sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Carnaval em Novelas da Globo (CURIOSO)



O Carnaval é uma festa que contagia e mobiliza vários estados do Brasil, todos os anos, além de conquistar o mundo através de sua irreverência e seu alto astral. Por isso as novelas também não ficam atrás e sempre conseguem um jeito de homenagear este acontecimento, seja numa cena vivenciando a festa ou, até mesmo, fazendo alusão ao carnaval.

Foram vários autores que fizeram questão de marcar suas tramas com uma passagem pelo carnaval. Entre muitas, o “CURIOSO” do MUNDO NOVELAS destaca algumas que ficaram na memória do telespectador.



Em 1972, Dias Gomes construiu uma cena antológica em sua novela “Bandeira Dois”, exibida pela Rede Globo às 22h. Como na ditadura militar contraventor não podia ficar impune em novela, então o personagem Tucão (Paulo Gracindo), morreu na quadra da Imperatriz Leopoldinense no último capítulo", lembra Mauro Alencar, consultor da Globo e autor do livro A Hollywood Brasileira. A comoção foi tanta que, no dia seguinte, um jornal carioca da esquerda radical, Luta Democrática, estampou em letras garrafais a manchete: Morreu Tucão!



No ultimo capítulo da novela “Pai Herói”, escrita pela saudosa Janete Clair em 1979, alguns personagens da trama tiveram seus desfechos em pleno carnaval. O mês não era fevereiro, pois a novela terminou em agosto daquele ano, mas a produção da Globo encenou uma festa profana para o vilão Baldaracci (Paulo Autran) fugir de helicóptero vestido de Pierrô, podendo assim, escapar da prisão para surpresa do telespectador. Já Ana Preta, vivida pela atriz Glória Menezes, terminava solitária, sem o amor de André (Tony Ramos) e desfilando pela escola de samba Beija-Flor de Ninólolis em plena Sapucaí, durante o carnaval.



“Acadêmicos dos Encantados” era a escola de samba da novela “Partido Alto”, escrita por Aguinaldo Silva e Glória Perez em 1984. Raul Cortez viveu o bicheiro Célio Cruz, malandro e dono da fictícia escola de samba. Betty Faria fez de sua passista Jussara, uma personagem de grande sucesso, tanto que acabou recebendo convite para posar nua na Playboy de outubro naquele mesmo ano. A novela já começava com um samba na abertura: “Enredo do meu samba” na voz de Sandra de Sá, ainda chamada de Sandra Sá. Mas o samba não era o único tema abordado na novela, além do jogo do bicho, a trama também falou do funk carioca, febre que se iniciava naquela época.



Foi durante o réveillon do ano de 1900, que Adriano Monserrat (Lauro Corona) conhecia a bela Rosália (Glória Pires) e ambos ficavam perdidamente apaixonados um pelo outro numa emocionante história de amor escrita por Walther Negrão. Não era carnaval, mas a festa era bem ao estilo além de contar com um luxuoso baile de máscaras.



“Sassaricando” escrita por Silvio de Abreu entre 1987/88, não teve nada referente ao carnaval, a não ser uma abertura bem ao estilo, com uma música que na verdade era uma marchinha na voz de Rita Lee e com título bem sugestivo: “Sassaricando”.



“Felicidade” (1991/92) escrita por Manoel Carlos, também teve o carnaval como um dos contos de Aníbal Machado que inspirou o autor a escrever a novela. Na trama, a porta-bandeira Tuquinha Batista, vivida pela atriz Maria Ceiça, é assassinada pelo próprio diretor da escola de samba que acreditava que ela o traia com o mestre-sala.



Um mistério envolvendo um baile de mascaras na década de 1970 em Veneza, foi a espinha dorsal da novela “Quem é Você?” (1996), baseada numa sinopse da saudosa autora Ivani Ribeiro e escrita por Solange Castro Neves que foi substituída por Lauro César Muniz no decorrer da história. Inspirada no Carnaval de Veneza, que acabara de conhecer em viagem à Itália, a autora propôs um autêntico baile de máscaras à direção da Globo. "Infelizmente, o diretor Herval Rossano não conseguiu verba para gravar em Veneza e reprodiram as cenas na Globo mesmo. Não ficou a mesma coisa...", lastima a autora. A novela tinha Elizabeth Savalla, Alexandre Borges, Cássia Kiss e Luisa Thomé como protagonistas e a alusão ao carnaval começava a partir da abertura da novela, mostrando um baile de mascaras ao som de “Noites dos Mascarados” na voz de Emílio Santiago.



A tragédia durante a festa de Momo também serviu de tema para inspirar uma obra da TV. Foi através da minissérie “Dona Flor e seus dois maridos” de Jorge Amado, adaptada por Dias Gomes para a Rede Globo em 1997 e exibida em 1998. O malandro Vadinho, interpretado por Edson Celulari, é morto durante o desfile do bloco Filhos de Gandhi em Salvador, na Bahia, dando assim, inicio a trama que contou com Marco Nanine, Giulia Gam e grande elenco.



A vida da compositora Chiquinha Gonzaga, que escandalizou a sociedade carioca de sua época com seus ideais libertários e com a popularização do samba como musica genuinamente brasileira, foi a espinha dorsal da minissérie escrita por Lauro César Muniz em 1999 e protagonizada por Regina Duarte e Gabriela Duarte. A história de sucesso também era repleta de marchinhas do carnaval, logo em sua essência.



