Roque Santeiro: Uma história onde o mito é mais forte que a verdade. A novela foi escrita por Dias Gomes, Aguinaldo Silva, Marcílio Moraes e Joaquin de Assis com direção de Paulo Ubiratan, Gonzaga Blota, Marcos Paulo e Jayme Monjardim. Direção geral de Paulo Ubiratan e Gerência de produção de Carlos Henrique de Cerqueira Leite. Estreou em 24 de junho de 1985, ficando no ar até 22 de fevereiro de 1986, num total de 209 capítulos exibidos às 20h na Rede Globo.
A trama que virou fenômeno de audiência, sendo um dos grandes clássicos da teledramaturgia brasileira, foi estrelada por Lima Duarte, Regina Duarte, José Wilker e grande elenco. Ainda contou com a colaboração dos então iniciantes Marcilio Morais, Joaquim Assis e pesquisa de texto de Lilian Garcia que mais tarde também viraria autora de novelas. A direção primorosa ficou por conta dos experientes Paulo Ubiratan, Marcos Paulo e Jayme Monjardim.
“Roque Santeiro” foi um alerta, uma bandeira erguida para clarear mentes. Uma maravilhosa e divertida história rural, política e religiosa que retratou bem os anos 80, principalmente numa época em que o Brasil saia de uma transição da ditadura militar para a democracia. Uma novela história que havia sofrido censura dez anos antes e que, finalmente, era produzida e exibida em pleno período de renovação histórica brasileira. Uma trama cheia de propriedade, com texto, direção, produção e elenco primoroso, que só poderia acabar num grande sucesso.
Ouça músicas de "Roque Santeiro", enquanto recorda a novela:
José Wilker viveu o papel título da novela. O ator foi o aventureiro “Roque”, que era dado como morto a mais de 17 anos e virado santo pela população da fictícia cidade de Asa Branca, situada em alguma parte do nordeste.
Luiz Roque Duarte, conhecido como Roque Santeiro por sua habilidade de artesão de santos, também era coroinha da igreja de Asa Branca. Morreu ao defrontar os homens do bandido Navalhada (Oswaldo Loureiro), logo após seu misterioso casamento com a desconhecida Porcina.
Santificado pelo povo, que lhe atribui milagres, Roque Santeiro tornou-se um mito e fez prosperar a cidade ao redor da sua história de heroísmo.
Na verdade, Roque não havia enfrentado o bandido Navalhada. Quando o bando de Navalhada invade Asa Branca, todos os habitantes fogem, apavorados, menos Roque Santeiro; assim chamado por modelar santos de barro. Ele desaparece, e é dado como morto. Logo após o incidente, uma jovem à beira da morte consegue sobreviver e diz que o rapaz aparecera para ela em uma visão. A notícia se espalha, e Roque, tido como salvador da moça, é santificado. A população de Asa Branca chega a erguer uma estátua em homenagem ao herói e passa a lhe atribuir curas e milagres. “Viva Roque Santeiro!” é a frase mais ouvida em Asa Branca. Ele roubara o ostensório da igreja e aproveitava da rixa com o bandido para fugir da cidade e tentar a vida no sul, como artesão. Após 17 anos, Roque volta rico e disposto a devolver o ostensório para o padre Hipólito (Paulo Gracindo), mas acaba se deparando com a mentira de santo e manipulado pelos poderosos da cidade que vivem as custas da crendice popular.
A suposta morte de Roque e toda mentira em volta de sua história de mártir, tinha um interesse político e religioso que entrava em choque com os poderosos da cidade, quando a principal personagem aparecia vivo e disposto a contar a verdade para uma população enganada e iludida. Logo sua volta, deixava Sinhozinho Malta com os nervos a flor da pele, além do Prefeito Florindo Abelha, Zé das Medalhas e Padre Hipólito que eram os principais representantes de Asa Branca. Comandados e dominados por Sinhozinho, os demais se desesperavam com a volta de Roque e por saber que ele nunca havia morrido, tão pouco virado santo. A grande mentira idealizada por Sinhozinho, mexeu com o destino da cidade e com a fé de milhares de fies, não só de Asa Branca mais de todo Brasil, que enriquecia a cidade através do turismo, por conta dos supostos milagres de Roque Santeiro.
A partir daí entram em cena, mais dois grandes ícones desta historia que são o fazendeiro Sinhozinho Malta (Lima Duarte) e a viúva Porcina (Regina Duarte). O coronelismo era figura real na pele de Sinhozinho, que tinha grande domínio sobre os empresários, políticos e religiosos de Asa Branca. O fazendeiro era o idealizador da morte de Roque e de sua falsa santidade, pois aproveitara o ocorrido há mais de 17 anos atrás, para enganar o povo e fazer fortuna tirando proveito da crendice do povo de Asa Branca, além de mascarar sua vida pessoal em relação ao romance que matinha a vários anos com Porcina, esta que fez todos acreditarem que se casou com Roque antes de sua morte. Na verdade, o poder político não estava com quem tinha sido eleito pelo povo, mas sim com aqueles que detinham o poder econômico, como o Sinhozinho Malta. Malta é também o retrato do que ocorre nas cidades do interior do Brasil, onde os poderosos amedrontam e dominam o povo.
A viúva Porcina que nunca foi viúva, nem se quer chegou a conhecer Roque, foi um dos grandes papeis de Regina Duarte. Ambiciosa, exuberante e extravagante, ela não tinha papas na língua e falava sempre o que pensava, além de agir por impulsos. Porcina sustentou durante muito tempo que foi realmente a viúva de Roque e que se casou com ele momentos antes de sua morte, tudo num jogo de interesses encabeçado por Sinhozinho Malta.
