segunda-feira, 7 de abril de 2014

MEU PEDACINHO DE CHÃO (ESTREIA)

Encantador. Assim pode ser definido o mundo de Meu Pedacinho de Chão. Ambientada na Vila de Santa Fé, a trama, escrita por Benedito Ruy Barbosa e dirigida por Luiz Fernando Carvalho, conta a história de Serelepe (Tomás Sampaio) e Pituca (Geytsa Garcia). O universo rural ganhou ares lúdicos e desvenda o mundo visto pelo olhar da criança. O figurino aparenta inspiração em trajes coloniais confeccionados com tecidos e composições quase que futuristas. Árvores coloridas e casas revestidas de latas revelam que aquele é um mundo quase mágico. A infância é a atmosfera que predomina por lá.

Coronel Epa (Osmar Prado) e Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi) protagonizam a rivalidade da história. Homem retrógrado, Epa se defende do progresso como o diabo da Cruz. A briga entre os dois começa justamente quando Falcão doa um pedaço do seu chão comprado do coronel para que nele fossem construídas uma venda e uma capela.Isso basta para a guerra entre eles ser declarada.

Esta não é a primeira vez que Meu Pedacinho de Chão vai ao ar. Em 1971, Globo e TV Cultura exibiram a versão original, também escrita por Benedito Ruy Barbosa, simultaneamente. Mas o autor defende que a trama atual não é um remake, mas uma nova obra. Isso porque, há 43 anos, ele não pôde abordar diversos temas por conta da ditadura, como greve de médicos e professores, algo que será retratado desta vez. "Mantive o título e o nome de alguns personagens, mas a história, as questões tratadas e, especialmente, a forma de contá-la são diferentes", reforçou Benedito. O enredo, que se passa na fictícia Vila Santa Fé, se desenrola através do olhar de duas crianças, Serelepe e Pituca, interpretados por Tomás Sampaio e Geytsa Garcia. Por isso, a novela carrega uma atmosfera lúdica e infantil. Mas traz questões do universo adulto. O principal conflito gira em torno do coronel Epaminondas, vivido por Osmar Prado, e de Pedro Falcão, de Rodrigo Lombardi. Enquanto o primeiro é contra o progresso por receio de perder poder, o segundo contribui para a instalação da primeira escola da região. "Na nossa vida, também lidamos com questões latifundiárias, de saúde, educação, ascensão social... Podemos traçar um paralelo entre tudo o que não tinha naquela época e o nosso tempo", acredita Rodrigo Lombardi.

Para dar um caráter atemporal à novela, a cenografia e a arte foram pensadas nos mínimos detalhes. Luiz Fernando Carvalho orientou todas as equipes a utilizarem elementos como lata, plástico e borracha em tudo – do figurino ao cenário. O artista plástico Raimundo Rodrigues criou uma série de objetos especialmente para a novela. Entre eles, um carrossel de esculturas de vacas, batizado de curral-céu. "Como matéria-prima, me interessa tudo o que sobra. A reutilização de objetos nos meus trabalhos tem o objetivo de ressignificar o mundo, dar novos sentidos e representações", explicou o artista. O produtor de arte Marco Cortez e sua equipe também pesquisaram objetos do final do século XIX e início do século XX com estética exuberante. As peças ganharam algumas camadas de cor para que ficassem alinhadas ao que foi conceituado pelo diretor.

Sem nenhum compromisso com a realidade, a cidade cenográfica, construída em uma área de 7 mil m², possui 28 prédios revestidos por latas. A ideia é fazer referência ao material utilizado em brinquedos do Século XIX. Diferentemente do que acontece na maioria das produções televisivas, o interior dessas edificações também é funcional e serve como set de gravação. Somente dois cenários ficam em estúdio: as casas do Coronel Epa e de Pedro Falcão. "Vila Santa Fé é um lugar que contém todos os lugares da imaginação de Serelepe. A cidade é um brinquedo com outros brinquedos dentro", falou o cenógrafo Keller Veiga.

Geytsa Garcia
Pituquinha
Filha de Maria Catarina e Epaminondas, Pituquinha é grande amiga de Serelepe.

Tomás Sampaio
Serelepe
Serelepe não tem mãe, nem pai, nem história passada. Vive ao Deus dará e é o grande amigo de Pituquinha.

Bruna Linzmeyer
Juliana
Contratada pelo Prefeito, Juliana é a primeira professora a chegar na Vila Santa Fé. Lecionar é a sua verdadeira e grande vocação.

Ferdinando
Johnny Massaro
Filho único do primeiro casamento de Epaminondas. Órfão de mãe, tem grande carinho pela madrasta Catarina. É o arquétipo do príncipe, o poeta, filho pródigo e o alquimista

Bruno Fagundes
Doutor Renato
Grande amigo de Ferdinando, doutor Renato se instala na vila de Santa Fé, onde constrói um posto de saúde.

Rodrigo Lombardi
Pedro Falcão
Casado com Dona Tereza e pai de Gina, Pedro Falcão é um homem trabalhador e a favor do progresso.

Osmar Prado
Epaminondas Napoleão
Casado com Maria Catarina, ele é pai de Pituquinha e Ferdinando. Um homem retrógrado e prepotente que se defende do progresso como o diabo da cruz.

Juliana Paes
Maria Catarina
É casada com Epaminondas Napoleão. Com ele, teve Pituquinha, sua única filha, e é uma madrasta muito querida de Ferdinando.

Antonio Fagundes
Giácomo
Viúvo e pai de Milita, Giácomo é muito amigo do atual prefeito e de Pedro Falcão.

Irandhir Santos
Zelão
Filho único de Mãe Benta, Zelão é capataz do Coronel Epa.

Inês Peixoto
Dona Tereza
Dona Tereza é casada com Pedro Falcão e mãe de Gina.

Paula Barbosa
Gina
Filha de Dona Tereza e Pedro Falcão, Gina é uma mulher braba e descuidada no jeito de se vestir, por isso é chamada na cidade de mulher-homem.

Gabriel Sater
Viramundo
Apaixonado por Milita, Viramundo é desses que adoram uma viola e não se incomodam com mais nada.

Emiliano Queiroz
Padre Santo
De descendência alemã, Padre Santo é amigo influente do atual prefeito das Antas. Como bom padre que é, é o maior pacificador das brigas que acontecem no vilarejo.

Ricardo Blat
Prefeito das Antas
Vencedor das últimas eleições, Prefeito das Antas é um grande inimigo do Coronel Epaminondas. Foi ele quem construiu a escola e quem trouxe Juliana da capital para inaugurá-la.

Flavio Bauraqui
Rodapé
Rodapé é empregado da fazenda do Coronel Epa. Tem uma alma quase de criança e é muito amigo de Zelão.

Kaue Ribeiro de Souza
Tuim
Grande amigo de Serelepe, Tuim também tem por Pituquinha uma grande amizade.

Fernando Sampaio 
Marimbondo
Marimbondo é um dos pouquíssimos agregados do sítio de Pedro Falcão.

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