A novela “Uga Uga” de Carlos Lombardi em 2000, também promoveu um divertido baile de carnaval, aproveitando a folia de momo.



Ao longo dos anos, autores e diretores procuram dar asas à imaginação na hora de escrever e dirigir cenas de Carnaval. Em “Um Anjo Caiu do Céu” (2001), Antônio Calmon trocou as tradicionais fantasias de piratas e odaliscas por modelitos mais "fashion", com inspiração cibernética e assinatura da figurinista Emília Duncan. O diretor Jayme Monjardim foi outro que aproveitou o desfile de uma escola de samba da vida real para introduzi-lo na ficção. Foi em “O Clone” (2001), durante a evolução da Grande Rio. Wolf Maya aproveitou o desfile da Porto da Pedra para a minissérie “O Quinto dos Infernos” (2002). A idéia surgiu para mostrar que a minissérie foi muito parecida com um enredo de escola de samba. Contei a História do Brasil de um jeito alegre e colorido", observa Carlos Lombardi. Walcyr Carrasco, de “Chocolate com Pimenta” (2003/04), optou por mostrar um Carnaval mais pudico e recatado, com muitos pierrôs, colombinas e arlequins inspirados na década de 1930.



“Mulheres Apaixonadas” (2003), investiu numa divertida festa a fantasia com direito a belos e criativos modelos.



A minissérie “Um Só Coração” escrita por Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira em 2003, reviveu o glamour dos bailes carnavalescos do passado em dois dias de gravação no Hotel Copacabana Palace no Rio de Janeiro. Nas cenas, Yolanda Penteado vivida por Ana Paulo Arósio e o marido Fernão (Herson Capri), hospedam-se no luxuoso hotel durante os dias de folia. Yolanda acaba tendo uma surpresa desagradável: acaba encontrando Martim (Erick Marmo) seu grande amor em companhia da carioca Gilda (Paula Hunter). A direção ficou por conta de Carlos Araújo na história de época, passada entre 1922 a 1954, que homenageou os 450 anos de São Paulo.



“Senhora do Destino” foi uma novela que deu um grande destaque ao carnaval, através da fictícia escola de samba carioca “Unidos de Vila São Miguel”, pertencente ao bicheiro Geovani Improtta (José Wilker) que fez uma homenagem a nordestina Maria do Carmo (Susana Vieira) em um dos enredos da escola. Aguinaldo Silva fez questão de mostrar os preparativos para o desfile da escola durante vários capítulos da novela até levá-la a sambar na Sapucaí, através da ficção em pleno fevereiro de 2005, ano que ano novela ainda estava sendo exibida. O desfile da “Unidos de Vila São Miguel” contou com diversos personagens da novela. A fictícia escola de samba teve direito a samba enredo composto por Mingau, Mauricio Maia e Djalma Falcão da Grande Rio, escola que também serviu de cenário para as gravações do desfile da “Unidos de Vila São Miguel”. A Unidos de Vila São Miguel tinha Regininha (Maria Maya) como rainha da bateria, Crescilda (Gottscha) como puxadora de samba e Nalva (Tânia Khalil), Jennifer (Bárbara Borges) e Daniele (Ludmila Dayer) como destaques. O personagem Jacques vivido pelo ator Flávio Migliaccio também caio na folia, desfilando vestido de mulher no bloco das piranhas.



Em “Páginas da Vida” (2006), novela de Manoel Carlos, Dorinha (Quitéria Chagas) era Rainha da bateria da Império Serrano na história e na vida real. O diretor Jayme Monjardim uniu o útil ao agradável e gravou cenas da atriz na Sapucaí para usá-las na trama. Enquanto isso, nas arquibancadas, o casal Rubinho (Ferfando Eiras) e Marcelo (Tiago Picci) fizeram o parte de sua empregada Margareth (Carolina Bezerra) que não conseguiu segurar as contrações. O casal de homossexuais adotou a filha de Margareth no final da novela.



“Nascidos na Portelinha” foi a escola de samba carioca da novela “Duas Caras”. Outra trama de Aguinaldo Silva que homenageou o carnaval do Rio de Janeiro, dessa vez em 2008. O ator Antonio Fagundes desfilou na escola de Madureira, enquanto interpretava o personagem Juvenal Antena, que na trama desfilava pela “Nascidos da Portelinha”. Imagens do desfile da “Portela” também foram usadas para a fictícia escola de samba da novela. Muitos personagens da novela desfilaram na escola de samba.



A ensolarada “Três Irmãs” de Antonio Calmon em 2009 foi outra novela que incorporou o carnaval e produziu um bloco pra lá de divertido. Na verdade foram dois blocos, um da médica Alma (Giovana Antonelli) e sua turma e o outro da vilã Violeta, vivida pela atriz Vera Holtz que disputaram quase as tapas o carnaval da Praia Azul.



Uma bem elaborada festa a fantasia também coloriu a novela “Cama de Gato” (2009/10), colocando parte do elenco vestido com diversas e criativas fantasias. destaque para a fantasia de Rose (Camila Pitanga).

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