sábado, 9 de julho de 2011

As famosas aulas de etiqueta e boas maneiras nas novelas (CURIOSO)


Em “Cordel Encantado”, grande sucesso da Globo, escrito por Thelma Guedes e Duca Rachid, a protagonista feminina Açucena (Bianca Bin), foi criada como uma nativa da fictícia Brogodó. A moça tinha todos os requisitos de uma autentica nordestina “cabra da peste”, sem deixar a desejar e, ao menos desconfiar que, na verdade, era a princesa Aurora, herdeira do reino da fictícia Seráfia do Norte.


Depois que descobriu sua verdadeira historia e todos seus antecedentes, incluindo seu pai, o rei Augusto (Carmo Dalla Vecchia), imediatamente Açucena entrou em pânico, principalmente quando viu que era grande o risco em perder seu amor, o descendente de cangaceiro Jesuino (Cauã Reymond).


Passado muitos transtornos, Açucena decide enfim aceitar sua condição de princesa, logo indo tomar algumas aulas de etiquetas, já que sabe que seu comportamento arredio, pode atrapalhar sua nova vida. Nesta hora entra em ação sua avó, a rainha Efigênia (Berta Loran) e a prima Lady Carlota (Luana Martau), ambas com a missão de transformar a nordestina Açucena, cheia de tradições da terra, numa requintada e autentica princesa do Reino de Seráfia do Norte.

Mas quantos personagens da teledramaturgia brasileira, já deixaram de ser jeca para entrar na Ray Society? Quantos já se depararam com uma fortuna, uma herança, ou até mesmo encontraram seus verdadeiros e ricos pais, que da noite para o dia mudaram completamente suas vidas... e pra melhor, claro!? O mais “CURIOSO” nisto tudo, é que, sempre existe as famosas aulas de etiquetes para fazer com que o personagem fique bem sofisticado, logo entrando em ação os profissionais do ramo, com a missão de transformar o felizardo.



Em “Ti Ti Ti (2010/110”) de Maria Adelaide Amaral, existia um verdadeiro SPA para aprendizes de etiquetas. A mestre era a ex-modelo Dorinha Bacelar (Mônica Martelli), que dava aulas de postura e etiquetas para futuras modelos num apartamento alugado pela agencia de Edgar (Caio Castro) e Luisa (Guilhermina Guinle).


Sem duvida, a aluna que deu mais trabalho para Dorinha, foi a destrambelhada Desirée (Mayana Neiva). A moça não tinha modos e ainda sofria de paixão pelo ignorante suburbano, porém muito apetitoso Armandinho (Alexandre Slaviero). Depois de muitas aulas, Dorinha conseguia enfim, transformar Desirée numa modelo famosa e muito bem requisitada. Desirée ainda conquistava o coração do ricaço Jorgito Bianchi (Rafael Cardoso), com quem acabava se apaixonando e casando-se.



Talvez a missão mais difícil foi a de transformar a dama da noite Bebel (Camila Pitanga) numa dama da alta sociedade carioca. A novela era “Paraíso Tropical (2007)” de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Bebel era a profissional do sexo, cheia de “categoria” que se envolvia com o vigarista Olavo (Wagner Moura), onde juntos, protagonizaram inesquecíveis e marcantes cenas de vilanias da teledramaturgia brasileira. Muitas dessas cenas também foram envolvidas pelo excelente humor da personagem.


Bebel chegava a contratar a rica decadente, porém não menos influente Virgínia Batista (Yoná Magalhães) para lhe dar aulas de postura e etiqueta. Tudo na intenção de poder se casar com o amado Olavo, mesmo sabendo que sua vida como prostituta, era uma barreira para concretizar seu sonho.


Sem duvida, a cena mais hilária da novela, referido as aulas de Bebel, foi a do casamento de Fred (Paulo Vilhena) e Camila (Patrícia Werneck). Bebel aparecia em pleno casamento, muito bem vestida e chamando a atenção de todos, para desespero de Olavo que não esperava a encontrar no evento. Ela ainda chegava a reconhecer que se garantia na aparência, porém que era insegura no modo de falar. Inspirados num clássico filme americano, o casal Virgínia e Belisário (Hugo Carvana) pedia a Bebel que repetisse a mesma frase, para quem se aproximasse dela, evitando assim, algum constrangimento.