Porcina nunca deixou de viver outras aventuras amorosas, mesmo apaixonada por Sinhozinho, que cuidou dela desde muito jovem, depois que vivia na miséria e ficado órfã, perdendo a mãe numa emboscada no sertão. Claro que suas relações extra-conjugais, eram sempre bem escondidas para que o coronel não descobrisse. Assim foi com o mulherengo ator Roberto Matias (Fábio Jr) e com Roque, a única paixão declarada que virou o grande rival de Sinhozinho, deixando-o inseguro e tirando o fazendeiro do sério.
Foi Roque Duarte que balançou pra valer o coração da determinada Porcina. Com Roque, ela pode viver uma intensa relação amorosa, capaz de tudo pelo grande amor, inclusive, renunciar o amor de Sinhozinho Malta.
A volta de Roque para Asa Branca, provocou o maior desespero nos poderosos da cidade, principalmente para o padre Hipólito (Paulo Gracindo), o prefeito Florindo Abelha (Ary Fontoura) e o comerciante Zé das Medalhas (Armando Bogus), principal explorador do santo. Mas o maior prejudicado era Sinhozinho Malta, o todo-poderoso fazendeiro do lugar, que vê ameaçado, seu romance com a "viúva" Porcina, que nunca foi casada com Roque e sempre viveu à sombra de uma mentira articulada por Malta. Mentira institucionalizada para fortalecer o mito e tirar vantagens pessoais, já que Sinhozinho era casado com Margarida Malta (Lilian Lemmertz) que morreu ao cair do cavalo, depois que descobriu o caso de muitos anos com Porcina.
Ao retornar para Asa Branca, além de Roque interferir na relação de Sinhozinho Malta e Porcina, ele ainda reacende a paixão de Mocinha (Lucinha Lins), a verdadeira noiva, que nunca se conformou com seu desaparecimento e que se manteve casta à espera de seu amor, mesmo pensando que ele estivesse morto. Até que seu pai, o Prefeito Florindo Abelha fez de tudo para que Mocinha nunca encontrasse com Roque, mas de nada adiantou, pois logo no primeiro encontro casual, ela imediatamente reconheceu a paixão antiga, voltando a tona todo sentimento.
Mocinha era filha do prefeito Florindo Abelha com Dona Pombinha, uma beata fervorosa que vivia dando lições de moral e bons costumes para os moradores da Asa Branca.
Dona Pombinha era polpada pelo marido da verdade sobre Roque, já que a beata era uma das grandes credulas do falso santo.
Florindo Abelha (Ary Fontoura), não exerce nenhuma poder sobre a cidade de Asa Branca. É puxa-saco de Sinhozinho Malta, porque depende do seu prestígio para ter algum status.
Mocinha também se desesperava em ter que dividir o amor de Roque com Porcina, que também acabava apaixonando-se de verdade pelo suposto finado marido, assim que este era obrigado por Sinhozinho a morar na casa dela, por conta da mentira que havia criado. O triangulo amoroso virava uma grande disputa entre as duas mulheres, que sempre tinham sido rivais.
Assim que descobre que seu eterno amado Roque está vivo e que nunca havia se casado com Porcina, imediatamente Mocinha cuida em modificar sua vida e personalidade. A moça casta e recatada, decide se tornar mulher e adquire um estilo moderno, com roupas da moda.
Astromar Junqueira, era um professor muito dedicado, intelectual e sábio. Figura misteriosa da cidade, também era apaixonado por Mocinha a quem sempre era tratado com respeito, porém com desprezo em relação do amor que sentia. Asa Branca tinha a lenda de um lobisomem que andava em noites de lua cheia.
O Professor Astromar era um dos principais suspeitos em relação a verdadeira identidade do lobisomem, fato que foi confirmado no ultimo capitulo da novela apenas para o telespectador e continuando o mistério para os personagens da novela.
O mistério do lobisomem durou até o último capítulo da novela, mesmo com toda suspeita em relação ao Professor Astromar. Dona Pombinha era quem mais desconfiava do Professor, mesmo sendo sua amiga mais próxima. Foram muitas as vezes, sem sucesso, que a beata tentou prender a atenção do Professor, para que ele passasse da meia noite em sua casa. Só para comprovar se ele virava ou não um lobisomem.
Em contra partida da farsa de Roque Santeiro, existia o Padre Albano (Claudio Cavalcanti). Albano era padre de uma pequena paróquia situada numa vila humilde próxima de Asa Branca. Ele acabava descobrindo a farsa de Roque Santeiro e virava um dos melhores amigos de Roque, disposto a ajudá-lo a revelar a verdade para toda cidade, para desespero de Sinhozinho e dos outros poderosos. Através do personagem, a novela abordou um tema em voga na época, a divisão da Igreja Católica entre tradicionalistas e adeptos da teologia da libertação. Progressista, padre Albano lutava a favor dos trabalhadores de Asa Branca e fazia de tudo para revelar que o mito de Roque não passava de uma farsa.
Tânia Malta (Lídia Brondi) era a única filha de Sinhozinho Malta. Pai e filho viviam em constante discussão, principalmente em relação ao romance que Sinhozinho mantinha com Porcina. Tânia não aceitava o casamento do pai com a suposta viúva e desconfiava que eles eram amantes, mesmo quando sua mãe era viva.
