terça-feira, 20 de novembro de 2012

Maria Bethânia relê clássicos e contemporâneos (ÚLTIMAS NOTÍCIAS)

Há artistas cujos shows têm que ser vistos, não importa qual trabalho estejam apresentando. É o caso de Maria Bethânia, que começou, domingo no Rio, a turnê "Carta de Amor", que tem como base seu novo álbum, "Oásis de Bethânia".

Em uma hora e meia de espetáculo, Bethânia canta 30 músicas. Vai de clássicos como "Negue" (de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos) e "Dora" (de Dorival Caymmi) a releituras de compositores contemporâneos. Sua interpretação de "A Casa é Sua", de Arnaldo Antunes, é antológica.

Mesmo quando esquece parte da letra, como aconteceu em "Marambaia" (de Henricão e Rubens Campos), Bethânia não perde o domínio do palco e da plateia.

Depois de 47 anos de carreira, o pequeno deslize da cantora é quase imperceptível. Mais parece que está fazendo charme para os fãs. PÚBLICO EM TRANSE Mas é com "Carta de Amor", música de Paulo César Pinheiro que dá título à turnê, que a artista põe o público quase em transe.

Entremeado à letra de Pinheiro, ela intercala um texto de sua autoria. A intervenção da cantora está registrada em "Oásis de Bethânia" -pela primeira vez, ela gravou em estúdio um de seus textos, marca registrada dos shows da cantora.

As interpretações da cantora contam com a sólida base musical de uma banda regida pelo maestro, pianista e compositor Wagner Tiso. Apesar de já terem gravado juntos, é a primeira vez que os dois se apresentam ao vivo em um palco.

Durante o intervalo entre os dois blocos do show, Tiso e os seis músicos sob seu comando têm a oportunidade de exibir sua qualidade ao tocar um set de músicas de Milton Nascimento. Fica a vontade de assistir uma apresentação solo do grupo.

SEM PIROTECNIA Em tempos em que a descrição de qualquer show faz referência a telões, computadores, som e pirotecnias em geral, a cenografia minimalista criada por Bia Lessa chama a atenção. Lâmpadas comuns, presas a fios, sobem e descem do teto.

Tão simples que chega a surpreender. Um senão, que pode ser resolvido pelos responsáveis pelo Vivo Rio, onde aconteceu o show, e também em outras casas de espetáculo nas quais garçons circulam entre as mesas.

 Se o público não pode fazer pedidos durante o show -o que é muito justo- por que não instituir também a cobrança antes do início da apresentação? Nada pior do que perder Bethânia cantando "Velho Francisco", de Chico Buarque, porque a garçonete se agachou ao seu lado com uma lanterna acessa apontando para a conta.

"Carta de Amor" será apresentado em São Paulo nos dias 29, 30 e 31 de março, no HSBC. Antes, a temporada de apresentações passa por Porto Alegre, Salvador, Belo Horizonte, Fortaleza, Maceió, Aracaju e Recife.

Por: CRISTINA GRILLO

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