De acordo com a colunista Patrícia Kogut, o sucesso de audiência de “Amores roubados” impulsionou as vendas do livro “A emparedada da Rua Nova”, de Carneiro Vilela, que inspirou a série de George Moura. A Companhia Editora de Pernambuco comemora o que é considerado um fenômeno.
Há duas semanas o e-book da “Emparedada” está no ranking dos mais baixados do iTunes e da Amazon. A primeira edição, com 1 mil e 500 exemplares, esgotou ontem no Brasil todo. Uma segunda remessa está sendo providenciada.
Quase todos os recifenses que estão na sexta década de vida ou que já passaram, ouviram falar no caso, na Emparedada de Rua Nova, senão como um romance escrito pelo fundador da Academia Pernambucana de Letras, Carneiro Vilela, mas como um acontecimento trágico, o qual, por certo, marcara a vida da cidade no século XIX.
O autor publicou sua obra em folhetins que circulavam nos jornais da época, começando em 1871, com Noivados Originais, em periódico que ajudara a fundar: América Ilustrada. A Emparedada saiu entre agosto de 1909 e janeiro de 1912. Por isso, pelo longo período de divulgação no Jornal Pequeno, onde foi acolhido, talvez pelo suspense do enredo, tornou-se tão volumoso, com 477 páginas. Mas, é um texto de uma bem tramada arquitetura literária, construído por quem tinha a capacidade de um escritor de histórias policiais, como alude Varejão. É, de igual forma, uma descrição dos cenários do velho Recife e das cenas de então, as do comércio e, sobretudo, aquelas do inteiramente doméstico. Um retrato bem escrito dos convívios e das convivências em tempos assim, tão distantes então.
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