela? A Viagem


Por Sérgio Teixeira
(Portal Mundo Novelas)

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César Negrão (Portal Mundo Novelas)

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