
Um final Obvio, de Carminha (Adriana Esteves) assumindo a culpa de todas as suas maldades – incluindo o assassinato de Max (Marcelo Novaes) – ao mesmo tempo que surpreendente e emocionante, já que a grande vilã, que foi odiada o tempo todo, de repente, estava ali, se redimindo e se conciliando com Nina, aquela que ela sempre desprezou e prejudicou.
Por outro lado, a quebra dos sentimentos obsessivos de Nina (Debora Falabella), que consegue enxergar um ser humano em Carminha, por incrível que pareça. Logo Nina, a principal interessada em se vingar e acabar de vez com Carminha, é surpreendida pela vilã, que aos poucos vai mudando seu caráter e inacreditavelmente salva a sua vida.
Como pode ser perdoada uma vilã, tão cruel como a Carminha, que abandonou a enteada num lixão, quando era criança, mudando o percurso da vida desta menina? Como pode ser entendida uma mulher que traiu por muitos anos um marido, apaixonado por ela, dedicado, bem estruturado, com vida sexual ativa, formando mais ou menos um casal perfeito? Só salvando as vida de suas principais vítimas, fez com que Carminha fosse entendida pelo público e, de certa forma, admirada. O perdão das vítimas até contrasta com o ódio e as vilanias de Carminha, mas vem em conjunto com o prazer de poder viver de novo, renascer, depois de verem a morte de perto, com uma arma apontada por um homem disposto a matá-los e, inesperadamente serem salvos por quem menos eles esperavam: Carminha. Mais uma cartada de mestre de "Avenida Brasil".
É a dramaturgia, mais uma vez, investindo no cultivo do amor e respeito ao próximo. Belo exemplo e um desfecho magnífico do João Emanuel Carneiro e sua equipe de autores!
Muitos sentiram falta da garota Agatha (Ana Karolina) nos momentos finais.
Como houve uma passagem de tempo de mais de quatro anos, a personagem Agatha deveria estar mais velha, portanto, uma outra atriz deveria fazer seu papel. Provavelmente a produção optou por não escolher outra atriz, já que a intérprete de Agatha esteve o tempo todo na novela. Embora, essa passagem de tempo, não tenha mudado a cara de nenhum personagem. Todos permaneceram com o mesmo corte de cabelo, durante anos; salvo Carminha. Mas a arte é isto ai!
Outros queriam que Cadinho recuperasse sua fortuna, assim como as três esposas supermaterialistas. Até que foi interessante ver todos terminar no Divino.
Personagens inesquecíveis fizeram parte de "Avenida Brasil" como o Max (Marcelo Novaes), um papel divisor da águas na carreira do ator, o Nilo (José de Abreu), o Leleco (Marcos Caruso), a Muricy (Eliane Giardine), o Tufão (Murilo Benício), a Suelen (Ísis Valverde), Cadinho (Alexandre Borges) e suas tres esposas, entre muitos outros.
Aproveito para parabenizar a direção e produção em geral de "Avenida Brasil", além do elenco em perfeita sintonia.
Zezé (Cacau Potássio) e Janaina (Claudia Missura) sempre juntas, até o final. Foram tão intimas que a Zezé até lançou um olhar de ciúmes, para Janaina, durante o jogo do Divino.
Detalhe para emocionante, ao mesmo tempo que hilária cena da revelação do motivo do trauma de Adauto (Juliano Cazarré). Olenka (Fabíula Nascimento) dizendo que: ou ele se livrava de vez daquela chupeta, ou deixava a chupeta dominar sua vida, foi um texto perfeito! Não teve outra: Adauto queimou a chupeta, superou seus traumas com a ajuda de Olenka, que provou o amar de verdade que sentia por ele, a ponto de estimular seu talento e reparti-lo com o publico. Adauto ainda teve direito de fazer o desfecho final da novela, com um grande gol, elevando o Divino Futebol Clube, para a alegria de todos. E como todos estão dizendo: um final digno de copa do mundo.
E assim, Avenida Brasil deixa saudades e entra para posteridade!
2 comentários :
Cês tão de sacanagem!? Essa novela mostrou o total desrespeito do autor com a inteligência do espectador. Tudo bem que é ficção, mais não científica: desfechos absurdos. Sem pé nem cabeça e impossíveis de acontecer. A trama é até interessante, mas se vê que não houve o mínimo esforço do autor em dar desfechos coerentes...e o público que engula os absurdos...
"Avenida Brasil valeu pela emoção, inovação e o suspense. Mais uma trama que mostrou a renovação da telenovela brasileira, provando que ainda tem muito para ser contado, com histórias interessantes, de qualidade e atores excelentes. Para um autor, isto é uma eletrizante dose de incentivo."
Sim, concordo, Sérgio. Avenida Brasil é um marco da nossa teledramaturgia, fez muito bem ao horário nobre, mexeu com o Brasil. Todos estão de parabéns!
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