Com o passar do tempo, Tânia conhece o padre Albano, a quem assemelha seus ideais e termina por se apaixonar. Dois dilemas surgem nesta história: um é a paixão proibida entre uma mulher e um padre e o outro é a relação entre Tânia e um dos principais inimigos de Sinhozinho Malta.
Asa Branca também fica agitada com a chegada de Matilde (Yoná Magalhães), que monta o único hotel da cidade, a Pousada do Sossego, e traz do Rio de Janeiro duas dançarinas, Ninon (Claudia Raia) e Rosaly (Ísis de Oliveira), que vão trabalhar em sua "Boate Sexus".
A Boate Sexus faz sucesso e se torna a principal atração da cidade. Sempre frequentada pelos poderosos de Asa Branca como Sinhozinho Malta, o prefeito Florindo Abelha, o delegado Feijó e o próprio Roque Santeiro.
Os shows de Matilde, Lulu e Rosaly fazem os negócios prosperar ainda mais. As dançarinas logo conquistam a simpatia dos poderosos.
Elas ainda tinham que enfrentar a ferrenha oposição do padre Hipólito e das beatas da cidade, comandadas por dona Pombinha Abelha. Mais tarde, Matilde recebe a visita de Amparito Hernandez (Nélia Paula), uma amiga e dançarina que acaba resolvendo morar em sua pousada, sendo mais uma aliada contra as beatas encrenqueiras.
Um segredo marcava a vida de Amparito Hernandez e o Prefeito Florindo Abelha. Para alegria de Matilde, que podia, de certa forma, ter o prefeito em suas mãos, já que sua esposa, a beata Dona Pombinha, viva complicando sua vida.
Matilde também sofreu pressão de seu ex-marido Ronaldo César (Othon Bastos). Logo que soube que Matilde prosperava em Asa Branca, Ronaldo decidiu vir do Rio de Janeiro para infernizar a vida da ex-mulher em Asa Branca.
Também chega à cidade a equipe de filmagem comandada por Gerson do Valle (Ewerton de Castro), o cineasta que vai filmar "A saga de Roque Santeiro" e acaba se hospedando na pousada de Matilde com toda equipe. Mais uma vez, o mito chama a atenção e dessa vez tem chance de conquistar o mundo através das telas de cinema. A película tem como astros principais o ator Roberto Matias que viveria Roque Santeiro e a atriz Linda Bastos (Patrícia Pillar), que viveria a viúva Porcina. A equipe de Gerson do Valle ainda era composta por Carla (Cláudia Costa) e Luizão (Alexandre Frota).
Linda era casada com o ciumento Tito (Luiz Armando Queiroz) e por quem o diretor era apaixonado. Gerson fazia de tudo para controlar a paixão que sentia por Linda, mas nunca conseguia resistir aos encantos da bela atriz e acabava forçando a barra, para desespero dela.
O mulherengo ator Roberto Mathias, não podia viver sem um aconchego e acabava por se envolver com a viúva Porcina, com Tânia (Lídia Brondi), filha de Sinhozinho Malta, e com Lulu (Cássia Kiss), a reprimida esposa do empresário moralista Zé das Medalhas. Marilda (Elizangela) era a esposa de Roberto Matias, que chegava do Rio de Janeiro para investigar as traições do marido e acabava infernizando sua vida.
Sinhozinho Malta não se agradava por completo do namoro de Roberto Matias com sua filha Tânia. O coronel viva de olho nas atitudes do ator, que por sua vez, morria de medo do provável sogro.
Zé das Medalhas era outro que se aproveitava e enriquecia através da fama de Roque, lucrando com a venda de santinhos, medalhas e lembranças. Machista, era casado com a submissa Lulu (Cássia Kiss) que sofria muito com o marido que a fazia comer o pão que o diabo amassou. Ele não deixava a mulher sair de casa e chegava, muitas vezes, a trancá-la no quarto. Por outro lado, o capitalismo selvagem é analisado através de quem explora a ingenuidade do povo, vendendo medalhas de um falso herói, como era o caso de Zé das Medalhas. Diante de tudo isso, o povo nunca conhece a verdade e acaba sempre sendo levado por aquilo que os poderosos querem que ele acredite.
A sofrida Lulu é mais uma personagem de destaque de Asa Branca. Ela era a menina que dizia ter visto Roque depois de morto, fato que modificou muito sua vida. Muitos achavam que ela deveria dedicar-se à religião e entrar para um convento, mas Lulu tinha ânsia de viver.
Lulu, no entanto, era reprimida por seu marido Zé das Medalhas, que a obriga a ficar em casa, como uma prisioneira, cuidando dos filhos Raul (Bruno Andrade) e Tininha (Gabriela Bicalho).
Por causa de repressão e falta de amor, não tardou para que Lulu sentisse desejo de viver uma nova historia. Sufocada por suas angustias e com desejo de ser amada como mulher, logo Lulu encanta-se e ilude-se pelo aventureiro Roberto Matias. Mais tarde ela se envolve com o vigarista Ronaldo César, ex-marido de Matilde.
Delegado Feijó (Maurício do Valle) era um homem sério, porém mais um dominado por Sinhozinho Malta. Com a chegada das dançarinas de Matilde, logo perdia a cabeça, virando freguês da boate Sexus e se apaixonando por Ninon (Claudia Raia). Feijó descobria que Ninon era vidrada na historia do lobisomem e se aproveitava disso, para se disfarçar de lobisomem e seduzir a bela dançarina nas noites de lua cheia a fazendo pensar que era o bicho de verdade. O delegado também chegava a se aventurar como ator do longa produzido por Gérson do Valle.