“Que boa idéia esse casamento primaveril em pleno outono” foi a frase que Bebel repetia sempre que alguém se aproximava dela, inclusive o próprio Olavo, durante o casamento de Fred e Camila. A cena é antológica e vale a pena ver de novo:

Paraiso tropical Bebel - Que boa idéia esse casamento primaveril

A novela era “Meu Bem, Meu Mal (1990/91)”, um grande sucesso do saudoso autor Cassiano Gabus Mendes, no horário nobre da Globo. A trama era movida pelo autoritarismo da vilã Isadora Venturini (Silvia Pfeifer), principalmente pelo poder de persuasão que a megera matinha sobre os filhos Marco Antônio (Fábio Assunção) e Victória (Lizandra Souto).

Marco Antônio namorava a determinada Fernanda (Lídia Brondi) que era filha da humilde costureira Berenice (Nívea Maria). Logo, este romance foi proibido por Isadora, que humilhou Fernanda e fez com que Marco Antônio desse um fim na relação. Revoltada e jurando vingança, a pobre Berenice decide armar um plano, juntamente com o casal de ricos Toledo (Sérgio Viotti) e Mimi Toledo (Ísis de Oliveira), outros inimigos de Isadora.


Eles contratam o ignorante balconista de barzinho chamado Doca (Cássio Gabus Mendes), para se fazer passar por milionário, conquistar o coração de Victoria Venturini e depois dá um chute no traseiro da filha de Isadora, a deixando morrendo de paixão por ele. O plano tem tudo para dar certo, não fosse o trabalho em transformar o burro de galocha Doca, num autentico intelectual e milionário. Nesta hora, entram em ação as famosas aulas de etiquetas, que foram dadas pelo casal Toledo. E eles conseguiram atingir seus objetivos!



Em “Sassaricando (1987/88)”, novela das sete de Silvio de Abreu, a personagem Tancinha (Claudia Raia) foi uma que, apesar do corpo escultural, a ponto de deixar os homens loucos de desejo, também era uma ignorante de primeira classe. Tancinha vinha de família humilde, morava com a mãe, duas irmãs e Guel (Edson Celulari), seu único irmão homem. Também foi abandonada pelo pai Ricardo de Pádua (Carlos Zara), assim como toda família e para conseguir sobreviver, vendia melões na feira de São Paulo, na barraca de sua mãe, Aldonza (Lolita Rodrigues).


Logo o publicitário Beto (Marcos Frota) conhecia Tancinha e ficava perdidamente apaixonado. Em uma de suas investidas, claro, contratava a própria mãe, a sofisticada Penélope Bacellar (Eva Wilma) para ensinar postura e bons modos para a destrambelhada Tancinha. Uma missão super difícil que abalou os nervos de Penélope.



Já em “Cambalacho (1986)”, outra novela das sete escrita por Silvio de Abreu, a cambalacheira Naná (Fernanda Montenegro), decidia aplicar um novo golpe junto com seu parceiro Jejê (Gianfrancesco Guarnieri). Os dois tramavam para o milionário Antero Sousa e Silva (Mário Lago), que buscava encontrar a filha desaparecida há anos, tendo como pista, um sinal de nascença. O moral da história é que Naná conseguia enganar o velho se fazendo passar pela filha desaparecida e, mais tarde, por ironia do destino, era descoberto que ela era mesmo a filha do milionário.

Andreia (Natália do Valle) era a vilã que conseguia dá o golpe do baú, se casando com Antero, ficando rica e depois matando o milionário numa explosão de lancha acima de qualquer suspeita. Só que Andreia tinha Naná como empecilho, já que tinha que dividir a herança com ela, além de Tiago (Edson Celulare), que era o outro filho de Antero, salvo que ele não ligava muito para a herança deixada pelo pai. Neste ninho de serpentes, acontecia uma verdadeira briga de foice, movida pela ambição entre Naná e Andreia.


Quando Naná era nomeada a filha desaparecida, tendo que largar a vida pobre e indo morar com os filhos adotivos na mansão de Antero, logo entrava em ação a professora de etiqueta Dominique (Jacqueline Laurence), que tinha a missão de transformar a cambalacheira brega numa mulher da alta sociedade paulista. Foram cenas pra lá de hilárias vividas pelo trio Naná, Dominique e o mordomo Olívio (Fábio Sabag). Este ultimo era o braço direito de Antero e um dos principais aliados de Naná, interessado em ver o fim da maquiavélica Andreia, depois da morte do patrão. Memorável a cena de uma das aulas de etiquetas de Dominique para Naná, quando a sofisticada professora ensinava a cambalacheira a descer a escadaria da mansão de cabeça erguida, sem olhar para os degraus. Foi um desastre!

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