Alessandra Negrini volta à sua terra natal com 'A Senhora de Dubuque' (GIRO CULT)

A atriz Alessandra Negrini aproveita para matar saudade da terra natal e dos palcos. Ela está em cartaz em São Paulo com "A Senhora de Dubuque", de Edward Albee , sob direção de Leonardo Medeiros. Recentemente a atriz brilhou na série "As Cariocas" e marcou presença no especial “Tal Filho, Tal Pai”, ambos da TV Globo. Além da peça, a atriz estará neste ano nos filmes "Dois Coelhos" e "Violeta". Parece muito? Para Alessandra, faz parte. Em entrevista, ela fala sobre a peça, a personagem Jo e a busca por encontrar a “grande aventura que mantenha os meus olhos brilhando”. Confira:

Você está morando no Rio de Janeiro há mais de 15 anos. Como está sendo a volta ao palco e à cidade de São Paulo?
É uma felicidade dupla, estar fazendo teatro e estar fazendo em São Paulo, afinal é de onde eu vim, estou em casa. É claro que a vida está corrida, tem que ter tudo muito organizado para poder viver na ponte-aérea, pois continuo morando no Rio.

Albee tem fascinação pelo tema da morte. Como foi mergulhar neste universo? Fale um pouco de sua personagem.
Não se trabalha o tema da morte, simplesmente nos colocamos diante dele e fazemos algumas escolhas, que são necessariamente escolhas de vida. Encarar a morte significa pensar como queremos viver. A personagem teve que fazer essa escolha. Tenho a impressão que ela se resolveu bem diante disso, optou pela afirmação, o tal amor fati, amor ao próprio destino. Albee é um dos grandes autores contemporâneos, é sensacional, faz a gente pensar, e é divertido, irônico, tem sido muito bom esse mergulho com todas as dificuldades que um mergulho apresenta. Minha personagem é livre, debochada, um pouco mal criada, mas absolutamente encantadora.



O que a morte iminente (como no caso de sua personagem) aflora no ser humano?
Nos faz pensar como queremos viver. O teatro pode proporcionar o prazer da reflexão, na verdade, a arte faz isso, tende a ser um processo transformador.



O que mais gosta na rotina do teatro?
A rotina é uma delicia: chegar com calma, encontrar os colegas, tomar cafezinho, começar a se maquiar, aquecer, fazer a "rodinha” com o elenco antes de começar a peça. Processo para que dê tudo certo e, finalmente, saltar no escuro quando abrem-se as cortinas! Uau! É uma delícia!

E o que menos lhe agrada?
A preguicinha que dá domingo à tarde antes de tudo isso começar.

Você é uma atriz que coleciona papéis marcantes, tanto na televisão como no cinema. Qual personagem ou peça gostaria de fazer no teatro?
No momento não sei, mas aceito sugestões (risos).

E vou finalizar com uma pergunta que você já declarou ser o que resume 'A Senhora de Dubuque': quem é você, como você se coloca diante da vida?
Eu sou o tipo de pessoa que se faz essa pergunta, mas procuro fazer com que essa busca seja a grande aventura que mantenha os meus olhos brilhando!