Asa Branca também era palco de figuras mais inusitadas como o guia turístico Toninho Jiló (João Carlos Barroso), que fazia questão de contar toda historia da saga de Roque Santeiro para os turistas da cidade. Toninho Jiló nutria um carisma e grande amizade pelo boiadeiro João Ligeiro (Mauricio Mattar) que trabalhava na fazenda de Sinhozinho Malta. A amizade entre Toninho Jiló e João Ligeiro ia muito além dos sentimentos, sempre deixando Toninho Jiló apreensivo e temeroso com os perigos que poderia acontecer com o amigo.
João Lijeiro também vinha a ser irmão legitimo e mais novo de Roque e namorava com Dondinha (Cristina Galvão) que era emprega da fazenda de Sinhozinho Malta e filha de Terencio (Waldir Sant’anna), fiel capataz de Sinhozinho. No decorrer da história, João Ligeiro é vítima de uma emboscada e acaba sendo morto para desespero de Dondinha e Toninho Jiló e revolta de Roque.
Beato Salú (Nelson Dantas) era outra figura folclórica da cidade. O pai de Roque e João Ligeiro, ficou maluco após a suposta morte do filho e começava a pregar em nome do falso santo.
O cego Jeremias (Arnaud Rodrigues) e seu fiel companheiro Tiquinho (Malik dos Santos) eram outras figuras de suma importância para o desenvolvimento da novela. Não enxergava, mas via tudo em sua volta e sabia da vida de todos os moradores e forasteiros de Asa Branca, sempre com seu violão, cantando repercussão na escadaria da igreja. Ele também vivia pegando no pé do Padre Hipólito.
Dona Marcelina Magalhães (Wanda Cosmo) era a megera sogra de Sinhozinho Malta. Ela infernizava a vida do fazendeiro e sempre colocava a neta Tânia contra o pai, desconfiando que Sinhozinho matou a esposa, que seria sua filha, para poder se casar com a viúva Porcina.
Mina (Ilva Niño) era mais uma figura marcante da novela. A senhora era a fiel e confidente empregada da viúva Porcina. Aquela que sabia de todas as artimanhas da patroa e que sempre a ajudava no que fosse preciso. Inesquecível o bordão “Minaaaa”, falado aos berros por Porcina, sempre que chamava a empregada.
Rodésio (Tony Tornado) era o outro fiel empregado da viúva Porcina e que também podia contar no que desse e viesse. Ele era o segurança da falsa viúva (A que era sem nunca ter sido).
A peça “O Berço do Herói (1963)” de Dias Gomes, serviu de inspiração para o autor criar a trama de “Roque Santeiro”, que estrearia em 27 de agosto de 1975 em comemoração aos 10 anos da Rede Globo, com Lima Duarte vivendo Sinhozinho Malta, Betty Faria a viúva Porcina e Francisco Cuco como Roque Santeiro. A novela dirigida por Daniel Filho e com proposta inovadora, já tinha 30 capítulos gravados e 10 editados, além das chamadas de estréia sendo anunciadas pela emissora, como sucessora de “Escalada (1975)” de Lauro César Muniz e teria o titulo de “A Saga de Roque Santeiro e a Incrível História da Viúva que Foi Sem Nunca Ter Sido”. Porém, no dia da estréia a Rede Globo recebeu o oficio do governo federal censurando a telenovela e a proibindo completamente de ir ao ar, assim como aconteceu com a peça “O Berço do Herói”, que também seria censurada. Numa última esperança de liberar a trama, chegou a ser anunciada pela emissora uma mudança de horário, assim a novela “Gabriela”, grande sucesso da época, que ia ao ar às 22 horas, e já a entrar na sua fase final, passaria para o horário nobre e “Roque Santeiro” estrearia às 22 horas. Mas a censura voltou atrás na liberação e proibiu de vez a novela de ir ao ar. Na mesma noite, Cid Moreira leu o veto no “Jornal Nacional”: “A novela contém ofensa à moral, à ordem publica e aos bons costumes, bem como achincalhe à igreja”. A solução foi colocar a reprise de “Selva de Pedra (1972)”, até que “Pecado Capital” de Janete Clair, entrasse no ar em 24 de novembro do mesmo ano. Janete Clair criou personagens para 90% do elenco da novela censurada, aproveitando-o na mítica “Pecado Capital”. “Roque Santeiro” ficaria dez anos na gaveta até que uma nova versão, em 1985, fosse ao ar. O motivo da censura foi uma escuta telefônica do governo, em que foi gravada uma conversa de Dias Gomes, em que ele afirmava que Roque Santeiro era apenas uma forma de enganar os militares, adaptando O Berço do Herói para a televisão, com ligeiras modificações que fariam com que os militares não percebessem que se tratava da mesma obra.
Na mesma época, a Rede Tupi estreou a novela “A Viagem (1975/76)” de Ivani Ribeiro. Aproveitando a censura contra “Roque Santeiro” e a reprise de “Selva de Pedra” em horário nobre, a emissora concorrente criou o slogan: “Assista uma novela inédita, com capítulos inéditos”, referindo-se a reprise da Globo.
