O detalhismo na hora de descrever Maria Paixão deixa evidente a satisfação de Graziella Schmitt com o papel da protagonista de "Amor e Revolução", próxima novela do SBT. Com um sorriso rasgado e jeito tranquilo, a atriz se perde no tempo ao falar do novo trabalho, previsto para estrear em março. A história começa em 1964, ano do golpe militar no Brasil. Na trama, escrita por Tiago Santiago, ela será uma estudante revolucionária que entrará para a luta armada contra a ditadura. "Ela é filha de um jornalista comunista. A essência da personagem é a luta pelos ideais de igualdade social. É um papel bem forte", adianta. Mas, junto com a empolgação, veio também o peso de dar vida ao papel principal da novela. "É uma grande oportunidade. Sinto uma responsabilidade maior, mas procuro não pensar muito nisso", afirma.
O grande conflito de Maria Paixão será o romance com José Guerra (Cláudio Lins). Nos moldes de Romeu e Julieta, o casal terá de encarar o ódio entre as famílias. Isso porque ela é filha do jornalista Batistelli (Licurgo Spínola) que luta contra a ditadura. Ele é filho de um militar que contribuiu para o golpe de 64. "É uma situação complicada. Quando você tem ideais, uma criação diferente, fica difícil manter uma relação", argumenta. Para dar vida ao papel, Graziella fez dois testes. "Me apaixonei pela personagem de cara. Quando li a sinopse, vi que ela tem um discurso muito bonito e emocionante", lembra.
Acostumada a viver tipos bem menos complexos desde sua estreia como atriz na pele de Laila, do seriado "Sandy & Junior", Graziella está se empenhando bastante. Apesar do conhecimento que já tinha da história política brasileira, ela contratou um historiador para debater os acontecimentos da época e se familiarizar com tema. "As escolas não dão o devido valor que deve sobre esse assunto. É um momento da história riquíssimo. Quando me falaram que a novela se passa no ano de 64, adorei", afirma. Além disso, ela participou de "workshops" com o elenco, aulas de luta e ainda assistiu a filmes nacionais como "Cabra Cega", de Toni Venturi, e "Batismo de Sangue", de Helvécio Ratton. "Sempre tive paixão por esse tema. Assisti ao documentário 'Hércules 56' e ao filme 'Como, Quando e Porque se Depõe um Presidente'", enumera a atriz, que também está lendo "Ditadura Envergonhada", livro de Elio Gaspari.
Apesar da dedicação para aprender mais sobre o momento em que a novela se passa, Graziella admite que só com o tempo vai realmente compreender melhor a personagem. "Uma coisa é estudar em casa, outra é na prática. A gente tem de estar se relacionando com os outros atores, cenário, diretor... É aí que a personagem vai tomando forma", analisa a atriz, que gravou apenas as primeiras cenas de Maria. "Estou louca para ver o resultado no ar", se empolga. A mudança de visual e o figurino também contribuem no processo de composição da personagem. Para dar vida à revolucionária, ela escureceu os cabelos e está evitando tomar sol. "As roupas são lindas. Vou usar cortes acinturados e muitas cores vibrantes como vermelho, verde bandeira, azul e amarelo", conta ela, sobre a personagem que também vai contar com um lenço como adereço, mas que depois servirá como recurso para se esconder dos militares.
(Por Natalia Palmeira)
domingo, 23 de janeiro de 2011
Graziella Schmitt será protagonista de Amor e Revolução (GIRO CULT)
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