Cama de Gato termina hoje, em alto estilo. Apesar de ter sido uma novela semelhante as já vistas pelo publico, repleta de armações, sofrimento dos mocinhos, perseguições, a novela conseguiu empolgar e manter a boa audiência das 18h na TV Globo, deixada pela antecessora “Paraíso”. Cama de Gato vai deixar saudades em seu publico fiel que acompanhou as maldades da maquiavélica Verônica (Paola Oliveira), uma personagem bem interpretada pela atriz. Também deixará saudades da ex-serviços gerais Rosy (Camila Pitanga) que nos presenteou mais uma vez com seu grande talento, simpatia e beleza. O núcleo da pensão dos velhinhos, que trouxe de volta grandes nomes como Berta Loran, Luiz Gustavo, Lopi Gigliotti, entre outros. Além da participação de atores veteranos como Isabela Garcia, Norma Blum, Suely Franco, Pedro Paulo Rangel, Yoná Magalhães, Paulo Gulart, Ilva Niño, Tony Tornado e muitos outros. Marcos Palmeira, apesar de ter sofrido algumas críticas contrárias com seu personagem Gustavo Brandão, com sua passagem de arrogante para bonzinho, até que não foi ruim. Quem conseguiu se destacar com louvor foi Carmo Dalla Vecchia, com o personagem Alcino, que chegou a disputar o amor de Rose com Gustavo, dividindo a opinião do publico.
Cama de Gato, conseguiu ser uma novela agiu, dinâmica e empolgante, trazendo novidades a cada novo capítulo e prendendo a atenção do telespectador que se apaixonou pelo novela, chegando a vibrar pelos personagens preferidos e odiar os vilões. A novela ainda pegou em cheio numa questão social: os riscos da gravidez precoce, foi assim com os personagens Pedro (Ronny Kriwat) e Débora (Guta Gonçalves). Débora engravidava aos 15 anos do namorado, o não menos jovem Pedro e através de uma gravidez de alto risco, entrava em eclampsia, não resistindo o pós parto até vir a óbito. Os atores adolescentes Guta Gonçalves e Ronny Kriwat, tiveram a missão de mostrar para o publico, através de seus personagens, que uma gravidez na adolescência tem um numero maior de riscos, principalmente sobre a vida da gestante e do feto e os atores mostraram muito bem o sofrimento das personagens, mais uma vez conquistando o publico e elevando a audiência da novela.
As questões de valores humanos e respeito com o próximo, infelizmente pouco frequêntes no mundo globalizado de hoje, tiveram um peso maior na trama. As autoras Duca Rachid e Thelma Guedes, mostraram que a pessoa pode transformar seu caráter com o passar da vida. Através do personagem Gustavo Brandão, um rico e arrogante empresário, o publico pôde acompanhar a transformação do personagem, que no decorrer da história, aprendia lições com a vida, começando a mudar sua personalidade fria e prepotente, para um comportamento humilde e agradável. Foi assim também, com o personagem Pedro (Ronny Kriwat) que era um adolescente rebelde, até mudar seu comportamento para o bem, depois de conhecer o amor através de Débora (Gura Gonçalves). A personagem Rose foi mais uma que sofreu transformação, não em seu caráter humilde e hospitaleiro, mais sim em seu visual, logo após começar o romance com Gustavo. Rose deixava o figurino de serviços gerais e mulher comum, para aderir um visual sofisticado casual.
Outro ponto forte na novela, foi no núcleo cômico, tendo como carro chefe os personagens Taís (Heloísa Perissé), Bené (Marcelo Novaes), Tião (Aílton Graça), Sólon (Daniel Boaventura) e Genoveva (Rosi Campos). Estes personagens trouxeram um colorido a mais para a novela, através do humor com uma trama paralela bem composta. Heloísa Perissé também estreava em novelas, depois de uma experiência na minissérie “Incidente em Antares” e uma bem sucedida carreira nos programas humorísticos da Rede Globo.
Cama de Gato foi a primeira novela, como autoras titulares, da dupla Duca Rachid e Thelma Guedes, com supervisão de João Emanuel Carneiro e direção de Amora Mautner. Antes, as autoras já tinham sido colaboradoras em outras novelas, principalmente ao lado de Walcyr Carrasco. Duca Rachid e Thelma Guedes, chegaram a adaptar em 2006 a novela “O Profeta” de Ivani Ribeiro. Cama de Gato, além de manter a audiência das 18h, também, em outras ocasiões, chegou a aproximar-se da audiência da novela Viver a Vida, novela do horário nobre da Globo, por isso, em suas primeiras semanas, logo foi comparada a uma novela das 21h. Uma trama folhetinesca como outra qualquer, porém com detalhes próprios que fizeram a diferença e conquistaram a simpatia do publico, assim foi Cama de Gato, que deixará saudades! Só lamento a produção não ter se empenhado em lançar uma trilha sonora internacional com temas propícios para os personagens que brilharam na novela. 
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