Primeiro, Roberto Marinho considerou que eu tinha colocado a empresa em risco, mas ao assistir a alguns capítulos considerou a censura um absurdo e mandou fazer um editorial no "Jornal Nacional" revelando o controle injustificado de nossos produtos - conta José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, que cuidava da superintendência de produção e programação: - Mais tarde, Armando Falcão (o então ministro da Justiça, morto em 2010) confessaria que vetou a novela apenas para provocar o doutor Roberto. Eu me encontrei com ele casualmente, e ele me confirmou isso, rindo. O próprio Armando Falcão, que censurou a novela em 1975, era um dos maiores telespectadores da versão liberada em 1985. Segundos fontes, Armando Falcão não perdia um só capítulo de “Roque Santeiro” e se divertia muito com a novela.
Em 1985, dez anos depois da censura da primeira versão, já no governo civil de José Sarney, a novela foi finalmente liberada e pôde ser exibida. Por consideração aos artistas envolvidos no trabalho original, os mesmos foram convidados a retomar seus personagens. Porém, Francisco Cuoco e Betty Faria, recusaram os papéis de Roque Santeiro e Viúva Porcina, Lima Duarte retomou o personagem Sinhozinho Malta. Além de Lima, outros atores que participaram da versão censurada e que retornaram nesta com os mesmos papéis foram João Carlos Barroso, Luiz Armando Queiroz e Ilva Niño. Elizângela, que foi Tânia em 1975, desta vez viveu Marilda. Milton Gonçalves, que em 1975 interpretava o padre Hipólito, em 1985 foi Lourival Prata, o promotor público. Lutero Luiz que em 1975 era o prefeito, na versão de 1985 foi o Dr. Cazuza. Na primeira versão da novela, em 1975, o padre Hipólito se chamava padre Honório, sendo interpretado por Milton Gonçalves, e o bandido Navalhada se chamava Trovoada, papel de Rafael de Carvalho.
Outra figura fundamental desta produção foi Aguinaldo Silva, que assumiu "Roque Santeiro" a partir do capítulo 40. O autor costuma dizer que a obra é uma novela de Dias Gomes escrita por ele.
- Foi graças a "Roque Santeiro" que me tornei realmente novelista. Antes, em "Partido alto", cumpri apenas uma tarefa que me foi imposta. Já na segunda novela eu percebi que realmente queria fazer aquilo. E lutei até o fim para que a minha contribuição para o sucesso da trama fosse reconhecida justamente por isso: porque sabia que esse reconhecimento me alçaria ao primeiro time dos novelistas - acredita Silva.
Dias Gomes escreveu o argumento da trama e deixou 40 capítulos prontos. Desse ponto em diante, Aguinaldo assumiu o folhetim, que comandou até o capítulo 163 - foram 209 ao todo -, quando Gomes decidiu retomar seu trabalho. Silva admite ter ficado chateado e diz que o clima pesou.
- Antes de a novela estrear, Dias viajou para a Europa. Quando voltou e constatou que era um sucesso, passamos a nos reunir uma vez por mês com a ajuda dos colaboradores Marcilio Moraes, Francisco Assis e Lilian Garcia. Na quarta reunião, o que se esperava é que eu lhe entregasse a novela para que ele escrevesse o final. Mas não fiz isso. Reagi muito mal. Eu tinha consciência de que era o autor do que os telespectadores estavam vendo.
Regina Duarte esteve impecavel na pele da viúva Porcina. A atriz apresentava tudo que nunca havia vivido na TV, mostrando uma inédita interpretação ao telespectador, inovando e surpreendendo no melhor e no que seria uma das mais marcantes personagens da atriz, livrando-se de papeis açucarados e do rotulo de “namoradinha do Brasil”. O extravagante figurino da “viúva” Porcina virou moda, dando origem ao “Porcina’s look”: maquiagem exagerada, vestidos colantes, em geral de seda, para realçar a silhueta, com drapeados e decotes profundos, cores e bijuterias extravagantes, muito brilho, chapéus, turbantes, óculos berrantes e sapatos de saltos altíssimos.
A personagem de Lima Duarte também mexeu com a vaidade masculina. Segundo dados da época, Sinhozinho Malta fez a produção nacional de perucas aumentar. As vendas de perucas masculinas aumentaram 80% no país.
A novela também inaugurava a febre dos bordões; modismos que fizeram a cabeça do telespectador. Sinhozinho Malta tinha uma característica que ficou marcante e lembrada até os dias de hoje: quando estava nervoso, sacudia as pulseiras, num tique acompanhado por um efeito sonoro, com o som de uma cascavel, seguido do bordão "Tô certo ou tô errado?".
Armando Bogus também criou uma dobra no pescoço, tipo um cacoete, como característica de sua personagem Zé das Medalhas, toda vez que ficava desconfiado. O bordão também foi mais um querido do publico.
A empatia entre Sinhozinho Malta e a viúva Porcina, protagonistas de cenas memoráveis, conquistou o público. As hilárias brigas do casal que vivia uma conturbada relação faziam muito sucesso. Sinhozinho, para pedir perdão à amada, chegou a ficar de quatro, imitando um cachorro, e lambeu a mão de sua “dona”, Porcina. Os ataques e as manias de Porcina também renderam cenas preciosas. Extravagante e cheia de si, ela vivia levantando os seios com as mãos e limpando os cantos da boca borrados sempre pelo batom escandaloso. Exagerada, não conseguia chamar pela empregada a não ser com o estridente grito: “Minaaaaaaaaaaaaaaa” (Ilva Niño). Porcina e Sinhozinho combinavam ainda no jeito de se vestir. Cada um com seu estilo. Ela, de forma extravagante: drapeados, babados, decotes profundos, cores fortes, óculos berrantes, turbante, brilho de dia e de noite. Ele, muito cafona: o braço cheio de pulseiras, relógio e colares de ouro, chapéus inspirados no seriado americano Dallas, colarinhos com biqueiras de metal prateado e perucas. Destaque para seu carro, enfeitado com dois enormes chifres de boi.
