quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Homenagens marcam o centenário do ator Paulo Gracindo (ÚlTIMAS NOTÍCIAS)


"Vivi no palco e representei na vida". A frase do ator Paulo Gracindo traduz sua carreira de 65 anos dedicados ao teatro, ao rádio e à televisão. Falecido em 4 de setembro de 1995, o ator recebe uma série de homenagens: ele completaria cem anos em 16 de julho de 2011. Uma delas é o lançamento de um selo, idealizado pelos Correios.

Há também um livro organizado por Mauro Alencar e seu filho Paulo Gracindo Jr. e o lançamento do DVD Paulo Gracindo - O Bem Amado. "Meu pai é um representante do ator brasileiro. Criou dignidade em nossa profissão, que praticamente não existia", diz Gracindo Jr.

O Bem Amado, novela exibida em 1973, foi a consagração de Paulo Gracindo na televisão. Tanto que seu Odorico Paraguaçu - famoso por muitos bordões, entre eles, a expressão "botar de lado os entretanto e partir logo para os finalmente" - ganhou seriado na TV Globo durante cinco anos.

Recentemente, a trama também ganhou versão cinematográfica (que foi transformada em série de TV). Marco Nanini viveu o prefeito corrupto de Sucupira. "A década de 1970 foi o grande período dele. Além de O Bem Amado, ele fez também O Casarão e Bandeira 2, quando viveu o bicheiro Tucão", lembra Gracindo Jr.

Foi justamente o contraventor da história de Dias Gomes que fez com que o estudioso Mauro Alencar se encantasse pelo ator. "Aos oito anos, vim ao Rio e pedi para me levarem ao bairro de Ramos para tentar conhecer o Tucão", recorda.

Gracindo Jr. já planeja uma nova homenagem ao pai, depois que conseguir lançar o livro e montar o espetáculo Os Gracindos ao lado de seus filhos, Pedro e Gabriel. "A ideia é contar a história do ator brasileiro a partir da nossa família", explica Pedro.

Como tudo começou
Gracindo seguiu a profissão contra a vontade do pai, Demócrito. Ele foi prefeito de Maceió e jurou que nunca um filho seu pisaria em um palco. Mas o ator insistiu e mudou para o Rio de Janeiro.

Na capital fluminense, chegou a dormir na rua e a roubar leite para sobreviver, até que ingressou no Grupo do Teatro Ginástico. Foi logo descoberto pela rádio da cidade. "Acho que eu, meus irmãos e meu pai herdamos dele nosso amor pelo trabalho. Meu avô era um homem completamente apaixonado pela arte e deixou isso transparente do início ao fim da sua vida", analisa Daniela Gracindo.

A partir daí, Gracindo colecionou trabalhos notáveis em radionovelas, como O Direito de Nascer. Foi na Rádio Nacional também que se firmou como radialista e começou a atuar no programa Balança Mas Não Cai.

por:Márcio Maio

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