Os efeitos sonoros marcaram alguns personagens de Roque Santeiro. Quando Sinhozinho Malta estava nervoso, sacudia o relógio e as pulseiras de ouro que trazia no braço e ouvia-se o som de uma cascavel, misturado ao som do chocalho das pulseiras. O bordão – “Tô certo ou tô errado?” – completava a ação do coronel. Já no tique nervoso de Zé das Medalhas, que vivia esticando o queixo, ouvia-se o barulho de ossos estalando. Outro efeito sonoro marcante era o que pontuava as cenas em que Sinhozinho Malta demonstrava como decepava a parte íntima de seus inimigos e de seus bois. O gesto vinha acompanhado do som de uma guilhotina.
“Roque Santeiro” foi a primeira novela de Claudia Raia, Mauricio Mattar e Patrícia Pillar. Cláudia Raia fez de sua personagem Ninon, um grande sucesso. Tanto, que estampou a capa da revista Playboy, por duas vezes, durante a exibição da novela, em setembro de 1985, e, em janeiro de 1986. Bem, como Yoná Magalhães, com sua personagem Matilde, que estampou a capa da revista Playboy, mas por uma única vez, em fevereiro de 1986, no mês de encerramento da novela.
Claudia Raia pôde mostrar todo seu trabalho como bailarina, além de atriz, logo em sua primeira novela. Sua personagem Ninon, era ançarina da boate Sexus e brilhava nos shows ao lado de Rosaly (Ísis de Oliveira).
Lídia Brondi estava no auge na época de “Roque Santeiro", um de seus melhores momentos na TV. A atriz marcava sua carreira através de mais uma grande personagem.
Tânia, a filha do coronel Sinhozinho Malta, esbanjava carisma, chegando a se envolver com o volúvel ator Roberto Matias (Fábio Junior) e depois se apaixonando perdidamente pelo Padre revolucionário Albano (Claudio Cavalcante).
Foram gravados oficialmente dois finais para a novela: um no estilo do filme “Casablanca”, no qual Porcina fica em dúvida se embarca com Roque no avião ou continua com Sinhozinho Malta, que por fim vai embora.
No final exibido, a viúva opta por permanecer ao lado do coronel, e os dois terminam acenando para Roque, que vai embora. De acordo com o documentário "A Negação do Brasil", de Joel Zito Araújo, teria sido gravado um terceiro final, no qual Porcina terminava ao lado do capataz Rodésio, interpretado por Tony Tornado, algo que de acordo com as declarações dos envolvidos não teria sido divulgado à imprensa pela Rede Globo.
A cidade cenográfica de Roque Santeiro foi montada em Guaratiba, aproveitando a vegetação local, e exigiu uma produção cuidadosa. Para dar vida à Asa Branca, Mário Monteiro criou uma cidadezinha que fosse parecida com Juazeiro do Norte, no Ceará, Porto das Caixas, no Rio de Janeiro, e Aparecida, em São Paulo – cidades que vivem em função da religiosidade popular. Asa Branca se parece com as três, mas tem sua identidade própria. Em tempo recorde – 20 dias –, 180 homens construíram 26 prédios de madeira tratada para ter maior durabilidade.
Algumas construções, como a barbearia e a igreja, tiveram o interior montado junto com a fachada, o que reduzia as gravações em estúdio e permitiam uma visão parcial das dependências internas.
O grande destaque da cidade cenográfica era o centro de Asa Branca, mais precisamente a Praça da Matriz, onde ficavam a estátua de Roque Santeiro e as barraquinhas que vendiam todo tipo de suvenir do “santo”. Lá, reuniam-se também os romeiros que acorrem à cidade. A vegetação que cercava a praça era cenográfica. Para dar unidade aos jardins e hortas das casas, a produção contratou uma equipe de paisagistas.
A cenografia teve a preocupação de retratar diversas regiões brasileiras num cenário só. Para isso, foi feita uma colagem de símbolos e signos de diferentes locais do país. Misturou-se o colonial carioca com o nordestino, construções da região Central com elementos do Sul, tudo com o objetivo de representar em Asa Branca o Brasil por inteiro.
Os sotaques dos personagens seguiam essa mesma linha: nordestino (Sinhozinho Malta e Porcina), mineiro (Seu Flô), gaúcho (o delegado) e carioca (Matilde, Ninon e Rosaly).
Pegando carona no sucesso da novela, a Rede Globo fez sua campanha de final de ano de 1985 com todo elenco de “Roque Santeiro”. Foi uma confraternização na praça da cidade cenográfica, onde os atores e produção cantaram “Hoje a festa é sua”.
A novela contou com participações especiais de peso: Lilian Lemmertz, Dennis Carvalho, Marcos Paulo, Paulo César Pereio, Tarcísio Meira, Cláudio Gaya e Jorge Fernando. Os dois últimos interpretaram dois costureiros que iam da capital à Asa Branca especialmente para fazer o vestido de noiva da viúva Porcina, rendendo cenas hilárias à trama.
Em Recife, segundo jornais da época, a audiência de Roque Santeiro levou candidatos às eleições para deputado a cancelarem comícios no horário em que a novela era exibida. Roque Santeiro atingiu recordes de audiência na primeira semana de exibição. O índice de audiência deu à Rede Globo o prêmio Destaque de Marketing 1985, da Associação Brasileira de Marketing. Logo na primeira semana, “Roque Santeiro” chegou a 67% de audiência nacional, no primeiro mês de exibição passou para 72%, no segundo saltou para 75% e, no terceiro mês, segundo dados do lbope, rondava o patamar recorde de 80% de audiência, somando 60 milhões de espectadores em todo o país. A novela teve 100% de audiência no ultimo capítulo.
A novela também foi exibida em Portugal, Cuba e em Angola, onde deu nome ao mercado aberto de Luanda. Também foi reapresentada duas vezes: de 1º de julho de 1991 a 3 de janeiro de 1992, na Sessão Aventura, em 135 capítulos. E de 11 de dezembro de 2000 a 29 de junho de 2001, no Vale a Pena Ver de Novo, em 145 capítulos. Quando foi reprisada, pela primeira vez em 1991, a audiência foi satisfatória, muito maior do que a das séries estrangeiras que ocupavam o horário, chegando a 36 pontos.
Na época original, também foi lançado um álbum de figurinhas da novela, decorrente do enorme sucesso de “Roque Santeiro” que estava literalmente na boca do povo.
No ano de 2010 foi lançado um box com 16 DVDs contendo um compacto de Roque Santeiro de aproximadamente 50 horas de duração. Sendo a primeira novela brasileira a ser lançada nesse formato.
Em 2011, o Canal Viva reapresenta a novela.
A trilha sonora foi uma das melhores já produzida pela “Som Livre”. Temas que viraram clássicos nacionais e que são lembrados até hoje. A trilha sonora de Roque Santeiro obteve enorme sucesso e levou a gravadora Som Livre a abrir um precedente: pela primeira vez deixou de produzir a trilha sonora internacional de uma novela para lançar um segundo volume da trilha nacional. O volume I vendeu mais de meio milhão de cópias em apenas três meses. A trilha sonora de Roque Santeiro era muito elaborada, repleta de canções de destaque. A música-tema da viúva Porcina era Dona, de Sá & Guarabyra, interpretada pelo grupo Roupa Nova. A canção que embalava as cenas de Roque era De volta pro aconchego, de Dominguinhos e Nando Cordel, interpretada por Elba Ramalho. Sem pecado e sem juízo, cantada por Baby Consuelo, era outro destaque da trilha, assim como Mistérios da meia-noite, sucesso de Zé Ramalho, que pontuava as cenas que envolviam o lobisomem. Destacam-se ainda a música de abertura, Santa fé, de Moraes Moreira e Fausto Nilo, e ABC do Santeiro, também da dupla Sá e Guarabyra.
Trilha Sonora Nacional (Volume 1)
1. "Isso Aqui Tá Bom Demais" - Dominguinhos (part. esp. Chico Buarque)
2. "A Outra" - Simone
3. "Sem Pecado e Sem Juízo" - Baby Consuelo
4. "Chora Coração" - Wando
5. "Mistérios da Meia-noite" - Zé Ramalho
6. "Santa Fé" - Moraes Moreira
7. "Dona" - Roupa Nova
8. "De Volta Pro Aconchego" - Elba Ramalho
9. "Indecente" - Anne Duá
10. "Coração Aprendiz" - Fafá de Belém
11. "Roque Santeiro" - Sá & Guarabira
12. "Cópias Mal Feitas" - Alceu Valença
Trilha Sonora Nacional (Volume 2)
1. "Malandro Sou Eu" - Beth Carvalho
2. "Coisas do Coração" - Ritchie
3. "Pelo Sim, Pelo Não" - Cláudio Nucci e Zé Renato
4. "Vitoriosa" - Ivan Lins
5. "Fruta Mulher" - Nana Caymmi
6. "Verdades e Mentiras" - Sá & Guarabira
7. "Mil e Uma Noites de Amor" - Pepeu Gomes
8. "A Hora e a Vez" - Cláudio Nucci e Zé Renato
9. "Mal Nenhum" - Joanna
10. "Entra e Sai de Amor" - Altayr Velloso
11. "Amparito Amor" - Cauby Peixoto
12. "Mal de Raiz" - MPB4
Roque Santeiro teve uma das mais célebres aberturas idealizadas pelo designer Hans Donner. Bóias-frias, carros e tratores andavam livremente sobre folhas, milhos, frutas e rochas gigantes. Para produzi-la, foi utilizado o recurso chromakey (processo eletrônico pelo qual a imagem captada por uma câmera pode ser inserida sobre outra imagem, como se fossem respectivamente primeiro plano e fundo). Em algumas cenas a equipe trabalhou com miniaturas de carros, kombi e caminhões, formando um engarrafamento sobre uma vitória-régia natural. A vinheta mostrava uma motocicleta em alta velocidade, andando sobre um coco, e um carro de boi trafegando sobre uma espiga de milho.
Novela de Dias Gomes
Co-autoria: Aguinaldo Silva
Colaboração: Marcílio Moraes e Joaquim Assis
Supervisão: Daniel Filho
Direção: Paulo Ubiratan, Jayme Monjardim, Gonzaga Blota e Marcos Paulo
Direção geral: Paulo Ubiratan
ELENCO:
JOSÉ WILKER - Roque Santeiro (Luís Roque Duarte)
REGINA DUARTE - Viúva Porcina
LIMA DUARTE - Sinhozinho Malta
ARY FONTOURA - Florindo Abelha
ELOÍSA MAFALDA - Pombinha
LUCINHA LINS - Mocinha
ARMANDO BÓGUS - Zé das Medalhas
CÁSSIA KISS - Lulú
FÁBIO JÚNIOR - Roberto Mathias
YONÁ MAGALHÃES - Matilde
PAULO GRACINDO - Padre Hipólito
CLÁUDIO CAVALCANTI - Padre Albano
LÍDIA BRONDI - Tânia
EWERTON DE CASTRO - Gérson do Valle
PATRÍCIA PILLAR - Linda Bastos
LUIZ ARMANDO QUEIRÓZ - Tito Moreyra França
RUY REZENDE - Professor Astromar Junqueira
JOÃO CARLOS BARROSO - Toninho Jiló
ARNAUD RODRIGUES - Cego Jeremias
NELSON DANTAS - Beato Salú
MAURÍCIO DO VALLE - Delegado Feijó
CLÁUDIA RAIA - Ninon
ÍSIS DE OLIVEIRA - Rosaly
NÉLIA PAULA - Amparito Hernandez
OTHON BASTOS - Ronaldo César
OSWALDO LOUREIRO - Navalhada (Aparício Limeira)
MILTON GONÇALVES - Lourival Prata (Promotor Público)
WANDA KOSMO - Dona Marcelina
ALEXANDRE FROTA - Luisão
CLÁUDIA COSTA - Carla
ELIZÂNGELA - Marilda
ILVA NIÑO - Mina
TONY TORNADO - Rodésio
MAURÍCIO MATTAR - João Ligeiro
CRISTINA GALVÃO - Dondinha
WALDIR SANTANNA - Terêncio
LUÍS MAGNELLI - Decembrino
LÍCIA MAGNA - Ciana
GABRIELA BICALHO - Tininha
BRUNO ANDRADE - Raul
EDYR DE CASTRO - Nininha
ANA LUIZA FOLLY - Noêmia
SANDRO SOLVIAT - Imperador
MALIK DOS SANTOS - Tiquinho
EDWIGES GAMA - Neném (manicure do salão de Florindo Abelha)
CÉLIA CRUZ - Nevinha (funcionária da loja de Zé das Medalhas)
IVAN SIMÕES - Zé Colméia (guarda da delegacia de Asa Branca)
ÂNGELA FIGUEIREDO - Selma Sotero
DEDINA BERNADELLI - Ângela Flores
LEINA KRESPI - Maria Igarapé
ÂNGELA LEAL - Odete
REGINA DOURADO - Efigênia
VERA MANHÃES - mulher do Promotor Público
HELOÍSA HELENA - Madre Felícia (freira da Santa Casa)
GILSON MOURA - Tião
WÁLTER SANTOS - matador
ANTÔNIO PITANGA - jagunço
ARTHUR COSTA FILHO - Dr. Denilson (Dr. Cipó)
FERNANDO JOSÉ - Oliveira (diretor da Gazeta Asabranquense)
SILVIO POZATTO - Hélio
EDILÁSIO JÚNIOR - Geraldão
ADELAIDE PALLETE - camareira da Pousada do Sossego
MANOEL ELIZIÁRIO - barman da Pousada do Sossego
AFRÂNIO GAMA - garçon da Sexu´s
ELY REIS - sacristão
TONICO PEREIRA - representante do Patrimônio Histórico
CININHA DE PAULA - secretária de Sinhozinho Malta no Rio
DENNY PERRIER - guia turístico
IVAN DE ALMEIDA
DU MORAES
DAVID LEROY - ator que vive Sinhozinho Malta no filme de Gérson
FERNANDO AMARAL - ator que vive o Padre Hipólito no filme de Gérson
IVAN SETTA - ator que vive Navalhada no filme de Gérson
JOSÉ DE FREITAS - Deputado Ferreira de Jesus
ISABELA BICALHO - Porcina (criança)
LU MENDONÇA - mãe de Porcina
GABRIELA SENRA - Lulu (criança)
Tia Sinhá
Participações especiais:
LÍLIAN LEMMERTZ - Margarida (falecida mulher de Sinhozinho Malta)
LUTERO LUIZ - Dr. Cazuza Amaral (médico de Asa Branca)
DENIS CARVALHO - Tomazzini (produtor do filme de Gérson)
MARCOS PAULO - Jorge de Lima (motorista em Dallas)
CLÁUDIO GAYA - Jurandir (costureiro do vestido de Porcina)
JORGE FERNANDO - Lúcio Armando (costureiro do vestido de Porcina)
PAULO CÉSAR PEREIO - Delegado Benevides (delegado substituto de Feijó)
HEMÍLCIO FRÓES - fiscal que vem inspecionar a Fazenda Velha, da viúva Porcina, que está sendo administrada pelo padre Albano
TARCÍSIO MEIRA - Coronel Emerenciano Castor (admirador de Rosaly)
Fontes:
ARQUIVO MUNDO NOVELAS
Rede Globo
Wikipédia
3 comentários :
Muito bom todo o material de explicação sobre a melhor novela da tv brasileira de todos os tempos. Parabéns aos criadores.
Bem que podia ter um Vamos Recordar de Pedra sobre Pedra, Senhora do Destino e A Indomada.
Obrigado pela dica, Gabriel Rezende. Agradecemos também ao Raw.
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